¿Buscas otro libro?
Buscalo aquí:
Amazon Logo





 

 

Pulse aquí para acceder al índice general del libro.

Esta página muestra solo parte del texto, y puede carecer de formato, notas, fórmulas, esquemas, tablas o gráficos.
Pulse aquí para bajarse el libro completo en formato DOC (270 páginas, 1600 Kb)

Economia Industrial
Luiz Gonzaga de Sousa


 

CAPÍTULO II

 

O COMPORTAMENTO DO EMPRESÁRIO

 

 

            Não há como negar que o comportamento industrial é compreendido como o entendimento da atuação empresarial, isto é, aquele que toma decisões neste processo, os efeitos destas decisões como um todo, desde as pequenas até ás grandes corporações, que têm uma extensão muito larga, na abrangência do mercado e do emprego da mão-de-obra na economia industrial. Na estrutura industrial se não existe a habilidade do empresário, fica muito difícil a eficiência de uma produção com distribuição, ao considerar que aquele que toma decisões deve viabilizar a sua produção, na certeza de que o gerado vai ser seu destino, isto significa dizer, ser consumido, mesmo que não seja a curto prazo, tal com acontece com produtos que são estocados. Nisto se verifica a importância dentro do complexo industrial que está sempre se dinamizando, ao buscar sempre qualidades e novidades para os consumidores exigentes.

            Ao trabalhar com a questão do comportamento empresarial, verifica-se que o empresário é algo mais incompreensível do que se imagina na realidade. Isto significa dizer que o empresário não é um administrador e nem um gerente, tal como seu conceito original. O empresário é alguém que vive observando a realidade econômica com vistas a dinamizar o processo produtivo e melhor distribuir a produção na cadeia do ambiente do consumidor, sendo aquele que viabiliza o processo econômico em todos os sentidos. O empresário pode estar fora da empresa e ser muito mais útil que o administrador, ou gerente em si, porque o processo criativo e inovador parte daquele que descobre os nichos mercadológicos, ao dinamizar o sistema econômico, nas suas mais diversas aptidões, produtivas e consumistas, aos diversos recantos do mundo.

            Ao tentar mostrar mais claramente o que, na verdade, delimita a concepção de empresário, na verdadeira acepção da palavra, ADELMAN[1] no seu livro Teorias do Desenvolvimento Econômico explicita que

a única característica que distingue o empresário é que ele é inovador. Por forçar os meios de produção para novos canais, ele fornece a liderança econômica que serve como ponta de lança de uma mudança dinâmica descontínua. O empresário puro não é, necessariamente, o cabeça do negócio, e pode mesmo não está associado permanentemente a uma determinada firma.

Neste sentido, tem-se que o empresário é de fundamental importância na dinamização da estrutura industrial, ao se compreender a sua convocação de empreendedor, de inventor de novidades e de sempre inovar ou imitar, para uma maior participação no mercado.

            De maneira geral, pensa-se que o empresário vive em busca de altos lucros comerciais. Na verdade, isto nem sempre acontece, devido á imperfeição do mercado e processo competitivo muito intenso nos tempos modernos. O empresário tem outros objetivos além dos lucros, como mostra SCHUMPETER[2], quando diz que

antes de tudo, há um sonho e a vontade de fundar um reino particular, embora, não necessariamente, uma dinastia. (...). Depois há o desejo de conquistar; o impulso de lutar, para provar a si mesmo que é superior aos outros, ter sucesso, não pelos frutos que podem daí advir, mas pelo sucesso em si. Finalmente, há a alegria de criar, de realizar as coisas, ou simplesmente de exercitar sua energia e engenhosidade.

Essa visão de Schumpeter caracteriza o empresário, não diretamente como administrador, nem tão pouco como diretor, porém como aquele que viabiliza os resultados da produção, sentindo os anseios do mercado ao dinamizar o seu desenvolvimento.

            Numa economia imperfeita, ver-se que predomina uma estrutura industrial com grandes, médias e pequenas indústrias e porque não dizer de micros que também participam do processo produtivo, mesmo sabendo que estas últimas sejam abundantes em tempo de crises econômico-sociais. Nas pequenas e micros indústrias, o empresário coincide com o proprietário, por serem estabelecimentos pequenos, que não necessitam de profissionais de fora da família, entretanto, nas médias e grandes, já com tamanhos maiores, o empresário é fundamental para uma melhor dinamização da indústria. Como já foi demonstrado, por diversos economistas, o empresário é de importância incalculável, numa indústria, pela adaptação de novas técnicas e criação de novas maneiras de trabalhar novidades para o consumidor.

            Em contraposição ao conceito schumpeteriano, verifica-se em HOSELITZ[3] que

o conceito de função empresarial elaborado por Schumpeter modificou-se á luz da evolução das últimas décadas, especialmente nos países asiáticos e africanos. A maior parte da liderança empresarial, nestes países, é, ou pode ser, exercida por administradores de grandes empresas privadas ou públicas ou por empresários de pequeno ou médio porte. Raros deles são inovadores, no sentido de Schumpeter. A técnica aplicada é sempre de origem estrangeira. As praxes jurídicas e comerciais são geralmente adaptadas das práticas de nações economicamente mais evoluídas. Freqüentemente, os artigos produzidos são imitações dos bens de consumos das nações mais avançadas.

Inegavelmente a filosofia do empresário de Schumpeter tem tido alguma modificação ao longo dos tempos, mas, não no sentido depreciativo ao conceito de SCHUMPETER, mas no que respeita á visão do modo de enxergar o mercado e a forma de abrir nichos para o crescimento da empresa.

            Portanto, não se pode pensar em produzir somente pelo fato de produzir, sem uma preocupação se essa mercadoria vai ter seu destino final, o consumidor, que precisa satisfazer suas necessidades com novidades, ás vezes psicológicas, e, preços condizentes com seus salários pequenos, medianos ou altos. O empresário, na verdade, é quem dinamiza a economia industrial, e porque não dizer, a economia como um todo, tendo em vista que os outros setores estão ligados com o setor de transformação e beneficiamento de produtos que ainda se apresentam in natura. Sem o empresário, aquele que ver as falhas de mercado, que faz o elo entre a produção e a distribuição, não existiriam condições quase perfeitas de uma eficiência na economia, porque uma produção que não tem seu consumo, não progride, não se renova e não se dinamiza numa competição igualitária e proveitosa para todos os que atuam no mercado tanto de fatores como de produção.

 


 

[1] Irma ADELMAN. Teoria do Desenvolvimento Econômico. Rio de Janeiro, FORENSE, 1972, p. 99.

[2] J. A  SHUMPETER. The Theory of Economic Development. Cambridge Mass.: Harvard University Press, 1939, p. 74. 

[3] Bert F. HOSELITZ. O Elemento Empresarial no Desenvolvimento Econômico. Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, 1965, pp. 82/83.

 


Volver al ÍNDICE

Volver a LIBROS GRATIS DE ECONOMÍA

Volver a la ENCICLOPEDIA DE ECONOMÍA EMVI

Google
 
Web eumed.net