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Keynes em Cambridge
1932-1935
Mario Gómez Olivares
2. As lições de Keynes em Cambridge: Da Teoria Monetária da Produção á Teoria Geral.
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2 de Dezembro de 1935
Na última e oitava lição, em 2 de Dezembro, Keynes debruça‑se sobre a teoria da moeda e os preços. Se o emprego é dado, não existe nada a dizer realmente sobre a moeda. A moeda torna‑se importante quando podem haver variações nas quantidades de recursos, i.e., em i) ambos a) emprego fixo e b) emprego variável ou ii) a) sistemas estacionários, b) sistemas em mutação, em ii) a moeda vincula as expectativas móveis relativamente ao futuro sobre o presente. Não se pode ter uma economia não‑monetária se há um activo durável em existência, e a moeda é simplesmente o activo durável cuja taxa de de juro própria é a mais alta.
Numa indústria específica observa‑se o seu nível de preços em dependência do seu output e da taxa de remuneração. Keynes sublinha que o nível geral dos preços dependerá em parte da taxa de remuneração dos factores( custos por unidade de output) e do volume de emprego.
Considerando que todos os factores estan empregados homogeneamente, i.e., rendimentos constantes e custos unitários constantes. Quando M se incrementa, e existe oferta perfeitamente elástica, o emprego ( enquanto existe desemprego) incrementar‑se‑á conforme aumenta M ( na mesma proporcão).
Quando existe pleno emprego, P e M se movem junto. Existem algumas complicações neste argumento:
i) não é correcto pressupor que a procura efectiva de incrementa na mesma proporção que a quantidade de moeda , i.e., o rendimento em termos monetários se incrementará numa proproção menor ao incremento proporcinal de moeda.
ii) se os recursos não são homogéneos, cada incremento no emprego fará crescer os custos marginais e portanto os preços antes que o pleno emprego seja alcançado. Uma incremento do emprego sem crescimento dos preços apenas é possível com uma diminição da unidade salarial[1].
iii) os custos unitários e salariais deverão crescer antes que o pleno emprego seja alcançado: there is likely to be a number of semi‑wage crises before full employment is reached. Before that some kind of labour will be in short supply and wages in some trades will go up which may stiffen opposition to monetary expansion, though some employers may be more amenable. These are the inevitable concomitants of rising employment[2].
iv) as remunerações dos vários factores que compõem os custos unitáris não crescem igualmente. Os custos de uso crescem mais rapidamente na fase do ciclo em que o equipamento é tulizado e os stocks são reducidos.
Keynes caba a sua lição introduzindo a sua equação das mudanças dos reços às mudanças na quantidade de moeda:
e = ed(1 ‑ ee ‑ eo×e0×ee×ew)
e = respostas na variação dos preços quando M muda (M×dp/p×dM)
ed = a relação entre a procura efectiva e a quantidade de moeda(M×dD/D×dM)
eo = a relação proporcional entre o output e a procura efectiva(D×dO/O×dD)
ee = resposta do emprego ao output (D×dN/N×dD)
ew = resposta da unidade salário à mudanças no emprego(D.dW/W.dD).
Se a teoria quantitativa vale, então e=1 e e = 1 se ew = 0 e ee×eo= 0(ee = 0) ou se e0=0(plenoemprego), o e = 1 se ed =1, i.e., se a velocidade é constante. Mas eo,ew, são interdependentes.
O último ponto de Keynes nestas lições é da relação entre mudanças nos salários monetários e a procura efectiva.
O argumento a favor das reducções nos salários monetários como cura para o desemprego depedende da cláusula, caeteris paribus. Keynes argumenta que se uma reducção nos salários monetários não é efectivo na mudança da preferência pela liquidez, na propensão ao consumo ou da curva de eficiência marginal do capital, nada acontecerá.
Mas uma reducção dos salários monetários poderá afectar o emprego se afecta algum destes items:
i) reduz a preferência pela liquidez, porque menos dinheiro é necessário para o motibo negócio. Analiticamente é o mesmo que uma ÙM, mas esta última é mais conveniente.
ii) uma reducção nos salários monetários irá reduzir os preços e implica alguma redistribuição nos rendimentos, primeiro do factor trabalho a outro factor dos custos ptimos. O efeito sobre a propensão ao consumo é negativa.
iii) Se a reducção esperada é vista ser temporária, ela efectará positivamente a emc, mas se ela é o pelúdio de uma nova queda esta será pouco favorável, ou que acontece, observa Keynes na práctica.
se trata‑se de uma economia aberta, um corte no salário implica robar uma quantidade de emprego de um outro pais. Mas isto provoca termos de troca desfavoráveis.
Finalmente So far as favourable factors are concerned, reductions in money wages cant be done equally well in incresing M or the level of exchanges. Mas se a situação fosse como em 1931, i.e., numa situação de padrão ouro, não se pode mudar a oferta de moeda nem depreciar a moeda, de modo que cortando o salário monetário ter‑se‑á durante algum tempo uma situação desfavorável, uma depressão progressiva mas eventualmente causará uma recuperação.
[1] Keynes era partidário do re‑emprego gradual e prudente afim de não produzir ´bottlenecks`, caso contrário teria-se subida dos preços como resultado da não‑homogeneidade e não. intercambialidade.
[2] Idem, p. 181.