Carlo Alessandro Castellanelli*
Universidade Federal de Santa Maria
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Resumo: Nas  últimas décadas, novos modos de governança surgiram, nos quais um conjunto de  atores não-governamentais auxiliam na definição de normas e comportamentos  relacionados com a produção e consumo de bens e serviços com potenciais  impactos ambientais e sociais. Esses modelos são evidentes na governança de  biocombustíveis, onde as organizações intergovernamentais, governos nacionais e  subnacionais, empresas e organizações da sociedade civil têm desenvolvido recentemente  um conjunto de normas, metas e códigos de conduta na tentativa de definir as  condições nas quais as culturas podem ser cultivadas, processados e utilizadas  como combustível. No entanto, estas questões são acompanhadas por  contradições, levantando hipóteses sobre como a sustentabilidade é definida e  avaliada no contexto da governança dos biocombustíveis. Este trabalho visa  analisar aspectos das certificações aplicadas aos biocombustíveis,  principalmente aquelas norteadas pela União Europeia, que tem o maior potencial  para alavancar esse novo sistema híbrido de governança.
  Palavras-Chave: Biocombustíveis, Governança, Certificações.
THE  "GREEN" LABELS AND ITS RELATIONS WITH THE BIOFUELS’ GOVERNANCE 
  Abstract: In  recent decades, new models of governance emerged in which a set of  non-governmental actors assist in setting norms and behaviors related to the  production and consumption of goods and services with potential environmental  and social impacts. These models are evident in the governance of biofuels,  which intergovernmental organizations, national and subnational governments,  businesses and civil society organizations have recently developed a set of  standards, goals and codes of conduct in an attempt to define the conditions in  which crops can be cultured, processed and used as fuel. However, these issues  are accompanied by contradictions, raising hypotheses about how sustainability  is defined and evaluated in the context of governance of biofuels. This work  aims to analyze aspects of certifications applied to biofuels, especially those  guided by the European Union, which has the greatest potential to leverage this  new hybrid system of governance.
  Keywords: Biofuels;  Governance; Certifications.
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 Carlo Alessandro Castellanelli (2016): “As certificações "verdes" e suas relações com a governança dos biocombustíveis”, Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, Brasil, (octubre 2016). En línea: 
http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/16/certificados.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/br-16-certificados
1. INTRODUÇÃO
            As  certificações ecológicas surgiram como uma das principais ferramentas de que  demonstram a sustentabilidade empresarial. Embora um grande esforço tem-se  investido em tornando-os mais eficazes e eficientes, a participação dos  produtos com certificações ecológicas no mercado ainda é baixa, em parte porque  eles foram criados principalmente para os consumidores "verdes", que  representam ainda, uma pequena parcela da população.
              Os  mercados de bens e serviços eco-friendly estão se tornando cada vez mais comuns. Programas de Eco Certificação agora governam  a venda de milhares de produtos e produtos verdes representam aproximadamente  9% de todas as introduções de novos produtos nos Estados Unidos, por exemplo.  Os consumidores pagam significativos preços mais altos por alimentos orgânicos,  por "eletricidade verde", para o café cultivado à sombra e de  comércio justo, e por vários atributos sustentáveis ambientais, tais como,  reciclados, não-tóxicos, biodegradáveis e sem crueldade com os animais. Uma  razão pela qual os consumidores compram versões de produtos compatíveis com o meio-ambiente  em vez dos mais barato, é conter esses atributos ambientais. 
              Os  chamados ecolabels, que incluem  normas e certificações, estão crescendo em destaque e se espalhando para as novas  indústrias. Estas ferramentas prometem uma variedade de benefícios,  especialmente na arena internacional, no entanto, não há nenhuma regra ou norma  geral para regulamentar estes mecanismos. A menos que estas ferramentas possam  induzir mudanças significativas no fornecimento de qualquer lado, o lado da  procura, ou ambos, eles nunca oferecem uma alternativa atraente para a  regulamentação governamental de produtos.
              No  início de 1990, era uma crença comum de que o caminho para superar os problemas  da desconfiança causada era buscar regulamentos e normas mais consistentes e  apropriadas. Muitas organizações, incluindo organizações governamentais, ONGs,  associações comerciais e pesquisadores de engenharia e políticas, às voltas com  este problema de informações, acabaram desenvolvendo instruções e regulamentos  para o uso correto dos termos e selos ambientais.
              No  caso dos biocombustíveis, a certificação é uma resposta às preocupações  relacionadas com a sustentabilidade. Existem vários esquemas de certificação relacionados  à sustentabilidade em outros campos, consideravelmente variando em escopo,  desenvolvidos para uma vasta gama de produtos, como resultado de várias tendências  (Van Dam et al., 2010 e BTG, 2008). Eles fornecem informações sobre as  estruturas dos sistemas de certificação (projeto, restrições de implementação,  custo-benefício, etc.), bem como a experiência de funcionamento e eficácia. 
              Os  biocombustíveis são atualmente uma das fontes de energia mais controversas na  alternativa aos combustíveis fósseis (principalmente fomentados no Brasil,  Estados Unidos e Europa). Apesar de criar alguns instrumentos para garantir a sustentabilidade  da sua produção (certificados, consenso internacional, políticas públicas,  etc.), torna-se claro o papel de cada um dos atores em sua promoção dentro mercado  local, regional e global.             Vários  sistemas de certificação aplicáveis à indústria agrícola visam garantir a  produção agrícola ambientalmente sustentável (IFEU, Oeko, 2008). Esquemas de  certificação agrícola enfrentam um conjunto central de preocupações relativas a  práticas agrícolas sustentáveis, manuseio e uso de agrotóxicos, saúde e  segurança alimentar e rastreabilidade, com os critérios de sustentabilidade  abordando principalmente aspectos ambientais. 
2. ANTECEDENTES
            Desde  a década de noventa, os governos têm promovido intensamente os biocombustíveis  e promulgado políticas relacionadas à atenuação das alterações climáticas, a  segurança energética e o apoio ao agricultor no desenvolvimento rural.  Discursos políticos têm se desenvolvido sobre a falta de energia como um  obstáculo ao desenvolvimento e ao crescimento (Smith, 2010 e Wilkinson  e Herrera, 2010). Na virada do século XX por volta de2006/2007, os principais  produtores de biocombustíveis (Brasil, os Estados Unidos e a UE) promulgaram políticas  que efetivamente forjaram os fundamentos de uma indústria emergente. A UE e os  EUA um conjunto mínimo de mandatos sobre a utilização de biocombustíveis forneceu  uma gama de subsídios, como financiamento e facilidades de investimento para os  agricultores, processadores, loteadores, empresas de biotecnologia e  universidades. O apoio do governo brasileiro no início dos anos setenta e  oitenta foi revitalizado nos anos 2000. Lobbies agrícolas, ativistas das  mudanças climáticas e departamentos do governo em sintonia com a energia e a  segurança forneceram uma combinação única de interesses que empurraram os  biocombustíveis para um ambiente político e geral favorável (Dauvergne and  Neville, 2009, Gillon, 2010 e Lehrer, 2010).
              O  aumento dos preços dos alimentos em  2007/2008 gerou vários motins no continente  asiático, africano e em países latino-americanos, alterando de modo geral o  quadro anterior, assim como preocupações começaram a surgir em torno do aumento  dos preços dos produtos alimentares, e, foi planejada em grande escala,  investimentos em terra no hemisfério Sul, colaborando com as alterações indiretas  da utilização dos solos e a degradação ambiental (Borras et al., 2010,Vermeulen  and Cotula, 2010 e Matondi et al., 2011). Ainda, dúvidas começaram a  ser lançadas sobre o impacto da produção de biocombustíveis sobre as emissões  de gases de efeito estufa (GEE) (Pimentel et al., 2010).
3. AS REGULAMENTAÇÕES DO MERCADO EMERGENTE DOS BIOCOMBUSTÍVEIS
            A  vontade da autoridade pública para delegar regulamentos sociais e ambientais  para o setor privado tem variado de setor para setor, mas conduziu frequentemente  à criação de "esquemas voluntários", normas e certificações no  contexto sustentabilidade. Estes são os esquemas "voluntários" no  sentido de que eles não estão definidos em alguma regulamentação governamental,  mas, em muitos sentidos, eles são de fato obrigatórios para os produtores e  outros atores da cadeia de valor se eles querem realizar o fornecimento para  grandes transformadores e varejistas (tais como a Unilever e Wal-Mart) que  estão cada vez mais exigentes em produtos certificados no quesito  "sustentável". No setor agroalimentar e florestal, muitas iniciativas  tomaram a forma de "conselhos" de sustentabilidade que explicitamente  refletem sua característica multistakeholder.  Um conjunto particular de características institucionais é usado por estas  iniciativas para estabelecer uma presença legítima como um instrumento de  governação, para se defender de eventuais críticas e "vender" os seus  sistemas para os potenciais utilizadores de certificações e rótulos.
              Existem  diferenças significativas entre os conselhos de administração, entre os  esquemas privados de negócios e dentro de cada categoria, tanto conceitual como  em termos da forma como as suas operações têm sido realizadas historicamente. 
              O  suposto adiantamento de limitações de "autoridade" em que regem os  entes privados, económicos, sociais e fenómenos ambientais (Cutler et al.,  1999a, Hall and Biersteker, 2002, Rittberger et al., 2008 e Locke,  2013) tem sido um importante foco de atenção na literatura das ciências  políticas, economia política internacional e da geografia económica. Análises  de autoridade privada têm buscado identificar estruturas emergentes e fontes de  política internacional para tomada de decisão, onde a autoridade é dita  "existente quando um indivíduo ou uma organização tem um poder de decisão  sobre questões específicas e é considerada como o exercício de poder legítimo"  (Cutler et al., 1999b). 
              Esta  literatura analisa a reconfiguração de governar e a legitimidade de diferentes  formas de governança económica e ambiental global  (Cashore, 2002, Levy and Newell,  2005, Rittberger et al., 2008, Clapp and Fuchs, 2009,Guldbrandsen,  2010 e Cadman, 2011). A autoridade privada surgiu como resultado de falhas  governamentais percebidas na solução de problemas globais com base na delimitada  jurisdição. Em primeiro lugar, a formação de regulementações internacionais são  complexas e demoradas e esses processos exigem a construção de consensos e  assim, é propenso a impasses. Ainda, enquanto Estados poderosos deliberam ou  recomendam ações dentro de "clubes exclusivos" (tais como o G-20),  estas tendem a funcionar de forma eficaz somente quando a participação é  limitada ou quando se deparam com alguma catástrofe iminente ( Hüllse and  Kerwer, 2007). Quando a participação é demasiada limitada, contudo, exclusivos  clubes sofrem de um déficit de representação e legitimidade (Vestergaard,  2011). Por último, alega que a própria governança intergovernamental tem  grandes problemas de legitimidade ( Seabrooke, 2007,Bernstein,  2011 e Brassett and Tsingou, 2011).
              Bufoni  et al. (2009) afirmam que a certificação é um instrumento de autocontrole da  gestão socioambiental privada, dentro das diretrizes de um desenvolvimento  sustentável. Para os autores, veio para substituir os antigos instrumentos de comando  e controle públicos que, tomaram vulto, por sua vez, junto com a emergência de  questões relacionadas ao desemprego na Europa e ao meio ambiente, desde a  Conferência das Nações Unidas, em Estocolmo, em 1972. Pode também, ser  compreendida como uma mera ferramenta de mercado. Porém, acredita-se ela possa  contribuir para o incentivo de mudanças socioambientais, transformando-se  também num mecanismo de governança (GUEDES PINTO, 2008).
              A  certificação pode ser vista sob dois prismas: das exigências internacionais, e  quanto ao mercado interno. No primeiro, tem-se a identificação das chamadas  barreiras técnicas; e no segundo; a diferenciação do produto, a partir da  agregação de valor. Trata-se de uma discussão ampla e complexa, no entanto, a  teoria sugere que a certificação obrigatória é mais eficiente para mercados  onde há forte assimetria de informação e poucos eficientes para questões ambientais  ou outras externalidades associadas a sua produção e consumo (GOLAN et al., 2000).
4. OS ESQUEMAS DE CERITIFCAÇÃO
            Os  esquemas de certificação, em grande parte foram motivados pela regulamentação  da União Europeia. A UE entende que os regimes voluntários para biocombustíveis  são instrumentos de controle que certificam sua sustentabilidade. As empresas importadoras  e/ou produtoras de biocombustíveis devem fazer todas as auditorias necessárias  para demonstrar que, na sua produção, respeitam os principais critérios de  sustentabilidade.
              Em  19 de julho de 2011, a Comissão Europeia (CE) iniciou o reconhecimento de  esquemas de certificação voluntária. A seguir apresenta-se os esquemas de  certificação mais atuantes no contexto dos biocombustíveis atualmente.
4.1. Roundtable on  Sustainable Palm Oil (RSPO)
              A Mesa Redonda sobre Óleo de Palma  Sustentável (RSPO) foi criada em 2004. Tem o objetivo de promover o crescimento  e uso de produtos de óleo de palma de forma sustentável e o desenvolvimento de  padrões globais de óleo de palma sustentável. Realiza atividades de através de quatro  grupos de trabalho: (1) normas e certificação; (2) comércio e rastreabilidade;  (3) comunicação e reclamações e (4) projetos. Os projetos da RSPO aprovaram  critérios legais em 2005, para garantir uma produção viável economicamente,  ambientalmente e socialmente benéfica e uma gestão de operações de produção de  óleo de palma adequada. Os princípios e critérios da RSPO, indicadores e  orientações foram incluindo outros atores no final de 2007, após implementação  de testes (RSPO, 2010).
4.2.  Biomass Biofuels Sustainability Voluntary Scheme (2BSvs)
              Regime  industrial francês que cobre todos os tipos de biocombustíveis. Atende à  Diretiva Europeia, com foco na biomassa utilizada como matéria-prima, e nos biocombustíveis  processados através dessa biomassa. Os critérios que definem os requisitos a  serem verificados neste esquema são: 1. Reduzir as emissões de GEE, em relação  ao uso de combustíveis convencionais, com meta de redução de 60% até 2018; 2. A  biomassa não deve ser proveniente de áreas com alto valor de biodiversidade,  áreas e ecossistemas protegidos, regiões com alta biodiversidade, ou áreas com  grande estoque de carbono; 3. Respeitar as boas práticas agrícolas e condições  ambientais, além do segmento ambiental da Política Comum de Agricultura da UE; 4.  Implementar um sistema de balanço de massa para cada sítio logístico;
4.3. Round Table  on Responsible Soy (RTRS)
              A Mesa Redonda para a Produção de  Soja Responsável (RTRS) foi criada em 2006 para promover a produção de soja  responsável, incluindo sua transformação e comércio. Ela visa garantir que a  produção é realizada de forma sustentável, com impacto social e ambiental  reduzido, mantendo ou melhorando as condições económicas dos produtores. A RTRS  trabalha para desenvolver um padrão de sustentabilidade para a produção,  processamento, comercialização e utilização da soja. Tem publicado projetos de  orientações sobre responsabilidade econômica, social e ambiental. Isso se aplica  a todos os tipos de soja, incluindo a soja convencional e a geneticamente  modificada (RTRS, 2010).
   4.4. Better  Sugarcane Initiative (BSI)
              A Better Sugarcane Initiative (BSI)  visa promover a produção de cana sustentável e a redução dos impactos  econômicos, ambientais e sociais da produção de cana e do processamento  primário. A BSI pretende definir metas globais baseados no desempenho  princípios, critérios, indicadores e padrões nas questões ambientais e sociais.  Três grupos de trabalho criados para avaliar foram criados para garantir a boa  gestão: ambiente e agronomia; social e comunitária; produção e coprodutos (BSI  2009).
   4.  5 Roundtable on Sustainable Biofuels (RSB) EU RED
              Considerada a mais completa, abrange  todos os tipos de biocombustíveis. Seu objetivo é garantir a conformidade dos  sistemas de certificação RSB, com os critérios de sustentabilidade da Diretiva  da UE, para os biocombustíveis, a fim de assegurar o reconhecimento dos  sistemas de certificação RSB pela UE, como prova de cumprimento de biocombustíveis,  com os critérios de sustentabilidade da UE, tal como definidos na diretiva  comunitária 2009/28/CE, relativa à promoção da utilização de energia proveniente  de fontes renováveis (RED). Todos os operadores que participam da produção, transformação,  processamento de biomassa de negociação, de biocombustíveis, utilizados na  União Europeia, devem cumprir as disposições da presente norma, além de todos  os outros padrões RSB. Seus princípios são: 1. Legalidade. 2. Planejamento, Monitoramento  e Melhoria Contínua. 3. Emissões de Gases de Efeito Estufa. 4. Direitos Humanos  e Trabalho. 5. Desenvolvimento Rural e Social. 6. Segurança alimentar local. 7.  Conservação. 8. Solo. 9. Água. 10. Ar. 11. Uso da Tecnologia, Insumos e Gestão  de Resíduos.
CONCLUSÕES E  LIMITAÇÕES 
              Por  representarem mercados criados para atender problemas específicos nacionais, a  exigência de sustentabilidade, no entanto, não implica a priori práticas cada  vez mais sustentáveis no país de produção. Interesses do agronegócio se  misturam com a busca de dependência energética do país e o cumprimento dos  acordos de mitigação das mudanças climáticas, representando, igualmente, uma  oportunidade de desenvolvimento rural para o país produtor. Cada uma das três  principais regiões produtoras e consumidoras de biocombustíveis no mundo, a  saber, os Estados Unidos, a União Europeia e o Brasil, apoia-se nestes  diferentes motivos para fomentar seu mercado. Em contrapartida, a falta de um  consenso universal sobre o conceito de sustentabilidade dificulta a criação de  um mercado global em prol do desenvolvimento sustentável. Assim, observa-se uma  transição para a sustentabilidade que parte de atuações governamentais em  âmbito nacional em busca de um acordo entre os países produtores e  consumidores.
              Dificuldades  na formulação de critérios e aplicação das certificações na cadeia dos biocombustíveis  podem ser verificadas, devido ao seu sistema complexo de interações. Comparado  com os sistemas de certificação existentes para agricultura e silvicultura, os  biocombustíveis e a certificação da bioenergia exigem critérios de  sustentabilidade adicionais a serem incluídos, tais como, estoque de carbono,  emissões de GEE e mudanças no uso da terra, além de ar, água e impactos no  solo, ou formulação de demandas econômicas, que não foram considerados  importantes para a sustentabilidade dos produtos agrícolas.
              A  auto regulação ambiental, através de certificação ambiental voluntária pode ser  uma panaceia para a resolução de problemas ambientais. No entanto, nos novos  moldes de governança, isso pode significar uma oportunidade para fortalecer a  sustentabilidade.
              Nas  últimas décadas processos adjacentes à política ambiental da EU criaram uma  transformação no governo hierárquico tradicional. Esta mudança se deu através  de novas e inovadoras práticas institucionais, o envolvimento ativo dos atores  não-estatais e a consciência global para o contexto mais amplo da  sustentabilidade.
              O  aumento do número de iniciativas destinadas a contribuir com o meio-ambiente veio  da demanda pela proteção ambiental da sociedade civil e do setor privado.  Essas novas formas de governança surgiram juntamente  com uma proliferação de iniciativas de auto regulação pelo setor privado.  Embora a intervenção de medidas corretivas e  preventivas do governo sejam necessárias, a auto regulação pode servir como uma  atenuação à resistência da política impulsionada pelo governo. 
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