Google
En toda la web
En eumed·net






Keynes em Cambridge 1932-1935
Mario Gómez Olivares

2.         As lições de Keynes em Cambridge: Da Teoria Monetária da Produção á Teoria Geral.

 

6 de Novembro de 1933

 

A quarta lição de Keynes de 6 de Novembro de 1933, inicia com problemas de terminologia, lançando o problema: qual é o grau de precisão utilizável em economia? Existe o perigo de cair em escolasticismo “ the essence of which is treating what is vague as what is precise[1]“. A generalização de cobrir todo é impossível e impracticável. Generalização em economia é pensar por exemplos, não por generalização. Não é possível a utilização da lógica mecânica. Existem duas razões para o escolasticismo: primeiro, nos estádios prematuros do desenvolvimento de uma teoria, os argumentos, as pessoas que discordam, levantam objecções porque não conhecem o resultado, i.e., é um expediente persuasivo. Segundo, porque enquanto se desenvolvem os pensamen­tos de modo correcto no estádio prematuro do trabalho teórico, o esforço de expressa-los de modo escolástico fazem com que a própria cobertura (fluffiness)seja mais real e portanto indiquem lacunas no pensamento. A precisão no pensamento vem no fim do argumento.

Na teoria económica se discutem grupos de objectos complexos, desejando reduzi-los a unidades homogéneas. Por exem­plo, o output é um conceito heterogéneo que se quer reduzir a um conceito homogéneo, avaliando-o i) em termos de moeda ou ii) em termos de emprego(que não é homogéneo).

Se se determinar o output de uma firma, a teoria clássica será suficiente. Como esta-se a tratar do curto período. A distinção entre curto e longo período é quando o capital da firma permanece o período em que o emprego na firma varia. Se a decisão determinando o capital da firma é tomado, fica o problema adicional de saber quanto emprego será requerido, i.e., uma     decisão relativamente aos custos variáveis ou rendimentos.

O custo variável, E, é o custo que o empresário com­promete-se quando toma a decisão de contratar pessoas. Quando realiza a decisão pretende vir a obter resultados de vendas, i.e., tem expectativas. O excesso das expectativas das vendas sobre os custos E é Q as quase-rendas esperadas:

E + Q= Y, Y são as receitas esperadas das vendas, Q repre­senta as expectativas dos empresários para o período do output corrente. Num caso normal, os custos marginais crescem quando o output cresce, não há incentivo à expansão do output a menos que o preço do output esperado cresça o suficiente  para fazer cres­cer o valor do output marginal. Marshall quando se referia as quase-rendas considerava o curto período e não as expectativas de longo prazo do equipamento.

Existem dois tipos de expectativa face as quais as firmas tomam decisões. As expectativas de longo prazo determinam as decisões relativamente ao capital fixo, à organização da firma. O critério é de que a vida do equipamento é maior que o período de variação no emprego. As expectativas de curto prazo conduzem à firma a decidir a intensidade da utilização do equipa­mento na produção corrente e o emprego. As firmas tomam a decisão sobre o volume de emprego que maximiza os lucros.

Keynes discute a seguir o output corrente. A dificul­dade reside na heterogeneidade das coisas que determinam o output corrente. Uma precisa definição do valor esperado das vendas do output corrente deve considerar: i) o valor esperado das vendas dos objectos consumíveis no período, ii) o valor de mercado esperado do equipamento de capital eventual sobre o valor pre­sente do equipamento de capital presente(substraido a depreciação do capital, mas não a obsolescência imprevista ou a mudança imprevista do valor da moeda) e, iii) o excesso de expectativa do valor eventual do capital de trabalho sobre o valor presente desse.

O rendimento consiste num valor esperado. A é apreciação casual durante o período. O valor de A é o excesso do valor das vendas actuais em consumo mais o valor das vendas actuais de bens de capital existente no fim do período do valor das vendas esperadas de ambos( bens de consumo e bens de capital).

Supondo:

X1 o valor inicial do capital

X² o valor eventual do capital

X‘² o valor esperado do capital

C igual o volume de consumo( valor das vendas actuais de bens de consumo)

C‘igual o volume esperado de consumo( o valor das vendas esperadas de bens de consumo)

Então:

Y = X‘²+ C‘- X1, e

A = X²+ C-X‘²- C‘ é a apreciação fortuita, de modo que o investimento, I, do período é quando:

I + A = X² - X1 ou I= X² - X1 - A. Pelo  que I = Y - C = rendimento menos o consumo actual.

O consumo é uma função do rendimento e da apreciação fortuita( windfall), C=Ó(Y,A). A é bastante importante na medida em que toma devida conta dos activos no fim e no início do período[2]. O rendimento é o rendimento de expectativa e ± A repre­senta o rendimento finalmente obtido. Esta formulação, diz Keynes permite resolver duas críticas: i) O output do próximo período não está determinado exclusivamente pelos preços, mas pelas encomendas de stocks e, ii) a formulação toma em consideração a crítica de Robertson relativamente á data que refere o rendimento considerado no período de produção[3].


 

[1]Idem, p. 101.

[2] Isto deve resultar das críticas de Hawtrey ao `Treatise', pela não considerar a possibilidade de com S-I variar, em vez ou exclusivamente em vez de variar is preços, também variarem os stocks.

[3] Nas notas dos alunos encontram-se frase como: " the actual sales value of current output, as explained before, cannot defi­nitely be found. And the actual result of a given period, of course, influence the anticipations for the next" ( Fallgatter); Income is the expectation that induces you to do what you are doing ( Bryce), in  T. Rymes,  " Keynes`s Lectures 1932-35: Notes of a Representative Student", MacMillan, 1988, p. 106.