SAMPIETRO, Leidh Jeane*
Docente Substituta do curso de Tecnologia em Gastronomia da Universidade Federal de Pelotas, Brasil
leidhjs@gmail.comResumo: Este trabalho de pesquisa busca aprofundar a relação entre vitivinicultura e o enoturismo no município de Bituruna, estado do Paraná. A atividade da vitivinicultura é essencialmente agrícola e engloba o cultivo de uvas e a produção de vinhos. O segmento turístico associado ao vinho, o enoturismo, vem se desenvolvendo em muitos lugares no mundo e no Brasil. Em Bituruna a vitivinicultura teve início entre as décadas de 1930 e 1950 e o processo de turistificação do espaço vem ocorrendo lentamente. A pesquisa se caracteriza como qualitativa, realizada por meio do levantamento bibliográfico e entrevistas com os produtores de vinho e gestores do setor público. Os resultados indicaram que o enoturismo em Bituruna é incipiente, mas possui potencialidade para contribuir com o desenvolvimento da região.
Palavras-chave: Turismo – Enoturismo – Vitivinicultura – Vinho - Bituruna.
Resumen: Este trabajo de investigación busca profundizar la relación entre vitivinicultura y el enoturismo en el municipio de Bituruna, estado de Paraná. La actividad de la vitivinicultura es esencialmente agrícola y engloba el cultivo de uvas y la producción de vinos. El segmento turístico asociado al vino, el enoturismo, viene desarrollándose en muchos lugares en el mundo y en Brasil. En Bituruna la vitivinicultura se inició entre las décadas de 1930 y 1950 y el proceso de turistificación del espacio viene ocurriendo lentamente. La investigación se caracteriza como cualitativa, realizada por medio del levantamiento bibliográfico y entrevistas con los productores de vino y gestores del sector público. Los resultados indicaron que el enoturismo en Bituruna es incipiente, pero tiene potencial para contribuir con el desarrollo de la región.
Palabras-clave: Turismo - Enoturismo - Vitivinicultura - Vino - Bituruna.
Abstract: This research seeks to deepen the relationship between viticulture and wine tourism in the municipality of Bituruna, in the state of Paraná. The activity of winemaking is essentially agricultural and encompasses the cultivation of grapes and the production of wines. The tourism segment associated with wine, wine tourism, has been developing in many places in the world and in Brazil. In Bituruna, winemaking began in the 1930s and 1950s and the process of touristification of space has been occurring slowly. The research is characterized as qualitative, performed through the bibliographical survey and interviews with wine producers and public sector managers. The results indicated that the tourism in Bituruna is incipient, but it has the potential to contribute to the development of the region.
Keywords: Tourism - Wine tourism - Viticulture - Wine - Bituruna.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
 SAMPIETRO, Leidh Jeane (2017): A vitivinicultura e o desenvolvimento do enoturismo de Bituruna, Paraná, Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 22 (junio 2017). En línea: 
http://www.eumed.net/rev/turydes/22/enoturismo-bituruna.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/turydes22enoturismo-bituruna
A  vitivinicultura é uma atividade essencialmente  agrícola englobando o cultivo das uvas e a elaboração de vinhos e  derivados, que em seu desdobramento desperta grande atratividade turística em  muitas regiões vinícolas espalhadas pelo mundo.
   O turismo que a busca pelo mundo do vinho  ocasiona, deu origem ao enoturismo, o termo é resultado da união de eno e turismo, sendo eno uma derivação do grego oînos e significa vinho (LOCKS; TONINI,  2005). O segmento turístico do enoturismo, conforme Valduga (2012) é  caracterizado pelo:
   [...]  deslocamento de pessoas, motivadas pelas propriedades organolépticas e por todo  o contexto da degustação e elaboração de vinhos, bem como a apreciação das  tradições, de cultura, gastronomia, das paisagens e tipicidades das regiões  produtoras. (VALDUGA, 2012, p. 130). 
   
   No  município de Bituruna (PR) as vinícolas foram constituídas pelas famílias de  descendentes italianos que trouxeram consigo a tradição de seus antepassados no  plantio de parreirais e na elaboração de vinhos. Com o passar dos anos as  vinícolas foram se destacando na região, e, por conseguinte estimulando o  desenvolvimento de um fluxo turístico.
   O presente trabalho de pesquisa teve como objetivo  aprofundar os estudos sobre a vitivinicultura e o enoturismo de Bituruna, visto  que poucos estudos foram realizados nesta área no estado do Paraná. Compreender  a interação entre a vitivinicultura e enoturismo pode viabilizar informações  importantes para o pleno desenvolvimento dessa atividade. Deste modo,  especificamente buscou-se o levantamento dos aspectos históricos, culturais e  da produtividade vitivinícola, bem como as informações dos aspectos turísticos  inerentes ao município de Bituruna.
   A investigação foi  fundamentada na abordagem de natureza qualitativa, metodologia que abrange  diversos aspectos a serem considerados, como por exemplo, crenças, atitudes,  valores e motivos. A pesquisa  qualitativa justifica-se por ser uma forma adequada de entender a natureza de  um fenômeno social, podendo estar presente até mesmo em informações colhidas  por estudos quantitativos (RICHARDSON, 2007). Os dados foram obtidos  pela pesquisa bibliográfica e pesquisa  a campo. 
A abordagem metodológica do presente trabalho é  qualitativa, esta se atenta na percepção do que ocorre em determinada situação,  identificando não apenas as aparências presentes em certos acontecimentos, mas  ocupa-se em conhecer a essência dos fatos (TRIVIÑOS, 1987). 
   A investigação iniciou-se a partir da pesquisa  bibliográfica, basilar em qualquer trabalho de pesquisa. Em sequencia deu-se a  elaboração de um instrumento para coleta de dados, que levou a preparação dos  formulários de entrevista do tipo semiestruturada, baseado em outros trabalhos  sobre o desenvolvimento do enoturismo, destacando-se Valduga (2007) e Baratieri  (2010).
   Para a escolha do público a ser estudado, o critério  utilizado atentou-se na seleção dos atores sociais envolvidos diretamente com a  vitivinicultura e com o turismo no município. Assim formaram-se os seguintes  subgrupos:
As entrevistas foram realizadas pela pesquisadora, procedendo-se o  prévio agendamento, bem como na ocasião das entrevistas colheram-se as devidas  assinaturas no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, anteriormente  elaborado atendendo às normas do Programa de Pós-Graduação em Turismo da  Universidade de Caxias do Sul.  
   A coleta de dados foi realizada entre os meses de  setembro a dezembro de 2014, no município de Bituruna (PR), a aplicação das entrevistas compreendeu a participação dos dois  subgrupos que totalizou o número de 7 (sete) entrevistados. Das  quatro vinícolas existentes no município apenas três aderiram à pesquisa e uma  se omitiu da participação, alegando falta de tempo. No subgrupo B as  entrevistas foram realizadas com o secretário municipal de turismo e o  presidente da Associação dos Produtores de Uva e Vinho de Bituruna (APRUVIBI). 
   Diante  dos dados coletados, utilizou-se o programa de planilha eletrônica Microsoft  Excel® para a devida organização das informações e posterior análise. Na análise qualitativa dos dados, de acordo com Alves e  Silva (1992) busca-se uma apreensão de significados na fala dos sujeitos,  interligada ao contexto em que eles se inserem e delimitada pela abordagem  conceitual do pesquisador.  
3.1 A VITIVINICULTURA NO PARANÁ
A  viticultura no Estado do Paraná data de meados do século XVI, no período da  colonização, a fase de expansão da cultura da uva ocorreu posteriormente, em  meados do século XIX, com o cultivo das variedades de uvas rústicas  (americanas). Entre as variedades plantadas foram predominantes as cultivares  Bordô (Terci), Goethe, Concord e  Isabel entre outras (BOTELHO; PIRES, 2009). 
   Por  volta de 1940, a viticultura foi estabelecida na região norte do Estado, em  Londrina. Este empreendimento tornou-se próspero pelo incentivo do Instituto  Agronômico do Paraná – IAPAR e de cooperativas agrícolas, principalmente por  agricultores de descendência japonesa, e hoje é a região paranaense mais  importante na produção de uvas de mesa (BOTELHO; PIRES, 2009). 
   Os  primeiros vinhedos de uvas finas para vinho foram implantados no município de  Maringá em 1989, através de um Projeto vitivinícola denominado Aljôfar, hoje  pertencente a Vinícola Intervin Ltda. Por sua vez, as uvas americanas e  híbridas foram introduzidas na região a partir da segunda metade da década de  1990, com o plantio da variedade Niágara Rosada visando o mercado de uvas de  mesa (PROTAS, 2011).
   Atualmente,  além da produção na região norte, destacam-se outras três regiões produtoras no  Paraná, sendo na região central, nos arredores de Curitiba; a oeste de  Curitiba, com os municípios de Ponta Grossa, Palmeira, Rebouças e mais  recentemente, Guarapuava; e ao sudeste, o cultivo da videira em Rio Negro,  Mallet, União da Vitória, Bituruna e General Carneiro (BOTELHO; PIRES, 2009). 
   O  Paraná ocupa a quarta posição em produção de uvas no Brasil (IBGE, 2014),  apesar da boa produtividade existe escassez de informações sobre a  vitivinicultura regional.  Cabe ressaltar  a existência do importante programa de apoio à vitivinicultura desenvolvido  pelo governo do Estado, que além de facilitar o crédito e a assistência técnica  para o setor, através da Emater, isentou o Imposto de Circulação de Mercadorias  – ICMS da industria vinícola (PROTAS, 2011). 
   Existe  ainda uma viticultura pulverizada em diferentes regiões no estado paranaense,  tanto com uvas americanas e híbridas, cultivadas em pequenas propriedades em  plantios convencionais ou sob o regime de produção orgânica, quanto de uvas de  variedades de Vitis vinifera, voltadas à produção de vinhos finos (PROTAS, 2011). A abrangência da  vitivinicultura paranaense lhe permite a composição das mais variadas paisagens  e riqueza de sabores, além de conferir a capacidade de motivar a procura  turística como ocorre em outras regiões produtoras de vinho no país. 
3.2 REGIÕES ENOTURÍSTICAS PARANAENSES
Flores  (2012) identificou oito zonas de interesse enoturístico no Paraná, que são:  Norte, Bituruna, Colombo, Região Metropolitana, Santa Felicidade, Campo Largo,  Piraquara e Toledo.  Dentre as zonas  relacionadas, Campo Largo, Toledo e Norte ainda não possuem potencial  enoturístico expressivo. 
   O principal roteiro de enoturismo no Paraná encontra-se em  Santa Felicidade, que é uma região administrativa de Curitiba envolvendo 16  bairros, a sete km do centro. É um roteiro único no Brasil, pois está dentro de  uma capital que é rodeada de área verde. Recebe milhares de pessoas ao dia e  está em todos os pacotes turísticos de Curitiba (FLORES, 2012). 
   Santa Felicidade surgiu em 1878, quando imigrantes chegam do  norte da Itália, inicialmente dedicavam-se à produção de queijos, vinhos e  hortigranjeiros. Atualmente o roteiro possui cerca  de 30 restaurantes e duas vinícolas. Nos finais de semana as vinícolas recebem  mais de quatro mil visitantes, e assim o fluxo estimula a venda de praticamente  toda a produção (com valor agregado) diretamente ao turista (FLORES, 2012).
   Em  Colombo, município situado na área metropolitana de Curitiba, as Festas do  Vinho e da Uva são tradicionais, no mesmo parque em que se realizam as festas  encontram-se o Memorial da Cultura Italiana e o Museu Italiano (FLORES, 2012).  A rota do “Circuito Italiano de Turismo Rural” de Colombo, criada em 1999, oferece passeios pelas tradicionais vinícolas e  cantinas de vinho em um ambiente marcado pela herança dos imigrantes italianos  (TURISMO PARANÁ, 2015). Essa rota agrega empreendimentos como  pesque-pague, criação de avestruz, orgânicos, igrejas, vinícolas, pousadas,  restaurantes, embutidos, queijarias e locais para eventos (FLORES, 2012). 
   A  Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e  Turismo de São José dos Pinhais implantou a rota do “Caminho do Vinho”, seus principais atrativos são as cantinas, restaurantes e  cafés coloniais. Outro destaque é a visita guiada através da Linha Turismo -  Caminho do Vinho, que passa pelos pontos turísticos do circuito, entre eles os  empreendimentos de lazer e as edificações típicas da colonização italiana  (TURISMO PARANÁ, 2015). A gestão municipal também implantou o “Circuito  Ecoturístico Taquaral”, que tem como objetivo estimular a produção de vinho e  produtos coloniais e a preservação cultural, natural e dos atrativos turísticos  da região (SÃO JOSÉ DOS PINHAIS, 2015).
   Em Piraquara o audacioso e inovador complexo enoturístico  “Cave Colinas de Pedra,” colocou o município na rota do enoturismo. Trata-se de  um empreendimento com características peculiares, que abriga em um mesmo local  a exuberância da mata atlântica e parte da história da centenária estrada de  ferro Curitiba/Paranaguá (PIRAQUARA, 2015). O município de Piraquara é uma área  de proteção ambiental, responsável por 50% do abastecimento de água da grande  Curitiba. Devido às áreas de proteção, não é possível instalar indústrias e a  economia é baseada no ICMS Ecológico. A gestão municipal em parceria com o  Sebrae implantou um projeto de ecoturismo, o “Caminho Trentino nos Mananciais  da Serra”, que agrupa restaurantes, hotéis e pousada, haras, e outros atrativos  como agroindústrias, embutidos, queijarias, vinícolas, orquidários,  pesque-pague, etc. (FLORES, 2012). 
   Uma das principais atrações do complexo enoturístico Cave  Colinas de Pedra é o túnel colonial. Construído em 1883, o local abriga uma  cave de envelhecimento de vinho espumante natural. O acesso até a cave é feito  por uma plataforma elétrica, capaz de transportar até 15 passageiros, num  trajeto de 154 metros. O empreendimento está integrado com a rota do trem que  antes pertencia à Rede Ferroviária Federal e que passa pela propriedade, onde  existe uma estação férrea datada de 1885 totalmente restaurada e passou a  abrigar o restaurante e a loja do complexo (PIRAQUARA, 2015). 
   O  município de Bituruna está entre as zonas enoturísticas paranaenses de  destaque, possui quatro vinícolas que influenciaram na criação da Festa da Uva e do Vinho e, mais  recentemente, na formação da Rota  dos Vinhos, onde os enófilos encontram os vinhos coloniais e finos. Na culinária biturunense  predomina a tipicidade da cozinha italiana, representada através dos seus  pratos emblemáticos como a polenta, os salames, os queijos e os vinhos  (BITURUNA, 2014). 
O  município de Bituruna se situa na região sudeste do Paraná, no domínio do  Terceiro Planalto Paranaense e do Planalto de Palmas, distante 350 km a  sudoeste de Curitiba e 15 km de União da Vitória (Figura 1). Com seu território  abrangendo uma superfície de 1.238,121 km2(SIEDLECKI, 2001). É  delimitado pelos municípios vizinhos de Cruz Machado, General Carneiro, Palmas,  Pinhão, Porto Vitória e União da Vitória. 
   A  infraestrutura de acesso ao município compreende as rodovias estaduais PR 170 e  PR 446, e também as fluviovias disponibilizadas por três balsas que estão  localizadas na zona rural. O aeroporto mais próximo se encontra a 133 km,  situado no município de Guarapuava (SOUZA et al. 2006).
   A  população é de 16.416 habitantes, com índice de desenvolvimento humano (IDH) de  0,667, sendo considerado como alto índice (IBGE, 2014). Tem sua economia  baseada na extração e beneficiamento da madeira, na indústria têxtil, na  produção e beneficiamento de erva mate e na produção e comércio de vinhos e  cachaça (BITURUNA, 2014).
Bituruna  teve seu território permeado por bandeiras exploradoras desde o início do  século XVII, a região era habitada por o grupo  indígena dos "Ibiturunas",  pertencendo aos Campos de Palmas (KRUGER, 2002). Seguindo a etimologia,  a palavra “Bituruna” vem do tupi “bitur” (ybityr ou ybytyra), que  significa monte, montanha; e “una”,  que significa negro, preto; monte negro (FERREIRA, 2006).
   No entanto, a ocupação do território só  ocorreu na segunda década do século XX com a chegada de colonos.  Segundo relatos e documentos da época, os primeiros moradores vinham em  busca da promessa de riquezas naturais como a erva-mate e madeiras nativas, de  grande valor econômico (KHATIB, 1969). O município  de Bituruna foi criado oficialmente em 26 de novembro de 1954, pela Lei  Estadual n.º 253, com território desmembrado do município de Palmas (FERREIRA,  2006).
   A vitivinicultura de Bituruna,  nas décadas de 1960 e 1970, representava a grande promessa da economia, e nessa  época o poder executivo instituiu a Exposição Vinícola que representava o mais  importante evento festivo da cidade (BITURUNA, 2014). Tempos depois, a  exposição originou a festa tradicional do município: a Festa da Uva, realizada  anualmente. A festa ocorre no Centro de eventos  municipal, geralmente no mês de fevereiro, e em 2015 foi realizada a sua 24ª  edição, acontecendo associada ao rodeio crioulo, em parceria com o CTG - Centro de Tradições  Gaúchas Chapéu Tapeado (BITURUNA, 2014).  
   A Festa do Vinho em Bituruna teve a sua 9ª edição festejada  no mês de agosto em 2015, sua primeira edição foi no ano de 2001, tornou-se uma  vitrine para a divulgação do vinho local, porém a regularidade da festa não é  definida (FAEP, 2014). É organizada pela  Associação dos Produtores de Uva e Vinho de Bituruna (APRUVIBI) com apoio da  Prefeitura Municipal, é considerada a maior do gênero no sul do Paraná. A  programação da festividade prevê inúmeras atrações, entre elas, a polenta em  metro, sangria de barril, competições esportivas, apresentações musicais e  culturais, baile e um encontro regional da melhor idade (TURISMO PARANÁ, 2015). 
   Em homenagem aos  vitivinicultores, construiu-se um monumento conhecido como o “Trevo do  Garrafão” em Bituruna (Figura 2),  ele encontra-se localizado no entroncamento  rodoviário da confluência da rodovia que liga a BR-153 (ao sul) a  Bituruna e a rodovia estadual que liga Bituruna a Porto Vitória, PR 446 (a  leste). O monumento é referência visual e paisagística no local (Bituruna, 2014).
A importância da vitivinicultura para o município também se revela na presença dos cachos de uva no brasão da cidade, na cor roxa da sua bandeira (Figura 3) e nas festas do Vinho e da Uva, que já se tornaram tradição na região (FAEP, 2014).
A  produção vitivinícola do município de Bituruna é caracterizada pela presença de  quatro vinícolas principais, que produzem vinho a partir de uvas de seus vinhedos  próprios e de terceiros (PINTO, 2012). O município abriga 117 produtores de uva  além das vinícolas, a atividade em 2014 se distribuiu por 108 hectares em  produção e outros 19 hectares em formação, que em três anos passarão a produzir  comercialmente (EMATER, 2014). 
   Atualmente  a produção vitícola compreende os vinhos de mesa (coloniais), e os vinhos finos  que são fruto de investimento dos últimos 10 anos (PINTO, 2012). O Quadro 1  apresenta a variedade nos tipos de vinhos. 
O  início do cultivo da uva e a produção de vinhos ocorreram entre as décadas de 1930 e 1950. Há uma predominância pelo cultivo das  variedades Bordô e Isabel, grande parte dessas uvas fica destinada a produção  de vinhos (Quadro 2). 
   Os  proprietários das vinícolas A e B apresentam-se na faixa etária de 26 a 40 anos  e são do sexo feminino, com a escolaridade de nível superior completo. Na  vinícola C o proprietário encontrando-se na mesma faixa etária dos  proprietários A e B e é do sexo masculino, com escolaridade de nível médio (2º  grau). Todos são naturais do município e acreditam que a atividade que  desenvolvem é uma ferramenta que contribui com a economia local. 
Em  geral, a contratação de mão de obra é temporária, e pode variar entre um a 15  funcionários/colaboradores, sendo todos oriundos do município.
   Na  evolução dos vinhedos cultivados, a produtividade foi apontada como fator de  motivação para a escolha das variedades escolhidas, seguido pela tradição e  mercado consumidor (Quadro 3).
         
   As  vinícolas estão inseridas em propriedades rurais que ocupam áreas de até 100  (cem) hectares. A dimensão das áreas de cultivo próprio das vinícolas demonstra  um mesmo padrão de investimento entre as três vinícolas entrevistadas. Esse  comportamento não se mantém na quantidade de uvas adquiridas para suprir a  demanda de matéria-prima, a capacidade produtiva é diferenciada entre as  vinícolas (Tabela 1).
Segundo  o IBGE (2014) a safra de uvas de 2013 em Bituruna contabilizou 8.247  quilogramas por hectare cultivado, numa área colhida de 97 hectares no referido  ano. De acordo com os dados, nota-se que dos 97 hectares da área colhida na  produção de uva da safra de 2013, as três vinícolas juntas podem ter processado  apenas a metade da safra de uvas de 2013, levando em consideração os valores  detalhados na tabela 1. 
   De  acordo com o artigo “Produção local de uva só atende metade da demanda por uva  na região Centro Sul”, divulgado no site do Instituto Paranaense de Assistência  Técnica e Extensão Rural (EMATER) em outubro de 2014, os produtores das vinícolas de Bituruna estão utilizando novas e  modernas tecnologias para aumentar a produtividade local. Mas ainda assim, de  acordo com os proprietários, a produção local é insuficiente e praticamente  metade da uva utilizada nas cantinas da região é adquirida em Santa Catarina e  no Rio Grande do Sul (EMATER, 2014). 
   Nesse sentido, o artigo exibido pela EMATER confirma um  grande aumento na necessidade de uvas em 2014, levando à procura da matéria  prima nos estados vizinhos para suprir a demanda da indústria vinícola,  enquanto que o ano anterior esse fato não ocorreu. O aumento da necessidade de  uvas demonstra um crescimento na indústria vinícola de Bituruna em relação ao  ano anterior.
   As  vinícolas pesquisadas, em geral, têm na produção de vinhos o seu principal  produto, havendo a ampliação na oferta de derivados pela Vinícola A e B ao  produzirem o suco e doce de uva. A comercialização dos produtos nas Vinícolas B  e C é efetuada através de representantes e também ocorre diretamente em suas  cantinas. A Vinícola A realiza sua comercialização através da internet e dispõe  de uma loja própria, localizada no centro da cidade, além de disponibilizar  seus produtos em restaurantes e supermercados da região e municípios vizinhos  (Quadro 4). 
Em  relação à divulgação do vinho de Bituruna, observa-se a confirmação da  importância das duas festas no calendário municipal, a Festa da Uva e a Festa  do Vinho, das quais todas as vinícolas participam. Segundo Valduga (2012), as festas contribuíram  para a divulgação do vinho e da região produtora do Vale dos Vinhedos, as  festividades regionais foram responsáveis por embasar o surgimento do fenômeno  turístico na Serra Gaúcha. Assim pode-se dizer que Bituruna segue a mesma linha  de atuação que embasou o turismo na Serra Gaúcha.
   Quanto as características  da visitação nas vinícolas (Quadro 5), todas permitem essa prática. Na vinícola  A as visitações vem aumentando, mas na vinícola B a procura não é constante, e  para a vinícola C sempre aparecem visitantes. 
Quanto às atividades  associadas com experiências enoturísticas, apenas a Vinícola A disponibiliza  atividades associadas com a visitação, ampliando a oferta de serviços. As  férias de janeiro/fevereiro coincidem com o período de vindima, ocasionando o  aumento das visitações nas vinícolas.  
   A Vinícola A acredita que o  desenvolvimento do turismo é fator de incremento, e isso se traduz na oferta de  serviços que incluem visitação ao museu, minicurso de degustação, almoço e  degustação. No entanto, para as Vinícolas B e C o desenvolvimento do turismo  não é importante apesar de receberem visitantes, pois mesmo com o número  significativo de turistas, não há garantia de vendas e dessa forma o tempo  dispensado na recepção não representa lucratividade, além de atrapalhar o  andamento das atividades rotineiras da vinícola que são lucrativas. A  contribuição do enoturismo é vista com descrédito pelas Vinícolas B e C, tendo  a Vinícola B salientado a falta de lucratividade, enquanto que a Vinícola C  acredita ser a região desfavorecida.
   Todas  as respostas admitem a procura por visitações por parte de turistas, mas  somente a vinícola A olha o turismo como uma oportunidade de alavancar os  negócios, enquanto os B e C tem uma visão negativa. Nesse sentido, a  similaridade entre as vinícolas está na gestão familiar de seus  empreendimentos, e para Vinícola B e C o comércio do vinho é a atividade  verdadeiramente rentável. Essa constatação também foi encontrada por Valduga  (2007), pois a grande maioria das empresas do Vale dos Vinhedos é familiar, o  que faz com que a tarefa de atendimento ao público seja, por vezes, dividida  com as demais atividades das organizações.  
   De  acordo com Seguro e Sarmento (2015), as atividades consideradas como básicas  numa unidade de enoturismo, nas vinícolas portuguesas pesquisadas (79%) são:  provas de vinho; visitas guiadas às instalações e vinhas; e ainda a existência  de loja. As vinícolas portuguesas articulam parcerias com outras empresas de  animação turística e agências de viagens. A gestão da Vinícola A aproxima-se do  modelo português de gestão turística, e é a única que vem buscando desenvolver  parcerias com outros setores para que juntos possam proporcionar a ampliação da  oferta de serviços ao turista/visitante. 
   A  entrevista com os gestores públicos visou conhecer as ações que se voltam à  gestão do turismo no município. Os gestores participantes da pesquisa foram o  secretário municipal de turismo e o presidente da associação de produtores de  uva e vinho de Bituruna (APRUVIBI), os entrevistados são residentes do  município, com idade entre 26 a 50 anos, ambos do sexo masculino e possuem a  formação de nível superior.
   O  enoturismo, para os gestores públicos, é reconhecido como fator importante para  o desenvolvimento do município. Atribuíram às duas festas municipais como as  ações que são destinadas ao desenvolvimento do turismo, o gestor B inclui a  participação do Serviço de Apoio às  Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE e o Serviço Nacional de Aprendizagem  Rural - SENAR na prestação de assessoria ao município. 
   A  figura 4 descreve os elementos que são relevantes para o enoturismo, os valores  consideram a ordem crescente, a nota um (1) equivalendo a mínima importância e  a nota cinco (5) para a máxima importância. Os elementos “vinícolas conhecidas”  e “bom atendimento” obtiveram a maior pontuação, são elementos associados ao  setor de vendas e remetem a rentabilidade da atividade vinícola. Na sequencia  receberam a mesma pontuação os elementos “paisagens”, “hospitalidade” e “hotéis  e pousadas”. A “paisagem” relaciona-se ao meio ambiente vitivinícola que deriva  em consequência da atividade, é passível de alterações e permite ser trabalhada  agregando força expressiva ao cenário turístico.
A “hospitalidade” é fator determinante na permanência de um visitante num local e também o seu retorno, os meios de hospedagem “hotéis e pousadas” encontram-se diretamente relacionados.
5  CONSIDERAÇÕES FINAIS
   
   As  características geográficas, históricas e culturais que constituem a região de  Bituruna favorecem atividade de vitivinicultura e o desenvolvimento do  enoturismo. O município não possuem pontos turísticos estruturados, a  implantação da Rota dos Vinhos contribuiu na divulgação do município, bem como  os eventos como a Festa da Uva e a Festa do Vinho que já fazem parte do  calendário anual da urbe.
   A  produção vitivinícola aliada aos aspectos culturais do município revelou-se  adequada para a oferta turística de Bituruna e possibilita ao enoturismo o  espaço para se desenvolver, assim como ocorre em outras regiões enoturísticas  pelo mundo.
   O enoturismo é uma prática  que vem ocorrendo nas vinícolas de Bituruna e a sua influência na  vitivinicultura local foi concebida como insatisfatória por parte de duas das  vinícolas pesquisadas, porém a terceira vinícola acredita na capacidade  produtiva desse segmento turístico. 
   Entrementes  se percebe que há muito a se fazer, haja vista que mesmo havendo o interesse do  Poder Público, existe muita dificuldade no que tange ao desenvolvimento de  ações efetivas para se estabelecer uma gestão que fomente o turismo em  Bituruna. É essencial que haja a percepção dos benefícios do turismo,  atentando-se para a sua importância econômica e sociocultural, promovendo dessa  maneira, o bom relacionamento entre os gestores, comunidade e o meio ambiente. 
   Notou-se que para o  município o enoturismo revela-se como uma importante proposta de  desenvolvimento local, visto que ademais de cultivar os valores e manter a  tradição na produção de vinhos o turismo contribui com a economia municipal. Para  haver o desenvolvimento efetivo do enoturismo em Bituruna faz-se necessário  investimento público e é essencial o interesse da iniciativa privada em  promover novos negócios, tendo em vista a grande capacidade do setor turístico  em gerar demanda favorável, assemelhando-se ao exemplo de destino enoturístico  do Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul.
   Deste modo, questionamentos  surgem e observações podem ser feitas em relação ao trabalho realizado. Um  estudo visando confrontar os modelos de gestão enoturística poderia ser  importante para se estabelecer a viabilidade econômica atrelada ao enoturismo,  observando-se que a rentabilidade é um fator importante em qualquer empreendimento. 
   Considerando-se as  limitações que não permitiram o aprofundamento de algumas questões relacionadas  ao enoturismo, como o levantamento dos aspectos econômicos atrelados a essa  atividade no município, por tratar-se de um fenômeno recente na região, ainda  assim espera-se ter contribuído de alguma maneira para os estudos sobre  enoturismo.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Z. M. M. B.; SILVA, M. H. G. F. D. da. Análise Qualitativa de Dados de Entrevista: Uma Proposta. Paidéia. FFCLRP – USP. V. 2, p. 61- 69. Fev/Jun de 1992. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-863X1992000200007> Acesso em: Nov. 2015.
BARATIERI, F. L. A produção de vinhos finos de altitude na região vitivinícola de São Joaquim (SC): uma alternativa para o turismo? Dissertação (Mestrado em Turismo e Hotelaria) Univali, Balneário Camboriú: 2010.
BITURUNA. Prefeitura Municipal de Bituruna. Aspectos históricos. Disponível em <http://www.bituruna.pr.gov.br/base.php?id=historia> Acesso em: out. de 2013.
_________ Prefeitura Municipal de Bituruna. Turismo. Disponível em: <http://www.bituruna.pr.gov.br/turismo>. Acesso em: Nov. de 2014.
BOTELHO, R. V.; PIRES, E. J. P. Viticultura Como Opção De Desenvolvimento Para Os Campos Gerais. In: II Encontro de fruticultura dos Campos Gerais, Ponta Grossa, 2009. Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR: 2009.
EMATER – Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural. Produção local de uva só atende metade da demanda por uva na região Centro Sul. Disponível em: < http://www.emater.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=4149> Acesso em Nov. de 2014.
FAEP – Fundação de Amparo ao Ensino e Pesquisa. Viticultura. Boletim Informativo Sistema. nº 1250. Semana 03 a 16 de março de 2014. Disponível em: <https://issuu.com/sistemafaep/docs/1250/16> Acesso em: Set. de 2014.
FERREIRA, J. C. V. Municípios paranaenses: origens e significados de seus nomes. Secretaria  de Estado da Cultura. Curitiba: 2006. Disponível em: <http://www.itcg.pr.gov.br/arquivos/File/Produtos_DGEO/Divisas_Municipais/Origens_Significados
   _nomes_municipios_pr.pdf>  Acesso em: Ago. de 2012.
FLORES, M. A. D.; FLORES, A. Diagnóstico do enoturismo brasileiro: um mercado de oportunidades. SEBRAE: Brasília, DF; IBRAVIN: Bento Gonçalves, RS, 2012. Disponível em: <http://www.ibravin.org.br/downloads/1377631662.pdf> Acesso em: Maio de 2014.
GALVÃO, P. L. de A. Enoturismo e dinâmicas sócio-espaciais no Vale do São Francisco – PE. 2006. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Pernambuco. Programa de Mestrado e Doutorado em Geografia. Curso de Mestrado em Geografia. Recife, 2006. Disponível em: <http://www.livrosgratis.com.br/arquivos_livros/cp005159.pdf> Acesso em: Maio de 2013.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censos Demográficos. 2014. Rio de Janeiro: 2014.
_____ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Levantamento Sistemático de Produção Agrícola. 2014. Rio de Janeiro: 2014.
_____ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção Agrícola Municipal 2013. Rio de Janeiro: 2014.
KHATIB, F. E. História do Paraná. Os Municípios. Editora Grafipar. Curitiba. Paraná. 1969.
KRUGER, N. Palmas – Paisagem e memória. Costabile Romano. Ribeirão Preto. São Paulo. 2002.
LOCKS, E. B. D.; TONINI, H. Enoturismo: o vinho como produto turístico. Turismo em Análise. v. 16, n. 2, p. 157-173, novembro 2005. Disponível: <http://turismoemanalise.org.br/turismoemanalise/article/view/428> Acesso em: Jun. de 2013.
PINTO, 2012. Caracterização da produção vitivinícola em Bituruna, PR. Trabalho de Conclusão de Curso. Faculdade Guairacá. Curso Tecnologia em Gastronomia. Guarapuava, 2012.
PIRAQUARA. Prefeitura Municipal de Piraquara. Enoturismo. Disponível em: <http://www.piraquara.pr.gov.br/turismo/Enoturismo++26+3912.shtml> Acesso em: Ago. de 2015.
PROTAS, J. F. da S. Vitivinicultura brasileira: panorama setorial de 2010. SEBRAE: Brasília, DF; IBRAVIN: Bento Gonçalves; Embrapa Uva e Vinho, 2011. 110 p. Disponível em:<http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/livro/vitivinicultura.pdf> Acesso em: Jun. 2013.
RICHARDSON, R. J. Pesquisa Social: métodos e técnicas. 3ª Ed. São Paulo: Editora Atlas, 2007.
SÃO JOSÉ DOS PINHAIS. Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais. Secretaria Municipal de Indústria, Comércio e Turismo. Disponível em: <http://www.sjp.pr.gov.br/secretarias/secretaria-industria-comercio-e-turismo/circuito-ecoturistico-taquaral/> Acesso em: Ago. de 2015.
SEGURO, P; SARMENTO, M. Enoturismo em  Portugal – Caracterização da oferta e da  procura. Publicada pela Proturismo de Portugal, 2015. Disponível em: <http://www.turismodeportugal.pt/Portugu%C3%AAs/ProTurismo/competitividadeeinovacao/
   setoresdeatividade/Documents/Carateriza%C3%A7%C3%A3o%20das%20Unidades%20de%20Enoturismo%20-%20Procura%20%202015%20-%20vers%C3%A3o%20proposta.pdf>  Acesso em: Nov. de 2015.
   
   SIEDLECKI, K. N. Avaliação do Potencial Mineral e Consultoria Técnica à Prefeitura Municipal  de Bituruna. Relatório Final. Projeto riquezas minerais. MINEROPAR -  Secretaria de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo - Curitiba, 2001.  Disponível em: <http://www.mineropar.pr.gov.br/arquivos/File/publicacoes/relatorios_concluidos/27_relatorios_concluidos.pdf>  Acesso em: Ago. 2012.
SOUZA, S. A. P. et al. (Coord.) Inventário turístico. Bituruna: Prefeitura Municipal, 2006.
TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
TURISMO. Secretaria do Esporte e do Turismo do Paraná. Notícias. 2015. Curitiba: 2015. Disponível em: <http://www.turismo.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=534> Acesso em: Ago. de 2015.
_________ Secretaria do Esporte e do Turismo do Paraná. Turismo Rural nas Rotas do Pinhão. 2015. Curitiba: 2015. Disponível em: <http://www.turismo.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=407> Acesso em: Ago. de 2015.
VALDUGA, V. O Processo de desenvolvimento do enoturismo no Vale dos Vinhedos. Dissertação (Mestrado em Turismo) UCS, Caxias do Sul: 2007.
_____________O Desenvolvimento do enoturismo no Vale Dos Vinhedos (Rs/Brasil). Revista de Cultura e Turismo. Ano 6, n. 2. Jun. 2012. Disponível em: <http://www.uesc.br/revistas/culturaeturismo/ano6-edicao2/8.enoturismo.pdf> Acesso em: Ago. de 2014.
Los comentarios al artículo son responsabilidad exclusiva del remitente.
Si necesita algún tipo de información referente al articulo póngase en contacto con el email suministrado por el autor del articulo al principio del mismo.
Un comentario no es mas que un simple medio para comunicar su opinion a futuros lectores.
El autor del articulo no esta obligado a responder o leer comentarios referentes al articulo.
Al escribir un comentario, debe tener en cuenta que recibirá notificaciones cada vez que alguien escriba un nuevo comentario en este articulo.
Eumed.net se reserva el derecho de eliminar aquellos comentarios que tengan lenguaje inadecuado o agresivo.
Si usted considera que algún comentario de esta página es inadecuado o agresivo, por favor, escriba a lisette@eumed.net.
Este artículo es editado por Servicios Académicos Intercontinentales S.L. B-93417426.