Thiago Cavalcante de Souza
Zina Angélica Caceres Benavides
Mônica de Moura Pires
Universidade Estadual de Santa Cruz
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RESUMO:
  Este artigo analisa o  perfil de localização das atividades produtivas da economia criativa no espaço  nordestino, durante o período de 2006 a 2013. Aplica as metodologias da Economia  Regional, em particular o uso do Quociente Locacional. As características  observadas neste estudo apontaram para estrutura produtiva crescente, porém  regionalmente desigual evidenciado por um padrão espacial heterogêneo no que se  refere à distribuição regional do emprego formal dessa economia. Poucos estados  apresentaram-se especializados nos macrossetores criativos, mas nenhum deles  demonstrou uma localização ínfima para a existência das atividades econômicas  que compõem esses macrossetores.
  Palavras-chave:  Criatividade, Desenvolvimento regional, Localização.
ABSTRACT:
  Est This article analyzes the profile of the location of  production activities of the creative economy in the northeastern area during  the period from 2006 to 2013. Applying the methodologies of Regional Economics,  in particular the use of Location Quotient. The characteristics observed in  this study pointed to increasing production structure, but regionally uneven  evidenced by a heterogeneous spatial pattern as regards the regional  distribution of formal employment that economy. Few states have become  specialized in creative macro sectors, but none of them showed a tiny location  for the existence of economic activities that make up these macro sectors.
  Keywords: Creativity. Regional development. Location.
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 Thiago Cavalcante de Souza, Zina Angélica Caceres Benavides y  Mônica de Moura Pires (2015): “Estrutura espacial da economia criativa no nordeste do Brasil: um recorte baseado nos modelos analíticos referenciais”, Revista Observatorio de la Economía Latinoamericana, Brasil, (julio 2015). En línea: http://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/15/criatividade.html
1. INTRODUÇÃO
A globalização e o paradigma  tecnológico descerrado na Terceira Revolução Industrial provocaram profundas  transformações na economia, impulsionando a internacionalização dos mercados e  a formação de novos modelos de produção (CAMPOS et al., 2005). Esse processo  foi favorecido pela fragmentação das cadeias produtivas de bens e serviços em  escala mundial e pelas relações de consumo emergidas nas sociedades  contemporâneas, onde a inovação, a comunicação e a cultura assumiram aspectos  transacionais e configuraram mercados globalmente segmentados. Castells (2000),  ainda destaca o surgimento de novas formas de organização da produção sob a  abordagem da Sociedade em Rede, fortemente baseada no conhecimento, cujos  setores produtivos assumem um aspecto dinâmico e transversal.
   Em virtude dessas  transformações, a composição da demanda por trabalho registrou diversas  modificações, em que se destaca o aumento da demanda por mão de obra mais  especializada e o crescimento da estrutura ocupacional entre os setores  econômicos que têm por recurso produtivo essencial a criatividade, a arte e a  inovação. Segundo Coutinho (2012), setores econômicos dessa natureza passaram a  representar uma importante alternativa de inserção produtiva, dado o potencial  que dispõem para a geração de emprego e renda monetária. Isso porque, o sistema  produtivo necessita cada vez mais do conhecimento criativo em sua configuração,  uma vez que a busca por “um novo excedente econômico, por um grupo ou  sociedade, se transforma em um desafio [e um incentivo] a inventividade e  qualificação humana” (AMARAL FILHO, 2013, p. 215).
   Por isso, a temática da  criatividade tem alcançado notoriedade na agenda de diversos países e dos  principais organismos multilaterais voltados para o desenvolvimento econômico,  como: Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento  (UNCTAD), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e  Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).  Em tais discussões, esses setores econômicos são vinculados à Economia  Criativa, que tem sido considerada como um relevante eixo de integração e  desenvolvimento econômico. Porquanto, permite a diversificação produtiva e a  dinamização dos espaços urbanos, privilegiando desde a produção em pequena  escala até o fortalecimento de segmentos industriais específicos. Desse modo,  viabiliza-se que com recursos simbólicos e intangíveis se redefina a estrutura socioeconômica do  mercado de trabalho, com a inserção produtiva tanto em setores em que prevaleça  a expertise do conhecimento popular e cultural, como em atividades que exigem  um elevando nível educacional (FLORIDA, 2002).
   Os profissionais da criatividade também podem se  organizar de maneira alternativa, seja por meio do empreendedorismo individual  e coletivo, assim como por meio de redes solidárias de cooperação, inserindo-se  em segmentos como artes e artesanato, por exemplo.  Assim a aglomeração deste tipo de  profissionais consiste em um fator relevante para as decisões locacionais das  firmas, correspondendo a um indutor estratégico de desenvolvimento regional,  conforme apontam Jacobs (2001), Machado et al. (2013) e Ribeiro et al. (2014).  Nesse contexto, “o ponto chave para o crescimento e desenvolvimento de cidades  e de regiões seria o aumento na produtividade associado com a aglomeração de  capital humano ou de pessoas qualificadas e criativas”, salienta Golgher (2008,  p. 109).
   Por essa razão, muitos esforços têm sido  empreendidos para a formulação de um conceito de economia criativa que seja  universalmente aceito e que entrelace as suas diversas categorias, tais como:  indústria criativa, classes criativas e cidades criativas (REIS, 2011; MINC,  2012). Entre esses, destaca-se o empenho de compilação realizado pela  Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) nos anos  de 2004, 2008, 2010 e 2013, ao produzir o Relatório de Economia Criativa, onde  caracteriza e dimensiona as atividades criativas ao redor do planeta. Em 2004 a  economia criativa fora definida como um cluster de atividades que têm a  criatividade como componente essencial e relacionada ao segmento industrial da  economia, cujos conteúdos são suscetíveis à proteção intelectual (UNCTAD,  2004). A partir das publicações de 2008, o conceito de economia criativa  proposto pela UNCTAD incorporou um caráter multissetorial, que vai desde as  artes até os maiores campos da ciência e da tecnologia. 
   Esta é a definição de economia criativa que  ultrapassa os limites da produção artístico-cultural (música, dança, teatro,  cinema, pintura, literatura, por exemplo), desdobrando-se em outras expressões  ou atividades econômicas relacionadas às novas mídias, à indústria de conteúdo,  a publicidade e propaganda, a arquitetura entre tantos outros segmentos de  mercados pautados na exploração do conhecimento. No Brasil, estima-se que essas  atividades econômicas representem 2,84% do Produto Interno Bruto (PIB),  movimentado cerca de R$ 105 bilhões em bens e serviços (MINC, 2012),  ultrapassando o desempenho de setores tradicionais da economia, como a  indústria extrativa mineral e a produção e distribuição de energia elétrica,  aponta Leroy (2013). 
   Dados da  Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) apontam que em  2011, 243 mil empresas e 810 mil trabalhadores formavam o núcleo da economia  criativa brasileira. Esse desempenho insere o Brasil entre os maiores  produtores de bens e serviços criativos do mundo, superando Espanha, Itália e  Holanda (FIRJAN, 2012). Estudos semelhantes foram realizados para a cidade de  São Paulo pela Fundação do  Desenvolvimento Administrativo do Município de São Paulo (FUNDAP) e para o  estado do Rio Grande do Sul pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), para  2011 e 2013, respectivamente. 
   Esses trabalhos apontam  diferenças expressivas no que se refere ao desempenho estadual da economia  criativa, principalmente em relação ao número e aos rendimentos salariais do  emprego. Entretanto, pouca ênfase tem sido aplicada aos efeitos da distribuição  espacial da economia criativa sobre sua estrutura ocupacional, cuja  espacialidade das atividades econômicas tende a ocorrer de forma heterogênea,  conforme afirmam Scott (2005) e Machado et al. (2013). Em face  dessas considerações, questiona-se até que ponto a localização contribui para a  expansão da economia criativa e como a especialização e a competitividade urbano-regionais  dessa economia  influenciam a distribuição de seu emprego. 
   Por  tanto, convém analisar os padrões de distribuição e concentração das atividades  da Economia Criativa nas regiões e sistemas urbanos nordestinos, a fim de  revelar as características estruturais desses mercados e a sua relevância para  o desenvolvimento local e regional. Isso porque, segundo Almeida (2012), uma  vez identificado o potencial de determinada região em função de suas  características estruturais, identifica-se também os setores econômicos que, se  fomentados, tendem a dinamizar as atividades econômicas regionais, contribuindo  para o desenvolvimento econômico e setorial a partir da economia criativa,  justificando a preponderância de estudos como esse. Por isso, os aspectos a  serem revelados por essa proposta de estudo podem contribuir para a elaboração  de políticas públicas adequadas ao desenvolvimento e a consolidação de setores  dessa economia. 
   Portanto,  o objetivo geral deste artigo é analisar a dinâmica e a distribuição regional do  emprego da economia criativa no Nordeste do Brasil, tomando como referência a estrutura espacial e a concentração do emprego formal nos  estados nordestinos. Esse  artigo encontra-se estruturado em quatro seções, incluindo essa introdução. Na  segunda seção, discorre-se sobre a perspectiva teórica da criatividade,  enquanto objeto da análise econômica. Sequencialmente, a seção três apresenta a  metodologia da análise. Em seguida, são apresentados os resultados da  investigação. Por fim, a quarta seção esboça as considerações finais.
2. CRIATIVIDADE COMO OBJETO DA ANÁLISE ECONÔMICA
               
   A criatividade se constitui  em uma poderosa força produtiva individual, atrelada à imaginação e às  habilidades psicológicas, técnicas e culturais dos seres humanos. Por essa  razão, geralmente se destaca pela combinação de ideias com múltiplas aplicações  ao cotidiano e as necessidades dos indivíduos. Conforme apontou Howkins (2013),  a criatividade é a capacidade de gerar algo novo, seja um processo ou uma  invenção que se tornem relevantes para o uso particular ou coletivo. Trata-se  de um talento e uma aptidão intrínseca às capacidades cognitivas dos sujeitos e  que se manifesta através dos pensamentos e ações, evidenciando-se por  concepções originais ou adaptações da realidade existente. 
   A criatividade e a  inventividade humana (FURTADO, 1978) vão além do campo ideológico e se adentram  nas diversas categorias de decisão da sociedade, lhes conferido múltiplas  perspectivas de interpretações e significados. Desde a década de 1990, a  criatividade tem sido discutida, enquanto fator econômico e insumo produtivo  capaz de dinamizar o sistema produtivo. Ademais, a criatividade tem sido  reconhecida como um insumo produtivo essencial para diversas atividades  econômicas de relevância no sistema produtivo contemporâneo. Dessas discussões,  algumas expressões têm emergido, como: indústrias criativas, cidades criativas, clusters criativos e economia  criativa, por exemplo. 
   A expressão Economia Criativa, em particular, tem  alcançado notoriedade entre a literatura e na agenda governamental de diversos  países, provocando um esforço incomum para sua sistematização enquanto campo de  estudo. Enquanto formulação conceitual, sua gênese assenta-se na  multidisciplinaridade analítica da Terceira Revolução Industrial e, por  extensão, conectada ao paradigma de produção da sociedade pós-moderna, como: o  modelo pós-industrial, o modelo pós-fordista e a economia do conhecimento, da  experiência e da cultura (MIGUEZ, 2007). 
   Essa absorção intelectual de múltiplas fontes de  conhecimento caracteriza a economia criativa como um paradigma analítico de  investigação que precede uma revolução na estrutura científica da economia e  gestão, conforme sugerem Miguez (2007), Reis (2008) e Procopiuck e Freder  (2013). Por assim ser, consiste numa concepção teórica em construção, cujas  definições, formas de mensuração e caracterização apresentam variações ao redor  do mundo (OLIVEIRA  et al., 2013). 
   Segundo Caves (2001), a  economia criativa abrange mais do que a produção de conteúdo simbólico, pois  oferta no mercado, bens e serviços que representam soluções para outros setores  e processos da economia, estabelecendo conexões com diversos segmentos do  sistema produtivo. Exemplo disso é a comercialização de tecnologias de  produção, modelos industriais, marcas, patentes, entre outros. Trata-se de um  reflexo do atual estágio das sociedades em rede, as quais se orientam pela  produção em massa e pelo capital de base intelectual (CASTELLS, 2000). Por  isso, esses elementos são determinantes na dinâmica do capitalismo recente  (ALBUQUERQUE, 2013), fortalecendo, desse modo, os mercados vinculados à  economia criativa (COSTA; SOUZA-SANTOS, 2011).
   Nesse contexto, a economia  criativa pode ser compreendida como um conjunto de setores  econômicos específicos e baseados em um ativo intangível e simbólico. Trata-se  de atividades econômicas que partem da combinação de criatividade com técnicas  e, ou tecnologias, agregando valor ao ativo intelectual. De acordo com o  Departamento de Cultura, Mídia e Esporte1  (DCMS, 2011) do Reino Unido, esse conglomerado produtivo é responsável pela  produção, distribuição e comercialização de bens e serviços que têm a sua origem na  criatividade, os quais apresentam potencial para a criação de emprego e riqueza  através da geração e exploração de propriedade intelectual.
   Este caráter concebe a ideia  de inclusão produtiva, visto que com recursos próprios e intangíveis os  indivíduos tendem a transformar a estrutura socioeconômica do mercado de  trabalho, alocando-se tanto em setores que exigem elevado nível de educação,  como em segmentos artísticos e culturais, em que prevalece a expertise do  conhecimento popular e cultural, conforme destaca Florida (2002). Ressalta-se  que os profissionais da criatividade podem se organizar de forma alternativa,  por meio do empreendedorismo individual e coletivo, assim como por meio de  redes solidárias de cooperação, inserindo-se em segmentos como artes e  artesanato, por exemplo. 
   Ademais, destaca-se que a  aglomeração deste tipo de profissionais consiste em uma importante variável  para as decisões locacionais das firmas, sendo, portanto, um relevante indutor  de desenvolvimento regional (JACOBS, 2001). Nesse contexto, “o ponto chave para  o crescimento e desenvolvimento de cidades e de regiões seria o aumento na  produtividade associado com a aglomeração de capital humano ou de pessoas  qualificadas e criativas”, sugere Golgher (2008, p. 109). 
2.1. Modelos analíticos aplicados à economia criativa internacional
Delimitar as atividades econômicas que compõem as indústrias  criativas, é complexo, pois há diferentes proposições e conceituações, conforme  percebe-se ao exposto no Quadro 1. Ademais, as regiões, nas suas mais variadas  escalas, apresentam distinções relativas à vocação criativa de suas atividades  produtivas, o que amplia as classificações das atividades econômicas  alicerçadas no critério da criatividade. 
   Por esse motivo, os diversos modelos analíticos  constituídos ao longo dos últimos anos, segundo Oliveira et al., (2013, p. 14), buscaram “proporcionar uma sistemática de entendimento sobre as características  estruturais das indústrias criativas”, considerando casos e regiões  específicas. Portanto, segundo os autores, “cada modelo tem uma razão  particular, dependendo de suposições subjacentes sobre a finalidade e o modo de  operação das indústrias. Cada um leva a uma base diferente para a classificação  em indústrias centrais e indústrias periféricas”                (idem, 2013, p. 14) vinculadas à  economia criativa. Diante disso, busca-se apresentar no Quadro 1, a  caracterização dos modelos analíticos da economia criativa associando-os a  eixos de análise e ideia-força. 
Destaca-se também, a existência de concepções alternativas para a interpretação do conceito de economia criativa presente nos modelos analíticos descritos (Quadro 2). Trata-se de adaptações e propostas de classificações paralelas, que, porém, não acompanham uma sistematização de informações estatísticas. Optou-se por apresentá-las separada, no Quadro 2, para expor os setores econômicos que foram considerados nos modelos descritos anteriormente.
Entre as principais  diferenças nos modelos aqui apresentados destacamos os seguintes aspectos:  origem da interpretação conceitual de indústrias criativas, ênfase (ou não) na  questão cultural; geração de valor pela exploração da propriedade intelectual;  divergência no entendimento de criatividade, enquanto recurso produtivo  principal. Por conseguinte, a análise estrutural e a seleção das atividades  econômicas que compõem cada modelo se diferenciam em função das características  estruturais consideradas na definição de indústria criativa adotada pela  composição e propósito analítico do modelo (Quadros 1 e 2). 
   Nesse sentido, a estrutura de  classificação de cada modelo analítico, ainda que apresente variações, possui  por escopo delimitar as atividades produtivas do conglomerado produtivo da  economia criativa, as quais são desenvolvidas sob o controle e responsabilidade  de uma unidade institucional, usando insumos de trabalho, capital e bens e  serviços, para produzir novos bens e serviços de natureza criativa e cultural.  Este tipo de delimitação permite classificar as unidades de produção criativas  em categorias similares, que apresentem ou não, nexos de complementaridade com  outras atividades econômicas, inclusive criativas, mas que apresentem menor intensidade  de carga simbólica, estética e tecnológica. Assim, cada modelo propicia a  produção de estatísticas específicas, permitindo a mensuração do valor agregado  do setor criativo na produção nacional.
   Dessa forma, cada modelo  analítico serve à classificação de todos os tipos de unidades engajadas na  produção de bens e serviços criativos, considerando a principal atividade  exercida e sua natureza, exceto no modelo britânico de indústrias criativas,  que pressupõe um grupo genérico de atividades. Não obstante, os modelos de  Texto simbólico, Círculos concêntricos e Propriedade Intelectual distinguem as  atividades pela sua característica e intensidade no uso da criatividade,  apontando um núcleo central e um conjunto de forças produtivas adjacentes,  formado, em grande medida, por setores convergentes com a cultura. No modelo de  Círculos concêntricos, acrescentam-se também as atividades relacionadas ao  núcleo e aos setores adjacentes, mas que não se constituem uma base  simplificada no que se refere à tipologia dos seus bens e serviços. O modelo  formulado pela UNCTAD segrega as atividades em função de sua composição e as  características do insumo criativo adotado em seu modo de produção.
   Os modelos desenvolvidos após  a sistematização do DCMS, incorporaram um núcleo de atividades econômicas, onde  a carga simbólica e cultural é mais forte e decisiva na determinação do  consumo. Desse modo, os bens, serviços e manifestações culturais advindos dessas atividades  incorporam algum tipo de valor cultural que corresponde a ativos tangíveis ou  intangíveis intrínseco a sua concepção. A distinção entre os bens econômicos  tradicionais se dá justamente por essa característica. Assim, uma obra de arte,  por exemplo, pode assumir características de valor cultural, tais como:  estética, espiritualidade, aspecto social ou histórico, representação simbólica  e ou autenticidade. Sendo assim, o mercado físico define o valor econômico da  obra e o campo ideológico determina o seu valor cultural. 
2.2. Modelos analíticos desenhados para a economia criativa brasileira
No Brasil, a discussão sobre economia criativa  emergiu a partir dos anos 2000, quando na XI Conferência da UNCTAD, realizada  em 2004 na cidade de São Paulo, refletiu acerca da preponderância das  atividades criativas e da propriedade intelectual para o desenvolvimento  econômico. A temática ganhou força, sendo instalado no Brasil em 2005 o Centro  Internacional de Indústrias Criativas, momento em que emergem as primeiras  aproximações do Brasil com os modelos analíticos da economia criativa  internacional (MACHADO, 2009). Por iniciativa da UNCTAD e do Ministério da  Cultura realizou-se em Salvador o I Fórum Internacional de Indústrias Criativas  em 2005, tornando esse ano um marco para a institucionalização da economia  criativa brasileira. Em um primeiro momento a agenda brasileira da economia  criativa concentrou suas discussões no desempenho dos setores criativos das  economias desenvolvidas, propondo estimativas para o conjunto de atividades  econômicas da criatividade local. 
   Entre essas proposições discutiu-se o papel da  cultura brasileira, extremamente heterogênea, na configuração da indústria  cultural brasileira, destacando a sua pujança e o seu caráter promissor.  Manifestações culturais, indústria carnavalesca, o cinema da retomada e a internacionalização  da música popular brasileira foram alguns dos aspectos identificados como  potenciais para a formulação de um projeto de desenvolvimento econômico  alternativo, pautado na economia criativa. Ademais, a emergência de segmentos  de mercados intensivos no uso de tecnologia e carga simbólica, como a indústria  de software, pesquisa e desenvolvimento, biotecnologia, moda e  arquitetura, foram consideradas promissoras e relevantes. Essas discussões  evidenciaram a necessidade de políticas públicas direcionadas e capazes de  fornecer impulso à configuração de mercados específicos, a fim de fomentar a  geração de riqueza e emprego. 
   Entre os eventos que marcaram tais discussões,  destacam-se: o módulo de Economia Criativa de vinculado ao Fórum Cultural Mundial,  realizado no Rio de Janeiro, em 2006; e os seminários internacionais temáticos,  em dezembro de 2007, realizados no Ceará, São Paulo e Espírito Santo (REIS,  2008). Nesse período, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro  (FIRJAN) incube-se da tarefa de identificar e estimar a participação dos  setores criativos na economia brasileira. Para tanto, foi proposto um modelo de  estimativa do valor adicionado das atividades econômicas da criatividade, com  base na Relação Anuais de Informações Sociais (RAIS), o qual identificou uma  movimentação de R$383 bilhões, correspondendo a 16,4% do PIB brasileiro,  conforme destacam Leitão e Gantos (2014). 
   Em 2008, com base em uma reprodução do modelo  analítico da UNCTAD, a FIRJAN delineou um modelo analítico de referência para o  Brasil, constituído de um núcleo de atividades centrais e interligadas a um  conjunto de atividades relacionadas e de apoio. Este modelo foi testado para o  Brasil e para o estado do Rio de Janeiro, resultando em um trabalho inédito, publicado  em 2008, intitulado de A cadeia da indústria criativa no Brasil (FIRJAN, 2008),  sendo o mais amplo até então publicado (FUNDAP, 2011).  A partir de então,  diversos organismos brasileiros começaram a defender a necessidade de uma  padronização na classificação da economia criativa brasileira, requerendo,  desse modo, uma sistematização de informações estatísticas capaz de propiciar  diagnósticos do setor. 
   Essa necessidade deve-se a inexistência de uma  conta satélite específica para as atividades culturais dentro do calculo da  demanda agregada nacional, bem como insuficiência de variáveis e estudos que  enquadrem esses segmentos de mercado por parte do Instituto Brasileiro de  Geografia e Estatística (IBGE), conforme aponta o Ministério da Cultura (2012).  Por meio da instituição da Secretaria da Economia Criativa (SEC) na estrutura  administrativa do Ministério da Cultura 2,  em 2010, diversos esforços foram empreendidos a fim de minimizar a escassez de  informação estatística. Para tanto, o órgão traçou um plano de políticas,  diretrizes e ações com vista a subsidiar a coleta de informações estatísticas  em parceria com diversos organismos oficiais e multilaterais. 
   Nesse contexto, define-se a economia criativa como  o conjunto de setores econômicos “cujas atividades produtivas têm como processo  principal um ato criativo gerador de um produto, bem ou serviço, cuja dimensão  simbólica é determinante do seu valor, resultando em produção de riqueza”, seja  cultural, econômica ou social (MINC, 2012, p. 22). Sugere-se, portanto, que a  distinção mais significativa para a economia criativa seja dada a partir da  análise de uma cadeia produtiva horizontal, em que os primeiros elos – criação  e produção – configuram-se preponderantes para a determinação de existência de  carga criativa de uma atividade econômica. 
   Por isso, uma atividade econômica pode ser  considerada criativa, mesmo que seus insumos ou produtos não resultem em ativos  de propriedade intelectual. Trata-se de um conceito derivado da convergência de  diversas outras proposições teóricas acerca da economia criativa,  principalmente de organismos multilaterais da ONU, resultando em uma adaptação  para a realidade brasileira.
   Em síntese, este conceito abarca além das  atividades formais, as atividades produtivas informais e as expressões  criativas e culturais organizadas dentro de um fluxo de produção autônomo, mas  reproduzível. Considera-se, portanto, que as expressões e tradições orais,  rituais, línguas e práticas sociais, tais como: artesanato, folclore, práticas  desportivas, parques naturais e culturais, festas e festivais, feiras, entre  outros. Ressalta-se, porém, que tais manifestações produzem efeitos  multiplicadores, mas em grande parte são difíceis de serem mensuradas, tanto  pelo aspecto subjetivo e intangível que apresentam, como pela informalidade ou  associação com outras atividades econômicas, a exemplo do turismo (FLORIDA,  2002; OLIVEIRA et al., 2013).
   Partindo-se, então, desse conceito, novos modelos  de análise foram surgindo, propondo interpretações alternativas ao conceito  institucionalizado pela SEC. O IBGE, por exemplo, realizou uma sistematização  das atividades econômicas consideradas integrantes do conglomerado produtivo da  economia criativa, como inicialmente operacionalizado pela FIRJAN, adotando a  Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE) da Receita Federal.  Ressalta-se, que a iniciativa do IBGE não emanou nenhum modelo de análise, mas  um parâmetro de classificação.  
   Entre esses, destaca-se a Fundação do  Desenvolvimento Administrativo do Município de São Paulo (FUNDAP), que em 2012  construiu um modelo analítico para a economia criativa da cidade de São Paulo,  fazendo uso das classificações das atividades econômicas criativas  estabelecidas em estudos e modelos de organismos e instituições, como: IBGE,  DCMS, UNCTAD, UNESCO, OIC e FIRJAN. Através de um processo de compatibilização  e adaptação das classes inferidas por tais organizações, buscou-se definir as  atividades econômicas existentes no estado de São Paulo (FUNDAP, 2011),  considerando que:
[as atividades econômicas da criatividade são] aquelas manifestações humanas ligadas à arte em suas diferentes modalidades, sejam elas do ponto de vista da criação artística em si, como pintura, escultura e artes cênicas, sejam na forma de atividades criativas com viés de mercado, como design e publicidade (VALIATI; WINK JUNIOR, 2013, p. 13).
Também em 2012 a FIRJAN reelabora o estudo sobre a economia criativa brasileira, publicando o Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil. De modo semelhante, a Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser (FEE), baseando-se nas experiências do DCMS, WIPO, UNCTAD, FIRJAN E FUNDAP, adotou um modelo de análise do conjunto de atividades econômicas da criatividade selecionadas pelas experiências anteriores, mas que apresentassem incidência no Rio Grande do Sul (VALIATI; WINK JUNIOR, 2013). Esquematicamente, reúnem-se nos Quadros 3 e 4, as principais referências brasileiras a respeito da economia criativa sob a perspectiva analítica e ideia-força.
3. METODOLOGIA
Este trabalho abrange a  região Nordeste do Brasil, composta por nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará,  Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, escolhidos  por sua importância para a formação cultural brasileira, aspecto relevante para  o estudo da economia criativa. Ademais, a região Nordeste evidencia-se um  cenário de análise favorável, por ter apresentado elevado crescimento  socioeconômico ao longo da última década, período em que se intensificam as  discussões sobre a temática deste trabalho.
   O presente estudo faz uso de  dados secundários da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério  do Trabalho e Emprego (MTE), para o período de 2006 a 2013, a partir de quando  se iniciam as mensurações sobre a economia criativa no Brasil. Nessa análise  será considerado o conjunto setorial da economia criativa proposto pela FIRJAN,  SEC e FEE, com base nos modelos analíticos internacionais sistematizados pela  UNCTAD e redesenhados para a economia criativa brasileira por essas  instituições. Esses modelos foram adotados para tornar a pesquisa exequível,  haja vista a ausência de estatísticas específicas para os setores econômicos da  criatividade, pautados nos modelos internacionais. Embora esses modelos não  consigam captar as movimentações econômicas advindas dos empregos informais e,  principalmente, dos fluxos de renda das atividades artísticas, populares e  alternativa, teve-os por opção, por se tratarem de estudos de referência entre  a literatura relacionada. 
   Esse conjunto de atividades  econômicas é composto por três macrossetores, a saber: núcleo, atividades  relacionadas e atividades de apoio. A seleção das atividades econômicas  macrossetoriais obedeceu à CNAE 2.0 (classes), por representar a classificação  de referência para o grupo de setores da economia criativa considerados nos  modelos desenhados para o Brasil (Quadros 5 e 6). 
   Para descrever a estrutura  espacial da economia criativa da região Nordeste, adotou-se como proposição  metodológica o método Análise Regional. Trata-se de um arcabouço analítico de  caráter exploratório que viabiliza a caracterização dos padrões regionais da  distribuição espacial da atividade econômica, conforme apontam Piacenti e Lima  (2013). Segundo Haddad (2011), esse arcabouço é composto, essencialmente, por  dois conjuntos de medidas:
Deste conjunto, fez uso do  Quociente Locacional (QL), amplamente utilizado em estudos de economia regional  e urbana, tendo em vista a sua facilidade de aplicação e interpretação.  Destaca-se também a sua capacidade e relevância para apontar regularidades  estatísticas entre fatos empíricos relacionados com economias regionais, segundo  explicitam Haddad (1989) e Piacenti e Lima (2013). Para o seu cálculo,  utilizou-se informações sobre o emprego das atividades econômicas criativas nos  estados nordestinos, sob a forma de uma matriz de relacionamentos. Isto é, uma proxy de uma matriz insumo produto, que  relaciona a distribuição setorial e espacial de uma determinada variável base. O  emprego foi selecionado como variável, baseando-se nos trabalhos de Golgher  (2011), Oliveira et al. (2013) e Valiati e  Wink Junior (2013). 
   A matriz de relacionamento do  emprego foi desenhada para o período de 2006 a 2013, conforme composição  esquemática ilustrada através Quadro 5.
Conforme o Quadro 5, a  distribuição matricial do emprego da economia criativa da região Nordeste é organizada  através de linhas e colunas. Nas colunas foram inseridos os dados do emprego  por região de análise (estados da região Nordeste). Nas linhas foram inseridos os  dados do emprego por macrossetor e, quando pertinente, por atividade econômica.  Por meio dessa organização matricial, se estabelece uma série de identidades do  tipo ij, pelas quais se  operacionaliza o QL.            
              Para  operacionalização do quociente foi considerado como setor i os macrossetores criativos e, quando pertinente, as atividades  econômicas de cada macrossetor criativo. A região refere-se aos dados agregados  dos estados da região Nordeste do Brasil. Nesse caso, fez-se uso de doados de  emprego formal registrados na base de dados da RAIS entre 2006-2013. Os  resultados dessa expressão buscam descrever o comportamento locacional dos  setores da atividade econômica, comparando a participação percentual do emprego  de uma região de menor agregação espacial (estados do Nordeste) com a  participação percentual de uma região de maior agregação espacial e de referência  (Nordeste), que se constitui no somatório de todas as regiões de análise j. 
   O QL identifica a importância  de cada estado da região Nordeste para a composição do emprego regional dos macrossetores  da economia criativa.  Considera-se que:  valores iguais ou superiores a 1 correspondem a uma localização significativa  para o setor i, isto é, que se trata  de um segmento básico para a estrutura produtiva macrossetorial estadual e  regional; valores entre 0,50 e 0,99 revelam uma localização moderada; valores menores  ou iguais a 0,49 indicam que não existe especialização, ou seja, que o  macrossetor não apresenta relevância para o crescimento do emprego criativo  estadual e regional (ALVES, 2013).                   Ademais, a localização  significativa indica que o macrossetor estadual (ou a atividade econômica  específica) possui potencial para a formação de cluster na região, além de demonstrar-se suscetível a exportação  inter-regional (LIMA, 2006).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre 2006 e 2013, a  estrutura produtiva da economia criativa da região Nordeste experimentou  transformações relevantes. Em 2006, um volume de 493,1 mil empregos formais  foram contabilizados entre as atividades criativas dessa região. No ano de 2013,  essa quantidade saltou para 924,5 mil postos de trabalho, representando um  aumento de 87,5% (MTE, 2013). Um padrão de crescimento semelhante é reproduzido  nos estados da região Nordeste, destacando-se, porém, o desempenho dos estados  de Pernambuco e da Bahia (Figura 1). 
   Destaca-se que o crescimento  médio anual do emprego, registrado entre 2009 e 2008, apresentou uma leve distorção  da tendência registrada pela série de dados, conforme aponta a Figura 1.  Acredita-se que esse aquecimento do mercado de trabalho criativo encontra-se  vinculado ao “boom” do mercado de trabalho brasileiro, beneficiado, em grande  parte, pelas medidas de políticas econômicas de incentivo a produção nacional  frente à crise financeira mundial de 2008. Tais medidas foram adotadas pelo  Estado com a finalidade de frear os efeitos da crise e preservar o emprego e o  salário real da economia, gerando uma série de incentivos. 
É nesse período, inclusive,  que o consumo cultural e criativo ganha força nos grandes centros urbanos,  conforme salienta Dinis (2010). Esse impulso, segundo a autora, foi favorecido  pelo avanço do crédito e por ganhos reais sobre o salário mínimo, concedendo a  determinadas famílias um menor comprometimento do rendimento com despesas  essenciais e uma maior diversificação da cesta consumo domiciliar. Outros  fatores também podem ser mencionados, a exemplo dos programas habitacionais e a  concessão de subsídios imobiliários, além dos programas de incentivo a cultura,  que atualmente engloba o Vale Cultura.
   Quanto à configuração  estrutural da economia criativa nordestina, os dados evidenciaram uma estrutura  produtiva irregular, considerando que a dimensão do volume de emprego alocado  nos macrossetores criativos não ocorre em uma proporção uniforme entre os  estados da região. Tal resultado sinaliza um padrão heterogêneo na distribuição  espacial da atividade econômica criativa (Figura 1). Entre 2006 e 2013, houve uma  relativa tendência de descompasso na estrutura setorial criativa dos estados  nordestinos, principalmente entre os dois primeiros macrossetores da cadeia de  produção criativa, onde poucos estados demonstram uma localização significativa  na alocação do emprego. 
   Excetuam-se os estados do  Maranhão (2006 e 2013), Rio Grande do Norte (2006), Pernambuco (2013) e Bahia  (2006). Quanto às atividades de apoio, nota-se que sete dos nove estados  nordestinos apresentaram QL superior a 1. Trata-se, então, de setores básicos  para a economia criativa desses estados. Essa conotação é reforçada quando se  observa a relativa estabilidade do indicador, que apresenta valores semelhantes  em ambos os anos selecionados, conforme Tabela 1.
   Ao mesmo tempo, nota-se que a  alocação do emprego criativo na região Nordeste não apontou um comportamento  desfavorável para a especialização produtiva em setores dinâmicos e de  expressiva participação na estrutura ocupacional da região. Isso porque, nenhum  dos macrossetores criativos distribuídos entre os estados do Nordeste apresentou  QL inferior ou igual a 0,49, que evidencia a ausência de economias estaduais  com fraca localização de atividades econômicas criativas no que se refere ao potencial  e alcance regional das referidas atividades. Os dados gerais exibidos na Tabela  1 demonstram, inclusive, que a maioria dos estados apresentaram quocientes  próximos da faixa intervalar considerada como satisfatória pela literatura  pertinente, pois estiveram acima de 0,49. 
5.1.1 Padrão espacial no núcleo da economia criativa
Quando analisado o núcleo da economia criativa mais especificamente, identifica-se a existência de deslocamentos do padrão espacial do emprego regional. Nessa análise, observou-se que o padrão espacial da distribuição regional do emprego do núcleo criativo apresenta duas configurações. A primeira compreende o período entre 2006-2009, em que Maranhão, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Alagoas e Paraíba aparecem respondendo pela maior parte do emprego alocado. Isso significa que o emprego regional criativo esteve concentrado nesses estados. O desempenho do Rio Grande do Norte e Alagoas foi pontual, registrado, respectivamente, em 2006 e 2008 (Figura 2).
Em 2010 ocorre uma  reacomodação espacial na estrutura produtiva da região, formando a segunda  configuração do padrão espacial identificado, abrangendo 2010 a 2013. Nessa  configuração, as atividades econômicas do núcleo da economia criativa se  especializaram, quase que exclusivamente, nos estados do Maranhão e Pernambuco,  excetuando-se 2011, que conta com Alagoas. Uma modificação importante observada  nesse cenário é a retração do estado da Bahia, no que se refere relevância do  macrossetor núcleo para a estrutura ocupacional regional registrada para o  macrossetor e para a economia criativa como um todo.  
   Na Bahia, durante o período  analisado, o macrossetor núcleo criativo esteve constituído por 35 atividades  econômicas. Ressalta-se, conforme Figura 1, que o emprego total alocado nesse  conjunto de atividades apresentou um crescimento descompassado, assumindo certa  estabilidade a partir de 2010. Como reflexo, o estado perdeu representatividade  no emprego alocado nesse macrossetor frente a participação dos demais estados  nordestinos. Esse comportamento também foi verificado em relação ao total de  empregos alocados na economia criativa da região Nordeste como um todo,  conforme exibe a Figura 3. 
Esse desempenho pode ser  explicado por transformações na estrutura produtiva do macrossetor estadual. No  ano de 2006, 16 das 35 atividades econômicas do núcleo da economia criativa  baiana foram consideradas básicas para estrutura produtiva do macrossetor, pois  apresentaram um QL maior ou igual a 1. Em 2013, observou-se que essa quantidade  avançou para 20 atividades econômicas. Porém, verificou-se que 87,5% das  atividades econômicas com localização significativa para o emprego em 2006,  registraram perda de intensidade do QL. 
              Verificou-se  que as atividades econômicas de jardins botânicos, zoológicos, parques  nacionais, reservas ecológicas e áreas de proteção ambiental; pós-produção  cinematográfica de vídeos e de programas de televisão; distribuição cinematográfica  de vídeos e de programas de televisão; construção de obras de arte especiais;  edição de revistas; edição integrada à impressão de livros; organizações  associativas ligadas à cultura e à arte; e desenvolvimento  e licenciamento de programas de computador customizáveis; foram as que  mais contribuíram para esse comportamento, visto que de uma localização significativa  passaram a refletir uma localização fraca e ínfima para a alocação do emprego  no núcleo criativo da Bahia.
   As oito atividades econômicas  do núcleo criativo aumentaram a intensidade do QL, passando a integrar o  conjunto das atividades econômicas básicas desse macrossetor no estado da  Bahia. São elas: atividades de rádio; agências de publicidade; atividades de  televisão aberta; agenciamento de espaços para publicidade, exceto em veículos  de comunicação; edição de cadastros, listas e outros produtos gráficos; edição  integrada à impressão de cadastros, listas e outros produtos gráficos; bibliotecas  e arquivos; e Desenvolvimento de programas de computador sob encomenda.
   Também se observou que os  segmentos de mercado audiovisual e editorial baianos apresentaram uma mudança  setorial endógena. Isso porque, as atividades econômicas de pós-produção  cinematográfica de vídeos e de programas de televisão e distribuição  cinematográfica de vídeos e de programas de televisão decaíram ao mesmo passo  que as atividades de rádio e atividades de televisão aberta sofreram aumento,  ambas vinculados à indústria criativa audiovisual. No caso do segmento de mercado  editorial, a principal mudança observada foi com as atividades de edição de  revistas e de edição integrada à impressão de livros que apresentaram retração  do QL, sendo que no mesmo período as atividades de edição e de impressão de  cadastros, listas e outros produtos gráficos indicaram aumento.
   Também recebe destaque o  mercado publicitário, que em 2013 registra o crescimento do QL para as  seguintes atividades econômicas: agências de publicidade e de agenciamento de  espaços para publicidade, exceto em veículos de comunicação. Essas duas  atividades possuem articulação e complementaridade dos com o segmento editorial.  Essa constatação reforça a ideia de transbordamento setorial levantada neste  trabalho, que posteriormente será discutida. Entretanto, infere-se que o aumento  do emprego alocado no segmento publicitário em face da diminuição observada no  segmento editorial, por que tenham ocorrido por um aquecimento desses setores,  não se configurou em uma alteração eficiente da estrutura produtiva. Isso  porque, tal transformação diminuiu a intensidade do potencial exportador  regional dos bens e serviços criativos do núcleo macrossetorial.  
   Entende-se por potencial  exportador, conforme a metodologia proposta, o grau de especialização relevado  pelo QL maior ou igual a 1. Quando a economia estadual mantém-se especializada  em determinados setores e estabelece vínculos e interdependências através da  concentração espacial ou setorial de empresas de um mesmo segmento, viabilizando  a formação de clusters ou arranjos  produtivos locais de eficiência coletiva. Na Bahia, o núcleo criativo apresenta  interdependências, mas, sem especialização, indicando que o desempenho não  atinge a sua melhor eficiência. 
   Entende-se que a aglomeração  dessas atividades, uma vez acompanhada por ganhos em produtividade, facilitaria  o compartilhamento de infraestrutura, de insumos produtivos e de possíveis  fontes de qualificação da mão de obra. Tais aspectos tendem a revestir a camada  espacial com vantagens locacionais para a atração de novas empresas,  impulsionando o processo de desenvolvimento (BRANDÃO, 2004). De igual modo, os  ganhos de produtividade advindos desses espaços produtivos teriam contribuído  para o estado da Bahia mantivesse a sua representatividade sobre a estrutura  produtiva da região Nordeste. Isso porque, lhe tornaria factível produzir tanto  bens e serviços destinados a comercialização doméstica, assim como itens suscetíveis  a exportação inter-regional, principalmente entre as atividades do macrossetor  de apoio de outros estados. 
   Os dados também sinalizam a  importância da heterogeneidade cultural do estado da Bahia na formação de  atividades econômicas sistematizadas. De modo geral, foram identificadas 7  aglomerações econômicas com viés cultural na Bahia. Em 2006, o subsetor de organizações  associativas ligadas à cultura e a arte apresentou um QL igual a 1,31. Essa  atividade aponta para a sistematização de grupos e associações ligadas a  cultura, envolvendo ONG, grêmios, sindicatos, conselhos culturais, entre  outros. Esse tipo de associação também aponta para uma relativa interação com  setores criativos menos sistematizados, a exemplo do artesanato. 
   Também apresentaram um QL  significativo às atividades econômicas relacionadas ao ensino de arte e cultura  (1,2 em 2006 e 1,36 em 2013), que reúne escolas de músicas, teatro, dança,  capoeira, além de outras modalidades de arte-cultura. No mesmo período, o  segmento de criação artística (montagem de espetáculos, shows e design  cultural) apresentou um quociente superior a unidade, atingindo 1,28 em 2006 e  expandindo-se para 2,49 em 2013. Explicam esse comportamento a grande  rotatividade de festas culturais realizadas pelo estado e a força do carnaval  baiano, que movimenta um elevando montante de recursos ao longo do ano. Destaca-se  também o carnaval fora de época (micaretas) e o São João, realizados em  municípios do interior baiano, porém com menor sistematização e encadeamento  setorial com o turismo, por exemplo.
   O segmento de artes cênicas,  espetáculos e atividades complementares também indicou um potencial  especializado ao longo do período, com QL igual a 1,35 em 2006 e QL igual a 1,81  em 2013.  Entre a literatura é atribuído  a esse tipo de atividade econômica um elevado grau de informalidade. Porém esse  resultado pode refletir em um aumento do registro de profissionais dessas  categorias, talvez em função do caráter mais mercadológico que essas atividades  assumem nos últimos anos. Em 2013, duas atividades relativas ao mercado musical  apresentaram-se especializadas, são elas: atividades de rádio (1,06) e  atividades de gravação de som e edição de música (1,03). Além dessas, o  segmento de exibição cinematográfica em salas de cinema apresentou QL igual a 1,20,  o que faz com que a Bahia seja o principal mercado estadual desse segmento no  Nordeste, destaca Souza (2012).
   Por sua vez, o Maranhão manteve-se  especializado no núcleo da economia criativa, apresentando entre 2006 e 2013,  um QL maior ou igual a 1. Trata-se do único estado nordestino a sustentar a  representatividade do macrossetor criativo nuclear no total de empregos formais  alocado regionalmente por todo o período (Figura 2). Ao mesmo tempo, o  desempenho assumido pelo estado do Maranhão revela-se emblemático, uma vez que o  estado corresponde a uma das economias estaduais do Nordeste com menor volume de  emprego alocado nesse macrossetor (Figura 1). Ademais, das 35 atividades  econômicas existentes no núcleo da economia criativa do Nordeste, apenas 30 e  32, respectivamente, registraram ocupações no estado nos anos de 2006 e 2013. 
   Primeiramente, vê-se a  presença de 5 QL muito relevantes no estado do Maranhão, sendo que todos dizem  respeito a atividades primárias do núcleo criativo e que apresentam  significância em todo o período (expressões culturais, arquitetura e  engenharia, artes e TV e rádio). Essa constatação indica que os quocientes  estão captando, pelo menos, dois aspectos econômicos já reconhecidos pela literatura  como relevantes para a economia criativa do estado, como: riqueza cultural e  expansão da construção civil e atividades de engenharia. Quanto a expressões  culturais, destaca-se a vasta riqueza cultural do patrimônio histórico  maranhense, que além de edificações históricas, conta com um considerável  acervo museológico distribuído entre os principais museus do estado, a saber:  Museu Artístico e Histórico do Maranhão, Museu Arqueológico do Maranhão e o  Museu Histórico de Alcântara. Nota-se a força das atividades econômicas de  construção de obras de arte especiais e de atividades de museus e exploração;  restauração artística e conservação de lugares e prédios históricos e  similares. 
   Embora essas atividades  tenham perdido intensidade na especialização, mantiveram a sua importância  preservada ao longo do período. Isso pode ser explicado pelo fato das  atividades de preservação e conservação de memórias históricas e culturais  apresentarem uma durabilidade razoável, assim como um caráter sazonal, muitas  vezes influenciado por datas comemorativas, períodos de alta estação turística  e dependência de ações deliberadas dos órgãos competentes. Contudo,  independente da sazonalidade, esse segmento de mercado apresenta fortes nexos  de complementaridade e encadeamentos setoriais relevantes, como o turismo e a  arquitetura e engenharia. Entre atividades econômicas complementares  encontram-se: as atividades técnicas relacionadas à engenharia e arquitetura;  atividades de design e decoração de interiores; e planejamento paisagístico e  conservação, as quais também apresentaram QL significativo. 
   O segmento de mercado  editorial também apresentou com comportamento proeminente, apontando para as  atividades econômicas relacionadas à edição integrada à impressão de revistas o  maior QL observado no período (5,65). O Maranhão também apresentou uma  localização moderada para algumas atividades econômicas similares e correlatas  ao mercado editorial, como: edição integrada à impressão de cadastros, listas e  outros produtos gráficos (QL2006 igual a 0,51; QL2008  igual a 0,58); edição de cadastros, listas e outros produtos gráficos (QL2006  igual a 0,63; QL2008 igual a 0,51). Esse resultado indica que a  moderação na significância encontrada para essas atividades, lhes caracterizam  como atividades semi-básicas, que atreladas a outros setores de maior  especialização, também apresentam potencial de exportação inter-regional. 
   Em trabalho de análise  regional de Balanco e Santana (2007), foi verificada a formação de aglomeração  setorial dessa natureza na microrregião de São Luis, considerando o período de  1994-2006. À época, tais atividades encontravam-se atreladas a classificação de  atividades econômicas vinculadas à indústria de papel, papelão e gráfica.  Portanto, tais atividades econômicas não foram consideradas inerentes ao  conjunto produtivo criativo da economia. Então, infere-se que se expandida a  classificação das atividades editorias e gráficas consideradas criativas que  ainda integram o conjunto setorial analisado pelo referido trabalho,  possivelmente, haverá uma ampliação da notoriedade desse segmento de mercado  para o núcleo criativo do estado. 
   Pressupõe-se que tal  modificação nos parâmetros de classificação, permitiria, por meio de  estatística do setor, ampliar o diagnóstico das combinações intra-setor  relativas ao mercado editorial, destacando as relações de complementaridade ou  articulação menos evidentes para esse conjunto setorial. De igual modo, também seria  possível identificar as atividades responsáveis por prováveis quebras de  encadeamento setorial (QL fraco e ínfimo).
   Observa-se que o estado do Maranhão  apresenta forte tendência à diversificação da estrutura produtiva do núcleo  criativo do Nordeste, se concentrando e se especializando em atividades  voltadas às expressões culturais, engenharia e arquitetura, possuindo leve  inclinação para segmentos complementares a esses, como a publicidade e  propaganda, por exemplo. De certo modo, o desempenho notório do estado na  configuração do padrão espacial do emprego do macrossetor núcleo pode ser  atribuído a essa capacidade.
   Diferente dos demais estados  da região Nordeste, Pernambuco apresentou um crescimento de 50,68% na variação  do QL de 2006  (0,95) para 2013 (1,44),  conforme foi observado na Tabela 1. Trata-se da maior variação positiva  verificada na amplitude espaço-temporal   analisada. Esse resultado indica que o emprego do núcleo criativo  pernambucano corresponde a fatia considerável do emprego total, quando  analisa-se a região Nordeste isoladamente. Destaca-se que Pernambuco tornou-se em  2010 o mais relevante estado gerador de emprego do núcleo da economia criativa na  região. 
Nesse período ocorre uma reconfiguração  do padrão espacial do emprego para o núcleo criativo, com redução do grau de  especialização macrossetorial no estado da Bahia, conforme exposto na Figura 1.  Se comparado o desempenho dos dois estados, observa-se que o crescimento na  alocação do emprego de Pernambuco alcançou 114,35%. Por outro lado, a Bahia  apresentou a mesma tendência de crescimento verificada para os anos anteriores,  mantendo-se até 2012.
   Assim, infere-se que a  expansão macrossetorial do estado de Pernambuco não interferiu na dinâmica e na  competitividade regional do núcleo criativo da Bahia. Entretanto, o seu  desempenho alterou a estrutura ocupacional do macrossetor de toda a região, uma  vez que se influenciou o total de empregos alocado. Assim, o estado da Bahia  teve reduzido a sua participação no emprego total, mantendo, porém, o mesmo  patamar de alocação. Isso ocorre porque o quociente adotado considera a  proporcionalidade de todos os estados da região. 
   Por sua vez, o crescimento  expressivo do emprego alocado no núcleo criativo de Pernambuco pode ser  explicado pela transformação do Porto Digital 3 em um centro de economia criativa, o primeiro do País. Criado em 2000, o Porto  Digital é consequência de ações combinadas entre a academia, o mercado e o  setor público, as quais resultaram em um sólido projeto de desenvolvimento  regional. O Porto Digital constitui-se em um Arranjo Produtivo Local (APL),  cujo escopo encontra-se alicerçado na requalificação do espaço urbano através  do desenvolvimento de atividades produtivas ligadas a área da tecnologia da  informação e comunicação. A partir de 2010, por ocasião da comemoração dos 10 anos  do Porto Digital, deu-se início um plano de reestruturação pautado nos pilares da  economia criativa. Sua reconfiguração privilegiou atividades altamente  intensivas no uso de conhecimento e inovação, abrangendo atividades, como: software, tecnologias da informação e  comunicação, cine-vídeo-animação, música, design,  entre outras.
   Foi observado também que o  número de estabelecimentos ligados ao núcleo da economia criativa apresentou uma  evolução em Pernambuco, saindo de 1.267 em 2006 para 1.658 em 2010, representando  um acréscimo de 30,86%. Em 2013, esse crescimento foi mais expressivo,  totalizando 2.116 estabelecimentos e uma variação de 67% em relação a 2006. Esses  estabelecimentos distribuíram-se entre 35 atividades econômicas. Dentre essas,  16 apresentaram um QL                                                                      1 em 2006 e 9 repetiram tal comportamento em 2013. Logo, o  macrossetor nuclear do estado de Pernambuco passou a contar com um menor número  de atividades básicas, diversificando-se da estrutura produtiva do núcleo  criativo da região Nordeste. De certo modo, esse comportamento também pode ser  explicado pelos reflexos do Porto Digital, pois nesse caso, Pernambuco tende a  se especializar em atividades privilegiadas pela matriz criativa instalada no  Polo, porém com um grau de especialização superior ao que é encontrado na soma  dos demais estados. 
   Em 2006, as 16 atividades  básicas do núcleo criativo apresentaram um QL médio de 1,72, em que as  principais atividades econômicas já apontavam para um cenário de diversificação  produtiva. Ainda assim, tais atividades não foram suficientes para elevar o  grau de especialização do macrossetor nuclear pernambucano em relação a região  Nordeste nesse ano. Infere-se que Pernambuco, já em 2006, apontava vantagens  competitivas para abrigar indústrias criativas intensivas em tecnologia e  conhecimento, pois já dispunha de atividades econômicas de base tecnológica, as  quais exibiram um desempenho econômico sistematicamente superior aos outros estados  da região. 
   Entre elas destacam-se:  criação artística (2,41); desenvolvimento de programas de computador sob  encomenda (2,34); gravação de som e edição de música (2,14); consultoria em  tecnologia da informação (1,99). Essas atividades envolvem desde o design  industrial de produtos e equipamentos eletrônicos até os serviços de registro  de patentes e proteção intelectual de setores produtivos customizados. Ademais,  perpassa a indústria de mídia eletrônica sonora, como música, cine-vídeo,  games, entre outros. Destaca-se também, que nesse período as atividades do ramo  editorial apresentaram um desempenho especializado relevante, comum aos demais  estados nordestinos já analisados. 
   O Rio Grande do Norte, conforme  já comentado, apresenta um único ano com QL maior ou igual a 1,5 (2006),  sustentando quocientes médios no restante do período. Em 2006, o estado reuniu seis  atividades econômicas básicas entre o macrossetor nuclear, ampliando para 13 no  ano de 2013. Entretanto, em 2013 permanece a especialização significativa em  quatro dos seis setores registrados em 2006, com uma perda de intensidade em  três desses setores (atividades de bibliotecas e arquivos; atividades técnicas  relacionadas à engenharia e arquitetura; construção de obras de arte especiais;  atividades de produção cinematográfica de vídeos e de programas de televisão; e  artes cênicas, espetáculos e atividades complementares).
   As atividades relativas à  construção de obras de arte especiais e a produção cinematográfica de vídeos e  de programas de televisão perderão intensidade ao ponto de reduzirem o QL para a  faixa intervalar considerado como moderada. Em relação as atividades que  aparecem com QL elevado em 2013, nota-se um certo grau de similaridade com  algumas das que apontaram uma maior relevância no cenário estadual do ano de  2006, a exemplo: atividades de pós-produção cinematográfica de vídeos e de  programas de televisão; atividades de exibição cinematográfica; edição de  jornais. Nota-se também o crescimento registrado pelo segmento publicitário que  aparece em 2013 com duas atividades mais especializadas do que o restante da  região Nordeste (atividades de publicidade não especificadas anteriormente e  agências de publicidade) e outra próxima a esse comportamento (agenciamento de  espaços para publicidade, exceto em veículos de comunicação). 
   Com relação ao estado da  Paraíba, que também apresenta um único ano com QL maior ou igual a 1 (2007),  aponta-se que apenas 29 das 35 atividades econômicas do núcleo criativo  apresentaram registro de ocupações nesse ano. Dessas 29, nove apresentaram um  quociente significativo, seis apresentaram um quociente moderado e 14  apresentaram um quociente fraco no ano de 2007. Em 2013, o número de atividades  básicas saltou para 12, mantendo-se especializadas todas as que apontaram esse  comportamento no ano de 2007. Esse aspecto revela uma ampliação da estrutura  produtiva, mas não revela uma mudança estrutural endógena.
   Foi observado pelo  comportamento dos quocientes analisados, que no estado da Paraíba o núcleo da  economia criativo encontra-se, essencialmente, voltado para as indústrias  criativas ligadas ao entretenimento. Recebem destaque e confirmam essa  inferência, o comportamento locacional das seguintes atividades econômicas:  atividades de produção cinematográfica de vídeos e de programas de televisão;  atividades de rádio; artes cênicas, espetáculos e atividades complementares;  atividades de televisão aberta; atividades de exibição cinematográfica; e o mercado  editorial.  
   Alagoas, conforme mostra a Figura  2, em 2009 e 2011, mantém-se especializado no núcleo da economia criativa. Em  2009 havia 10 atividades econômicas com o QL maior ou igual a 1 e esse número  cai para 9, em 2011. Nesses anos, 31 e 34 atividades econômicas apresentaram  registro de ocupações, concomitantemente. Nota-se que o mercado editorial  aparece entre os setores com maiores possibilidades para atividades de  exportação dentro do núcleo criativo alagoano, respondendo por 40% das  atividades especializadas para o ano de 2006. Também foi verificado um  quociente significativo para as atividades de organizações associativas ligadas  à cultura e à arte; desenvolvimento e licenciamento de programas de computador  customizáveis; atividades de televisão aberta; atividades de rádio; atividades  de produção cinematográfica de vídeos e de programas de televisão e atividades  fotográficas e similares.
   Em 2011, as atividades  relativas ao audiovisual aparecem com uma maior disposição para a  especialização em cadeia, uma vez que cinco das nove atividades especializadas  no estado integram esse segmento de mercado. Em contrapartida, o mercado  editorial apresenta uma retração, especializando-se, nesse ano, em apenas duas  atividades. Contudo, os maiores QL identificados correspondem as atividades de  criação artística e construção de obras de arte especiais, vinculadas,  respectivamente, artes ciências e   expressões culturais. Esse comportamento pode estar associado, se  considerado que esse tipo de atividade apresenta desempenho pontual e pode  estar associado com locações de produção televisivas e cinematográficas, que  envolve desde a fotografia até a montagem de cenários. Nesse período, alguns  títulos lançados nos cinemas nacionais foram rodados em locações realizadas no  estado, como o Meu Passado me Condena, dirigido por Júlia Rezende (ANCINE,  2014).
   Ressalta-se que esses três  últimos estados analisados apresentaram um QL menor ou igual a 1 para o  restante do período. Além desses estados, Ceará e Piauí também não demonstram  nenhum tipo de especialização no macrossetor núcleo, mantendo o mesmo padrão  espacial na distribuição regional do emprego em todo o período. 
4.1.2. Padrão espacial das atividades relacionadas da economia criativa
Entre as atividades relacionadas, apenas os estados do Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Bahia apresentaram um QL maior ou igual a 1 em ao menos um dos anos analisados. Os dados espacializados revelam que a distribuição regional do emprego apresentou poucas reconfigurações ao longo do período (Figura 5).
Para o Ceará, há variação  positiva de 6,64% no QL de 2013 (1,30) em relação a 2006 (1,22), conforme  Tabela 1. Trata-se do único estado nordestino a sustentar um comportamento  especializado por todo o período estudado, no que refere as atividades  relacionadas. Ao mesmo tempo, o Ceará corresponde ao estado que mais aloca  emprego nesse macrossetor. Esse volume de emprego distribui-se por um total de  30 atividades econômicas. Dessas, 7 em 2006 e 8 em 2013 apresentaram QL  superiores à unidade. Os dados também apontam esse período não registrou  transformações estruturais relevantes no macrossetor estadual, que praticamente  manteve-se especializado nas mesmas atividades econômicas. 
   Como se sabe, o macrossetor  atividades relacionadas reúne um conjunto de atividades econômicas que fornecem  bens e serviços criativos essenciais para as atividades nucleares da economia  criativa. Por isso, esse macrossetor encontra-se estruturado por atividades  industriais e de serviços, conforme os modelos desenhados para analisar a  economia criativa brasileira (Quadro 5). Sobre essa distribuição, o estado do  Ceará evidenciou uma vocação setorial direcionada à indústria, visto que cinco  das oito atividades econômicas básicas encontradas para o macrossetor  atividades relacionadas referem-se à fabricação de itens. São elas: fabricação  de artefatos de cordoaria; confecção de roupas íntimas; fabricação de  acessórios do vestuário, exceto para segurança e proteção; curtimento e outras  preparações de couro; fabricação de artigos para viagem, bolsas e semelhantes  de qualquer material. 
   Esse resultado indica que os  quocientes estão captando, pelo menos, dois aspectos econômicos já reconhecidos  pela literatura sobre a economia cearense. Primeiro, destaca-se o fato da indústria  estadual basear-se fortemente na produção de bens não duráveis, como alimentos  e bebidas, têxtil, vestuário, couro e calçado. Segundo, que tal conglomerado  industrial responde por grande parte do pessoal ocupado no mercado de trabalho  cearense (PAIVA et al., 2009). Diante das definições adotadas nesse trabalho,  entende-se que essas atividades econômicas fornecem insumo e bens transformados  para o segmento nuclear de moda, correlacionado a indústria têxtil e calçadista. 
   Entretanto, como observado na  análise anterior, o estado do Ceará não apresenta potencial para esse tipo de  atividade econômica nuclear. Logo, o resultado do quociente confirma a  tendência de exportação regional desse tipo de produção, seja ele em forma de  insumo ou de bens finais destinados ao consumo. Essa inferência é reforçada  pelo desempenho locacional indicado para comércio atacadista de artigos de  vestuário, acessórios, calçados e artigos de viagem.
   Outro comportamento relevante  observado deve-se aos serviços de aluguel de fitas de vídeo, DVDs e similares,  que se manteve especializado tanto em 2006 como em 2013. Essa atividade  econômica corresponde a uma das janelas de exibição e comercialização final do  produto audiovisual de filme e vídeo. Trata-se de uma atividade econômica  similar aos serviços de exibição cinematográfica em salas de cinema, mas  descontinuando-se após os avanços das novas mídias eletrônicas de reprodução  audiovisual e o avanço do mercado paralelo (pirataria), conforme aponta Souza e  Pires (2012).  Assim, entende-se que esse  resultado desvia-se do comportamento esperado para esse tipo de atividade  econômica. 
   Com relação ao estado do Rio  Grande do Norte, a concentração setorial das atividades relacionadas medida  pelo QL cresceu 18,64%, saltando de 0,96 em 2006 para 1,14 em 2014. Esses  dados, se comparado com os demais macrossetores, apontam para uma reestruturação  setorial, visto que em 2013 os macrossetores núcleo e apoio decresceram a sua  participação na alocação do emprego, ao passo que esse macrossetor apresentou  expansão, visto anteriormente na Tabela 1. 
   Esse desempenho pode ser  explicado por transformações na estrutura produtiva do macrossetor atividades  relacionadas no estado. No ano de 2006, 8 das 30 atividades econômicas desse  conjunto macrossetorial foram consideradas básicas para a estrutura produtiva  do estado, visto que apresentaram um QL ≥ 1. Em 2013, observou-se que essa  quantidade retrocedeu para cinco atividades econômicas, representando um  decréscimo de 37,5%. Logo, o macrossetor nuclear do Rio Grande do Norte passou  a contar com um menor número de atividades de potencial e alcance regional,  diversificando da estrutura produtiva da região Nordeste e reforçando sua  especialização em um grupo seleto de atividades.
   De maneira similar ao que foi  observado para o estado do Ceará, a maior parte das atividades econômicas que  apresentaram QL superior à unidade no Rio Grande do Norte encontram-se  vinculadas a indústria têxtil e de confecções. Essa, contudo, não consiste na  principal atividade industrial do estado, mas responde por uma quantidade  relevante do emprego alocado na sua indústria de transformação. No que tange as  atividades básicas encontradas para as atividades relacionadas à economia  criativa, destacam-se entre as industriais: acabamentos em fios, tecidos e  artefatos têxteis; fabricação de acessórios do vestuário, exceto para segurança  e proteção; fabricação de artefatos têxteis para uso doméstico; fabricação de  artigos do vestuário, produzidos em malharias e tricotagens, exceto meias; e  confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas. Entre as atividades  terciárias, estão: comércio atacadista de artigos do vestuário e acessórios;  comércio atacadista de calcados e artigos de viagem; comércio varejista de  artigos do vestuário e acessórios, e comércio varejista de discos, CDs, DVDs e  fitas..
    De igual maneira, entende-se que essas  atividades econômicas fornecem insumo e bens transformados para o segmento  nuclear da moda, possuindo um relevante potencial de exportação. Destaca-se,  nesse sentido, o desempenho de segmentos criativos como a moda praia, que conta  com um considerável volume de estabelecimentos de médio e pequeno porte, os  quais se dedicam a confecção de roupas de banho e roupas para prática de  esportes aquáticos, por exemplo. O que se percebe é que esse tipo de atividade  econômica, grosso modo, não tem sido identificado como modelos de negócios  criativos, pois quando incentivados recebem a atenção de programas de  industrialização, cujo escopo central assenta-se na geração de renda e o  fortalecimento da atividade industrial de pequeno porte.
   Por esse motivo, tais  atividades não geram os efeitos de encadeamento que lhe são propícios. Isso  porque, esse tipo de mercado, quando explorado dentro dos modelos desenhados  para a economia criativa brasileira, articula-se com outros setores, também  relevantes para a agregação de valor, como o registro de marcas de patentes,  que nesse caso seria acionado para registrar marcas de produtos locais a serem  inseridos no mercado doméstico, regional ou internacional. Além disso, esse  segmento de mercado permite que os bens produzidos se apropriem das identidades  culturais com a finalidade de acrescentar valor cultural, diferenciando-os dos  demais produtos ofertados nesse mercado. 
   Acrescenta-se também, que o  desempenho captado pelo quociente para as atividades relacionadas desse estado  apontam para uma relativa interação com setores mais informais da economia  criativa, a exemplo do artesanato, visto que as atividades industriais de  acabamentos em fios, tecidos e artefatos têxteis e fabricação de artefatos  têxteis para uso doméstico são fornecedoras desse tipo de empreendimento  tradicional da cultura e fortemente disseminado entre as cidades do Rio Grande  do Norte, principalmente devido ao turismo.
   Por outro lado, o comércio  varejista de discos, CDs, DVDs e fitas, ainda que em desuso na sociedade do  conhecimento informacional contemporânea (CASTELLS, 2006), pode ser explicada  pela expansão das grandes magazines e lojas de departamento para as principais  cidades do Nordeste, as quais transacionam esse tipo de bem a preços  competitivos e atrelado ao consumo de outros produtos de natureza criativa ou  cultural, como livros e aparelhos domésticos de audiovisual, conforme aponta a  Associação Brasileira do Varejo (ABVTEX, 2014).
   Como visto anteriormente, por  meio da Figura 4, Pernambuco foi um dos estados que permaneceu  dês-especializado no conjunto de atividades relacionadas ao núcleo da economia  criativa na maior parte dos anos estudados. Essa perda no potencial exportador  do referido macrossetor ocorreu no ano 2008, mantendo-se até o final da série.  Nesse período, as atividades econômicas desse macrossetor apresentaram um QL  inferior a unidade, indicando que o estado deixou de ter esse macrossetor como  um conjunto produtivo básico para sua economia criativa. 
   Destaca-se que esse  macrossetor não apresentou nenhum tipo de reestruturação endógena relevante, não  havendo substituição de atividades especializadas que justifiquem esse  comportamento. 
   Paralelamente, conforme visto  anteriormente, em 2007 esse estado passa a se especializar no núcleo da  economia criativa, o que se deduz que o comportamento aqui identificado se  tratar de uma reestruturação macrossetorial. Ademais, os dados apontam que  grande parte dessas atividades corresponde ao setor terciário da economia,  indicando que o macrossetor estadual apresenta relações de dependência de  outros setores da economia, não ocorrendo grandes transformações e agregação de  valor em sua cadeia de produção criativa. 
   No caso da Bahia, em  particular, a modificação temporária no padrão espacial ocorre intraperíodo, ou  seja, o estado se especializa nesse macrossetor durante um espaço curto de  tempo, mas retorna a sua condição no longo prazo. Nos anos de 2006 e 2011, 19  das 30 atividades econômicas foram consideradas básicas para a estrutura  produtiva macrossetorial, visto que apresentaram um QL maior ou igual a 1. Em  2012, observou-se que essa quantidade avançou para 29 atividades econômicas,  representando um acréscimo de 52,63%. Esse comportamento chama a atenção, por indicar  que em 2012 o estado se especializou em praticamente todas as atividades  econômicas existentes em sua estrutura produtiva macrossetorial. 
   A composição desse  macrossetor demonstrou ser diversificada, contando com atividades criativas  ligadas a indústria e aos serviços. Em 2013 essa tendência se reajusta. Essa  grande diversidade pode ser associada ao perfil da matriz industrial baiana,  que envolve desde a indústria alimentícia até a indústria petroquímica. Também se  infere que esse cenário é favorecido pela conjunta econômica do estado, que  atualmente representa a principal economia estadual do Nordeste. No ano de  2012, inclusive, o estado apresentou um crescimento expressivo, 3,1%, frente a  0,9% de crescimento do PIB brasileiro. Então, acredita-se que esse aquecimento  da economia tenha refletido sobre as demais atividades da economia criativa,  que dantes não se apresentaram especializadas. 
   De modo geral, observa-se que  o emprego da atividade econômica criativa no macrossetor atividade relacionadas  tende a privilegiar as características da estrutura produtiva da economia  convencional, que quando reúne infraestrutura favorável, além de arranjos  técnico-institucionais relevantes, tendem a apresentar elevado grau de  especialização e potencial exportador regional. Nos estados do Maranhão, Piauí,  Paraíba, Alagoas, Sergipe não demonstram nenhum tipo de especialização no  macrossetor atividades relacionadas. Bahia e Pernambuco também reproduziram  esse comportamento na maior parte do período.
4.1.3. Padrão espacial das atividades de apoio da economia criativa
Quando analisado o  macrossetor de atividades de apoio, que corresponde aos segmentos de provisão  indireta de bens e serviços criativos, se observou um padrão espacial distinto  do que verificado para os macrossetores iniciais da cadeia de produção criativa  da região Nordeste. Com exceção do Ceará e Rio Grande do Norte, todos os  estados nordestinos apresentaram QL maior ou igual a 1 a partir de 2007. Isso  porque, esse o macrossetor atividade de apoio desses dois estados apresenta uma  estrutura produtiva indiferente e irrelevante para a configuração do padrão  espacial de especialização locacional do emprego na região Nordeste. 
   Diante da dispersão espacial  da especialização significativa encontrada para o macrossetor, entende-se se  tratar de um conjunto de atividades econômicas fundamental para a estrutura  produtiva da região Nordeste. Ademais, o resultado do quociente confirma a  tendência das economias regionais menos centralizadas em se deslocar para as  atividades terciárias e comerciária, à medida que seu perfil de desenvolvimento  vai amadurecendo e a mão de obra se adesensando. Também se demonstraram  proeminentes as atividades relativas à construção civil, que envolve o segmento  de mercado de arquitetura e engenharia, como um reflexo do processo de  urbanização acelerada que envolve os estados brasileiros. 
   No geral, esse macrossetor  contabilizou 13 atividades econômicas, se considerado unicamente o recorte de  dados realizado neste trabalho, baseado nos modelos da FIRJAN e FEE. Atualmente  existe uma grande discussão na literatura sobre quais são as atividades que  efetivamente representam apoio para economia criativa. Por isso, só foram  consideradas por esse trabalho as atividades selecionadas pelos modelos  desenhados por essas instituições e que foram identificados em todos os estados  da região Nordeste, a fim de melhor sistematizar a matriz de dados espaciais do  emprego e minimizar possíveis distorções.    
   Na Figura 6, verifica-se que  a distribuição regional do emprego apresentou duas configurações distintas, com  variações intraperíodos. destacando-se o comportamento especializado em  Pernambuco, nos anos de 2008 e 2009; e o comportamento não-especializado na  Bahia em 2011 e 2012. Também se aponta o desempenho do Rio Grande do Norte, que  apenas em 2006 foi especializado.   
            Pode-se  então inferir que os estados com uma especialização duradoura são constituídos  por atividades de apoio significativas para a exportação inter-regional ou que  possuem inter-relações com as demais atividades em execução no cenário estadual.  Entre os estados que apresentam essa característica, estão: Maranhão, Piauí,  Paraíba, Alagoas e Sergipe (Figura 5).  
              O  Maranhão é o único estado a repetir esse comportamento para outro macrossetor,  que obteve no núcleo da economia criativa um elevado grau de especialização em  todos os anos analisados. No macrossetor atividades de  apoio maranhense, em particular, ocorreu uma  especialização em quatro atividades econômicas, sendo todas associadas com o  segmento de arquitetura e engenharia. Entre 2006 e 2013 observou-se uma  substituição na estrutura produtiva especializada, dada pela redução do QL da  atividade de comércio atacadista de máquinas, equipamentos para terraplenagem,  mineração e construção; partes e peças (3,25) em 2006 para a atividade de  fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e materiais  semelhantes (1,09) em 2013. 
              Essas  atividades encontram-se relacionadas com o avanço da urbanização, que para a  economia criativa é entendido como um processo de reinvenção da sociedade  urbana. Nessa concepção, o avanço da arquitetura e da engenharia encontra-se  atrelado a expansão urbana, pois essa traduz diversos aspectos socioeconômicos,  como: expansão demográfica; ocupação e mobilidades na apropriação do espaço  econômico; elevação da atividade econômica; perda de representatividade dos  territórios rurais, entre outros. Assim, o aquecimento da construção civil  ocorre em função da dinâmica das cidades e  das necessidades que lhe são emergidas (REIS, 2011). 
   O conjunto de atividades que  lhe são pertinentes se apropria da tecnologia e do conhecimento criativo com a  finalidade de conduzir o processo de urbanização por um viés mais sustentável,  produtivo, duradouro e planejado. Essas características e conotações são  captadas pelo comportamento das atividades econômicas consideradas como básicas  para a estrutura produtiva macrossetorial. Se considerado os postulados  teóricos elencados nesse trabalho e o comportamento locacional das atividades  ligadas a arquitetura e a engenharia e do macrossetor núcleo,  pode-se dizer que o Maranhão tem convergido  com o conceito de cidades criativas e desenvolvimento criativo, que alia o  crescimento econômico advindo dessas atividades com o fomento da cultura local  e o planejamento urbano. Porém, destaca-se que a efetividade dessa inferência  carece de uma análise mais profundamente associada a outros elementos empíricos  acerca dessa economia.
   Para o estado do Piauí foram  identificadas duas atividades econômicas superiores a unidade. Em 2006, a  construção de edifícios apresentou um QL igual a 1,1. No ano de 2013, essa  atividade manteve o comportamento especializado (1,08),  também sendo identificado um QL significativo  para Comércio atacadista de componentes eletrônicos e  equipamentos de telefonia e comunicação  (1,32). 
   Nota-se, que a maior parte  das atividades de apoio do estado do Piauí decresceu nesse período, o que  indica que o estado tende a debruçar-se exclusivamente sobre atividades  dinâmicas, focando suas forças produtivas para essas atividades. O cenário  encontrado para o referido estado exprime a força e a relevância da construção  civil, que em todo o Brasil têm apresentado um expressivo crescimento ao longo  da última década. Contudo, esses resultados demonstram que o estado tem  incorporado um elevado volume de mão de obra nesse tipo de atividade, mas não  tem encadeado efeitos positivos sobre as atividades que lhe são complementares,  ao contrario do que foi percebido para o estado do Maranhão. 
              Com  relação a Paraíba, o macrossetor atividades de apoio contabilizou quatro  atividades econômicas básicas, visto que  apresentaram um QL superior a 1. Porém, observou-se que a estrutura produtiva  macrossetorial apresentou transformações internas, quando considerado o  comportamento do QL dos anos selecionados. Aponta-se as seguintes como básicas:  demolição e preparação de canteiros de obras (5,92); comércio atacadista de  madeira e produtos derivados (5,1); comércio atacadista de componentes  eletrônicos e equipamentos de telefonia e comunicação (4,46); e comércio  atacadista de ferragens e ferramentas (1,15). Em 2013, apenas o comércio  atacadista de artefatos de madeiras e componentes eletrônicos repetiram o  desempenho, sendo os demais substituídos pelas seguintes atividades: construção  de edifícios (1,05) e comércio atacadista de material elétrico (1,12).
              Ao  contrário dos demais estados, a Paraíba apresenta uma maior diversificação em  sua estrutura produtiva macrossetorial, porém mantém-se especializada em poucos  setores. As atividades que se apresentaram especializadas possui articulação  com múltiplas atividades relacionadas ao núcleo da economia criativa, a exemplo  do segmento de madeira que se articula tanto com o segmento de arquitetura e  engenharia, dentro da construção civil, como também na fabricação de  mobiliário. De igual modo, o comércio de material elétrico também se vincula ao  setor da construção civil, mas também possui complementaridade com o setor de  comunicação e computação, que inclusive demonstrou-se especializado no estado. 
              Quando  analisado o estado de Alagoas isoladamente, observou-se uma estrutura produtiva  semelhante a que fora identificada para o Piauí. Em 2006, o macrossetor  atividades de apoio desse estado esteve especializado unicamente na construção  de edifícios (1,07). Porém, em 2013 observa-se uma expansão do número de  atividades básicas, onde aparecem especializadas as atividades: construção de  redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto (7,06); comércio  atacadista de componentes eletrônicos e equipamentos de telefonia e comunicação  (2,34); e comércio atacadista de ferragens e ferramentas (1,01). 
              Com  esse resultado, observa-se que as atividades econômicas desse macrossetor  possuem grande articulação com o segmento de arquitetura e engenharia, como  também observado para outros estados nordestinos. Esse setor indica uma  expansão e um determinado grau de maturação, pois as atividades de saneamento  básico que apresentaram um alto QL em 2013 encontram-se relacionadas com obras  de acabamento urbanístico e de avanço das linhas de fornecimento desse tipo de  serviço à população. 
   Apesar de não terem sido  captadas pelo indicador, esse tipo de serviço produz encadeamentos em outros  segmentos da atividade econômica. Para tanto, exemplifica o serviços urbanos de  limpeza, reparos e restauração, conforme descreve o modelo de interação  setorial criativa adotado nesse trabalho (Quadro 8).  Nota-se também, que esse estado é um  importante disseminador de produtos eletrônicos e de informática, pois  apresenta potencial exportador para esse tipo de produto. Considerando, porém,  que Alagoas não apresenta especialização nesse tipo de indústria, entende-se  que o estado importa esse tipo de bem para atender ao comércio doméstico e  também destina-los ao mercado regional adjacente.  
   Por sua vez, o macrossetor  atividades de apoio do estado de Sergipe se especializou em três atividades  econômicas, sendo que uma delas registrou um QL superior a unidade apenas no  ano 2006. São elas: aparelhamento e outros trabalhos em pedras (1,29 e 1,51);  construção de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto (12,17  e 5,05); e comércio atacadista de componentes eletrônicos e  equipamentos de telefonia e comunicação  (1,97). Os dados apresentados pelo estado apresentaram uma diferença setorial,  se comparado com as atividades básicas do macrossetor atividade de apoio dos  demais estados da região Nordeste.
   As atividades destacadas,  ainda que possuam articulação com a construção civil, apontam também para sua  relação com outros setores do núcleo criativo, como obras de arte especiais  forjadas em pedras das mais variadas naturezas, obras de infraestrutura ligadas  à manutenção, conservação e, ou preservação de patrimônio histórico e cultural.  Destaca-se também a pujança de infraestrutura de rede dutoviárias, que envolve tubulações  para o gás natural, TV a cabo, fibra ótica para internet, além dos setores básicos de energia e comunicação, por  exemplo. 
   Em relação ao estado da  Bahia, observa-se uma relevante mudança interna na estrutura produtiva  macrossetorial de apoio. No ano de 2006, sete das 13 atividades econômicas do  apoio a economia criativa baiana foram consideradas básicas para estrutura  produtiva do macrossetor, visto que apresentaram um QL igual ou maior que 1.  Nesse ano, conforme Figura 5, o macrossetor apresentou um potencial exportador,  indicando sua relevância para a composição do emprego criativo total na região  Nordeste. Esse comportamento mantém-se até 2011, quando o macrossetor perde sua  representatividade na estrutura produtiva da economia criativa regional  nordestina, cujo padrão dês-especializado replica-se em 2012. 
   Nesses dois anos, houve uma  avanço na quantidade de atividades econômicas especializadas, atingindo 8 e 12,  respectivamente. Também foi observada a substituição de atividades  especializadas, sinalizando para uma relativa flutuação do emprego alocado internamente.  Em 2013, registra-se uma retração na estrutura produtiva, que passou para seis atividades  especializadas. Nesse mesmo ano, a Bahia retoma a especialização macrossetorial  regional.  
   Ademais, verificou-se que as  únicas atividades que se sustentam o potencial exportador por todo o período,  são: fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso e  materiais semelhantes; aparelhamento e outros trabalhos em pedras; construção  de redes de abastecimento de água, coleta de esgoto e construções correlatas;  demolição e preparação de canteiros de obras. 
   Essas atividades indicam a  robustez d o apoio ao segmento de arquitetura e engenharia, que são  possivelmente explicadas pela execução de obras de infraestrutura ao redor do  estado, principalmente, ao andamento da construção de sistemas de saneamento e  de logística, em função das obras do Programa de Aceleração do Crescimento  (PAC), e aos trabalhos de construção do metrô e da Arena Fonte Novos em  Salvador, conforme releva estudo da Superintendência de Estudos Econômicos e  Sociais da Bahia (SEI, 2014). Também recebe destaque o segmento da construção  de edifícios, que mesmo não se demonstrando especializado em todos os anos, possui  relevância para o desempenho das atividades econômicas que lhe são complementares,  reforçando a ideia de encadeamento setorial já inferida para outros estados da  região Nordeste.
   Para o estado de Pernambuco,  observa-se um comportamento semelhante, visto que em 2011 e 2012 o estado  manteve-se especializado no macrossetor   atividades de apoio (Figura 4), sustentando uma condição não especializada  no restante do período. Quando analisado o comportamento locacional das  atividades econômicas que integram o macrossetor estadual, pode-se observar a  ausência de flutuação ou substituição de atividades especializadas ao longo do  período. Porém, nota-se que entre os anos em que o macrossetor manteve-se  especializado, o subsetor correspondente às atividades de comércio atacadista  de máquinas, equipamentos para terraplenagem, mineração e construção, bem como  suas partes e peças, apresentou um quociente superior à média macrossetorial. 
   Existem poucas inter-relações  entre os macrossetores da economia criativa, se comparado à natureza das  atividades econômicas que os compõe. Essa constatação pode ser sustentada  quando se consideram as atividades de apoio a economia criativa, que apresentaram  poucas relações com o núcleo da economia criativa e suas atividades  relacionadas. Excetuaram-se desse comportamento as atividades vinculadas ao  segmento de arquitetura e engenharia.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As características observadas  neste estudo apontaram para estrutura produtiva crescente, porém regionalmente desigual  evidenciado por um padrão espacial heterogêneo no que se refere à distribuição  regional do emprego. Poucos estados apresentaram-se especializados nos  macrossetores criativos, e nenhum deles demonstrou uma localização ínfima para as  atividades econômicas que compõem esses macrossetores. Por meio da análise do  padrão espacial, foi possível observar que, ao contrário das premissas básicas  do referencial metodológico adotado, nem sempre um quociente locacional  superior ou igual a 1 indica um potencial exportador, haja vista a expansão das  atividades terciárias, com um reflexo do próprio desenvolvimento da economia e  que, grosso modo, foge dessa regra.
   Ademais, verifica-se que o  desenvolvimento da economia criativa da região Nordeste é influenciado pela  configuração produtiva da matriz econômica de cada estado. Isso porque, as  atividades que apresentaram potencial para a formação de cluster encontram-se são complementares as atividades já  desenvolvidas no próprio estado. Destaca-se o caso da Bahia, que possui um polo  industrial robusto, favorecendo o encadeamento de setores ligados ao núcleo da  economia criativa. Em Pernambuco, um cenário semelhante é encontrado, se  considerado que o Polo Digital já tinha iniciado a suas atividades. Também foi  verificado que na maior parte dos estados nordestinos, a incidência de  aglomerações de atividades ligadas à arte e a cultura, em termos cooperativos e  associativos, não foram tão relevantes, o que indica uma grande massificação das  atividades econômicas culturais. 
   Os dados apontaram que quanto  maior o número de atividades especializadas dentro dos macrossetores criativos,  menores as chances dos estados se demonstrarem básicos no respectivo  macrossetor. Havendo, portanto, pulverização das atividades econômicas, o que inibe  o crescimento sustentado e direcionado de atividades econômicas criativas que  apresentam potencial para a geração de emprego e, consequentemente, de fluxos  de renda. Essa constatação apresentou poucas exceções, constituindo-se, assim,  um resultado relevante acerca desse padrão espacial. De igual maneira,  observou-se a necessidade de um aperfeiçoamento da classificação das atividades  econômicas criativas consideradas pelos modelos analíticos adotados, uma vez  que em alguns setores determinadas atividades complementares aparecem  vinculados a outros setores da atividade econômica, apontando para quebras de  encadeamento irreais.
   Semelhantemente, observaram-se  peculiaridades estaduais, como no caso do Maranhão, que se manteve  especializado em todos os macrossetores da economia criativa, devido a sua  representatividade proporcional no volume dos empregos alocados; de Pernambuco,  que apresentou uma dinâmica diferenciada em razão de uma política econômica  especifica para a economia criativa, do conhecimento e da tecnologia; e da  Bahia, que apresentou forte conexão com as atividades culturais, o que revela o  seu enquadramento na perspectiva teórica dos Círculos Concêntricos. 
   Destarte, observa-se que a localização interfere no desenvolvimento dessas  atividades econômicas, e para que os macrossetores apresentem um crescimento  relevante, devem possuir nexos de complementaridade fortes e que as atividades  produtoras de insumo e ou complementares estejam localizadas dentro do mesmo  espaço, o inverso indica quebras de encadeamento, o que pode comprometer o  desempenho do setor ao longo do tempo. Pode-se observar também, que as  políticas públicas voltadas à cultura e a economia criativa apresentam influência  no padrão locacional quando associadas à política econômica, a exemplo do Porto  Digital e das incubadoras de empreendimentos criativos.
              Dessa  forma, a economia criativa apresenta nexos de complementaridade com diversas  atividades econômicas e produtivas, cujos bens e serviços abarcam do artesanato  tradicional às complexas cadeias produtivas da indústria e dos serviços, as  quais o trabalho aplica ênfase. Por se tratar de um tema recente, o trabalho  esbarrou-se em algumas limitações para atingir os objetivos propostos nesta  dissertação. Entre essas dificuldades, destaca-se a disponibilidade de dados  mais desagregados e com maior uniformidade entre os levantamentos já realizados  sobre o setor. Por isso, adotou-se o emprego como variável de análise, e proxy da atividade produtiva da economia  criativa. Outro problema foi o nível de agregação dos dados, inviabilizando uma  análise mais discriminada do objeto de análise neste trabalho. Entretanto, acredita-se  que as informações aqui tratadas revelam-se importantes na literatura sobre a  economia criativa. 
   Sugere-se que as políticas de desenvolvimento regional criativas,  recentemente formuladas no âmbito da Secretaria Nacional da Economia Criativa,  atentem-se para as vantagens locacionais dos estados nordestinos, de maneira a  fomentar as “vocações” econômicas e criativas desses estados, a fim de ampliar  o grau de especialização e de expansão do emprego. Paralelamente, incentivar  políticas regionais compartilhadas, ou seja, aquelas que promovam a cooperação  entre os governos estaduais e seus respectivos atores, são relevantes em função  da complementariedade que se observa existir nesse setor.
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2 Lei 12.243 de 02 de dezembro de 2010.
3 Atualmente, no conjunto, o Porto Digital reúne aproximadamente 200 empresas de médio e pequeno porte instaladas em 12 prédios históricos, as quais somam um faturamento médio de R$ 1 bilhão. Entre seus quase 300 clientes, estão as maiores empresas do Brasil e do mundo. São companhias como Unilever, Petrobras, General Mortors do Brasil e IBM, além órgãos públicos como Banco Central e Receita Federal, demonstrando nítida articulação com a dinâmica local e, ao mesmo tempo, com os mercados internacionais (PORTODIGITAL, 2014).
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