Tesis doctorales de Economía


ESTUDO COMPARATIVO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DA INDÚSTRIA DA CERÂMICA DE REVESTIMENTO VIA ÚMIDA NO BRASIL E NA ESPANHA

Yolanda Vieira de Abreu



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5.3. Indicadores físico-termodinâmicos de eficiência energética para a energia elétrica consumida, pela ICRVU

Na ICRVU o maior consumo de energia é o da energia térmica, porém também existe um importante consumo de energia elétrica. A maior parte da ICRVU espanhola produz sua própria energia utilizando-se de cogeração. Da energia cogerada, parte é utilizada na empresa e parte é vendida para a concessionária local. Os gases quentes produzidos pela cogeração são aproveitados nos atomizadores.

Os indicadores físico-termodinâmicos de eficiência energética (IFTEE ou Ieeee) em relação à energia elétrica, das ICRVU brasileira e espanhola de energia elétrica, podem se ver nas Tabelas 17 e 18. Esses indicadores foram construídos utilizando-se da seguinte formula:

Quantidade total de energia elétrica em GWh

Na fórmula acima está se utilizando Gwh, unidade mais adequada para este estudo, porém poderia ser utilizada qualquer outra unidade que traduzisse o consumo de energia elétrica da indústria.

Os Ieeee (Indicadores físico-termodinâmicos de eficiência energética – energia elétrica), referente aos valores de consumo de energia elétrica da ICRVU brasileira, foram construídos com os dados coletados e tem a seguinte evolução: de 1990 até 1996, referem-se somente a dados de duas empresas; de 1997 a 1999 referem-se a 13 empresas; os dados do ano 2000 referem-se a 19 empresas e os dados de 2001 referem-se a 18 empresas. A evolução desses dados pode ser observada na Tabela 17.

Os Ieeee (Indicadores físico-termodinâmicos de eficiência energética – energia elétrica), referente aos valores de consumo de energia elétrica da ICRVU espanhola, foram construídos com os dados totais de consumo da UCRVU espanhola. Tais dados foram coletados pelo ITC/Castellón, junto a IBERDROLA e a IMPIVA e o de produção de cerâmica via úmida junto a ACER. A evolução desses dados pode ser observada na Tabela 18.

Os valores de consumo de energia elétrica na ICRVU brasileira foram os dados mais difíceis de se coletar. Tais empresas consideram os valores de consumo de energia elétrica, como sendo um dado sigiloso e que, se divulgado, pode trazer algum dano à estratégia de concorrência da empresa.

O interessante é que existe uma preocupação em não divulgar os dados de energia elétrica consumida, como se isso não devesse ser de conhecimento público, uma vez que a produção de energia, afeta ao meio ambiente e traz grandes conseqüências Porém, ao visitar algumas empresas percebe-se que a evolução desses dados, na maioria dessas empresas, não é devidamente acompanhado. Os dados não são armazenados dentro das empresas, de forma a se tornar parte da empresas, porque os empregados que coletam os dados, não os armazenam em um banco de dados.

Tal procedimento torna esses dados de energia “monopólio” de alguns funcionários, porque não há nada escrito, portanto quando a pessoa responsável pelos mesmos, deixa a empresa, na maioria das vezes, os dados somem ou são descartados. A falta de um banco de dados de consumo de energia, na maioria das empresas, faz com que o acompanhamento da evolução do consumo de energia, se perca com o tempo.

Para que essa dificuldade, encontrada na maioria das empresas pesquisadas, seja solucionada, primeiramente surgiu a idéia de formular uma tabela, para que esses dados fossem coletados. No entanto, não é esse dado que falta para a maioria das empresas, porque algumas delas usam softwares sofisticados para sua coleta. Tais softwares, normalmente são desenvolvidos pelos próprios gerentes ou pelo pessoal responsável pela informatização da empresa. Portanto, o que falta para essas empresas é um tipo de manual de procedimentos gerais, no qual estivesse descrita a metodologia de coleta, a forma de acessar esses dados e uso dos mesmos. A descrição de como inserir e acessar esses dados no computador poderia estar em um manual de procedimentos e os dados inseridos, poderia ter uma chave de segurança da própria empresa, que proibisse que os mesmos fossem apagados. Esse manual poderia padronizar a entrada de dados, como, por exemplo, dizer qual o valor calorífico de cada energético para a produção e ao mesmo tempo descrever como o departamento de custo deve colocar os preços dos mesmos, se estes serão apresentados por quilo ou por m2 de produto, em dólares ou em reais e outros detalhes que são importantes para a empresa, mas que pudesse formar um padrão de procedimentos para cada setor da empresa.

A maioria das empresas evoluiu a partir de antigas olarias e até hoje são empresas familiares, que mantêm uma cultura de amizade e companheirismo com os funcionários e gerenciam suas empresas de modo muito individual e particular. Esse é o motivo porque a grande parte delas não tem uma pulverização dos dados e dos conhecimentos, porque é uma relação de confiança e amizade, que une os profissionais da maioria dessas empresas e não uma relação estritamente profissional e metódica.

No Brasil a energia elétrica é produzida por hidrelétricas e seu custo é muito baixo para as empresas, por esse motivo às empresas até 1995, não se preocupavam em investir em eficiência energética ou controle de consumo. A ICRVU brasileira não realiza cogeração porque é muito mais conveniente comprar a energia elétrica da concessionária. A partir de 1995 quando começou a faltar energia elétrica e começaram os “apagões” e a implantação pelo governo federal de cotas para consumo, essas empresas começaram a se preocupar em consumir esse tipo de energia de forma mais racional. Na Tabela 17 pode-se observar que o consumo de energia elétrica tem se mantido praticamente constante para a ICRVU brasileira o mesmo tem acontecido com a ICRVU espanhola. Na ICRVU espanhola o controle do consumo de energia elétrica faz-se necessário, porque este representa uma parte importante do custo do produto final.

A energia cogerada, nessa indústria, atualmente supera o consumo total das ICRVU e o excedente é vendido para a concessionária, ver Figura 20. Esse fato tem muitas vantagens, segundo HENRIQUES et al (1996), porque ao se produzir à energia elétrica perto do ponto de consumo, evitam-se perdas por transmissão, além de poder aproveitar os gases quentes provenientes dos sistemas de cogeração nos atomizadores ou secadores, estas instalações têm um proveitamento energético ao redor de 90%, reduzindo assim o consumo de energia primário e o impacto ambiental proveniente da produção de energia elétrica.

Algumas empresas brasileiras têm se esforçado em diminuir seu consumo de energia elétrica e têm conseguido valores abaixo da média, como pode se observar no exemplo da Tabela 19. Essa tabela mostra os valores reais alcançados por uma empresa brasileira, aqui denominada de “X”. Um fato que tem incentivado as empresas a investirem em eficiência energética é que a partir de 1993, quando teve inicio as privatizações das empresas de eletricidade e principalmente depois de 1997 e grande parte da distribuição já tinha sido privatizada, a tarifa de energia tem aumentado continuamente e muito acima da inflação. Como atualmente as negociações das tarifas para os grandes consumidores de energia elétrica são realizadas diretamente entre o cliente e a concessionária, é interessante para as empresas diminuírem seu consumo na hora de ponta e se possível seu consumo geral de energia elétrica, uma vez que a tendência das tarifas é aumentar e não diminuir seu valor.


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