Artigos de Economia

Luiz Gonzaga de Sousa

 

UMA ANÁLISE ESTATÍSTICA DA BAIXA PRODUTIVIDADE DO TRABALHO E DA TERRA NO ESTADO DA PARAÍBA

ANÁLISE DOS RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS

O índice = 0.53, sendo i culturas temporárias e k culturas permanentes indica que há indiferença em termos de associação entre as culturas permanentes e temporárias (= 1 indicaria a máxima dissociação e = 0 a máxima associação).

O índice de especialização de uma microrregião indica que, para as culturas temporárias, a maior concentração ou peso de uma dada cultura, corresponde às microrregiões de Catolé do Rocha e Serra do Teixeira. Para as culturas permanentes as maiores concentrações estão nas microrregiões Agro-Pastoril do Baixo Paraíba, brejo Paraibano e Piemonte da Borborema. Para as culturas temporárias, as áreas de maior especialização são micro-regiões de baixa vocação agrícola, em termos de precipitação pluviométrica (corresponde à microrregiões semi-áridas), enquanto que nas culturas permanentes, a especialização é maior e aparece nas regiões de maior densidade pluviométrica.

Os índices de intensidades de produtividade por microrregião das culturas temporárias indicam maior produtividade nas micro-regiões do Litoral Paraibano, Brejo Paraibano, Agro-Pastoril do Baixo Paraíba e Piemonte da Borborema, em ordem decrescente de produtividade por micro-região. Para as culturas permanentes, a produtividade se concentra em ordem decrescente nas microrregiões do Brejo Paraibano, Piemonte da Borborema, Agro-Pastoril do Baixo Paraíba e Litoral Paraibano. Vê-se que o índice de produtividade é maior (produtividade é maior em termo de valor da produção) seja para as culturas permanentes, seja para as culturas temporárias nas mesmas microrregiões de maior precipitação pluviométrica e fora das microrregiões específicas do sisal e do algodão.

O índice = 22.82 para as culturas temporárias e = 32.85 para as culturas permanentes indicam que a produtividade (em termos de valor da produção) é maior (mais concentrada a renda) para as culturas permanentes, indicando que a adaptabilidade a concentração adversas e a distribuição do valor da produção dentro da Estado é menor nas culturas permanentes. Assim sendo, os índices de especialização indicam que, mesmo as regiões mais aptas, têm relativamente alta especialização, e produtos que tem têm poucas exigências em relação a solo e precipitação tem concentração relativamente elevada, sendo que, em algumas micro-regiões aptas, não são produzidos. Para as micro-regiões de índice tecnológico maior, de maior intensidade, ainda assim há especialização relativamente elevada para as culturas permanentes e monoculturas, mesmo para culturas temporárias (como cana-de-açucar). Isso, se por um lado, eleva a produtividade da terra em relação a uma cultura, tende a haver menor intensidade ou produtividade (renda) da terra em relação à produção global. E a produtividade da mão-de-obra tende a ser baixa pela sazonalidade do trabalho, pela baixa relação capital/trabalho, baixo nível tecnológico e baixa relação terra/trabalho, para uma larga faixa de minifúndio, dada a desigual distribuição fundiária.

Em termos de mobilidade, pode-se encontrar pequena elevação de intensidade de produção (intensidade), entre os dois períodos analisados 1974 e 1979.

Estes resultados indicam, por fim, que a reforma agrária, como distribuição de terra, fora das áreas de maior concentração do valor da produção (maior intensidade) corre o risco de repartir a miséria, enquanto a riqueza permanece concentrada essencialmente nas regiões menos atingidas pela seca: Litoral Paraibano, o Brejo Paraibano, Agro-Pastoril do Baixo Paraíba e Piemonte da Borborema.

BIBLIOGRAFIA

APEC. Manual de Localização Industrial. 3ª ed. Rio de Janeiro, 1976.

FIBGE. Produção Agrícola Municipal: Culturas Temporárias e Culturas Permanentes. Rio de Janeiro, IBGE, tomo 2 Vol. 6, 1974 e 1979.

HOLANDA FILHO, S. B. de. Estrutura Industrial no Brasil: Concentração e Diversificação. Rio de Janeiro, IPEA/IMPES, 1983.

LEMOS, J. de J., FERNANDES, A. J. & BRANDT, S. A. Produtividade de Fatores, Retornos à Escala e Desenvolvimento Agrícola. Revista de Economia Rural, Brasília, 22(3). jul/set. 1984.

MANZAGOL, C. Lógica do Espaço Industrial. São Paulo, DIFEL, 1985.

SOUSA, J. Estatística Econômica e Social. Rio de Janeiro, Campus, 1977.

 


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