Artigos de Economia

Luiz Gonzaga de Sousa

 

VARIANTE DE FRANKEL: O CASO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA

METODOLOGIA

A metodologia utilizada neste trabalho é uma aplicação das funções de produção Cobb-Douglas, transformadas pelo método de computação “Statistical Package Sciense Social (SPSS)”, em step-wise. A primeira função de produção é a agregada, para se extraírem conclusões da economia industrial brasileira como um todo. No entanto, a segunda aborda o aspecto microeconômico nacional para se observar a relação capital/trabalho de cada empresa no país. As funções empregadas têm a finalidade de testar as hipóteses que foram levantadas para a economia industrial do país, isto no que versa sobre o aparecimento de ganhos ou perdas advindos desta variável. São utilizados vinte e dois gêneros de indústria da economia para o ano de 1980, num estudo que é manipulado em corte transversal (cross section).

A estimativa da função de produção Cobb-Douglas parte da seguinte fórmula: Q = . Definindo os termos, tem-se que: = valor da transformação da industria j; = significa a variável learning by doing da indústria j; = insumo capital da indústria j; = insumo trabalho para a indústria j. O índice que designará H será estimado pela relação K/L para a indústria como um todo e para indústrias particulares, no aspecto microeconômico. Com isto, podem-se extrair algumas conclusões a cerca do learning by doing que está inserido neste trabalho, visto pela relação abordada acima, pelo ponto de vista macro e microeconômico.

Quanto ao parâmetro da variável H, relata C. E. FERGUSON (1972) que, como o modelo de K. ARROW (1961), a prática de agregar investimento, incorre-se em um custo imprevisto, sempre em forma de um "permanentemente grande número serial" de máquinas. Neste caso, tem-se uma alta razão K/L. Mas, parece óbvio que a "Variante de Desenvolvimento" de FRANKEL pode realmente ser interpretado como um mecanismo tal que learning by doing de ARROW. Para este autor, qualquer variação técnica existente está completamente incorporada nos novos bens de capital surgidos. Quando aparece um novo bem de capital na economia, incorpora-se todo conhecimento que foi desprendido. Todavia, uma vez pronto, a eficiência produtiva não mais se altera por qualquer aprendizado que venha em seguida.

No que diz respeito à hipótese levantada, objetiva-se testar que : a = 0, tendo em contra partida uma hipótese alternativa do tipo : a # 0. Com relação às produtividades marginais privadas ou sociais, elas devem ser somente positivas, porque produções maiores exigem mais capital e trabalho. Para o caso da aceitação da hipótese , constata-se o surgimento de uma influência da “Variante de Frankel” quer de maneira positiva ou não, nas condições da produção nacional. Isto indica, desta feita, a possibilidade de existência de ganhos oriundos da experiência cotidiana, montada na idéia de que se podem existir retornos de escala pelo learning from experience em uma economia empírica, ou como é comumente conhecida pelo mundo da ciência do senso comum.

No intuito de viabilizar este pequeno paper, investigaram-se os dados contidos nos censos industriais de cada estado, para todo o país, para o ano de 1980, isto quer mostrar que se trabalhou com dados secundários, notadamente na Delegacia do IBGE onde existem à disposição do público. Depois de coletados estes dados, foi-se ao computador com programa próprio para este tipo de cálculo, que se encaregou de fazer as tranformações para se obter os parâmetros de cada regressão utilizada, para servir de análise. A esta regressão foi acrescentada variável “Variante de Frankel” com a proxy relação capital/trabalho, que participou na regressão econométrica, para significar a idéia do "aprender fazendo".

Já no que diz respeito ao insumo trabalho, procurou-se seguir o critério que fosse comum a alguns trabalhos que merecem credibilidade no mundo científico da economia, pois sua medida foi tomada como sendo homens/hora ocupados naquele ano, na indústria de transformação, por gênero de atividade econômica. Os trabalhadores não ligados à produção direta foram considerados em proporção fixa relativo aos trabalhadores ligados à produção e, desta feita, excluídos da função de produção estudada. Todavia, os trabalhadores industriais ligados e não ligados diretamente à produção, são insumos não homogêneos, contudo, não podem ser agregados de maneira tão simples quanto parece.

Do mesmo modo, ao se falar em capital, trabalhou-se com investimentos fixos, tais como: edifícios, instalações, móveis e utensílios, meios de transporte, participações, marcas e patentes e máquinas e equipamentos, como medida de capital, quer dizer, os investimentos feitos em 1980 na indústria de transformação por estado e em toda nação. Denota-se, desta forma, que o capital foi tomado como se fossem gastos totais efetivados na indústria de transformação do país, e do mesmo modo, o valor da transformação industrial e estoques de capital foram medidos em mil cruzeiros, cujo trabalho em mil homens/hora, como está colocado nos censos industriais.

Com os dados estatísticos em mãos, o computador se encarregou de estimar os parâmetros das funções de produção Cobb-Douglas, que têm a seguinte forma:

1 -

2 -

cujos out puts computacionais serão apresentados na análise dos resultados a seguir. Existem alguns questionamentos quanto a validade de uma análise deste tipo, que pode ser tratada significativamente como econômica, já que há uma polêmica muito forte a este respeito e, desta forma, ser negado tudo. Oportunamente se tratará deste assunto.


Google
 
Web eumed.net

  Volver al índice de Artigos de Economia

Volver a "Libros Gratis de Economía"

Volver a la "Enciclopedia y Biblioteca de Economía EMVI"