Observatorio Economía Latinoamericana. ISSN: 1696-8352
Brasil


ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS NUMA ORGANIZAÇÃO PÚBLICA: UM ESTUDO NO HOSPITAL MUNICIPAL DE JUAZEIRINHO-PB

Autores e infomación del artículo

Angela Maria Pereira Fernandes*

Joaquim Carlos Lourenço**

Universidade Estadual da Paraíba

angelamaria558@hotmail.com

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RESUMO:

O presente artigo traz um estudo sobre Administração de materiais no hospital municipal de Juazeirinho-PB. O objetivo deste trabalho foi analisar como é realizada a administração de materiais no hospital municipal, quais as dificuldades encontradas pelos atuais gestores para manter o hospital funcionando e o que pensam os funcionários da atual gestão hospitalar. Foi realizada uma pesquisa exploratória. Além disso, foi feito entrevistas o Secretário de Saúde e a Diretora do hospital. Diante dos resultados obtidos é possível observar que o gestor encontra dificuldades financeiras para manter o hospital. Os resultados mostram que deve haver melhorias na gestão do hospital, principalmente na administração de materiais  relacionada a farmácia e cozinha, pois frequentemente tem faltado materiais nesses setores, dificultando ainda mais o trabalho da equipe. Por fim, constatou-se que a maioria dos funcionários torcem para que haja melhorias na administração de materiais do hospital de forma que todos possam desenvolver suas funções com mais êxito, e que possam atender a população de forma digna e respeitosa como está nos princípios da administração pública.

Palavras Chaves: Administração, Materiais, Hospital.

ADMINISTRATION OF MATERIALS IN A PUBLIC HOSPITAL: A STUDY IN THE PUBLIC HOSPITAL FROM JUAZEIRINHO-PB

ABSTRACT:

This article presents a study of Materials Management at the municipal hospital of Juazeirinho-PB. The aim of this study was to analyze how is performed the materials management at the municipal hospital, which are difficulties encountered by current managers to keep the hospital running, and what they employees current  the think team of hospital management. An exploratory survey was conducted. Moreover, interviews was made the Secretary of Health and Hospital Director. Based on the results you can see that the manager is financial difficulties to keep the hospital. The results show that there should be improvements in hospital management, especially in the administration of related materials to pharmacy and the kitchen, as often has been lacking materials in these sectors , further hindering the work of the team. Finally, it was found that most employees twist so that there is improvement in the management of hospital materials so that all can develop their tasks more successfully and can serve the population in a dignified and respectful manner as are the principles public administration.

Keywords: Management, Materials, Hospital.



Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato:

Angela Maria Pereira Fernandes y Joaquim Carlos Lourenço (2016): “Administração de materiais numa organização pública: um estudo no Hospital Municipal de Juazeirinho-PB”, Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, Brasil, (octubre 2016). En línea:
http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/16/hospital.html

http://hdl.handle.net/20.500.11763/br-16-hospital


1 INTRODUÇÃO

            A administração de materiais é uma ramificação da administração geral, assim, ela também adota as mesmas características que qualquer outra área da administração como: administração financeira, administração de marketing, administração de produção, etc. Tais características são as de planejar, comandar, controlar e atingir os objetivos exigidos pela empresa. Especificamente à administração de materiais administra materiais de determinada instituição pública ou privada de modo que atenda as exigências do mercado e do consumidor, e que todos os produtos necessários sejam mantidos ou utilizados adequadamente.
            Segundo Martins e Alt (2009, p.4) administração de materiais em uma empresa envolve o planejamento, o comando e o controle de diversos setores como: materiais, patrimoniais, de capital ou financeiro, humano e tecnológico. Neste estudo será analisado os recursos materiais utilizados em um hospital.
            Assim como uma empresa que possui diversos departamentos, um hospital não é diferente. Desmembra-se também em muitos setores, para que, de forma coordenada, execute os serviços a que dispõe (SANTOS, 2006, p. 37).
            Santos (2006, p.107) afirma que há grande dificuldade administrativa e técnica no recrutamento de pessoal preparado, o que gera baixa demanda para os locais de trabalho, no caso, os hospitais.
            Contudo, por se tratar de um setor que esbanja dificuldades para administrar por ser um local que mexe desde o emocional ao profissional, os hospitais contém muita carência de profissionais com a formação em administração, a maioria é administrada por médicos e enfermeiros.
            Os hospitais são bastante complexos de administrar materiais por ser um setor imprevisível, pois não se sabe quantos pacientes vão adoecer em um determinado período, com isso exige bastante atenção com o abastecimento, com saídas e com o controle dos estoques. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo verificar como acontece a administração de materiais do Hospital Municipal de Juazeirinho/PB.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Administração de materiais

            “A arte de fazer as coisas por intermédio das pessoas,” esse já se foi um dos conceitos de administração. Hoje, porém, administração é um processo de planejar, organizar, liderar e controlar para alcançar os objetivos estabelecidos (SANTOS, 2006, p.36).
Administração é ciência que estuda a fundo o planejamento de uma empresa para continuar estudando os benefícios e principalmente os riscos que um determinado “sonho”, ou “ideia” possam trazer para tal empresa.
            Administração de materiais além de administrar todos os recursos de determinada empresa ela assemelha-se a esse conceito quando, por exemplo, surge um produto novo no mercado e a empresa quer adquirir esse produto para se atualizar ou por outras medidas, mas não se sabe que conseqüências esse produto irá trazer para a empresa se como despesas ou lucros. Portanto o administrador de materiais irá estudar, avaliar, para finalmente decidir se adquiri o tal produto ou não para a empresa para o qual administra.
            A administração se divide em várias áreas, cada área estuda e analisa especificamente o seu ramo. São exemplos: administração pública, administração de produção, administração de recursos humanos, administração de materiais, entre outras.
            Para Chavienato (2005, p.27) na longa jornada que atravessa dentro das empresas, os materiais passam por uma sequência de etapas por meio de uma série de máquinas e equipamentos ao longo das seções produtivas, até que finalmente chegam ao seu resultado final como produtos e serviços.
            Toda a necessidade de suprimento de materiais deverá ser atendida conforme solicitação da operação ou cliente. Mas o objetivo principal da administração de materiais é que o material chegue ao local certo, na hora certa e quantidade correta (ROCHA, 2010).
            Desde o planejamento, a execução das compras, recebimento das mercadorias, estocagem dos produtos, controle de produção, distribuição, enfim até a entrega final ao consumidor. Estas tarefas devem ser desempenhadas rigorosamente, pois um erro em apenas uma dessas tarefas compromete todo o percurso do planejamento causando grandes prejuízos.
            A administração de materiais é uma área da gestão que visa assegurar que a organização disponha de modo continuo, dos insumos necessários para suas atividades (COSTIN, 2010, p.184). Deve, portanto, contribuir para ampliar as condições da organização de atender as necessidades dos seus clientes em termos, custos, flexibilidade e qualidade, obtendo o máximo benefício dos recursos aplicados (BARBIERE e MACHLINE, 2009, p.20).

2.1.1 Estoques

Sempre se utilizaram estoques, desde o começo da humanidade, através da armazenagem de diferentes recursos, como alimentos e ferramentas, que iriam servir para apoiar sua sobrevivência e desenvolvimento (CARVALHO, 2008, p.16).
Francischini e Gurgel (2010, p.81) definem estoques como “quaisquer quantidades de bens físicos que sejam conservados, de forma improdutiva, por algum intervalo de tempo”. Segundo Santos (2006, p.52) os estoques devem atender duas exigências básicas:

  • Não pode haver excessos;
  • Não pode haver faltas.

O volume ou nível dos estoques de qualquer tipo de material é afetado pela qualidade e quantidade de informação sobre eles, tais como previsão de consumo, prazos de entrega, alternativas de distribuição e estoques.
Estoques são recursos ociosos que representam um investimento alto para a empresa, pois empregam boa parte do capital de giro, que muitas vezes não trás um retorno do investimento. Porém, podem ser úteis, caso haja necessidade urgente de algum ali presente. Por isso que se devem manter determinados níveis adequados de materiais, objetivando, assim, manter o equilíbrio entre estoque e consumo (CARVALHO, 2008, p.16).
O objetivo, portanto, é otimizar o investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa, minimizando as necessidades do capital investido em estoques (DIAS, 2010). Conforme Costin (2010, p.184), cinco fatores são fundamentais para uma boa gestão de recursos materiais:

  • Qualidade do material;
  • Quantidade do material;
  • Prazo de entrega;
  • Preço;
  • Condições de pagamento.

O gerenciamento de estoque surgiu para suprir uma necessidade das empresas de controlar tudo que se passava de materiais, o período de cada um dentro dos armazéns, a quantidade mantida em cada compartimento, quando pedir novamente aquele produto (PASCHOAL, 2008, p.12).
Gestão de estoque é basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material numa organização.
Para Pascoal (2008, p.13) gerir estoque nada mais é do que fazer um total planejamento de como controlar os materiais dentro da organização, trabalhando exatamente em cima do que a empresa necessita para determinadas áreas de estocagem, mantendo o equilíbrio entre estoque e consumo.
Segundo Carvalho (2008, p.29) controle de materiais consiste essencialmente na busca do equilíbrio entre estoque e consumo, tentando impedir entrada de materiais desnecessários e definir os parâmetros de cada material incorporado ao sistema de gestão de estoques, determinando níveis de estoque máximo, mínimo e de segurança.
Uma das grandes dificuldades encontradas pelas empresas consiste em se prever com maior precisão de demandas. As incertezas relacionadas ao mercado e o processo produtivo das organizações, seus índices trazendo consigo características peculiares a cada caso (ANDRADE, 2011, p.3).
Estoque é a composição de materiais em processamento, materiais semi-acabados, materiais acabados, que não é utilizado em determinado momento na empresa mais que precisa existir em função de futuras necessidades. Assim o estoque possui todo o sortimento de materiais (CHAVIENATO, 2005, p.68).
Os estoques desempenham papel importante na flexibilidade operacional da empresa. São as entradas e saídas dos produtos nos processos de comercialização. É necessário que nas organizações, a direção preocupe-se em todos os aspectos que evolvem o negócio (SELHORST, 2009, p.30).
Isso significa afirmar que tanto para um processo produtivo ou para prestação de serviço, sempre existirá um estoque, quer seja ele grande, médio, pequeno ou só por garantia. Haja vista que o foco principal de qualquer empresa é o cliente, assim sendo não pode deixar de atendê-lo devido à falta do produto (ROCHA, 2010, p.19).
Estoques são todos os produtos ou mercadorias que determinada empresa pública ou privada guarda em algum depósito da empresa por algum período para atender sua clientela. Geralmente estes estoques são reabastecidos á medida que estes produtos forem consumidos e são acompanhados por meios de controles para que nunca falte algum produto, os estoques devem sempre está equilibrado pra que não haver excessos também.

2.1.2 Controle de estoque

Para Pozo (2007, p.118) a função do controle, como parte integrante do sistema de planejamento, é fazer a avaliação das ações que estão sendo desenvolvidas no processo produtivo e compará-las com o planejado.
Segundo Francichini e Gurgel (2010, p.147) as informações que trafegam pela empresa devem ter algumas características essenciais:

  • Corretas e precisas fidelidade ao estado da atividade;
  • Válidas – mostrar o que se deseja medir;
  • Completas – abranger todos os aspectos importantes;
  • Única e mutuamente exclusivas – não haver redundância;
  • Compreensível – simples e inelegíveis;
  • Timing – geradas em tempo adequado.

A utilidade do registro de estoque está diretamente relacionada com sua eficiência. [...] se os registros não forem precisos, haverá falta de materiais, programas descaracterizados, entregas atrasadas, vendas perdidas e excesso de estoques (ARNOLD, 2008, p.361).
A função do controle de estoque é minimizar o capital investido em relação às vendas não realizadas, ajudando no ajuste do planejamento da produção. O controle de estoque também planeja, controla e replaneja o material armazenado na empresa, também é importante no controle de desvios, desperdícios, apuração de valores e apuração do demasiado investimento (ROCHA, 2010).
Para Chavienato (2005, p.77) um dos desafios da administração de materiais está em planejar e controlar os estoques para mantê-los em níveis adequados de dimensionamentos ou então reduzi-los sem afetar o processo produtivo e sem aumentar os custos financeiros.
A administração de estoques não se preocupa somente com o fluxo diário entre vendas e compras, mas com relação lógica entre cada integrante deste fluxo, e traz mudança na forma tradicional de encarar o estoque nas diferentes formas (DIAS, 2010).
Uma das funções mais importantes na administração de materiais é o controle de estoques. Mantê-los sempre equilibrado é um desafio, muitas vezes há faltas de produtos por furtos, por desvios, por falta ou atrasos de fornecedores ou por grande demanda. São inúmeras as causas que podem descontrolar os estoques além de faltas pode haver também excessos de mercadorias causados por falta de planejamento, falta de conhecimento do produto e falta de demanda. O grande desafio é fazer um controle de estoques eficaz nas instituições da administração pública.

2.2 Administração pública

            A administração pública é a ciência que trata das organizações e sua história remota ao ano 5.000 a. C., ela é utilizada tanto para designar funções de planejamento e direção, como para designar as atividades de execução (PALUDO, 2012, p.20). 
            Segundo Martins-Pereira (2010, p.62) o conceito de administração pública é amplo e complexo decorre da diversidade dos sentidos da própria expressão, quer pelos diferentes campos por meio dos quais se desenvolve a atividade administrativa.
            Administração pública pode ser direta e indireta segundo a Constituição Federal de 1988. Direta quando inclui serviços desempenhados pela estrutura administração da Presidência da República e dos Ministérios no caso (Administração Federal). Indireta, também chamada descentralizada, inclui as autarquias, empresa pública, sociedade de economia mista e fundações públicas que desempenham atividades que lhes forem atribuídas (COSTIN, 2012, p.29).
            A Constituição Federal de 1988, art. 37 define que “Administração Pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios obedecerá aos princípios de Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência” (MATIAS-PEREIRA, 2010, p.176).
            Administração pública como o próprio nome diz, é administrar algo público, ou seja, do povo. Composta pelos governos Federal, Estadual, Municipal e do Distrito Federal, portanto, o governo decide pelo povo e os gestores praticam as decisões.

2.2.1 Gestão hospitalar

            A palavra hospital é de raiz latina (Hospitalis) e de origem relativamente recente. Vem de hospes – hóspedes, porque antigamente nessas casas de assistência eram recebidos peregrinos pobres e enfermos (MIN. DA SAÚDE, 1965, p.7).
            Os hospitais no Brasil, como em qualquer outro país, foram administrados por religiosos, médicos, enfermeiros ou pessoas da comunidade, devido ao fato de não serem vistos como uma empresa e sim como uma “instituição de caridade” (SEIXAS e MELO, 2009, p.17).
            Como toda organização, o hospital seja no órgão público ou privado dispõem das mesmas características que qualquer empresa, pois têm objetivos e metas a serem alcançadas, nem sempre essas metas e objetivos tem finalidades financeiras, mas sim de atender e servir a população como um todo. Para um bom funcionamento os hospitais necessitam de planejamento, comando e muito controle.
            Segundo Celestino (2002, p.1) os hospitais estão entre os organismos mais complexos de serem administrados. Neles estão reunidos vários serviços e situações simultâneos: hospital é hotel, lavanderia, serviços médicos, recursos humanos entre outros.
            O gestor hospitalar é um profissional capaz de gerenciar de forma eficiente a complexidade das atividades das instituições de saúde, adquirindo autonomia no processo de aquisição e disseminação do conhecimento para ser um agente multiplicador apto a resolver questões internas e externas da organização (VIEIRA, 2009, p.1).
            Os hospitais realmente são complexos para administrar, pois envolve muitas tarefas como: treinamento e aperfeiçoamento do pessoal, logística hospitalar, os recursos financeiros, os recursos patrimoniais e materiais entre outras funções, portanto exige do gestor entendimento no setor administrativo.

3 METODOLOGIA

            O presente trabalho apresenta abordagem qualitativa e quantitativa com pesquisas dos tipos exploratória, descritiva e bibliográfica. Para Selltiz et al. (1967, p.63) as pesquisas exploratórias tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com problema, [...] seu planejamento é flexível de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado.
            Gil (2010, p.27) afirma que a maioria das pesquisas realizadas com propósitos acadêmicos, pelo menos, no primeiro momento, assume o caráter de pesquisa exploratória, pois neste momento é pouco provável que o pesquisador tenha uma definição clara do que irá investigar.
            As pesquisas descritivas têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, nível de escolaridade, e etc. Algumas vão além da simples identificação da existência de relações entre variáveis e pretendem determinar a natureza dessa relação (GIL, 2010, p.27-28).
            As pesquisas bibliográficas como qualquer outra modalidade de pesquisa, desenvolvem-se ao longo de uma serie de etapas (GIL, 2006, p.59). Trata-se da pesquisa desenvolvida a partir de referências teóricas que apareçam em livros, artigos, documentos, etc. (MICHALISZYN, 2011, p. 51).
            Os métodos de coleta dos dados aplicados nesta pesquisa foram à pesquisa de campo e o estudo de caso. Nas pesquisas de campo a delimitação do campo de observação empírica, no qual se aplica o tema da pesquisa, é objeto de discussão entre os interessados e os pesquisadores (THIOLLENT, 2001, p.70).
            No estudo de campo, o pesquisador realiza a maior parte do trabalho pessoalmente, pois enfatiza a importância de o pesquisador ele mesmo uma experiência direta com a situação de estudo (GIL, 2006, p.53).
            Para Vergara (2007, p.49) estudo de caso é um circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público e etc. Tem caráter de profundidade e detalhamento, pode ou não ser realizada no campo. Pesquisa que se concentra no estudo de um caso particular, considerado representativo de um conjunto de casos análogos, por ele significativamente representativo. Devem ser trabalhados mediante análise rigorosa (SEVERINO, 2007, p.121).
            Para coleta dos dados, utilizou-se questionários estruturados e a entrevista com roteiro estruturado. Questionário caracteriza-se por uma série de questões apresentadas ao respondente, por escrito. Ás vezes, é chamado de teste, como é comum em pesquisa psicológica. O questionário pode ser aberto, pouco ou não estruturado, ou fechado, estruturado (VERGARA 2007, p.55).
            Segundo Severino (2007, p.125) questionário é um conjunto de questões sistematicamente articuladas, que se destinam a levantar informações escritas por parte dos sujeitos pesquisados, com vistas a conhecer a opinião dos mesmos sobre assuntos em estudo.
            Segundo Gil (2008, p.109) pode-se definir entrevista como a técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe formulam perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação.
            Foram realizadas em março de 2016 entrevistas com o atual secretario de saúde do município e a diretora do hospital de Juazeirinho – PB. Além do secretario e da diretora, a presente pesquisa considerou 47 funcionários como população amostral, e a amostra foi composta por 15 sujeitos. Os questionários foram aplicados a 15 funcionários do hospital nos dias 29 e 30 de janeiro de 2016 e 05 e 06 de março de 2016.
            O questionário foi aplicado aos funcionários com 28 perguntas, sendo 09 abertas e 19 fechadas a serem respondidas com as seguintes opções: sim, não, mais ou menos, não sei, ótimo, bom, regular, péssimo, ruim, sempre, às vezes, dificilmente e nunca. Teve como objetivo buscar informações sobre o perfil dos funcionários, a satisfação no trabalho e o conhecimento sobre a administração de materiais do hospital municipal de Juazeirinho - PB.
            Os dados coletados foram tratados, e na análise dos resultados, utilizou-se o método análise de conteúdo. Os resultados são expostos em forma de textos e gráficos.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Histórico do hospital do município

            Inaugurado em 1973, a unidade hospitalar era apenas uma fundação assistencial, e no ano de 2013 passou a ser hospital. Durante o período de fundação trabalhavam em média 25 funcionários, quanto à média de atendimentos diários, mensais ou anuais e a comparação de gastos com os dias atuais, não foi possível encontrar informações, pois como era apenas uma fundação o município não tinha controle da unidade.
            De acordo com o atual Secretário de saúde do município de Juazeirinho - PB, Sr. Fabio Roberto de Araújo Tavares, que atua como secretário de saúde do município desde novembro de 2014, trabalha no hospital atualmente 63 funcionários. Sendo todos com cargo efetivo.
            Acerca dos serviços oferecidos, o Secretário afirmou:
 “Estamos conseguindo da uma resposta melhor à sociedade oferecendo um serviço de melhor qualidade embora tenha muito a melhorar, porém nosso maior desafio é sem dúvida, o financeiro, hospitais de pequeno porte como é o nosso caso, recebe muito pouco ou quase nada do Ministério da Saúde,”.
            Ele disse ainda que é realizado no Hospital em média 4.500 atendimentos por mês e que os gastos financeiros com medicações, funcionários, transportes e demais despesas chegam à média de R$ 250.000,00/mês e que o hospital municipal não tem nenhum convênio ou apoio do governo federal ou estadual.
            Conforme Tavares, para manter um Hospital de Pequeno Porte - HPP, como é nosso caso, tem sido pra qualquer gestor uma luta diária, pois como foi dito, não existe ajuda do governo Estadual e Federal, o que complica mais ainda, como relata o secretario:
"onde temos uma tabela com subfinanciamento do SUS, pra citar, por exemplo, nenhum hospital privado aceita mais fazer um parto normal por menos que R$1.500,00 (Um mil e quinhentos reais) onde na tabela do SUS paga-se apenas a quantia de R$ 425,00 (quatrocentos e vinte e cinco reais)".
            Quanto à administração de materiais do Hospital Municipal, foi perguntado se o Secretario tem acompanhado os controles dos estoques, ele respondeu que sim.

4.1.1 Percepção dos funcionários quanto à administração de materiais

            Atualmente trabalham no Hospital Municipal de Juazeirinho – PB, 63 funcionários. Deste total apenas 76% solicitam materiais para desenvolver suas funções. Os demais 24% não precisam solicitar, são exemplos, os que trabalham nos cargos de vigilante e motorista. Por isso, a população amostral considerada foi de apenas 47, e a amostra de15 sujeitos.
            Conforme os resultados da pesquisa, a maioria dos respondentes são do gênero feminino (80%) e masculinos (20%). Quanto à escolaridade, 02 possuem o ensino fundamental (13,3%), 10 possuem ensino médio (66,6%), nenhum dos inquiridos possui graduação incompleta (0,0%), e 03 pós-graduação (20%) . Em relação a faixa etária, 05 estão entre 18 e 28 anos (33,3%), 06 entre 29 à 38 anos (40%), 02 entre 39 à 48 anos (13,3%) e 02 acima de 48 anos (13,3%), dos 15 funcionários possuem cargos efetivos representando 100%.
            Na pesquisa foi apresentado um questionário com 19 perguntas fechadas, a serem respondidas com as seguintes opções: sim, não, mais ou menos, não sei, ótimo, bom, regular, péssimo, ruim, sempre, às vezes, dificilmente e nunca. Para a pergunta: Você considera que desempenha bem sua função? Entre os inquiridos, 93,34% responderam que sim e 6,66% responderam mais ou menos.
            Na pergunta seguinte: Você gosta do seu trabalho? A grande maioria responderam que sim, cerca de 86,66% e 13,34% responderam que mais ou menos. Apesar das dificuldades encontradas em suas tarefas com a falta de recursos e falta de reconhecimento profissional, a grande maioria afirma que gostam do trabalho que desenvolvem, como mostra o gráfico 01:
            Foi perguntado: Você já ouviu falar sobre administração de materiais, 86,6% responderam que sim, 6,6% responderam que não, e 6,6% responderam mais ou menos. Quando perguntado: Você entende algo sobre administração de materiais? Responderam sim 73,4% dos funcionários e 26,6% responderam mais ou menos. Quanto ao trabalho da diretora com relação ao controle de estoques, consideram bom 26,66% dos inquiridos, 60% regular e 13,34% ruim (Gráfico 02):
            Com relação aos estoques da farmácia hospitalar, você considera bem abastecida? Responderam que sim 13% dos funcionários, 13% que não, 67% responderam mais ou menos e 7% não consideram que a farmácia é bem abastecida de materiais.
            Observa-se que as opiniões com relação aos estoques da farmácia do hospital estão bem saturadas, e que a maioria pensam que a farmácia está mais ou menos abastecida por materiais, ou seja, precisa de um equilíbrio na compra e na distribuição dos materiais para manter o atendimento das necessidades do hospital e da população que busca atendimento como um todo, como mostra o gráfico 03 a seguir:
            Foi perguntado com que frequência tem faltado o material de escritório (fichas, canetas, receituários), 13,3% dos funcionários responderam que falta sim algum material, 46,7% às vezes, e 40% que dificilmente falta. No gráfico abaixo encontram-se elencada uma das questões importantes na administração de materiais, o ressuprimento do estoque, como podemos ver as opiniões dos funcionários, ficaram bem divididas com relação a frequência com que tem faltado materiais de escritório no hospital (Gráfico 04).
            De acordo com os resultados obtidos com as questões abertas, 100% responderam a todas as perguntas; 86,6% responderam que solicitam o pedido preenchendo um formulário padrão do hospital, de acordo com a necessidade do setor e encaminham para o responsável pelo setor da farmácia ou do almoxarifado, 13,3% deles responderam que fazem o pedido diretamente ao setor responsável sem preenchimento de formulários, como mostra o gráfico 05 abaixo:
            Quanto ao tempo para receberam o pedido solicitado, 66,66% afirmaram que levam de 05min a 01h para realizarem o pedido, 20% responderam que recebem o pedido com uns 30min depois, 6,67% responderam que recebe de imediato e 6,67% responderam que nem sempre recebe logo, como mostra o gráfico 06 abaixo:
            Todos disseram que quando precisa de algum material, remetem o pedido diretamente ao setor responsável. Eles também responderam que podem fazer o pedido de materiais sempre que precisarem de acordo com a necessidade e demanda, e que o pedido é feito manualmente. No entanto, é considerado pela administração de materiais um risco para as empresas com relação ao controle de estoques, podendo haver desperdícios, furtos e percas de materiais por não ter nenhum registro de pedido, causando assim descontrole e prejuízos para a empresa.
            A partir dos resultados percebeu-se que a diretora do hospital precisa melhorar ainda mais a administração de materiais, priorizando o abastecimento da farmácia hospitalar (Gráfico 03), e abastecer melhor os demais estoques do hospital, mantendo limpos e organizados como mostra as opiniões do (Gráfico 05) dos funcionários.
 
4.2. A administração de materiais no hospital municipal

            Em março de 2016 foi realizado com a diretora do hospital de Juazeirinho/PB, uma entrevista que teve como objetivo conhecer como funciona a administração de materiais do hospital municipal. A diretora do hospital municipal de Juazeirinho/PB, Nadja Glene G. da Costa, é estudante de Enfermagem, atua na função há 01(um) ano, a mesma disse que como administradora dirige os funcionários, acompanha de perto o trabalho de cada um, além de ficar a frente do hospital como um todo, com o propósito de que todos os pacientes sejam bem atendidos.
            Foi perguntado para a diretora quais e quantos setores ela administra. Ela respondeu que administra o hospital como um todo, destacando cinco setores, o de transportes hospitalar (ambulâncias), copa, lavanderia, almoxarifado e farmácia. Com relação à administração de materiais, ela disse que são utilizados métodos de controle de estoques como relatórios de dados e são feitos manualmente.
            Ela afirma que a maior dificuldade encontrada para controlar os produtos nos estoques é a falta de um sistema eletrônico, pois os mesmos são controlados manualmente e é feito o levantamento dos custos dos estoques a cada mês, e que não é feito cálculos de custos de medicamentos por pacientes. Disse ainda que os materiais são classificados pelo método de ordem alfabética e que quando recebe as mercadorias é verificado o prazo de validade e os produtos que estão próximos da data de vencimento ficam na frente e os com data mais longa ficam atrás.
            Foi perguntado que procedimentos os funcionários utilizam para realizarem os pedidos de materiais para seus setores e para quem eles remetem os pedidos. Ela respondeu que o pessoal da farmácia e cozinha preenchem relatórios, já os funcionários da limpeza e transportes fazem o pedido boca a boca. O pedido é entregue diretamente ao responsável, no caso a diretora. Quanto ao pedido boca a boca ele não traz nenhuma segurança para o controle do estoque em uma organização, o que é considerado um risco, devido a perdas e furtos.
            Ela ainda acrescentou que não decide sozinha quanto à entrega dos produtos solicitados pelos funcionários, que no caso da farmácia conta com o apoio da coordenação de enfermagem, no caso da cozinha conta com a ajuda da nutricionista, já a liberação dos transportes conta com o auxilio da equipe clínica de plantão, e que os funcionários podem solicitar os materiais de acordo com a demanda ou necessidade.
            Para abastecer os estoques dos setores do hospital como: farmácia, almoxarifado, dispensas, etc., a diretora disse que é feito relatórios de pedidos de materiais preenchidos por ela com a ajuda do Secretário de Saúde e enviado para o setor de compras da prefeitura.
            Quanto à gestão de pessoas ela afirma que tem tentado motivar os funcionários reconhecendo o trabalho de todos e respeitando as opiniões, e que pretende melhorar ainda mais a administração de matérias do hospital.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Na administração de materiais é notável a importância de gerenciar o controle dos estoques, evitando excessos e desperdícios, e mantê-lo equilibrado. Evitar desperdícios por prazos de validade, por furtos ou por excesso de mercadoria é de extrema importância.
            Na pesquisa realizada no Hospital Municipal de Juazeirinho/PB, percebeu-se a falta da adoção de um sistema de controle de materiais eletrônico, que possibilite e mantenha os estoques de materiais mais equilibrados.
            Diante das dificuldades financeiras relatadas pelo Secretário Municipal de Saúde e pela Diretora do Hospital Municipal, evidenciou-se que, falta sim de fato apoio do governo, mas o município tem gerido o hospital com seus recursos. Portanto, a falta de materiais relatada por alguns funcionários pode ser justificada.
            Por fim, constatou-se que a maioria dos funcionários torcem para que haja melhorias na administração de materiais do hospital de forma que todos eles possam desenvolver suas funções com mais êxito, e que possam atender a população de forma digna e respeitosa como está nos princípios da administração pública.

REFERÊNCIAS

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* Graduada em Administração Pública - Universidade Estadual da Paraíba (UEPB/EAD), Assistente Administrativa no Hospital Municipal de Juazeirinho-PB, Brasil.

** Doutorando em Recursos Naturais pela Universidade Federal de Campina Grande - (PPGRN/UFCG); Docente Convidado do Curso de Administração Pública da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB/EAD) Brasil.


Recibido: 24/07/2016 Aceptado: 05/10/2016 Publicado: Octubre de 2016

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