Artigos de Economia

Luiz Gonzaga de Sousa

 

DIFERENÇAS INTER-ESTADUAIS EM EFICIÊNCIA NEUTRAL NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO: O CASO BRASILEIRO

METODOLOGIA

Este trabalho, tem como metodologia, a utilização das funções de produção Cobb-Douglas em duas etapas. A primeira será estimada, pela regressão dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO). Porém, a segunda, terá como estimação, uma regressão dos Mínimos Quadrados Restritos Linearmente (MQRL). Estas funções, terão a finalidade de testar a hipótese, de que o "grau de diversificação industrial causa diferenças de eficiência neutral inter-regionais, na indústria de transformação brasileira, para o ano de 1980", utilizando-se dados cross-sections.

A função de produção Cobb-Douglas, terá a seguinte fórmula: Sendo = valor da transformação industrial da indústria j; insumo capital da indústria j; = insumo trabalho para a indústria j e = índice de especialização industrial da região i. O índice de especialização será computado pela seguinte fórmula abaixo: Sendo o coeficiente de especialização da região i; = valor agregado da indústria j na região i; valor agregado total na região i; = total nacional da indústria j e Q = total da produção nacional.

O termo , mede a extensão pela qual a distribuição regional (estadual) do valor da produção, desvia-se do valor da produção nacional padrão. Se uma região, possui uma estrutura industrial idêntica ao todo, a região é considerada perfeitamente diversificada e o índice será zero. No entanto, para uma região, tornar-se completamente especializada, numa linha de produção, o índice aproxima-se de 100. No caso de uma medida de variação de eficiência neutral, tem-se incorporado este índice à função de produção Cobb-Douglas e isto, foi feito, para os Estados Unidos, para o ano de 1958.

A hipótese nula, a ser testada é H: c = 0, tendo como hipótese alternativa: H: c diferente de 0. No caso da hipótese nula ser rejeitada, tem-se uma evidência estatística de economias, ou deseconomias de urbanização, ou localização, se os dados revelarem a evidência de aceitação da hipótese nula. Isto indicará a eficiência, ou não, do setor industrial de cada Estado, frente ao todo nacional, pois, deverão ser implementadas

TABELA 1

Índice de Especialização Industrial para o Brasil em 1980

Estados Índices Rio Grande do Sul 0.19 Santa Catarina 0.34 Paraná 0.49 São Paulo 0.11 Minas Gerais 0.33 Rio de Janeiro 0.19 Espírito Santo 0.47 Bahia 0.41 Sergipe 0.54 Alagoas 0.43 Pernambuco 0.27 Paraíba 0.42 Rio Grande do Norte 0.56 Ceará 0.41 Piauí 0.44 Maranhão 0.49 Pará 0.47 Amapá 0.48 Amazonas 0.50 Roraima 0.44 Acre 0.48 Rondônia 0.59 Mato Grosso 0.38 Mato Grosso do Sul 0.53 Goiás 0.53 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 1980.

medidas de aquecimento, ou desaquecimento da economia industrial, no sentido da eficiência ser a meta principal.

Para a confecção deste trabalho, foram coletados dados dos censos industriais, por Estado e para todo o país, isto significa dizer que, trabalhou-se com dados secundários, especificamente, coletados na Delegacia da Fundação IBGE de Campina Grande. O valor agregado é usado pelo valor de transformação de cada indústria, o qual, tem sido ajustado pela regressão Cobb-Douglas e a variação líquida de bens acabados e os inventários no processo de trabalho, entre o começo e o fim do ano, usou-se a fórmula do índice de especialização.

Para a utilização do insumo trabalho, este foi medido em homens/hora. Significa dizer, todos os homens/hora atualmente (1980) ocupados na indústria de transformação industrial, por ramo de atividade. Os trabalhadores não ligados à produção, são considerados em proporção fixa, relativos aos trabalhadores ligados à produção e, desta forma, excluídos da função de produção. Todavia, os trabalhadores ligados à produção e não ligados diretamente à produção são insumos não-homogêneos, contudo, não podem ser agregados de maneira tão simples quanto parece.

Já no caso do uso do capital, trabalhou-se utilizando edifícios e terrenos, instalações, móveis e utensílios, meios de transporte, participações, marcas e patentes e máquinas e equipamentos como medida de capital, isto é, os investimentos feitos em 1980, na indústria de transformação, por Estado e em toda a nação. Isto significa dizer que, o capital foi tomado como os gastos totais efetivados na indústria de beneficiamento no país, quer dizer, o valor da transformação industrial e estoques de capital foram medidos em mil cruzeiros e o trabalho em mil homens/hora.

De posse dos dados estatísticos, o computador se encarregou de estimar os parâmetros das regressões Cobb-Douglas seguintes:

1 -

2 -

que serão apresentados na análise dos resultados que virá a seguir. Existem alguns questionamentos, quanto se essa situação pode, ou não, ser tratada como uma unidade significantemente econômica, mas, isto é uma discussão à parte, que noutra oportunidade será discutida.


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