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Keynes em Cambridge 1932-1935
Mario Gómez Olivares

2.         As lições de Keynes em Cambridge: Da Teoria Monetária da Produção á Teoria Geral.

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13 de Novembro de 1933

 

Na quinta ‘lecture‘ em 13 de Novembro de 1933, Keynes continua os problemas de terminologia iniciados na última lição:

Y = E + Q = C + I. O rendimento é igual a receitas( ‘earning‘= rendimentos dos factores de produção) plus quasi-rendas.

O conceito de poupança muda por causa da mudança introduzida no conceito de rendimento. Poupança é Y - C. Por rendimento entende-se os rendimentos dos factores de produção plus as quase-rendas, i.e. o rendimento retido dos capitalistas e empresários. As quase-rendas significam: i) o incentivo em termos de expectativas de longo prazo conducentes a utilizar novo equi­pamento de capital, ii) incentivos em termos de expectativas de curto prazo que levam a utilizar equipamento existente, iii) as receitas líquidas realizadas de output específicos, que o modo usual de considerar as quasi-rendas[1].

Poupança  é Y - C = E + Q - C. No ‘Treatise‘ a poupança é S‘= E + Q‘ - C, onde Q‘ é igual ao fluxo de quase rendas considerando as expectativas de longo prazo. Pelo que se refere ainda ao conceito de poupança de Keynes nesta lição  agrega que um crescimento da poupança S incorpora os ganhos eventuais de curto prazo, i.e., o movimento das quase-rendas que resultam das expectativas de curto prazo.

A despesa(disbursement) inclue a despesa dos consumi­dores e a despesa pública e é o excesso de dotação inicial de moeda plus o rendimento por sobre a dotação final de moeda, i.e., D = M + Y + M1. Nesse sentido D pode ser igual, menor ou maior que o rendimento. No caso de instituições que não recebem rendi­mentos, as despesas são iguais as mudanças na dotação de moeda. Para as empresas que recebem rendimentos, a despesa pode ser vista como rendimento positivo no que mantém e negativo se dis­tribuem mais. Para os bancos que criam moeda comprando activos, a sua despesa é igual ao incremento dos seus activos.

Se para um indivíduo a despesa não é necessariamente igual ao seu rendimento, para a comunidade como um todo D = Y:

Y = E + Q = C + I = D; S = E + Q - C = Y - C

Parece um paradoxo o facto de D = Y para o todo. Como compatibilizar as liberdades individuais com o imperativo de igualdade para a comunidade. A decisão de um indivíduo gastar depende de que exista alguém que toma a decisão oposta. Dai que deva existir um sistema de preços e rendimentos que é compatível com o facto de todos os indivíduos estarem a tomar decisões a vários níveis de preços e rendimentos de quanto vender e quanto comprar. Os preços( e os rendimentos) devem estar a um nível em que  o desejo agregado de comprar iguala  o desejo de vender. Esta, diz Keynes, é a uma das características fundamentais do sistema monetário[2].

O sistema de preços e de rendimentos é um ‘determi­nand‘ e não um ‘determinar‘-”it must bring itself into adjuste­ment[3].

Keynes introduz a continuação a distinção entre um câmbio na despesa de um indivíduo, chamada propensão à despesa, que é previsível distinguindo-a da que não é previsível. A que é previsível se reflecte em Y; os produtores iniciam uma produção na escala para àqual o retorno iguala a despesa antecipada que o satisfaz. Se D decresce previsivelmente, Y decrescerá. Se o decréscimo de D não é previsível ( de algumas despesas indivi­duais), então desde que a despesa agregada não pode mudar, mudará a despesa de alguns indivíduos, o que realiza pela mudança de preços alterando o montante de apreciação do período. Uma mudança não-previsível de D não pode acontecer sem uma mudança em outra despesas individuais. Normalmente uma mudança na despesa é uma mudança antecipada. Uma mudança quando não é antecipada é às custas de uma parte da riqueza de algumas despesas individuais, antes que às custas do rendimento, i.e., o efeito de uma diminuição da despesa previsível deverá diminuir os rendimentos, enquanto que se é imprevisível deverá causar perdas fortuitas aos produtores e depreciação de capital.

Em relação à quantidade de moeda. Um indivíduo pode mudar a sua quantidade de moeda mas a sua liberdade deve harmoni­zar-se com o nível agregado em que a quantidade agregada de moeda procurada iguala a oferta agregada. O entesouramento agregado é igual a zero, a menos que a quantidade de moeda esteja mudando, e desde que os preços não mudem ( ou mudarão até que H1=H²). Keynes observa que “ In a sense it is the individual‘s propensi­ties to disburse which seem to be the mainspring of the economic machine. They are subject to individual decisions and it is on such bases that individual employers decide upon the volume of output, employment and income”..”For a while there are forward and backward reactions, it is the expectation of disbursement which determines income and the decision formed as a result of this which leads to employment[4]“.

As equações fundamentais, como truismos permitem inventariar (‘check‘) as conclusões:

Y = E + Q = C + I = D

S = Q + (E-C) = I

S‘= (E-C), assim

Q = S - S‘.

Existe uma diferencia entre as coisas serem iguais ou serem idênticas. Ainda que, S=I e D=Y tem para os indivíduos significados diferentes. Q = I - S‘ é igual à quantidades de economias(poupanças[5]) e S‘ é igual às economias, i.e., se a comunidade está economizando quando o consumo esta diminuindo mais que os custos variáveis. Isto é, se Q > 0, O > 0 se as empresas têm as mesmas curvas de custo e se o equipamento de capital é fixo ( hipótese de curto prazo), quando O > O, a mudança do emprego,  N é também positiva. Portanto, Q,  O,  N têm o mesmo signo. Se as firmas têm as mesmas curvas de custo,  N > ou = ou < que  O como  I > ou = ou <  S´. Em adição  I =  D - C e  S´=  E-  C, de modo que  I- S´=  D -  E=  Q. A teoria clássica entende que Q é constante e que   Q é zero, de modo a menos que exista alguma mudança no sistema,   N será zero. O que quer dizer que para Keynes o emprego aumentará, diminuirá ou se manterá constante, se a mudança no investimento será maior, menor ou igual à mudança na poupança.


 

[1] No `Treatise` só considera as quasi-rendas na primeira acepção, i.e., do incentivo que as expectativas de longo prazo levam ao empresário a comprar bens de equipamento.

[2] Deve entender por sistema monetário um sistema monetário da produção.

[3] T. Rymes,  " Keynes`s Lectures 1932-35: Notes of a Represen­tative Student", MacMillan, 1988, p. 109.

[4]  Idem, p.110.

[5] S` é a definição do `Treatise', não inclui as quasi-rendas condicionadas pelas expectativas de curto prazo que modificam a utilização do equipamento existente.