Raul Asseff Castelão*
Daniel Massen Frainer**
Universidade UNIDERP
raulassefcastelao@gmail.com
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Resumo: O  objetivo do estudo foi mensurar a correlação entre o movimento de crescimento  da China com a economia do município de Corumbá (MS), entre os anos de 2000 a  2010, uma vez que a China é demandante de commodity mineral ofertada por  Corumbá. Emprega-se o teste de correlação linear de Pearson sobre duas  variáveis representativas na ótica da oferta e da demanda dos produtos  exportados pelo município. Com isso, foi possível identificar que o coeficiente  de correlação, para este período, foi de 0,79, representando uma forte  correlação entre a atividade mineral e o PIB corumbaense. 
  Palavras-chave:  Economia Internacional, Corumbá, China, PIB.
The  reflections of the chinese demand for mineral commodities: a correlation study  in Corumbá-MS
  Abstract: The  objective of the study was to measure the correlation between the growth  movement of China and the economy of the municipality of Corumbá (MS), between  2000 and 2010, since China is a mineral commodity demander offered by Corumbá.  Pearson's linear correlation test is used on two representative variables from  the point of view of the supply and demand of products exported by the  municipality. With this, it was possible to identify 
  that  the correlation coefficient for this period was 0.79, representing a strong  correlation between mineral activity and Corumbaense GDP.
  Keywords: International  Economics, Corumbá, China, GDP.
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Raul Asseff Castelão y Daniel Massen Frainer (2017): “Os reflexos da demanda chinesa por commodities minerais: um estudo de correlação em Corumbá-MS”, Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, Brasil, (junio 2017). En línea: 
http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/17/china-corumba-economia.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/br17china-corumba-economia
            Muitos dos resultados do comércio  exterior que o Brasil possui atualmente estão relacionados a mercados não  tradicionais do comércio brasileiro, agora mudando da rota tradicional da União  Europeia, Nafta e Japão, para a China como um dos mais novos parceiros  comerciais do Brasil e que alcançou em 2009, o posto de principal parceiro  brasileiro em termos de volume de negociação (MORTATTI et al., 2011).
              Neste sentido, o apogeu da China na  condição de potência econômica tornou-se um dos principais fatos do século XX e  início desse século, com efeitos sobre a economia e a política internacional de  muitos países, em especial o Brasil (CUNHA et  al., 2011).
              Segundo Miranda et al. (2007), historicamente, Brasil e China iniciaram uma relação  comercial informal a partir da criação da República da China em 1949, contudo,  o fluxo comercial em meados da década de 1950 era inexpressivo.  Todavia, em 2009 a China se consolidou como o  maior parceiro comercial do Brasil, ultrapassando os Estados Unidos (MORTATTI et al., 2011).
              Para Cunha et al. (2011), o processo de crescimento chinês pode ser explicado  a partir dos anos 1970, com uma série de reformas econômicas que ampliaram os  espaços dos mercados com o propósito de se ter o crescimento econômico. A  Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL) destaca que este  processo se fundamenta em dois pontos centrais: investimentos, em especial público,  e por exportações (CEPAL, 2011). 
   Ainda, segundo Cunha et  al. (2011), é imbuído de um rápido e robusto processo de crescimento  econômico que a China tornou-se membro da Organização Mundial do Comércio (OMC)  e, junto dos Estados Unidos, é um dos motores da economia internacional. A  exemplo, enquanto em 2009 vários países desenvolvidos enfrentaram uma forte  crise econômica, a China continuou a crescer a uma taxa de 9,10%. Sendo assim,  tornou-se uma fonte de oportunidades para a região da América Latina e Caribe,  em especial aquelas regiões que possuem riquezas de recursos naturais para  ofertarem ao país asiático (CEPAL, 2011).
              Neste sentido, o crescimento da  China na demanda por insumos para o seu setor produtivo, desde o ano de 2000,  repercutiu em toda a economia mundial, de forma especial em regiões de recursos  primários para exportação como, por exemplo, América Latina, África e  Austrália, induzindo o desenvolvimento dessas regiões, principalmente regiões  interiores que dispõe de produtos primários para exportação (UNEP, 2016). No  Brasil, um exemplo deste movimento é o município de Corumbá (MS), que dispõe de  grandes jazidas de minérios de ferro e manganês, cuja exploração está  fortemente ligada à exportação, principalmente para a China. 
   A relevância deste trabalho consiste no fato de se poder  identificar uma associação, ou não, do crescimento econômico de Corumbá a  partir de um movimento internacional de ascensão econômica de países que  demandam commodities corumbaenses e, a partir disso, poder subsidiar a  formulação de políticas públicas de modo a fomentar o crescimento da economia  do município.
   Nesse contexto, é  interessante analisar a influência desse comércio com a China para o  crescimento do município de Corumbá. Analisar e descrever, ainda, os níveis de  correlação entre duas variáveis preponderantes para o crescimento desse  município, os volumes exportados de minério de ferro nos últimos anos e os  correspondentes valores do Produto Interno Bruto (PIB) do município. 
   Desse modo, este artigo tem como objetivo identificar o  nível de associação entre o desempenho da economia do município de Corumbá com  fatores externos, em específico, via a demanda das commodities de minério de  ferro e manganês por parte da China, dentro da ótica do produto interno bruto  (PIB) do município. Portanto, o objeto deste trabalho é a investigação de  relação de causualidade entre o volume de minérios de ferro demandado de  Corumbá pelo mercado chinês e o consequente crescimento corumbaense.  Como objetivo secundário, propõe-se analisar a  evolução da balança comercial de Corumbá no período de 2000 a 2010,  identificando os principais produtos exportados e importados e os principais  parceiros do comércio exterior do município. 
O objeto deste estudo é o município de Corumbá, uma das 79  cidades do estado de MS, com 103.703 habitantes, a quarta cidade mais populosa  do Estado e com uma variação de 8,36% de crescimento populacional em relação ao  censo de 2000. A cidade conta com mais de 10 mil habitantes vivendo na zona  rural devido à intensa atividade pecuária de cria e recria presentes na região.  O PIB do município em 2014 era o quarto maior de MS, somando R$ 3.101.210,000 (três  bilhões e cento e um milhões e duzentos e dez mil reais) e PIB per capita de pouco mais de vinte e  cinco mil reais. Seu índice de Gini é de 0,49 (IBGE, 2016). 
    Desse modo, o público alvo dessa pesquisa é o  município de Corumbá e  os seus indicadores de crescimento e desenvolvimento, tendo como base os dados  do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da  Indústria e Comércio Exterior (MICE) e Instituto Brasileiro de Mineração  (IBRM), considerando as séries históricas que compreendem os anos de 2000 a  2010.
    Para  subsidiar o processo da pesquisa foram utilizados os métodos histórico e  comparativo. A partir deste estudo, buscou-se identificar a existência de  associação entre o volume de minério anualmente importado pela China (ou a  receita) e os índices econômicos anuais do município de Corumbá, e quais os  reflexos dessa associação. Partindo desse princípio, busca-se, a partir de um  modelo de correlação linear de Pearson, medir a correlação entre a demanda  chinesa de minério corumbaense e a variação do PIB de Corumbá. 
    A  correlação de Pearson (representada pela letra r) pode ser entendida como uma  medida de associação bivariada a partir do grau de relacionamento entre duas  variáveis quantitativas x e y, ou ainda, pode ser definida como uma medida de  associação linear entre essas variáveis (GARSON, 2009; FILHO, 2009). Sua  fórmula matemática é apresentada pela equação (1).
Onde x é a variável  independente, y a variável dependente e n é o número de variáveis do problema.
   Segundo  HAIR et al. (2005) o valor de varia  de -1 a 1, aonde o sinal indica a direção da relação. Quando o valor de r for 1  ou -1, tem-se uma correlação linear perfeita, negativa ou positiva e, quando r  for zero, não existe correlação linear. Desse modo, quanto mais próximo de um  for r, mais correlacionadas estão as variáveis. O sinal negativo significa uma  relação inversa entre as duas variáveis, como por exemplo, quando uma das  variáveis aumenta a outra diminui. 
   De  acordo com DANCEY e REIDY (2005), a classificação dos resultados da correlação  r estão no quadro 1.
Em  relação às variáveis que foram estudadas, o PIB a preços correntes foi extraído  do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e o preço do minério de  ferro do instituo brasileiro de mineração, ambos para a série histórica de 2000  a 2010.
   A  variável dependente adotada no modelo foi o PIB do município de Corumbá e a  variável independente o preço do minério de ferro pago pela China. Optou-se por  trabalhar com o PIB (Preços Correntes) por possuir a capacidade de representar  a soma de toda a riqueza produzida em determinado local e em determinado  período de tempo. 
   O trabalho apresenta como  limitação o fato de apenas estabelecer a relação de causa e efeito do valor do  minério de ferro pago pela China e seu impacto no crescimento de Corumbá,  apenas sob a ótica da produção (PIB) e não, por exemplo, sobre questões sociais  e ambientais. 
   Como se trata de um estudo de comércio internacional  é necessário à utilização da balança comercial do município de Corumbá, no  período estudado. A balança comercial corumbaense, conforme os dados do  Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil (MDIC),  via Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), apresenta-se deficitária desde o  ano de 2000 em função da importação do gás natural boliviano. O quadro 3  apresenta o total das exportações, importações e o saldo da balança comercial  de Corumbá, no período de 2000 a 2010.
Conforme dados do MDIC, entre os anos de 2000 a 2010, o  minério de ferro e seus concentrados, incluídas as pirites de ferro ustuladas  (cinzas de pirites), foi o principal produto exportado pelo município,  representando em média 70% de todos os produtos exportados, chegando a alcançar  83,59% de participação nas exportações do município em 2011. O minério de  manganês aparece na segunda posição, com média de 9% do total em igual período  (MIDIC, 2016). Em se tratando da participação por produto na exportação do  município, os produtos minerais representam, em média, 60%, metais 10% e  gêneros alimentícios 3%. Os demais itens possuem uma significância menor no  volume exportado para a série histórica. 
   Pela importação, o gás natural no estado gasoso, representa  em média 89% de todo volume importado na Balança Comercial de Corumbá. Como  segundo item mais importante, temos uma variação, entre os anos, do feijão com  veículos automores para transporte de mercadorias e carvão. 
   Em relação aos principais países que exportam para o país  via Corumbá, a Bolívia representa mais de 98%, em média. Esse fato se da em  função da importação do gás boliviano. Em se tratando das exportações da  balança comercial de Corumbá, a Argentina é o principal destino dos produtos,  representando em média 75,70% do total. Em relação ao bloco econômico, a ALADI  (Associação Latino Americana de Integração) é o principal tanto para exportação  quanto da importação. Nas exportações, os Estados Unidos aparecem na segunda  posição e nas importações a União Europeia é o segundo bloco em  importância.  
              Em se tratando da composição do PIB  do município, este sofre um revés de mudança no meio da década de 1980, aonde  até este período, 35% de toda produção era originada no agronegócio. A partir  de 1985, a matriz econômica de Corumbá passa a ter o setor de serviços com  maior peso em sua composição, promovendo então a reversão da base produtiva  local.
              Ao  levarmos em consideração a variação ano a ano em termos relativos e extrairmos  a média, o setor do agronegócio registrou uma variação negativa quanto à  participação no PIB municipal de -5%, o setor de serviços não registrou ganho  ou perda entre 2000 e 2010 enquanto que, a indústria, obteve 8% de variação no  respectivo período. 
   Em consulta ao Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM),  levantamos os preços do minério de ferro por tonelada para utilizarmos no  exercício que este artigo se propõe (Gráfico 1 ).       
Conforme se observa no gráfico acima, os anos de 2008 e 2010 foram os anos de maior pico no preço do minério, chegando a 233 reais em 2010. Os preços informados no gráfico quando antes de 2008, derivam do benchmark Brasil/China e, após 2008, pela média do ano spot na China. O preço desta matéria prima geralmente é apresentado em dólar americano, todavia, para obter certa razoabilidade com o nosso modelo, utilizamos a conversão de moedas do Banco Central do Brasil para convertermos em reais o preço do minério de ferro no gráfico acima.
Esta seção faz a apresentação dos resultados obtidos ao submeter às variáveis selecionadas ao modelo de correlação linear de Pearson. Após o desenvolvimento da aplicação do modelo, encontramos o valor do coeficiente sendo de 0,79 ao nível de significância de 0,05. Conforme a classificação de Dancey e Reidy (2005), este resultado é considerado como uma correlação linear forte. Abaixo apresentamos o gráfico de dispersão entre as duas variáveis.
            O coeficiente de  determinação, que mede o ajustamento do modelo, é de 0,63, ou seja, 63% da  variável dependente (PIB de Corumbá) pode ser explicada pela variável  independente (preço do minério de ferro), para a série histórica estudada.
              Todavia, esta relação  precisa de uma análise mais complexa, que não é o foco deste trabalho. Por um  lado, o crescimento chinês, intensivo na demanda de recursos naturais  (commodities), pode abrir vários caminhos de oportunidades para os países que  detenham maior volume de recursos naturais para ofertar. Por outro lado, a  especialização de produção em commodities em associação a concorrência dos  produtos chineses nos mercados oriundos das commodities, representa uma risco  para o amadurecimento das economias marcadas pela exportação e produção de bens  primários (CUNHA, 2011). 
               
Com o auxílio do método de análise de correlação linear de  Pearson, pudemos determinar o nível de correlação entre a geração de riqueza no  município de Corumbá com o comércio internacional, em especifico o crescimento  chinês, via demanda de commodities. 
    Observamos que a balança comercial de Corumbá é deficitária  desde o início da década de 2000, em função da importação do gás oriundo da  Bolívia. Neste caso, não podemos dizer que é tal é um fato negativo porque  parte dos impostos deste movimento retornam ao município. 
    Concluímos também, com base nos dados coletados do MDIC,  que o município possui como principal parceiro comercial a Argentina nas  exportações, contudo, este país não é o destino final das commodities minério  de ferro, que é o principal produto da balança comercial de Corumbá, que a  cidade produz, mas sim a Ásia. Na ótica das importações, a Bolívia é o  principal parceiro. 
    Sendo assim, identificamos que existe uma relação de causa  entre o crescimento chinês, medido neste trabalho pela demanda de minério de  ferro, com o produto interno bruto de Corumbá, cuja associação é de 0,79. De  forma aplicada, no período estudado (2000 a 2010), conclui-se que 63% do efeito  do PIB de Corumbá pode ser explicado pelo impacto da demanda da China pela commodities  que a cidade possui como reserva de produção. Cabe ainda destacar que este  exercício de análise foi desenvolvido levando em consideração a hipótese coeteris pariubs na economia de Corumbá. 
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** Professor Doutor, nos programas de Doutorado e Mestrado em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional na Universidade UNIDERP. E-mail: danielfraine@gmail.com
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Este artículo es editado por Servicios Académicos Intercontinentales S.L. B-93417426.