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Keynes em Cambridge 1932-1935
Mario Gómez Olivares

2.         As lições de Keynes em Cambridge: Da Teoria Monetária da Produção á Teoria Geral.

 

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24 de Outubro de 1932

Na terceira lição de 24 de Outubro de 1932, Keynes adiciona duas notas sobre a aula anterior. Primeiro, Keynes propõe considerar a depreciação do capital no rendimento bruto ou output. Segundo sobre a distinção emtre permuta e despesa, Keynes diz que a velha equação quantitativa  utiliza tanto permutas como despesas. Em vez de  MV= X ( permutas) + D (despesas), pretende MV= ¶O, onde ¶ é o preço do output. A velha equação esconde, diz Keynes, o que se pretende conhecer sobre as mudanças na despesa. A seguir Keynes discute duas proposições:

i)   deve existir harmonia entre o desejo individual de manter uma determinada quantidade de dinheiro e a necessidade de manter a quantidade de dinheiro total regulado, isto porque E ( rendimentos de eficiência) e ¶ ( nível dos preços) são variáveis determinadas pela quantidade de dinheiro criada pelos bancos e pelo o desejo de manter dinheiro de todos os indivíduos, o que irá a reflectir-se na distribuição da moeda e os rendimentos monetários dos indivíduos.

ii)  enquanto que cada indivíduo tem a liberdade de fixar a sua despesa, a despesa agregada deve ser igual ao rendimento i.e., a libertade individual e a despesa agregada constante reconciliam-se como na teoria bancária. Com estas duas proposições Keynes orienta os argumentos na linha das definições da aula anterior.

Despesa D = I + F= E‘= E + Q; Q = I - (E - F), asssim Q = I - S, considerando as mudanças nas taxas[1]:

DQ = DI + DF - E = DI – Ds = DD (se os rendimentos são constantes). As mudanças na taxa de lucro são iguais as diferências entre a mudança na taxa de investimento menos a mudanças na taxa de poupança. Se os rendimentos, se mantem constantes, DO e DQ se movem juntos, mas como os rendimentos não são constates, não se pode fazer uso de DQ = DD. Estas definições são truismos, mas para Keynes existe “ a danger in economics of saying things if truism are unimportant and if are not important. The whole of mathemat­ics is a truism and truism help to clear one‘s mind[2].

Mas porque S=E-F em vez de S=E‘- F?; Keynes pensa que S está mais cerca do conceito corrente de poupança e que a poupança agregada forçada é S‘= E‘-F, enquanto que a poupança voluntária é S. pelo que S‘=I, sendo S‘ o surplus ou rendimento surplus. O surplus de rendimento sobre a despesa deverá ser igual ao investimento corrente. S‘e I são idênticos. Cada incremento na despesa, incrementa  o rendimento ‘and so on‘. 

A poupança é o que acontece de modo a fazer com que mais investimento seja possível, ao nível de preços existente, por isso S e não S‘. A poupança pode ser S‘=S+Q, i.e. a poupança se separa numa quantidade quando existe equilíbrio e uma quanti­dade quando os preços estão fora do equilíbrio.

S=S1+S². S1, S2 e Q correspondem as definições de ‘lack­ing‘ utilizadas por Robertson. S2 e Q  podem ser consideradas como poupança forçada( com inflação) ou Q soazinha. Mas o termo de poupança forçada não é utilizada por Keynes, nem este inclui os lucros ocasionais devido aos aumentos dos preços do output corrente da poupança real.

Keynes levanta o problema, se aumenta o investimento aumentará o surplus? Imaginando um aumento no investimento, com mais trabalho na produção de bens de capital novos e menos empre­gados na indústria de consumo, de modo que os rendimentos totais não mudam. Se uma quantidade, que não muda, é realizada como despesa em bens de consumo, os seus preços vão aumentar até um nível proporcional ao incremento em investimento. Os produtores de bens de consumo recebem um extra destinado a financiar os custos incrementados.

Imagine-se por hipótese que não todos gastam a mesma quantidade como antes. O público procura manter o mesmo nível de vida, gastando uma parte maior do seu rendimento e os empresários sentem-se mais ricos, gastando também mais. Os preços dos bens de consumo, se mantém ainda altos pelos incremento da despesa e os lucros da indústria de consumo são justamente os necessários para financiar o novo investimento de modo a balancear a perda de poupança. A igualdade entre surplus e investimento se mantém, qual for a despesa do público e dos empresários, i.e., S‘= I. O que muda é o preço dos bens de consumo.

Se I permanece igual, o que determina S é o nível dos preços[3]? Um incremento de S para um determinado I, permite um nível de preços mais baixos.


 

[1] Os símbolos são os mesmos do `Treatise`, com F representado a despesa em consumo.

[2]  Idem, p. 61.

[3] Keynes construi o raciocínio com o output constante.