Tesis doctorales de Economía

 

TURISMO, CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO: UMA ANÁLISE URBANO-REGIONAL BASEADA EM CLUSTER

Jorge Antonio Santos Silva

 

 

 

Esta página muestra parte del texto pero sin formato.

Puede bajarse la tesis completa en PDF comprimido ZIP (480 páginas, 2,35 Mb) pulsando aquí

 

 

 

 

1.1.2 Externalidades e economias de aglomeração

Economias de aglomeração consistem em ganhos de produtividade que são atribuídos à aglomeração geográfica das populações ou das atividades econômicas. “Como a fonte dos ganhos de produtividade se situa no exterior das empresas, no meio que as rodeia, fala-se de economias externas ou externalidades [...]” (POLÈSE, 1998, p.77).

Medir a produtividade traduz-se em determinar uma relação entre o número de outputs (saídas ou resultados) e o número de inputs (entradas – matérias-primas, insumos) de determinado processo. Essa medição, por vezes, não se revela satisfatória, particularmente quando envolve o setor terciário da economia, os serviços de um modo geral: saúde pública, educação, turismo, etc. Os ganhos de produtividade estão na origem do processo de desenvolvimento econômico, daí a importância de procurar estudar os que decorrem da aglomeração geográfica das atividades econômicas e das populações.

O conceito de externalidade portanto, está diretamente vinculado à noção de espaço geográfico. Existem, em qualquer local, externalidades positivas e externalidades negativas. Quando a externalidade é positiva se tem uma fonte de economia externa, também chamada de efeito de transbordo ou efeito de vizinhança (neighbourhood). Quando a externalidade é negativa se tem uma fonte de deseconomia externa, normalmente relacionada a aspectos ambientais – engarrafamentos, poluição, etc.

Do mesmo modo que as economias de escala, de natureza interna às empresas, as economias externas possibilitam ganhos de produtividade, associados a uma determinada localização, ou seja, menores custos de produção, com a vantagem de que a empresa não assume a totalidade dos custos (pode assumir uma parcela) em que o sistema econômico incorreu para gerar tais economias externas, as externalidades positivas.

As economias de aglomeração podem assumir duas formas principais: economias de localização ou de justaposição e economias de urbanização.

As economias de localização ou de justaposição representam ganhos de produtividade específicos de uma indústria ou de um conjunto de empresas relacionadas que originam-se de sua localização. O termo indústria designa um conjunto de estabelecimentos ou empresas do mesmo setor de atividade econômica.

As economias de localização ou de justaposição são internalizadas ao nível da indústria, embora sejam externalidades para as empresas que delas [se] beneficiam. Os ganhos de produtividade são imputáveis à dimensão da indústria numa dada localização.

Para designar os conjuntos geográficos de estabelecimentos conexos deste tipo usa-se, por vezes, a expressão complexos industriais (onde freqüentemente os outputs de uma empresa são os inputs de uma outra). As economias de localização a realizar neste caso não assentam apenas na partilha dos custos fixos mas também na redução dos custos de interação espacial e na multiplicação das possibilidades de troca. Por outras palavras, a aglomeração geográfica torna possível a maximização dos ganhos da especialização resultantes da valorização das vantagens comparativas. (POLÈSE, 1998, p.87).

Em qualquer indústria, a natureza das economias de localização dependerá, antes de mais nada, do nível de desenvolvimento tecnológico, mas também dos fatores que possam modificar as vantagens comparativas de diversas localizações.

A freqüência, diversidade e intensidade das transações são fatores de aglomeração importantes. O empresário terá vantagem em se localizar onde existam várias opções de fornecedores, de modo que, se necessário, possa trocar imediatamente de um para outro. Isso se constituirá um elemento-chave de produtividade. Os comerciantes e os prestadores de serviços também têm interesse em se concentrar no espaço, pois, considerando os custos fixos ou as indivisibilidades, a aglomeração poderá justificar assumir-se despesas compartilhadas relativas a ações cooperadas, que propiciem a diluição dos custos de operacionalização e totais e, por conseqüência, a venda de produtos e serviços a preços menos elevados.

Também devem ser considerados como vantagens das economias de localização, os ganhos de produtividade que uma empresa pode obter por meio da redução dos seus custos de informação e outros associados à inovação e à adoção de novos processos de produção e métodos de comercialização; além das economias devidas à redução dos custos com recrutamento e formação de mão-de-obra.

A diferença entre as economias de localização e as de urbanização, reside em que nas primeiras trata-se dos efeitos sobre uma indústria, enquanto nas segundas refere-se aos ganhos de produtividade decorrentes da aglomeração de indústrias de todo o tipo em áreas urbanas. As economias de urbanização correspondem às externalidades positivas que as indústrias propiciam, pelo simples fato de se localizarem em uma determinada cidade. Elas são internas à região urbana, mas externas às empresas ou indústrias que delas se beneficiam.

Os ganhos de produtividade decorrentes da produção de bens públicos constituem um elemento fundamental das economias de urbanização.

Por bens públicos entende-se os equipamentos ou os serviços cuja produção dificilmente pode ser assegurada de modo privado, devido ao peso das externalidades ou à importância das indivisibilidades ou outros custos fixos. Do lado dos grandes equipamentos, pode-se pensar nos portos de mar, estradas, aquedutos, aeroportos, esgotos e redes de eletricidade. Do lado dos serviços, pode-se mencionar a administração pública, a educação, a saúde, a justiça e a ordem pública, [grifo nosso]. (POLÈSE, 1998, p.95).

Os grandes equipamentos e os serviços que foram grifados na citação acima, compõem aspectos de infra-estruturação básica e turística, que integram a oferta técnica de um destino turístico, constituindo-se, inclusive, em elementos que podem ser trabalhados para incorporarem um maior nível de tecnologia e qualificação e funcionarem como motores de modernização de áreas urbanas, em municípios e cidades, transformando-as em dinâmicos, modernos e competitivos centros de recepção de turistas.

Isso acarretaria, pelas externalidades positivas decorrentes das economias de aglomeração, expressivos ganhos de produtividade difundidos e compartilhados pelos consumidores, os turistas, pelas empresas e indústrias direta e indiretamente vinculadas à atividade do turismo situadas entre os espaços de concretização do consumo turístico: espaço receptor, espaço de trânsito e espaço emissor, ou seja, na área de mercado ampliada que caracteriza o turismo, pelos municípios ou cidades qualificados como destinos turísticos e pela população residente no espaço receptor.

Grupo EUMEDNET de la Universidad de Málaga Mensajes cristianos

Venta, Reparación y Liberación de Teléfonos Móviles
Enciclopedia Virtual
Biblioteca Virtual
Servicios