Raí Alves Fragata*
William de Souza Barreto**
Universidade Federal do Amazonas
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RESUMO 
  Esta pesquisa pretende analisar a produção agropecuária na mesorregião do  Baixo Amazonas, expondo a importância do setor para o desenvolvimento da  economia regional e local. Acerca da agropecuária, partimos do conceito de que  a mesma é toda atividade que faz uso do solo para cultivo de plantas e criação  de animais, ressalta-se que nosso país tem na agricultura um importante meio  para o desenvolvimento da economia, com base nesta análise iremos buscar de  forma geral, diagnosticar os aspectos da produção agropecuária no Baixo  Amazonas, ressaltando os principais pontos que o setor desencadeia na região,  mas especificamente procurando identificar a produção agropecuária nos  municípios que fazem parte da mesorregião e comparar a produção agropecuária  com outras regiões. As análises dos dados foram realizadas por meio do Programa  Estatístico R, a partir da visualização dos dados que foram obtidos pelo CENSO  de 2000 e 2010, disponibilizados no Sistema do IBGE de Recuperação Automática –  SIDRA.
  Palavras-chave: Desenvolvimento Regional, Produção Agropecuária,  Economia Regional.
Abstract
This research aims to analyze the agricultural production in the middle region of the Lower Amazon, exposing the importance of the sector for the development of regional and local economy. About agriculture, we start from the concept that it is any activity that makes use of the land for cultivation of crops and livestock, it is noteworthy that our country has in agriculture an important means for the development of the economy, based on this analysis we will seek in general, diagnose aspects of agricultural production in the Lower Amazon, highlighting the main points that the sector triggers in the region, but specifically seeking to identify agricultural production in the municipalities that are part of meso and compare agricultural production to other regions. The analysis of data will be made through the Statistical Program R, from the view of the data that were obtained by the 2000 and 2010 Census, available in the Automatic Recovery System IBGE - SIDRA.
Keywords: Regional Development; Agricultural production; Regional economy.
Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato: 
 Raí Alves Fragata y William de Souza Barreto (2016): “Um panorama sobre a produção agropecuária na mesorregião do Baixo Amazonas”, Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, Brasil, (octubre 2016). En línea: 
http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/16/mesorregiao.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/br-16-mesorregiao
1 Introdução 
Este  trabalho propõe uma pesquisa baseada em informações censitárias de 2000 e 2010,  produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde se  pretende analisar os resultados da produção agropecuária na mesorregião do  Baixo Amazonas, com intuito de comparar a produção intra-regional, expondo a  importância do setor no desenvolvimento para a economia regional e local.
O conceito  básico para agropecuária afirma que, é toda atividade que faz uso do solo para  cultivo de plantas e criação de animais. Nosso país tem na agricultura um  importante meio para o desenvolvimento da economia, segundo alguns dados da  Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em termos de  produção, o Brasil lidera o mercado na América Latina.
No cenário  nacional a agropecuária tem relevados índices de produtividade, onde representa  grande percentual no Produto Interno Bruto (PIB), com essa grande  representatividade do setor na economia, o governo viabiliza políticas para o  constante crescimento do setor como na modernização dos meios de produção, mas  detalhadamente nos avanços na área da pesquisa e nos incentivos financeiros,  com concessão de crédito e benefícios fiscais, além do programa de incentivo  rural, que da seguridade ao produtor no caso de perdas em safras ou rebanhos.
Em termos  regionais, região norte proporciona vários pontos positivos para o crescimento  do setor, como solo fértil, disponibilidade de água em abundância,  biodiversidade favorável e outros. Neste estudo serão analisados os fatores  relacionados à produção agropecuária na mesorregião do Baixo Amazonas, fazendo  um comparativo de crescimento a partir das informações censitárias de 2000 e  2010, do IBGE, buscando deixar em evidência a representatividade do setor na  economia regional.
Conforme  Johnston e Mellor (1961), afirmam que o setor agropecuário tem cinco  importantes papéis a desempenhar no processo de desenvolvimento econômico: (I)  fornecer alimentos para a população; (II) fornecer capital para a economia;  (III) fornecer mão-de-obra para o crescimento e diversificação de atividades na  economia; (IV) proporcionar um amplo mercado, fornecendo ganhos cambiais para a  economia.
Contudo,  justifica-se esse projeto como uma forma de analisar em termos comparativos a  cadeia produtiva do setor na região do Baixo Amazonas, de forma geral na  análise da produção do setor agropecuário da mesorregião do Baixo Amazonas e  sua importância para a economia da região, mais especificamente identificando a  produção agropecuária (Produção e Representatividade econômica) dos municípios  que compõe a mesorregião do Baixo Amazonas (Estado do Amazonas).
2  ECONOMIA REGIONAL
   A Economia Regional  como o estudo da diferenciação espacial, das inter-relações entre as áreas  dentro de um sistema nacional de regiões, enfrentando um universo de recursos  escassos, desigualmente distribuídos no espaço e imperfeitamente móveis. Há  afastamento entre os mercados de consumo predominantes, entre as fontes de  recursos e os pólos de produção, os recursos regionais e a produção  independente da atividade exercida não se distribuem igualmente no espaço e na  economia da região e também pela desigual distribuição de recursos para  incentivos à produção. Os recursos e áreas não são explorados com a mesma  intensidade, onde as que são exploradas por primeiro tendem a ser mais  valorizadas adquirindo uma vantagem adicional sobre as demais (DUBEY, 1977).
   Em tese a  Economia Regional compreende a introdução da questão do espaço na análise  econômica, tais como o estudo de problemas localizados e que envolvem separação  de alguns recursos provenientes da produção, como a estrutura para produção de  atividades agrícolas, os meios de relação entre dois ou mais centros de  produção, a questão da falta de oportunidades no ambiente rural, nas  dificuldades de incentivos financeiros por parte do poder público municipal e  regional, o aproveitamento racional e sustentável dos recursos naturais locais  entre outros.
   Souza (1982)  enfatiza que a Economia Regional está centrada na estrutura de mercado da  atividade a ser desempenhada, na organização financeira, na capacidade  econômica que a desempenha na região e principalmente na tomada de decisões que  o poder público tem nas mãos acerca das políticas de incentivos a serem  empregadas.
3  PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA E SUA  CONTEXTUALIZAÇÃO 
   O Brasil é  um dos principais produtores agrícolas no cenário mundial, nas recentes  décadas, a atividade agrícola no país cresceu significativamente em vários  aspectos, tais como no aumento de produtividade devido a introdução de novas  tecnológicas no sistema produtivo, na incorporação de novas áreas de produção  acerca daquelas que situam-se no processo de exploração. Grande parte do  crescimento desse setor ocorreu nas atividades agropecuárias desenvolvidas nas  regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. No entanto, as atividades  agropecuárias concentradas na região Norte pouco participaram desse crescimento  do setor agrícola brasileiro. Em 1995, as regiões brasileiras participavam,  percentualmente, da seguinte forma no total da produção do setor agropecuário  em um âmbito geral: Norte, 4,2%; Nordeste, 13,6%; Centro-Oeste, 10,4%; Sudeste,  41,8% e Sul, 30,0%, estes dados revelam que a concentração nas regiões sul e  sudeste representa mais 70% de toda a produção agropecuária brasileira (CASTRO,  2013).
   O Norte do  Brasil resguarda parte considerável da Floresta Amazônica e, por isso,  constitui área de intenso interesse nacional e internacional relacionado à  preservação dos recursos naturais abrigados pelo ecossistema amazônico. Numa  região vasta, a maior do país, e com pouca presença do Estado em boa parte de  sua extensão, diversas atividades ilegais crescem no seu interior, tais como,  exploração ilegal de madeira na floresta, tráfico de drogas e de animais  silvestres, contrabando de armas, entre outras. Por conta da ausência de  atividades econômicas no setor formal, ou seja, essas atividades ilícitas  movimentam de certa forma a economia da região.
   A atividade  agropecuária exercida na região Norte possui elevados índices de variabilidade  seja com relação às culturas plantadas, seja com relação a aspectos como nível  de tecnologia empregada na produção. A pecuária é a principal atividade  agropecuária da região, seguindo-se em importância, em termos de valor total da  produção, o cultivo de mandioca e a pecuária.
   Acerca das  perspectivas futuras da agropecuária na região Norte observa-se alguns fatores  que geram limitações ao desenvolvimento dessa atividade, tais aspectos são  frequentemente apontados como possíveis barreiras para esse crescimento da  atividade, como questões ambientais, deficiência logística por ser uma região  com muitas áreas alagadas, atraso tecnológico, falta de incentivos financeiros,  falta de assistência técnica e etc. Ressalta-se também os problemas  relacionados aos impactos ambientais que a atividade agropecuária gera na  região. Um grande obstáculo à competitividade da região norte acerca da  agropecuária no cenário nacional é a questão do custo do transporte de  mercadorias no país que é altamente alto.
   Como  proposta de valor para a agropecuária da região poderia se beneficiar com a  implantação de uma rede de geração de tecnologia agropecuária voltada para as  necessidades intrínsecas às atividades desenvolvidas na região. Outro obstáculo  para a produção agropecuária em um âmbito regional é a questão do grande número  de agricultores que por falta de crédito nas instituições financeiras tem  poucas possibilidades de estagnar e aumentar a produção, tais recursos são  impossibilitados de chegar aos produtores frequentemente pela inadimplência de  alguns agricultores e em muitos casos pela burocracia bancária.
   A questão do  incentivo ao desenvolvimento de áreas atrasadas acerca da produção é o aspecto  padrão de alocação dos investimentos do setor público, mas necessariamente  quando os investimentos necessários às regiões de crescimento instintivo são  realizados, o estado dispõe de recursos para investir nas regiões menos desenvolvidas,  fomentando a economia regional. As políticas de investimentos públicos se  caracterizam como uma tentativa de impedir que a diferença entre regiões  eficazes e atrasadas acresçam. Hirschman (1977) afirma que a tarefa essencial  do poder público é criar nas regiões atrasadas atividades econômicas, com  dinâmicas próprias que tenham efeitos positivos de crescimento sobre as demais  regiões.
   Contudo,  entende-se que o grande desafio para o desenvolvimento da produção agropecuária  é promover melhorias no seu sistema produtivo que transponham esses obstáculos,  onde irá promover a inclusão da produção agropecuária em um sistema de produção  moderno e eficiente com acesso menos burocrático de crédito para os produtores,  assistência técnica e insumos.
4  DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NA  REGIÃO NORTE 
   Acerca do  desenvolvimento econômico, Pereira (2006) dispõe que este fenômeno tem  ocorrência predominante em regiões que realizam sua revolução capitalista e que  se caracterizam pelo aumento sustentado da produtividade de determinado item  acompanhado por um sistemático processo de acumulação de capital e incorporação  de progresso técnico e continuo. Uma vez iniciado, o desenvolvimento econômico  tende a ser relativamente automático na medida em que o sistema capitalista,  através dos mecanismos de mercado, envolve incentivos para a produção. Os  fatores fundamentais que determinam o desenvolvimento econômico é a taxa de  acumulação de capital em relação ao produto nacional e a capacidade de  incorporação de progresso técnico à produção, mas detalhadamente o fator  principal determinar a maior ou menor aceleração do desenvolvimento capitalista  é a existência de uma estratégia nacional de desenvolvimento. No grau em que  uma sociedade nacional revela suficiente coesão quando se trata de competir  internacionalmente, se aproveitará de forma mais viável os recursos e as  instituições preparadas para crescer.
   Em suma o  crescimento econômico é o crescimento contínuo da renda per capita ao longo do  tempo (VASCONCELLOS, 2000). A fim de entender melhor esta discussão,  ressalta-se que o desenvolvimento econômico está relacionado a um fenômeno  histórico, onde de um lado está o surgimento das nações e a formação dos  estados nacionais e de outro a acumulação de capital e a incorporação de progresso  técnico ao trabalho e ao próprio capital, que ocorrem principalmente em  mercados relativamente competitivos, isto é, o desenvolvimento é um fenômeno  relacionado com o surgimento das duas instituições fundamentais do novo sistema  capitalista o estado e os mercados.
   Siedenberg  (2006) descreve o desenvolvimento como um processo de mudanças sociais e  econômicas que ocorrem numa determinada região, onde considera-se a questão da  abrangência das mudanças e envolve uma séria de inter-relações com outros elementos  e estruturas presentes nessa região, configurando um complexo sistema de  interações e abordagens. Adentrando mais neste contexto, a produção  agropecuária representa um importante mecanismo que proporciona esse  crescimento na economia. A caracterização do setor agrícola a partir da  participação relativa no PIB das atividades de produção estritamente agrícola  não exalta à totalidade da complexidade do setor em questão. Tais motivos  influenciaram alguns autores a trabalhar diretamente na caracterização mais  abrangente do setor conhecido como agronegócio (Guanziroli 2006).
   Berni e  Fochezato (2005) ressaltam a mensuração do Agronegócio de Furtuoso e Guilhoto  (2003), onde inclui a fração de outros setores da economia que respondem a  estímulos para frente e para trás do agronegócio, estes computam-se como as  seguintes atividades, o valor adicionado da atividade Agropecuária, o das  atividades agroindustriais, os setores industriais fornecedores da Agropecuária  e o os setores terciários, como os serviços de comercialização, transporte,  etc.
   Neste  contexto, a atividade agropecuária representa segundo Berni e Fochezato (2005),  aspectos do Agronegócio de Frutuoso e Guilhoto (2003), incluem setores da  economia que respondem a estímulos para frente e para trás no agronegócio. O  valor adicionado à atividade Agropecuária mas detalhadamente, a  representatividade dos setores industriais condizentes a este segmento de  produção e setores terciários fornecedores da agropecuária, mantêm o  crescimento continuo da atividade em algumas regiões já desenvolvidas, em  outros casos, como na região norte, estes indicadores ainda são pouco  mensuráveis se relacionados à representatividade da economia na região.
5 ASPECTOS METODOLÓGICOS 
   Para  identificar a relevância do setor agropecuário na região, foi realizado uma  investigação acerca da produção agropecuária no Baixo Amazonas, fundamentada em  dados secundários dos CENSO dos anos de 2000 e 2010, do Instituto Brasileiro de  Geografia e Estatística (IBGE), a partir de levantamento bibliográfico sobre a  temática do projeto. 
   Para a  apresentação do projeto, foi utilizada a técnica apresentada por Vergara, onde  qualifica dois aspectos. Quanto aos fins, a pesquisa será caracterizada como  descritiva, Vergara (2003) onde descreve-se a mesma como a explicação das  relações de causa e efeito dos fenômenos, ou seja, analisam o papel das  variáveis que, de certa maneira, influenciam ou causam o aparecimento do  fenômeno e quantos aos meios, utilizaremos a análise documental e bibliográfica.  Gil (2007), propôs o conceito que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com  base em materiais já elaborados, constituído principalmente de livros e artigos  científicos.
   Gil (2007)  pressupõe que a pesquisa documental assemelha-se muito a pesquisa bibliográfica,  a diferença essencial entre elas está na natureza das fontes; enquanto na  pesquisa bibliográfica se utiliza diversas informações de diversos autores  sobre determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não  receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaboradas de  acordo com os objetos de pesquisa.
   A  organização dos dados foi centrada na coleta de dados, tabulação e discussão  dos resultados, estes dados foram adquiridos a partir do CENSO de 2000 e 2010,  disponibilizados no Sistema do IBGE de Recuperação Automática – SIDRA, esta pesquisa  tem como base dados secundários, tendo em vista que não foi realizado estudo de  campo, com levantamento documental e mapeamento de dados. Acerca dos Dados  secundários entende-se que são aqueles que já foram coletados, tabulados,  ordenados e, às vezes, até analisados, com outros propósitos de atender às  necessidades da pesquisa em execução (GIL 2007).
   Como método  de análise será utilizado a forma descritiva, onde desenvolve-se essas teorias  como uma fase inicial do processo de estudo dos dados coletados, onde  utiliza-se de métodos da Estatística Descritiva para organizar, resumir e  descrever os aspectos importantes de um conjunto de características observadas  ou comparar tais características entre dois ou mais conjuntos de dados (Edna,  Ilka e Afonso Reis 2002).
   Baseando-se nas  afirmações de Lakatos (2010), a pesquisa em si tem como finalidade realizar um  estudo acerca da produção agropecuária na mesorregião do baixo amazonas,  considerando as dinâmicas entre diversos tipos de grupos, sociedades e  culturas, partindo de um método comparativo usado para diagnosticar as  diferenças entre as formas ou capacidade de produção nas regiões próximas  ressaltando seu desenvolvimento.
6  DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
   6.1 OBJETO DA PESQUISA
   Como objeto  de estudo temos o Território Rural do Baixo Amazonas, onde em sua dimensão geográfica  este é constituído por sete municípios, são eles: Urucará, São Sebastião do  Uatumã, Parintins, Barreirinha, Nhamundá, Boa Vista do Ramos e Maués. O  território compreende uma área de 107.029,63 Km².
Segundo o  Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, os aspectos  socioeconômicos do Baixo Amazonas, onde tem-se como base os dados do Censo 2000  (IBGE) a população total do território é de 204.134 habitantes, com cerca de  55% da população concentrada na zona urbana. O município mais populoso do  território é Parintins, com 90.150 habitantes, que corresponde a 44,2% da  população total do território.
   A população do  Território é resultante de migração de paraenses, maranhenses, japoneses,  cearenses e de habitantes do próprio Território – caboclos e remanescentes de  comunidades indígenas. Os descendestes de japoneses concentram-se,  principalmente, no município de Parintins, porém estes não constituem colônia  como é usual em outras cidades que recebem esses imigrantes. Em relação ao Índice de Desenvolvimento Humano –  IDH, segundo o Censo Demográfico do IBGE (2000), o índice de Desenvolvimento  Humano do Território é de 0,682, estando abaixo do índice do Estado, que é de  0,713, Dos três componentes do IDH (longevidade, educação e renda), a educação  é o componente que mais tem contribuído para aumentar o IDH, estando inclusive  acima da média do Estado (0,813). A renda e a longevidade são os indicadores  que mais tem puxado o IDH para baixo, a Renda apresenta o pior índice (0,518).
Quanto ao aspecto da  educação no Baixo Amazonas, elaboramos nossa análise a partir de dados da  SEPLAN (2004), onde número de alunos matriculados na educação básica (1ª a 8 ª  série) é de 89.264, sendo que 63,5% dos alunos são da área urbana. O quadro de  docentes do Território apresenta 3.110 professores. Dentro do Território  observa-se uma relação média de 29 alunos para 1 professor. Na zona rural da  mesorregião do Baixo Amazonas existem 528 escolas que oferecem a educação  básica. Essas escolas encontram-se normalmente nas comunidades mais povoadas, e  o ensino que é oferecido só vai, na grande maioria das vezes, até a quarta  série do ensino fundamental, grande parte das escolas apresenta problemas de  estrutura e funcionamento em geral. Para dar continuidade aos estudos os jovens  têm que migrar para as sedes municipais ou para outros centros urbanos maiores  e dificilmente retornam para as suas comunidades de origem.
   Analisando a  economia do Baixo Amazonas, observa-se que esta não difere muito das outras  regiões amazônicas, onde a maioria das famílias vive da pesca, caça e da  agricultura de subsistência ou do extrativismo vegetal (pau-rosa, seringa,  castanha, leite de amapá, leite de sorva e maçaranduba, fibra de juta e tabaco).  Vale ressaltar que a pecuária e a cultura da mandioca e do guaraná têm um papel  importante na economia do Território. Em destaque, o município de Parintins  possui um dos maiores rebanhos bovinos do Estado do Amazonas, com 107.146  cabeças de gado (Pesquisa Pecuária Municipal, 2003), o município é também um  dos poucos no Amazonas que possui matadouro e esta é uma importante atividade  econômica local.
   O sistema de  produção no Baixo Amazonas, mas propriamente dito o Setor Agropecuário, tem  perdido sua importância relativa na economia do Estado nos últimos anos o que  pode ser avaliado por meio de alguns indicadores macroeconômicos.
   O Produto  Interno Bruto, por exemplo, que mede a dinâmica dos setores na economia, mostra  uma queda acentuada na participação do setor agropecuário no período 1985-2000,  passando de 9,08% para 2,26%, respectivamente, essa queda foi tanto em função  da importância que os outros setores produtivos assumiram no contexto da  economia amazonense devido ao novo modelo de desenvolvimento implantado no  Estado, a Zona Franca de Manaus, quanto a um declínio dos preços relativos e da  produção de vários produtos, ou até mesmo o desaparecimento temporário de  alguns, como das fibras (juta e malva), e principalmente da queda acentuada da  produção extrativa.
   Os produtos  extrativos que participavam com 81% do Valor Bruto da Produção em 1990 passaram  a ter uma participação de 29% em 2000, ou seja, houve uma queda estimada em  torno de 52% possivelmente decorrente desta expansão industrial implantada no  estado. A produção agrícola do Território, em grande parte, é feita por  pequenos produtores rurais, dispersos ao longo dos rios e isolados, enfrentando  dificuldades de toda a sorte, desde o plantio até a comercialização.
   Em tese, o  setor agropecuário do Território se defronta com vários problemas que  dificultam o seu bom desempenho como, baixa produtividade das culturas, altos  índices de perdas dos produtos desde a colheita da produção até a chegada ao  consumidor final, falta de armazenamento, dificuldades o escoamento da  produção, falta de organização dos produtores, inexistência de uma política de  crédito de fácil acesso, baixo uso das tecnologias disponíveis, além do baixo  valor agregado aos produtos.
Analisando a tabela acima, observa-se que a Lavoura Temporária é a segunda atividade que ocupa o maior número de estabelecimentos rurais, 1.643 ou 20,8% do total. A pecuária é a atividade que ocupa a maior quantidade de área por grupo de atividade econômica, 224.437 hectares, o que equivale a 50,6%.
6.2 A  REPRESENTATIVIDADE DO SETOR AGRÍCOLA NA ECONOMIA DO AMAZONAS
   Em termos  econômicos, observamos um número significativo de estudos e análises sendo  realizado em torno da temática do território e do desenvolvimento rural  brasileiro, a  abordagem territorial  passa a assumir grande importância nas estratégias de desenvolvimento das  regiões rurais do país, haja vista as dificuldades de compreensão das complexas  configurações sociais e políticas que estão sendo postas a partir da  implementação de políticas de desenvolvimento territorial, pautadas no  fortalecimento das práticas de cidadania. Estas iniciativas políticas  pressupõem a necessidade de se desenvolver novas óticas de análise com relação  aos alcances das políticas públicas e das configurações das relações sociais  existentes entre os diferentes atores envolvidos na gestão territorial.
   Como exemplo  concreto deste planejamento temos o projeto de desenvolvimento e integração  territorial brasileira, trata-se de tentativas de impulsionar este  desenvolvimento econômico na região amazônica, por meio da integração e  articulação territorial, o investimento neste projeto justifica-se pela  necessidade de ocupação dos espaços vazios e fortalecimento da segurança nas  fronteiras nacionais. Como aspecto negativo de tal processo temos a  transferência de centenas de pessoas destinadas a ocupação territorial da  região, tal procedimento trouxe uma série de problemas sociais e econômicos,  tendo em vista a pouca estrutura disponibilizada na zona rural da região.
   Estas  políticas de desenvolvimento acabaram acirrando as disparidades e as exclusões  dos grupos sociais rurais locais. Embora as tentativas de conter ou minimizar  os problemas sociais estivessem presentes em diferentes estratégias  governamentais, contraditoriamente, a pobreza, a marginalidade e a exclusão  tornaram-se cada vez mais presentes na perspectiva do desenvolvimento adotado  ao campo e às cidades brasileiras. A iniciativa de impedir o avanço da pobreza  e da marginalidade tomou corpo em políticas de alcance social, focadas no  fortalecimento da cidadania e da economia regional. Os Territórios da Cidadania  representariam uma alternativa no sentido de minimizar e corrigir o déficit de  desenvolvimento rural no país.
   Contudo, o  desenvolvimento rural não ocorrerá de forma automática e espontânea, é fruto da  dinâmica de forças políticas, econômicas, sociais e culturais que atuam no  território.
   O que  justifica a importância da utilização de estratégias governamentais que incluam  formas de controle social e de participação de agentes sociais na definição de  atividades produtivas, com metodologias participativas de gestão social, tendo  como enfoque principal o local do produtor/empreendedor. O território precisa  ser visto não apenas como uma estrutura física, mas como uma unidade  político-administrativa que envolve aspectos como a gestão social e  descentralização de políticas territoriais sustentáveis.
   A distinção  dos sistemas de produção na Amazônia espelha sua diversidade natural e social,  estes sistemas de produção são essenciais não só para a sustentabilidade  ambiental, como também para a dinâmica econômica e inclusão social.
   Como uma  estratégia de desenvolvimento sustentável na Amazônia há que se considerar  alguns aspectos bem evidentes, de um lado, magnifica-se um desempenho econômico  que resultou em grande parte da exploração predatória da base de recursos  naturais, ou seja, reduzindo os ativos ambientais ao preço de um menor produto  potencial futuro, já de outro, ainda não se constituíram mercados para os  serviços ambientais prestados pelos ecossistemas, ou que traduzam o potencial  do patrimônio biológico da região em insumos para a bioindústria. A  sustentabilidade econômica de grande parte das atividades que constituem o  cerne da economia da Região Norte não está assegurada a médio e longo prazo.
   O setor  agropecuário na região amazônica consiste de amplo leque de atividades da  produção animal e vegetal, com distribuição desigual no território. Quase 60%  da expansão do valor da produção regional do setor nas três últimas décadas  ocorreram no Pará e no Mato Grosso, somando-se ainda o Maranhão, Rondônia e  Amazonas, chega-se a mais de 90% do crescimento absoluto do setor agropecuário  nesse período.
   Embora se  observe crescente preocupação com a modernização tecnológica e a racionalização  na produção, ainda predomina a percepção de que a Amazônia é uma fronteira  aberta de recursos, o que induz os agentes produtivos a buscarem maior  rentabilidade no menor tempo possível, inclusive por meio de ganhos  patrimoniais derivados da apropriação especulativa de terras.
   Contudo,  ressalta-se a imensa importância econômica da atividade agropecuária na  Mesorregião do Baixo Amazonas por tratar-se de uma atividade com alto teor de  crescimento, principalmente na agricultura familiar a qual através da análise  comparativa entre Censos Agropecuário de 1995/1996 e 2006 se observou um grande  aumento em termos de produção e participação ativa na economia regional.
  6.3 A PRODUÇÃO  AGROPECUÁRIA NO AMAZONAS
   A atividade  agropecuária nas últimas décadas, o desempenho econômico da região do Estado do  Amazonas, não reflete um crescimento homogêneo, este foi associado  principalmente à maturação dos investimentos públicos e aos incentivos fiscais  dirigidos a zona franca, o que impulsionou o processamento de exportação.
   Os números  agregados referentes ao Produto Interno Bruto por estado, per capitae por setor,  refletem as transformações ocorridas na dinâmica regional. A partir dos anos  setenta ocorreu crescimento econômico expressivo e desde os anos oitenta o PIB  vem crescendo mais rapidamente do que a média nacional. Nos anos noventa, a  economia da Amazônia, mais especificamente, no estado do Amazonas, apresentou  sinais de esgotamento dos ciclos expansivos anteriores, principalmente em  função dos limites de inserção de uma economia caracterizada por baixo grau de  inovação tecnológica e dependência da produção de matérias-primas em um  contexto de globalização fortemente competitivo, em uma análise mais recente,  estes segmentos veem apresentando um leve ritmo de recuperação de crescimento.
   Embora se  observe crescente preocupação com a modernização tecnológica e a racionalização  na produção, ainda predomina a percepção de que a Amazônia é uma fronteira  aberta de recursos, o que induz os agentes produtivos a buscarem maior  rentabilidade no menor tempo possível, inclusive por meio de ganhos  patrimoniais derivados da apropriação de terras destinadas a preservação tanto  da fauna quanto da flora, destaca-se a existência de aproximadamente 6,9  milhões de hectares de terras produtivas não utilizadas, enquanto se desmatam  novas terras.
   A atividade  agropecuária experimentou uma forte expansão na região nos últimos anos, mais  especificamente a agricultura, nestas áreas predomina a produção familiar,  centrada em padrões de produções focados principalmente na sobrevivência das  famílias e na sustentabilidade, nestas regiões cultivam-se principalmente  mandioca, milho, o guaraná, e, em menor grau, culturas perenes, como banana,  mamão e etc.         
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
   Este projeto propôs uma pesquisa bibliográfica  tendo, como base, informações censitárias de 2000 e 2010, produzidas pelo  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), onde analisamos os  resultados da produção agropecuária na mesorregião do Baixo Amazonas,  comparando a produção intra-regional e expondo a importância do setor no  desenvolvimento para a economia regional e local.
   No cenário nacional a agropecuária tem  relevados índices de produtividade, onde representa grande percentual no  Produto Interno Bruto (PIB), com essa grande representatividade do setor na  economia, o governo viabiliza políticas para o constante crescimento do setor  como na modernização dos meios de produção, mas detalhadamente nos avanços na  área da pesquisa e nos incentivos financeiros, com concessão de crédito e  benefícios fiscais, além do programa de incentivo rural, que da seguridade ao  produtor no caso de perdas em safras ou rebanhos.
   A atividade  agropecuária, nas últimas décadas, empenhou em grande parte o desempenho  econômico da região do Estado do Amazonas, que não reflete um crescimento  homogêneo, pois este foi associado principalmente à maturação dos investimentos  públicos e aos incentivos fiscais dirigidos a zona franca, o que impulsionou o  processamento de exportação.
   Contudo, ressalta-se a  imensa importância econômica da atividade agropecuária na Mesorregião do Baixo  Amazonas por tratar-se de uma atividade com alto teor de crescimento,  principalmente na agricultura familiar a qual através da análise comparativa  entre Censos Agropecuário de 1995/1996 e 2006 se observou um grande aumento em  termos de produção e participação ativa na economia regional.
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