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Economia Industrial
Luiz Gonzaga de Sousa


 

CAPÍTULO VI

 

 

AS POTENCIALIDADES REGIONAIS

 

 

            A economia industrial de um país com extensão muito grande envolve estudos setorizados para que os investimentos que devem ser executados possam utilizar as potencialidades regionais, e, é, neste sentido, que as condições naturais de cada região de um país qualquer está em função direta com as possibilidades de investimento que o processo de industrialização necessita para que haja viabilidade na economia doméstica. A dimensão de uma nação propicia condições para uma dinâmica, que haja uma criatividade empresarial do ponto de vista industrial porque, como já foi mencionado anteriormente, a tecnologia industrial nos últimos anos vem se desenvolvendo numa velocidade muito grande, pois todos os avanços que a sociedade vem tendo na atualidade são decorrentes de investimentos em tecnologias. Sem dúvida, essa tecnologia deve vir acompanhada de investigações que radiografe a situação de cada ambiente industrial, com a utilização das condições próprias de fauna e flora da localidade, onde a indústria está locada e sem adulterar o meio ambiente que muitas vezes é esgotável.

            Geralmente, pensa-se em importações de mercadorias e até mesmo importação de insumos e matérias-primas para a montagem de fábricas, onde só se utiliza a mão-de-obra e os investimentos que o Estado promove a quem quiser se aventurar na implantação de sua empresa em lugares onde aparentemente não se produz nada, mas ao se analisar com detalhes existem muitas potencialidades que devem ser exploradas. Inegavelmente, as descobertas das propensões de certa região envolvem o nível de investimento muito alto e pode-se até dizer, sem um retorno de longo prazo, não despertando aos investidores que buscam lucros imediatos e isso é muito difícil quando se tem que fazer pesquisa e criar demanda para mercadorias que são muito comuns para uma demanda emergente. O empresário do mundo industrial das grandes corporações é que tem condições de se arriscar, ou se aventurar na demanda de mercado de produtos que precisam formar clientela e isto leva tempo e um desprendimento muito grande, quanto a um estudo da teoria do consumidor para tal fato, assim como sua aplicabilidade no dia-a-dia do comércio.

            Ao abordar a questão regional, quanto aos mercados industriais deve se explicitar que, uma nação de dimensão continental envolve facilidades ou dificuldades que dificultam ou ás vezes beneficiam determinadas localidades, pois, desta forma, explicita RICHARDSON[1] quando demonstra que

(...) algumas regiões podem apresentar acesso aos insumos e aos mercados favoráveis somente em relação aos mercados internos, ao passo que outras, com pouco acesso a insumos e aos mercados internos, podem mostrar considerável crescimento como resultado de terem uma posição nodal em relação a fontes e mercados externos. Embora as regiões variem muito no que se refere ao potencial de desenvolvimento, o acesso favorável aos mercados externos pode ser um pré-requisito da prosperidade regional. (...).

Desta forma, não se pode deixar de lado a questão dos transportes de carga, quanto ao estudo de uma localização industrial, ao considerar que as disponibilidades de recursos, de insumos e até mesmo de mercado consumidor, é que dinamiza o desenvolvimento de uma economia industrial.

            Como é de conhecimento público, um país muito grande está dividido em regiões, com condições diferentes de produção e povos com hábitos e costumes também distintos, que convergem para produções diferenciadas, bem como empresários trabalhando em indústrias de tamanhos pequenos, médios e grandes empreendimentos, com ênfase maior para as corporações de grande porte pelas suas condições de poder. Neste sentido, é que está a importância de trabalhar a questão das condições das regiões em um país qualquer, tendo em vista que o tratamento industrial difere de localidade para localidade, num aproveitamento correto da mão-de-obra, das matérias-primas, dos materiais secundários e uma série de outros fatores que são próprios de cada região onde a indústria está implantada. A questão da regionalização envolve investimentos diferenciados e ás vezes numa soma muito alta para criar estrutura produtiva condizente com as disponibilidades daquela situação que está sendo utilizada como elemento importante dentro da economia, especificamente dentro do elo do setor industrial de transformação com as aptidões locais.

            Implementando um pouco mais quanto á esta questão regional dos investimentos nos diversos recantos de um país, especialmente se ele for de grande dimensão, verifica-se em DURÁN[2] que

os governos regionais e locais [o caso do México] reagiram de maneira heterogênea frente a este menor gasto do governo central e com isso se criou uma maior disparidade no âmbito regional, gerando-se uma maior divergência nas brechas de crescimento regional, especialmente em matéria de industrialização. Esta situação se reproduziu no mundo em desenvolvimento, em todos aqueles países que optaram por um ajuste no gasto estatal como resposta á crise da dívida. No caso mexicano, o grau de divergência aumentou de maneira substantiva. O produto por habitante do Distrito Federal (que é o mais elevado do país), era quatro vezes superior ao de Oaxaca (que é o mais baixo do país) na metade dos anos oitenta; como conseqüência do incremento das divergências regionais, para 1998 esta relação aumentou seis vezes mais.

Aí está uma problemática quanto a uma divisão dos investimentos regionais de maneira diferenciada, pois seus efeitos no processo de industrialização são desastrosos, tendo em vista emperrar o mecanismo de crescimento das outras indústrias, especificamente as pequenas e médias.

            Se os empresários olhassem as condições naturais da economia industrial de cada localidade, talvez as coisas não fluíssem de maneira tão desastrosa como acontece no cotidiano e na programação da economia industrial dos tempos modernos. Pois, está claro também que os ganhos de investimento, em alguns casos, são de médio e longo prazo, portanto, difícil para aqueles que precisam de acumulação rápida. Neste sentido, os programadores de economia industrial devem pensar na utilização das potencialidades de cada localidade, para que o nível de investimento possa ser direcionado para um desenvolvimento equilibrado nas diversas partes de uma nação e todos crescerem harmoniosamente, dentro das condições setorizadas e sem sacrifício de uma estrutura que tenha alto índice de desperdícios. Finalmente, a economia industrial é o fator dinamizador de crescimento econômico, cujas bases estão na agricultura como fonte de matérias-primas e nos serviços como viabilizador do processo de beneficiamento que a economia industrial pratica para atender a uma demanda carente.

            As condições locais ou regionais são fundamentais para se obter um desenvolvimento industrial sustentável, sem xenofobismo, porém procurando uma integração sem o sacrifício dos nativos que tanto lutaram para ter suas existências melhores inseridos no mundo moderno. Para tanto, verifica-se em RUEDA[3] que,

é primordial que na busca do desenvolvimento econômico regional se impulsione a indústria não só mediante o emprego maquilador. É necessário dar suporte ás indústrias naturais e com vocação que gerem o crescimento endógeno da economia do Estado, de tal maneira que permita reduzir o risco existente pela presença de transnacionais e, ademais, evitar a excessiva dependência do exterior. A política econômica de tal região deve mediar-se entre o crescimento exógeno e o crescimento endógeno.

Dentro deste pensamento, tem-se a utilização da região como fator de desenvolvimento, na utilização das aptidões locacionais, que demonstra a sustentabilidade dos recursos existentes na região sem perder o contar com a economia externa e isto é importante para um sistema aberto para um crescimento conjugado.


 

[1] Harry W. RICHARDSON. Economia Regional (Teoria da localização, Estrutura urbana e Crescimento Regional). Rio de Janeiro, ZAHAR, 1975, pp. 335-336.

[2] Clemente Ruiz DURÁN. Mejores Prácticas para el Desarrollo Industrial Local. Revista El Mercado de Valores. Octubre 2000, p. 28.

[3] LourdesAmpudia RUEDA. Localização Industrial y Reconfiguración Económico-Espacial de Chihauhua, 1980-1999. México, Rev. El Mercado de Valores, Año LX, Edición 10/08/2000,  p. 66.


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