Observatorio Economía Latinoamericana. ISSN: 1696-8352
Brasil


FLUXO DE CAIXA: A NECESSIDADE DE UMA FERRAMENTA GERENCIAL NAS EMPRESAS

Autores e infomación del artículo

Antonio Guerra Junior*

Paulo Eduardo Ribeiro**

Silvio Akira Hirassaka

p.eduardo.ribeiro@uol.com.br

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Resumo: O objetivo deste artigo é de abordar os principais conceitos de fluxo de caixa como um instrumento de controle financeiro para tomada de decisões, tendo como foco a sua utilização gerencial. Destaca-se a importância deste estudo, uma vez que em um ambiente operacional altamente competitivo e com um alto grau de dificuldade financeira, os gestores deverão tomar decisões rápidas e seguras no que diz respeito à captação e aplicação de recursos no mercado financeira, buscando sempre manter o equilíbrio e estabilidade financeira, pois podem levar ao sucesso ou a falência dos negócios. Mesmo que não haja falta de caixa, os gestores deverão administrar de forma eficiente os seus recursos, implantando e mantendo os rígidos controles financeiros de pagamento e recebimento, políticas de negociação com seus fornecedores e clientes, pois em determinado momento esta situação confortável poderá mudar, provocando assim a retração econômica e consequentemente a falta de dinheiro no mercado. Este fator levará ao comprometimento do desempenho financeiro da organização, reduzindo a sua liquidez e poder de geração de caixa por um longo período, prejudicando a toda a operação. Utilizamos um método bibliográfico neste estudo, e desta forma chegamos a conclusão de  que é extremamente importante o conhecimento e a implantação do Fluxo de Caixa para controle das movimentações diárias a fim de possibilitar ao administrador financeiro ter uma visão ampla, minimizando os riscos financeiros de contratação de empréstimos com altos juros cobrados pelos bancos e financeiras para honrar com as suas obrigações, permitindo gerenciar melhor os recursos da sobra de caixa.
Palavras-chave: Fluxo de Caixa, Tomada de Decisão, Empresas. 

CASH FLOW: THE NEED FOR A BUSINESS TOOL IN COMPANIES
Abstract: The purpose of this article is to address the main concepts of cash flow as a financial control tool for decision making, focusing its management use. Highlights the importance of this study, as in a highly competitive operating environment and with a high degree of financial difficulty, managers should make quick and informed decisions regarding the collection and use of resources in the financial market, always seeking maintain balance and financial stability, as they may lead to the success or failure of business. Even though there is no shortage of cash, managers should manage efficiently its resources, deploying and maintaining strict financial controls and payment receipt, trading policies with their suppliers and customers, because at some point this comfortable situation may change, thus causing the economic downturn and consequently the lack of money in the market. This factor will lead to impairment of the financial performance of the organization, reducing its liquidity and cash generation power for a long period, jeopardizing the entire operation. We use a bibliographic method in this study, and thus came to the conclusion that it is extremely important knowledge and implementation of cash flow for control of daily transactions in order to enable the financial manager take a broad view, minimizing the use of financial risks loans with high interest rates charged by banks and financial to honor its obligations, allowing better manage the cash to spare resources.
Key-words: Cash Flow. Decision Making. Company. 


Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato:

Antonio Guerra Junior, Paulo Eduardo Ribeiro y Silvio Akira Hirassaka (2017): “Fluxo de caixa: a necessidade de uma ferramenta gerencial nas empresas”, Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, Brasil, (mayo 2017). En línea:
http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/17/fluxo-caixa.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/br17fluxo-caixa


Considerações Iniciais

No ambiente dos negócios, é possível notar uma grande batalha entre empresas rivais que competem em um mercado empresarial predatório, onde cada produto vendido representa um acréscimo positivo nos resultados da organização tendo como consequência um valor adicional agregado em termos monetários, contribuindo para o pagamento de suas obrigações.
Muitas organizações de diversos ramos de atividade vêm sofrendo com a atual crise econômica e financeira instalada no país, criando expectativas não muito positivas para a continuidade de suas operações diárias.
E dentro do ambiente operacional interno da empresa, os diretores, chefes, supervisores e líderes são constantemente cobrados para a geração de riquezas, tendo como foco o aumento da produtividade, comprometimento com a meta estabelecida e consequentemente a maximização dos seus resultados econômicos e financeiros, proporcionando uma geração de caixa para honrar com os compromissos assumidos e aplicação das sobras de recursos financeiros em investimentos de grande rentabilidade.
Considerando-se a inserção em um mundo competitivo de constantes mudanças, onde cada empresa de uma maneira ou outra trabalha arduamente em busca de diferenciais para conquistar resultados mais satisfatórios, fizeram com que os gestores passassem a dar maior atenção a uma ferramenta (também conhecida como relatório de movimentação financeira) chamada de Fluxo de Caixa, onde através dela permitissem visualizar e acompanhar a realidade dos fatos.
O Fluxo de Caixa é de grande importância para auxilio aos que buscam a medição do desempenho financeiro, possibilitando ao administrador ter um controle muito eficaz de seus recursos.
Essa ferramenta de gestão tem sido muito utilizada pelos administradores para o controle das entradas e saídas de recursos financeiros.
Constitui-se em um instrumento de essencial importância para o controle financeiro, principalmente pela agilidade, segurança e precisão das informações para a tomada de decisões de captação ou aplicação de recursos, devendo sempre refletir a situação atual financeira e econômica da empresa.
No Brasil, a instabilidade econômica e financeira causada pela inflação tem gerado impactos negativos tanto para as pequenas, médias ou grandes corporações, que no cenário econômico atual, têm buscado diversas maneiras para se manter no mercado,  seja realizando empréstimos com terceiros (bancos ou financeiras) ou renegociando as suas dívidas de curto e longo prazo.
Diante do cenário de grandes dificuldades empresariais, os gestores passaram a dar maior importância na utilização do Fluxo de Caixa para o controle diário, buscando através deste, realizar projeções de captação e/ou investimentos futuros, uma vez que propicia ao gestor a elaboração de um melhor planejamento financeiro, pois em uma economia tipicamente inflacionária não é aconselhável excesso de caixa, mas o suficiente para honrar os compromissos operacionais.
Neste sentido, o objetivo principal da apresentação do Fluxo de Caixa como Ferramenta Gerencial é de demonstrar a importância de sua utilização como ferramenta indispensável para uma boa gestão e tomada de decisão das organizações, possibilitando um melhor controle das operações diárias e realizando estimativas para períodos futuros.
Busca-se, através da fundamentação teórica, sendo pesquisas em livros e artigos de contabilidade e administração financeira, conceituar os principais termos utilizados neste artigo científico, além de demonstrar as diferentes formas de análise das informações nela contidas.
Desta forma, o artigo foi organizado a partir das seguintes etapas: na primeira foi tratada a metodologia de pesquisa adotada para alcançar tal objetivo. Na mesma direção foram abordados os conceitos, a estrutura e a importância da implantação do fluxo de caixa como ferramenta de suma importância para a gestão empresarial. Nas considerações finais foram abordadas impressões sobre o tema e a necessidade de implantação, aperfeiçoamento e fortalecimento desta ferramenta nas organizações para o controle das movimentações e tomada de decisões.

Método

A realização desta pesquisa torna-se relevante em função da necessidade dos gestores em conhecer a real situação financeira da empresa, pois em um ambiente de constantes mudanças econômicas, para manter-se ativamente no mercado, necessita-se a implantação de melhores controles para a geração de informações confiáveis para o gerenciamento empresarial.
Este tema, como pesquisa originou-se na identificação da falta de importância dada pelos administradores, no processo de planejamento, administração e controle financeiro, fator determinante ao surgimento de grandes dificuldades para a tomada de decisões de investimentos e captações de recursos financeiros.
A metodologia de pesquisa teve como sua principal base as pesquisas bibliográficas de contabilidade e finanças que tratam sobre o planejamento e administração financeira, acrescentando-se a vivência e atuação nesta área em diversas organizações de pequeno e grande porte.

Resultados e Discussão

Através deste trabalho é possível verificar que o fluxo de caixa tem um papel importante para todas as organizações, tornando-se uma ferramenta indispensável à boa gestão das organizações.
É possível identificar também a importância do fluxo de caixa na vida da empresa, como ele auxilia de maneira eficaz os gestores em suas tomadas de decisões, fornecendo informações rapidamente, possibilitando-os assim ter uma visão maior para enfrentar aos acontecimentos no âmbito mundial e principalmente no Brasil, onde muitas organizações estão encerrando as suas operações em função de não possuírem mais recursos financeiros disponíveis em caixa além de estarem como um endividamento altíssimo com fornecedores, bancos, instituições financeiras e governo, além da geração de prejuízos econômicas mediante a atividade operacional.
Portanto, as informações demonstradas nesta ferramenta devem ser confiáveis, registrando e controlando todas as entradas e saídas de dinheiro, pois um fluxo de caixa mal elaborado pode ocasionar o endividamento e consequentemente o fracasso da organização.

O fluxo de Caixa

            Com o nosso dia-a-dia corrido, e com as constantes mudanças e diversos pagamentos a serem efetuados é muito difícil controlar as finanças pessoais. A todo o momento estamos recebendo ou efetuando gastos, mas como controlar isso?
Tanto na vida pessoal como em uma empresa, a ferramenta de maior importância para administrar as nossas Finanças é o Fluxo de Caixa.
Ela nos permite controlar o que efetivamente recebemos e gastamos, proporcionando uma visão mais detalhada de tudo que entra e sai de dinheiro das nossas contas.
            Fluxo de Caixa nada mais é do que o registro das movimentações financeiras, ou seja, é o registro de todas as entradas e saída, indicando quais as decisões devem ser tomadas na falta ou sobra de recursos.
É um controle muito utilizado pelas empresas na rotina financeira, sendo essencial para o monitoramento da movimentação financeira diária de entradas e saídas de recursos financeiros.
Uma ferramenta muito relevante para as organizações, pois através dela é possível visualizar a existência ou não de um equilíbrio, permitindo projetar entradas e saídas de dinheiro no futuro (semanas, meses e anos), demonstrando a capacidade de desembolsos sem afetar o pagamento de suas obrigações em um prazo determinado.
Assim, se torna um poderoso instrumento para a realização de um planejamento financeiro, possibilitando estabelecer projeções através de informações detalhadas de entradas e saídas de dinheiro, demonstrando a real necessidade financeira para curto e longo prazo.
De Acordo com Pereira (2009, p. 153) “define-se Fluxo de Caixa, seja de um indivíduo, uma empresa ou de um investimento, como conjunto de entradas e saídas de recursos, ao longo de um dado intervalo de tempo”.
Segundo Oliveira (2005):
O fluxo de caixa é um instrumento de gestão financeira que projeta para os períodos futuros todas as entradas e saídas de recursos financeiros da empresa, indicando como será o saldo de caixa para o período projetado. (OLIVEIRA, 2005, p.56).
            Assaf Neto e Silva (1997, p.35), “definem que o fluxo de caixa é de fundamental importância para as empresas, constituindo-se numa indispensável sinalização dos rumos financeiros dos negócios”, uma vez que a descontinuidade das atividades operacionais está relacionada com a falta de caixa.
            Em muitas situações, o descompasso do fluxo de caixa ocorre em função das negociações realizadas pelo departamento comercial, ou seja, o prazo médio de recebimento de vendas é inferior ao prazo médio de pagamento dos fornecedores.
Para exemplificar este desequilíbrio, podemos citar as operações realizadas pelo setor de vendas, onde o executivo de contas negocia uma venda ao prazo médio de recebimento de 30 dias. Por outro lado, o comprador ao realizar a aquisição de matérias-primas do fornecedor negocia um prazo médio de pagamento de 15 dias, ou seja, percebe-se nesta situação que a empresa necessita realizar o pagamento de suas compras antes mesmo do recebimento mediante as suas vendas.
Caso o gestor financeiro não dispunha de um saldo de caixa referente operações realizadas em períodos anteriores, não conseguirá arcar com as suas obrigações, necessitando até captar recursos de terceiros, em bancos, financeiras, etc.
Conforme destaca Assaf Neto e Silva (1997):
A importância do fluxo de caixa também está na abrangência de sua interferência, pois não só a área financeira deve estar comprometida com os resultados de caixa, mas também as demais áreas da empresa. (ASSAF NETO E SILVA. 1997. P.36).
            Assim, fica claro que o equilíbrio do fluxo de caixa não é responsabilidade somente do departamento de Finanças, mas também envolve a interação e comprometimento de todos os departamentos da empresa como um todo.
Em termos gerais, todos devem estar inteirados e “falar a mesma língua” para buscar um objetivo comum que é a continuidade das operações.

Objetivos do Fluxo de Caixa

            Considerando-se que o Fluxo de Caixa trabalha com informações extremamente dinâmicas, assume um papel de muita importância na administração de uma empresa, principalmente por auxiliar os gestores na tomada de decisão, possibilitando fornecer um parâmetro para definição de contenção de gastos ou aplicação das sobras de caixa em novos investimentos.
Tem como os seus principais objetivos:

  • Planejar e controlar as entradas e saídas de recursos em um determinado período de tempo;
  • Proporcionar o levantamento de recursos financeiros necessários para a continuidade da organização;
  • Demonstrar a situação do caixa da empresa de forma antecipada, permitindo eventuais ajustes quando houver a necessidade;
  • Fazer uma projeção diária com a finalidade de verificar se os recursos financeiros serão suficientes para tocar os negócios em determinado período de tempo ou se haverá a necessidade de obtenção de outras fontes de recursos;
  • Avaliar se os recebimentos das vendas serão suficientes para cobrir os gastos assumidos e previstos no período;
  • Utilizar os recursos financeiros disponíveis da melhor forma possível, não os deixando ociosos, tomando decisões antecipadas sobre a melhor forma de aplicação (considerando-se a relação risco x retorno);
  • Tomar decisões antecipadas caso haja a falta de dinheiro na empresa;
  • Quitar as obrigações da empresa nas datas de vencimento, não pagando assim juros e custos financeiros desnecessários;
  • Na necessidade de captação de recursos de terceiros, buscar alternativas de créditos que proporcionem empréstimos menos onerosos;
  • Desenvolver uma política de pagamentos e recebimentos, ou seja, controles dos saldos de caixa, pagamentos e recebimentos.

Destaca-se que são inúmeros os objetivos e finalidades da utilização da ferramenta gerencial do Fluxo de Caixa nas organizações.
Porém vale destacar que o levantamento de todas as informações gerenciais requer um comprometimento e dedicação muito grande, pois, trata-se de um trabalho criterioso com muitos detalhes.
Segundo Zdanowics (2000), entre as várias finalidades do controle do fluxo de caixa, destaca-se:
Controlar a atividade financeira, pois a noção de responsabilidade relaciona-se com todas as operações da empresa, controlar a atividade da empresa, em geral, quando as faltas, não são apenas imputáveis às atividades financeiras; deve-se analisar todo o sistema operacional da empresa. (ZDANOWICS. 2000, p.179).
            Em síntese, este instrumento só será confiável após a sua correta estruturação, onde todos do ambiente operacional deverão estar utilizando a linguagem universal com a finalidade de evitar desvios de dados, gerando assim informações confiáveis.

A Estrutura Gerencial do Fluxo de Caixa

            Muitos gestores de empresas ainda não utilizam o Fluxo de Caixa em suas rotinas diárias em função da complexidade de sua estruturação organizacional.
Como já foi dito neste artigo, trata-se de um trabalho criterioso e necessita da interação de todos os participantes da organização, lembrando-se, porém que não é impossível, pois possui uma linguagem única.
A estruturação do Fluxo de Caixa é bem simples, e utilizado como uma ferramenta gerencial de controle pode gerar diferentes formatos de relatórios, dependendo da necessidade da empresa.
O desenvolvimento de um controle eficiente de pagamentos e de cobrança é fundamental para alimentar esta ferramenta com dados reais.
            A estrutura simplificada do Fluxo de Caixa é demonstrada, conforme o quadro 01.
1. SALDO INICIAL
2. ENTRADAS DE CAIXA
2.1 Vendas a Vista
2.2 Valores a Receber
2.3 Outros Recebimentos
TOTAL DAS ENTRADAS DE CAIXA
3. SAÍDAS DE CAIXA
3.1 Fornecedores
3.2 Folha de Pagamento + Encargos Sociais
3.3 Despesas Operacionais
3.4 Outros Pagamentos
TOTAL DAS SAÍDAS DE CAIXA
4. SALDO DE CAIXA ( 1+2 - 3)
Quadro 01 - Estrutura Básica do Fluxo de Caixa
           
Seguem abaixo as descrições de cada item relacionado no quadro 01:
1. Saldo Inicial: é o valor constante no caixa no início do período considerado para a elaboração do Fluxo. É composto pelo dinheiro na “gaveta” mais os saldos bancários disponíveis em conta.
2. Entradas de Caixa: corresponde aos recebimentos de vendas realizadas à vista, assim como a outros recebimentos de valores referente às vendas à prazo, ou seja, disponíveis como “dinheiro” na respectiva data.
3. Saídas de Caixa: corresponde aos pagamentos de fornecedores e as despesas operacionais da empresa tais como, folha de pagamento e encargos sociais, impostos, água, luz, telefone, aluguel etc.
4. Saldo Final de Caixa: representa o valor obtido da soma do Saldo Inicial com o Saldo Operacional. Permite constatar a real sobra ou falta de dinheiro em seu negócio no período considerado e passa a ser o saldo inicial do próximo período.
Para um melhor entendimento da estrutura do Fluxo de Caixa, apresenta-se um modelo gerencial da empresa Alpha que iniciou as suas operações em 01/01/X1 conforme o quadro 02.
No exemplo do Quadro 02 podemos verificar que o Saldo Final de Caixa do mês de Janeiro é de R$ 2.181.700,00, porém esta sobra de dinheiro não corresponde apenas às atividades operacionais da empresa.
Neste montante está incluso uma entrada de R$ 2.000.000,00 pertinentes a integralização de capital dos sócios (capital próprio), além do pagamento referente aquisição de imobilizado no valor de R$ 320.00,00 (investimento). Itens de entradas e saídas que ocorreram esporadicamente, não tendo uma frequência diária de movimentação.
Já no mês de Fevereiro houve uma entrada operacional maior do que o mês de Janeiro, porém ocorreram saídas operacionais maiores em relação ao mês anterior, gerando um Saldo Operacional de R$ 109.190,08.
O gestor, para uma melhor análise da situação real do caixa precisa se atentar aos valores de entradas e saídas constantes, ou seja, dar maior atenção ao saldo operacional, pois é a partir dela que o gestor poderá ter noções de necessidade ou não de recursos financeiros para o próximo período.
Para uma melhor compreensão, destacam-se os conceitos das atividades operacionais e atividades não operacionais.

 

Atividades Operacionais

As atividades operacionais incluem todas as transações que geralmente envolvem a produção e a venda do produto ou serviços.
Exemplos de Entradas de Caixa Operacionais:

  • Recebimento de vendas à vista de mercadorias ou serviços;
  • Recebimento de vendas realizadas à prazo de mercadorias ou serviços.

Exemplos de Saídas de Caixa Operacionais:

  • Pagamento referente aquisição de materiais para produção ou para a venda;
  • Pagamento Salários e encargos sociais dos colaboradores;
  • Pagamento de Impostos, multas e outras despesas legais;
  • Pagamento de materiais e Serviços gerais;
  • Pagamento de todas e quaisquer transações realizadas em função da atividade operacional da organização.

Atividades Não Operacionais

            As atividades não operacionais incluem todas as transações que geralmente não envolvem a atividade operacional de produção e a venda do produto ou serviços.
            Exemplos de Entradas de Caixa Não Operacionais

  • Recebimento referente vendas de Ativos Imobilizados;
  • Recebimento de vendas referente filial e/ou empresas do mesmo grupo;
  • Recebimento de Juros de Empréstimos feitos a terceiros.

Exemplos de Saídas de Caixa Não Operacionais

  • Pagamento referente aquisição de Ativos Imobilizados;
  • Pagamento referente aquisição de Investimentos Financeiros à Longo Prazo;
  • Pagamento referente aquisição de ações de outras empresas.
  • Pagamento de valores tomados por empréstimos, obrigações de leasing;
  • Pagamento de Juros sobre empréstimos.

A estruturação do Fluxo de Caixa em atividade operacional e atividade não operacional é muito importante, possibilitando ao administrador ter uma melhor visão sobre o resultado financeiro do seu negócio, ou seja, o resultado do saldo operacional demonstrará o quanto sobrou de recursos financeiros mediante aos recebimentos e pagamentos da operação de sua empresa, desconsiderando o saldo não operacional, que são entradas e saídas de recursos que podem ocorrer esporadicamente, não devendo se levar em consideração para fins de análise do poder de geração de caixa do negócio.

A necessidade de implantação do fluxo de caixa nas empresas

            A Falta de recursos financeiros nas pequenas, médias e grandes empresas são constantes; quase todas estão sujeitas a problemas de caixa limitado em algum momento de sua operação. As pequenas entidades sofrem muito para gerar caixa, necessitando quase sempre captar recursos de terceiro com taxa de juros um pouco mais alta.
Por outro lado, as grandes corporações são mais ricas, tem sobra de recursos financeiros e na necessidade, fazem captação de recursos financeiros próprios ou conseguem empréstimos a uma taxa de juros bem menor e mais atrativa. Isso ocorre em função do risco de falência do pequeno empreendimento ser muito grande em relação as empresas de grande porte.
            O desequilíbrio de caixa é um indício de problema e a sua causa é a administração inadequada, sendo que na maioria das vezes o gestor de uma pequena empresa é o próprio proprietário do negócio, agravando ainda mais a situação, pois muito destes empreendedores utilizam os recursos da entidade para quitação das dívidas pessoais.
            A administração do caixa significa controlar a sua disponibilidade com base em sua compreensão e planejamento das necessidades financeiras e a sua implantação torna-se cada vez mais necessário.
Com a crise atual vivida por todos, a disponibilidade de recursos tem sido muito escassa e a realização do planejamento para os períodos seguintes têm se tornado cada vez mais difícil.
            A implantação desta ferramenta requer tempo, estudo e comprometimento.
Estabelecer um controle de pagamento, recebimento e cobrança é muito importante para alimentar o Fluxo de Caixa com dados corretos, assim como a utilização de uma política de negociação de prazos de recebimento junto aos seus clientes e prazos de pagamento junto aos seus fornecedores.
A implantação do Fluxo de Caixa Real e o desenvolvimento de estimativas para a elaboração do Fluxo de Caixa Projetado permitem ao administrador realizar comparações de entradas e saídas de recursos, possibilitando uma análise para a tomada de decisões.
            Silva (2010) destaca que:
Uma das funções do administrador de caixa será a comparação entre o fluxo de caixa previsto e o realizado, objetivando identificar eventuais variações e as causas de suas ocorrências. A análise do fluxo de caixa auxiliará no entendimento da proveniência e do uso do dinheiro na empresa e poderá levar as medidas administrativas de correção de rota no gerenciamento dos negócios da empresa. (SILVA, 2010, p.447).
            Os recursos financeiros disponíveis não são meramente uma promessa, mas sim uma realidade que contribui para a continuidade da operação empresarial em um mercado altamente competitivo e mantê-lo sempre positivo pode significar a sua própria sobrevivência.

Considerações Finais

            Este artigo procurou demonstrar a importância do fluxo de caixa como uma ferramenta gerencial para a tomada de decisão dos gestores, seja no âmbito operacional ou estratégico.
Uma ferramenta que tornou-se extremamente importante e indispensável para o gerenciamento dos negócios empresariais, permitindo a visualização de sobras ou faltas de recursos  financeiros em um determinado período de tempo estabelecido, possibilitando ao executivo planejar melhor as suas ações, além de auxiliar na tomada de decisões com maior rapidez e precisão.
            Torna-se importante destacar que o Fluxo de Caixa tem um papel fundamental na movimentação diária de recursos financeiros, onde cada empresa poderá ter modelos distintos demonstrados através de relatório, porém sempre com o mesmo conceito e finalidade.
A necessidade da captação de recursos financeiros ou a aplicação em investimentos será realizada em função dos resultados apresentados nessas movimentações; e a falta de dados pode representar uma tomada de decisão errada.
Portanto, através deste trabalho foi possível comprovar que o Fluxo de Caixa é indispensável em qualquer modelo de organização.
Decidir implantar essa ferramenta de gestão requer tempo e comprometimento, não só dos funcionários da área administrativa financeira, mas também dos colaboradores de outros os setores, que buscam a saúde financeira da empresa.
Referências
ASSAF NETO, Alexandre, SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do capital de giro. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1997.
GITMAN, Lawrence J. Princípios da Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
GRIFFIN, Michael P. Contabilidade e Finanças. 1.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2009.
HAYES, Samuel L. Finanças para gerentes. 5.ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.
MATARAZZO, Dante Carmine.  Análise Financeira de Balanços: abordagem básica a gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
OLIVEIRA, Edilson Campos. Manual Como Elaborar Controles Financeiros.    Disponível em: hhttp://www.sebrae.com.br/uf/ceara/acesse/publicacoes-1/planeje-suas-acoes/PlanoFinanceiro.pdf. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005.
PEREIRA, Agnaldo Santos. Finanças Corporativas. Curitiba, PR: IESDE, 2009.
SILVA, José Pereira da. Análise Financeira das Empresas. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de Caixa: uma decisão de planejamento e controle financeiro. 8 ed. Porto Alegre: Sagra-DC Luzzatto, 2000.


Recibido: 03/03/2017 Aceptado: 18/05/2017 Publicado: Mayo de 2017

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