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Keynes em Cambridge 1932-1935
Mario Gómez Olivares

2.         As lições de Keynes em Cambridge: Da Teoria Monetária da Produção á Teoria Geral.

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20 de Novembro de 1933

 

Keynes inicia a sua sexta lição em 20 de Novembro de 1933, com a seguinte observação “ I have so far given you mainly symbols and definitions and truisms, which are barren of content. In this lecture I shall try to give you much of the real sub­stance of my remarks, and shall rather rush through to my conclu­sions[1].

Y = C + I = E + Q é um mero truismo, o único elemento do mundo real é a conclusão que  Q e  N se movem juntos, i.e., que um aumento no volume de emprego está associado a um aumento nas quase-rendas. Desde que:

Q =  I + C -  E. As quase-rendas se incrementam se I e C se incrementam mais rapidamente que E.

Desde que  Y =  E +  Q =  C +  I.  O problema que se levanta é o que determina o rendimento. A menos que  Y consista apenas de um  E existirá um incremento de Q e de N. Salvo em caso limites, geralmente  Y e  Q se movem juntos de modo que  Y =  C +  I. Keynes diz “ we must assume, relating people´s consumption to their income, the not universally  satisfactory but normal psy­chological law that a change in consumption is less than the change in income, that is,  C <  Y. Isto é, quando o Y se incre­menta a comunidade no seu conjunto não gasta o incremento total­mente em consumo”[2].

Esta lei psicológica não é apenas importante para a estabilidade do sistema, significa também que se a propensão ao gasto é de tal modo que  C <  Y, então  Y só pode ser positivo se  I é positivo. Existem duas variáveis; primeiro, o consumo ou propensão ao gasto, a relação do valor de C correspondente a cada valor de Y, que depende não apenas em Y mas das expectativas( C=Ó[Y, Y]). Se o estado das expectativas é dado, então para cada Y existe correspondentemente um C e  consequentemente escolhe-se um par de valores que tomando conta do dado I, Y = C + I sustém-se. Por hipótese, assim que Y desce, C desce mais lentamente e assim como Y sobe, C sobre a diferentes taxas, então existirá um conjunto de valores de C e de  Y que satisfaze Y = C + I. Se a propensão ao gasto e as expectativas são dadas, então Y é gover­nado por I[3].

O ponto fundamental é que toda a produção é para o propósito de satisfazer eventualmente o consumo. O valor dos activos de capital consiste no seu poder de satisfazer o consumo num determinado tempo ou outro. Os dois factores que determinam o seu valor são as expectativas sobre o consumo futuro e a taxa de juro. O valor de um activo de capital pode subir se as expectati­vas sobem ou se a taxa de juro desce.

Se se pressupõe custos crescentes para o incremento do investimento( hipótese de curto prazo), I será positivo se o valor do activo de capital se incrementa. O ponto de vista tradi­cional sobre a poupança é de que quando se gasta menos que o rendimento, i.e., que a poupança aumenta, existe um incremento da procura de meios de investimento[4]. Uma queda no consumo provoca um aumento do investimento porque aumentam os preços dos bens de investimento. A ideia  é de que se uma pessoa se abstém de consu­mir utiliza o dinheiro na compra de um título (Consols‘) o que conduz a descida da taxa de juro. Essa abstenção de consumo de hoje representa a sustituição de um consumo para o futuro, pelo que o incremento em investimento é em sustituição de um consumo esperado futuro. O argumento de Keynes é de que um acto de poupança, ou consumo diferido, se diminuem as expectativas das vendas dos empresários preparando um almoço para hoje, sem que se incrementem as expectativas de aqueles que preparam o almoço da próxima semana. A natureza da poupança é que: i) existe uma procura futura não especificada, ii) existe uma data não especif­icada  de aceitação do reembolso e iii) não existe garantia que a procura será realizada[5]. Pelo que se a taxa de juro não se ajus­ta, existirão dificuldades.

O efeito da poupança nos empresários é pior: “In fact investment is carried on by people who kid themselves as to their power of prophecy. Investors follow a ‘social convention of throwing[forward] present facts and make very exact forecast into the far future which are very influenced by the present situa­tion[6]“.

Concluindo a lição, Keynes observa que poupança e investimento são sempre iguais. No equilíbrio, o rendimento é fixo a um nível que se poupa uma quantidade igual àquela que se investe:

Y = I + C  e Y = S + C

O sistema empresarial oferece a cada momento a quanti­dade de emprego suficiente que criará uma quantidade de rendimen­to, que faz com que as equações sejam verdade “ Of course, entre­preneur [make mistake and] is wrong will experience appreciation or depreciation [of their capital], but in the short period such appreciation and depreciation can be neglected[7]. Só se muda o rendimento mudando as expectativas dos empresários “ This roughly gives the mechanics of the Entrepreneur economic system[8].


 

[1] Idem, p. 111.

[2] O que implica que se DC > DY, existe instabilidade, i.e., D Y = D C + D I, um incremento em Y implicaria um decréscimo de I. Keynes observa que em casos de inflação(exemplos de Rússia e Alemanha)cada incremento em Y conduz a antecipações no consumo cada vez mais rápida.

[3] Como isto sucede Keynes relega para futuras lições.

[4] Keynes se refere ao ponto de vista de Robertson expresso em " Saving and Hoarding", Economic Journal, XLIII, September 1933, pp. 399-413.

[5] Keynes terá dito que como os economistas clássicos pensam que a poupança é a distribuição do consumo no tempo, se isso fosse assim não existiriam flutuações na procura efectiva. 

[6] Idem, p. 116. Esta é uma ideia que Keynes irá a modificar radicalmente na versão final da Teoria Geral, nomeadamente, admite que essa convenção social é perversa para o cálculo da eficiência marginal, adicionando que esse cálculo é muito difícil.

 [7] Idem, p. 116.

[8] Idem.