Revista: Turydes Revista Turismo y Desarrollo. ISSN 1988-5261


IMPACTOS DO TURISMO EM UMA CIDADE NÃO TURÍSTICA: UMA ANÁLISE DO CIRCUITO ESPACIAL DE PRODUÇÃO DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO MOVELEIRO DE SANTA CRUZ DE MINAS – MINAS GERAIS - BRASIL

Autores e infomación del artículo

Ivair Gomes*

Pedro Henrique Rocha**

Arlon Cândido Ferreira ***

Universidade Federal de São João Del-Rei, Brasil

ivair@ufsj.edu.br

RESUMO
Esse artigo tem como objetivo realizar uma análise do circuito espacial de produção da indústria e do comércio de moveis fabricados com madeira de demolição na cidade de Santa Cruz de Minas – MG, tendo como base teórica os circuitos espaciais da produção propostos por Milton Santos (1978; 1985). A cidade estudada não é destino de turismo, porém a instalação dessa indústria teve como intensão original atender o fluxo de turistas que frequentam as cidades vizinhas de São João del-Rei e Tiradentes. Para a consecução dos objetivos dessa pesquisa, foram realizadas observações com a finalidade de compreender a dinâmica do comércio moveleiro de madeira de demolição, para tanto, foram realizadas entrevistas com os    moradores, artesões/comerciantes e autoridades políticas locais com a finalidade de identificar a origem e a história dessa indústria e comércio da região. Fizeram parte das análises o uso da madeira de demolição no que se refere: à compra, à origem, às leis necessárias para a aquisição e transporte, e o tipo de madeira utilizada. Pode-se concluir com este estudo que a produção e a comercialização dos moveis de demolição são estimulados e mantidos devido à influência do fluxo de atividades turísticas regionais; constatou-se também que a produção dessa indústria não causa impactos ambientais visto que a matéria prima utilizada não consome novos recursos naturais, pois provém de material reaproveitado. No que se refere à analise econômica, constatou-se que a indústria e o comercio moveleiro de madeira de demolição da cidade de Santa cruz de Minas faz parte do “Circuito Inferior”.

Palavras-Chaves: Madeira de Demolição, Circuito Espacial, Diagnostico Socioeconômico, Ambientalmente Limpa, Fluxo do Comercio.

DEMOLITION WOOD AND HIS REUSE: ANALYSIS OF THE SPATIAL AMBIT OF THE PRODUCTION OF DEMOLITION WOOD OF SANTA CRUZ DE MINAS – MINAS GERAIS – BRAZIL

ABSTRACT
This article aims to conduct an analysis of the spatial circuit production industry and trade in furniture made ​​with wood from demolition in the city of Santa Cruz de Minas - MG, with the theoretical basis of the spatial circuits of the proposed production by Milton Santos (1978; 1985). The city is not studied tourism destination, but the installation of this industry had the original intension meet the influx of tourists who attend the nearby cities of São João del Rei and Tiradentes. To achieve the objectives of this study, observations were made in order to understand the dynamics of the furniture trade in timber demolition, therefore, interviews were conducted with residents, artisans/traders and local political authorities in order to identify the source and the history of industry and commerce in the region. They were part of the analysis the use of demolition wood regarding: the purchase, the origin, the laws necessary for the acquisition and transport, and the type of wood used. It can be concluded from this study that the production and marketing of demolition of furniture are encouraged and maintained because of the influence of the flow of regional tourist activities; it also found that the production of this industry does not cause environmental impacts as the raw material used does not consume new natural resources, it comes from recycled material. As regards the economic analysis, it was found that the industry and the furniture trade of wood demolition of the city of Santa Cruz de Minas is part of the "Lower Circuit".

Key Words: Demolition Wood - Spatial Ambit - Socioeconomic Diagnostic - Environmentally Clean - Trade Flow.



Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Ivair Gomes, Pedro Henrique Rocha y Arlon Cândido Ferreira (2016): “Impactos do turismo em uma cidade não turística: uma análise do circuito espacial de produção da indústria e do comércio moveleiro de Santa Cruz de Minas – Minas Gerais - Brasil”, Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 21 (diciembre 2016). En línea:
http://www.eumed.net/rev/turydes/21/moveis.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/turydes21moveis


  1. Introdução

O turismo tem como axioma a existência de um atrativo que leve as pessoas a se deslocarem até aquele destino. Ele se consubstancia pelas relações sociais e se realiza territorialmente, ou seja, é um fenômeno ativo (fixos e fluxos) da produção do espaço. Para Rodrigues, são nos “núcleos receptores [do turismo] que se dá, de maneira mais explicita, o consumo do espaço” (RODRIGUES, 2001: 62). O autor lembra ainda que o espaço do turismo é fluido, pois possui por natureza mobilidade horizontal e vertical. A cidade onde se localiza o objeto desse estudo está em um desses territórios de fluidez.
Santa Cruz de Minas é uma pequena cidade do interior do estado de Minas Gerais, no Brasil, cuja população é de 7.865 habitantes (IBGE, 2010) e se localiza entre duas cidades receptoras de turistas: Tiradentes e São João del-Rei. Não possui nenhum atrativo turístico significativo como os presentes em suas vizinhas: nem a história e as belas catedrais oitocentistas de São João del-Rei nem os casarios coloniais e a destacada gastronomia de Tiradentes. É o menor município em área do estado de Minas Gerais (sequer possui área rural), não possui indústrias (apenas uma mineradora), nem mesmo hospitais. Não é incomum deparar-se com turistas que passaram diversas vezes por Santa Cruz e nem perceberam que ali havia uma cidade, pensado tratar-se de um bairro de São João del-Rei. Emancipada de Tiradentes nos anos 70, pouco antes do “boom” turístico se iniciar naquele município, Santa Cruz foi inicialmente cidade dormitório de uma população que trabalhava nas fábricas e no comércio de São João del-Rei e também recebeu parte da população “expulsa” dos casarios colônias que se supervalorizaram em Tiradentes (Gomes & Rodrigues, 2015).
Nos anos 80, e sem qualquer tipo de apoio público, algumas famílias da cidade vislumbraram um nicho de mercado que era a possibilidade de fornecer produtos para as lojas que atendiam os turistas da região. Iniciaram assim atividades de produção de móveis e objetos feitos com madeira de demolição. Esse processo culminou na criação de um importante centro de produção de móveis utilizando madeira de demolição, com mais de 36 fábricas e lojas, transformando-se na maior fonte de renda do município.
É em função do acima exposto que surge o principal objetivo dessa pesquisa: realizar um estudo dessa indústria baseado nos conceitos do circuito espacial de produção e na teoria dos dois circuitos da economia urbana proposto por Milton Santos (2004). Esse conceito é significativo pois ele enfoca a centralidade da produção, a condição do espaço, e atividade produtiva dominante e principalmente atribui um enfoque importante para a noção de espaço (CASTILLO; FREDERICO, 2010), basilar no entendimento do fenômeno do turismo. Partindo dessa base teórica, este estudo fez um diagnóstico e uma análise do circuito espacial da indústria e do comércio moveleiro da cidade de Santa Cruz de Minas.
Para a execução desse trabalho foi feito um levantamento histórico sobre a evolução desse comércio, baseando-se em documentos e nos relatos dos moradores, comerciantes e autoridades publicas.
Num primeiro momento de pesquisa foram feitas visitas à cidade e realizadas conversas com seus moradores, a partir destes relatos, foi possível levantar as seguintes hipóteses com relação ao circuito moveleiro local:

  • A maioria das lojas e/ou indústrias está na ilegalidade assim como sua mão de obra estaria de forma ilegal.
  • A produção e o comercio de moveis de demolição é a principal fonte de renda do município;
  • Há um grande número de uso de mão de obra infanto-juvenil.
  • A grande maioria do comércio é da administração familiar,
  • A localização das indústrias moveleiras e do comércio estão ligadas ao fluxo de turistas.

Como poderá ser visto mais à frente, várias dessas hipóteses levantas a partir dos relatos dos moradores do município, foram refutadas.
Outro aspecto estudado na pesquisa se refere às peculiaridades relativas aos trâmites do uso da madeira de demolição, observando: a atuação de órgãos ambientais no processo de produção e venda; o tipo de madeira usado; das origens e de como é feita a aquisição dessas madeiras. Esse item de estudo se justifica pela necessidade de conhecer as relações de legalidade, que são relevantes para o entendimento de circuitos produtivos.
Parte do estudo se destinou à catalogação e ao mapeamento das indústrias e comércio moveleiro objetivando localizar e quantificar a área de estudo em relação ao fluxo de turistas, além de observar as exportações para outros estados.

  1. Santa Cruz de Minas e a produção de móveis a partir da madeira de demolição

A microrregião de São João del-Rei se localiza no estado de Minas Gerais/BR e vem se destacando nas últimas décadas na fabricação e venda de móveis rústicos produzidos com madeira de demolição, onde a cidade de Santa Cruz de Minas surge como uma das principais produtoras nesse ramo e uma das mais conhecida nessa atividade. A cidade tem a sua localização no circuito turístico da “Estrada Real”, e sua indústria moveleira está voltada ao apelo cultural, rústico e clássico para impulsionar as vendas, principalmente para os turistas. Porém, o crescimento das vendas e o aumento da visibilidade dos produtos propiciou um grande aumento desse tipo de indústria/comércio nas duas ultimas décadas, tendo atualmente fábricas que produzem não mais tendo como objetivo o mercado de turistas, mas com a intenção de vender diretamente para revendedores de outros estados.
O uso de móveis como essa matéria prima se deu devido às leis mais rígidas impedindo o corte de varias espécies de arvores classicamente utilizadas para a produção de moveis; ao crescimento da consciência ambiental na população que passou a buscar novas formas e novos meios para uma melhor qualidade de vida e, principalmente, à qualidade, beleza e durabilidade natural dessa matéria prima.
A cidade objeto desse estudo está inserida na mesorregião dos Campos das Vertentes (Figura 01), no centro-sul do estado de Minas Gerais, a qual possui uma área total de 12.597,6 km² (IBGE, 2010). A mesorregião é composta por 36 cidades e é subdividida em três microrregiões, as quais tem seus polos em Barbacena, Lavras e São João del-Rei (IBGE, 2010).

Percebe-se pelo mapa acima que Santa Cruz está incrustada entre Tiradentes e São João del-Rei. Até hoje conhecida por muitos moradores como “Porto”, a cidade faz parte da histórica região e foi ponto estratégico durante o Ciclo do Ouro em Minas Gerais.

A região começa a ser habitada mesmo antes da descoberta do ouro. Em 1701, o taubateano Tomé Portes Del Rei, proprietário de uma fazenda às margens do Rio das Mortes, ponto estratégico de acesso às minas de Caeté, Sabará e Ouro Preto, criou e obteve o direito de passagem pelo rio, com o nome de Porto Real da Passagem. Toma o nome de Ponta do Morro. Com o aparecimento do ouro logo em seguida (1702), o local passou a ser procurado por enorme quantidade de forasteiros. Em dois anos tomava o nome de Arraial Novo. Recém-empossado no governo da capitania de São Paulo e Minas, de passagem pelo Rio das Mortes, Dom Braz Baltazar da Silveira resolveu elevar o Arraial Novo à categoria de Vila, a quarta de Minas, por ato de 8 de dezembro de 1713, com o nome de São João Del Rei. Homenageia nesse nome o rei D. João V e o pioneiro da região. Quatro meses depois a vila era elevada à condição de cabeça de comarca do Rio das mortes. (Moura, 2015).

Sendo inicialmente um distrito do município de Tiradentes, Santa Cruz de Minas foi elevada à categoria de Vila pela Lei Estadual nº 2.764, de 30 de dezembro de 1962 e emancipada em 21 de dezembro de 1995, pela Lei Estadual nº 12.030 de 21 de dezembro de 1995 e instalado em 01 de janeiro de 1997 (IBGE, 2010).
Santa Cruz está ligada às cidades de São João del-Rei e Tiradentes por seus limites municipais e também pela “Estrada Real”. Criado em 1999 (e efetivamente implantada em 2001), o projeto turístico Estrada Real foi desenvolvido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – FIEMG com o objetivo de criar um roteiro e desenvolver o turismo na região. Estes fatores geográficos fazem com que Santa Cruz tenha um significativo fluxo de turistas, embora eles não a tenham como destino. Fica então patente que embora não tenha os mesmos atrativos de suas vizinhas, Santa Cruz, por meio de sua localização, foi beneficiada pela criação do projeto.
Mas seria de se indagar o porquê da afirmação de que o projeto beneficiou a atividade madeira na cidade, se ela se iniciou antes do projeto? Considerando-se que o caminho real existia e já era utilizado para ligar Tiradentes a São João del-Rei e que não houve nenhuma interferência direta do projeto na criação da indústria moveleira, seria plausível dizer que não houve interferência. Porém, a Estrada Real enquanto um objeto de marketing (vale lembrar que qualquer estrada do período colonial no Brasil era considerada “estrada real”) é um fato midiático importante e os comerciantes aproveitam-se dele para divulgar seus produtos, além do que, o “boom” de crescimento dessa atividade em Santa Cruz coincide com o surgimento do projeto. Devido a isso, concluiu-se que o projeto turístico Estrada Real interferiu positivamente para o desenvolvimento dessa atividade.
Existem atualmente 36 lojas/indústrias moveleiras (a maioria das indústrias possui uma loja vinculada), sendo que 31 delas se localizam na principal rua da cidade, a Av. Ministro Gabriel Passos, que por sua vez é parte da “Estrada Real” e principal caminho que liga São João del-Rei a Tiradentes. As outras cinco indústrias/lojas estão localizadas em ruas de pouca movimentação turísticas, mas mantendo a sua produção de moveis de madeira de demolição (Figura 02) similar às outras.

Os empresários foram unanimes em afirmar que a localização das indústrias e lojas (figura 03) tem ligação direta com a Estrada Real e o fluxo de turistas.

  1. A indústria de móveis de madeira de demolição de Santa Cruz de Minas: história e características

O circuito espacial de produção moveleira em madeira de demolição da cidade de Santa Cruz de Minas iniciou-se na segunda metade década de 80, porém de acordo com os produtores o “grande salto” do comércio se deu no início da década de 2000, pois foi quando seus produtos, que estavam expostos em lojas na cidade de Tiradentes, ganharam visibilidade e começaram a atingir não só a população da região, mas também outros estados levados pelos turistas que visitavam as cidades de Tiradentes ou São João del-Rei. Muitos desses turistas começaram inclusive a comprar os produtos e a revender em suas cidades de origem, gerando assim o interesse por parte deles de conhecer as fábricas, suscitando a necessidade de se criar lojas anexas a elas para atender esta demanda.
Outro fator que ajudou a impulsionar o comercio moveleiro na região foi a já citada implementação do projeto “Estrada Real”.

Considerado um programa de divulgação da história e cultura do Estado mineiro, tem como parceiros o Governo Estadual, o Ministério do Turismo, a Telemar, a Embratur, o Sebrae e o Banco do Brasil. Seus objetivos estratégicos são: assessorar, intermediar e articular negócios entre empresários, investidores, governo e entidades governamentais; gerar informações, projetos e divulgação, criando demanda para o turismo; desenvolver o sistema de qualidade para os equipamentos turísticos e prestadores de serviços; e, buscar a auto-sustentação do Instituto Estrada Real, gerando receitas permanentes. (Instituto Estrada Real, 2015).

Reitere-se que nenhum entrevistado citou interferência direta do projeto na implementação das indústrias, eles apenas entendem que a “Estrada Real” deu visibilidade ao negocio por criar um marketing para o caminho, ou seja, a área de fluxos.
A madeira utilizada pelos fabricantes é a Peroba-Rosa (Aspidosperma polyneuron). Essa espécie foi escolhida devido a alguns aspectos importantes como a sua resistência, durabilidade, disponibilidade, dentre outros motivos:

A madeira de peroba-rosa, por ser de resistência mecânica e retratilidade médias, era muito usada na indústria de móveis e indicada, principalmente, em construção civil, para caibros, ripas, forro, marcos de portas e janelas, venezianas, portões, rodapés, molduras, tábuas; construção naval e canoas (o tronco todo), vigamentos, esquadrias, obras externas, construção de vagões, móveis escolares, carrocerias, cabos de ferramentas. (EMBRAPA, 2004: 06).

Típica da floresta semidecídual latifoliada da bacia do rio Paraná e da Mata Atlântica, no litoral do Brasil, a Peroba Rosa atinge grande porte (Figura 04).

Segundo a Circular Técnica nº 96 da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, a Peroba-Rosa tende a ter uma maior concentração no sul do Brasil (Figura 05), fazendo com que seu uso seja maior no sul do país, especialmente no estado do Paraná, local de origem da madeira beneficiada em Santa Cruz de Minas.

As construções de madeira, incluindo a de peroba rosa, são históricas na região sul do Brasil:

A arquitetura em madeira foi marcante e predominou nas paisagens paranaenses até metade do século XX, tanto pelas construções em madeira de pinho araucária angustifólia no sul, centro sul e oeste, como pelas de peroba rosa aspidosperma polyneuron no norte, noroeste e parte do oeste e sudoeste. (Zani, 2013: 11).

No estado do Paraná, houve o uso em massa desta madeira na construção civil, galpões e estaleiros, tanto na estruturação quanto nos revestimentos, inclusive no fechamento de paredes internas e externas das arquiteturas:

No norte novo e noroeste paranaense, ocupados nas décadas de 1960 e 1970, a predominância foi das construções de peroba rosa, seguindo a mesma tipologia das construções do norte. Isto se justifica, pois tanto o norte novo como o noroeste representavam uma expansão da colonização do Norte do Paraná. (Zani, 2013: 11).

O uso indisciplinado dessa árvore levou-a a entrar em risco de extinção. Atualmente são realizados desmanches das construções antigas (Figura 06), feitas completamente de peroba-rosa. Depois do desmanche a madeira pode ser transportada e comercializada sem necessidade de nenhuma licença ambiental.

Desse modo, a origem da madeira utilizada em Santa Cruz de Mina é legal e não contribui para aumentar o desmatamento. Os móveis também são de ótima qualidade e de grande durabilidade (quando adequadamente conservados podem facilmente durar mais de 100 anos).
Para o produtor, embora todas sejam Peroba-Rosa, a madeira tem suas diferenciações e são classificadas pela “qualidade”. As de menor “qualidade” são as madeiras de pouca espessura, pouca largura e de pouco comprimento, já as madeiras de boa ou maior “qualidade” têm maior espessura, maior largura e maior cumprimento.
Existem duas formas para a aquisição das madeiras: a primeira é a forma que os compradores chamam de “Caminhão Fechado”, onde toda a carga do caminhão é vendida para um único comprador, tendo o seu valor já pré-estabelecido sem qualquer avaliação de maiores detalhes de toda carga, independente de sua variedade de “qualidade”; a segunda, consiste na  compra feita  por  metro quadrado de madeira, em que  o cliente escolhe se ira ou não fazer a opção pela “qualidade” da madeira e escolhe a quantidade de madeiras em metros quadrados que irar necessitar para sua produção.
Também existem diferenças significativas entre os valores dos produtos já acabados para a venda, chegando a ter variações de até 80% em produtos similares, com apenas alguns detalhes de diferenciação dos produtos de outras lojas. As peças produzidas não possuem um padrão por se tratarem de peças criadas artesanalmente, os valores são dados a cada uma devido à quantidade de madeira utilizada, pelo nível de detalhes na peça, e pela quantidade de tempo de trabalho despendido em sua montagem, ou seja, quanto menos madeira, menos detalhes e menos tempo gasto para a produção, a peça terá com um valor menor de venda  .

  1. Os circuitos da economia e sua relação com a indústria moveleira de santa cruz de minas

Como já visto no capítulo “Introdução”, essa pesquisa utilizou a teoria dos dois circuitos da economia urbana proposta por Milton Santos (2004), para realizar uma analise do fenômeno econômico que aconteceu em Santa Cruz. O geógrafo revela a existência de dois circuitos: o “Circuito Superior” e o “Circuito Inferior”, para o autor “a diferença fundamental entre as atividades do circuito inferior e as do circuito superior está baseada nas diferenças de tecnologia e de organização” (Santos, 1978: 33).
Milton Santos sugere ao longo de sua obra:

diversas propostas metodológicas que resultam na adoção do conceito de circuito espacial de produção para se analisar a atuação de uma atividade produtiva, no uso do território nos dias de hoje. (Nascimento, 2011: 34).

Montenegro detalha a teoria dos Círculos Espaciais e diz que:
 
Os Circuitos não constituem sistemas fechados em si mesmos, mas estabelecem entre eles relações de complementaridade e econômica. As atividades de um circuito comandam inputs do outro e utilizam algumas de suas atividades e produtos como economias externas. Essas complementaridades não eliminam, porém, a concorrência e as hierarquias. Na realidade, o circuito inferior é dependente do circuito superior [...] e não podem considerá-lo isoladamente. (Montenegro, 2006: 11).

O “Circuito Inferior” se refere a uma produção proveniente de grande volume de mão de obra, com pouca ou nenhuma qualificação, com reduzidos salários e que “tem sua própria organização e suas próprias leis operacionais e de evolução” (Santos, 2009: 47).

Enquanto o circuito superior constitui o resultado direto das modernizações que atingem o território, o circuito inferior compreende as formas de fabricação não-capital intensivo, os serviços não modernos fornecidos a varejo e o comércio de pequena dimensão, voltados sobretudo ao consumo dos mais pobres. Enquanto o circuito superior alimenta-se da aceleração contemporânea global, o circuito inferior é moldado pelos tempos e formas do lugar. (Montenegro, 2006: 7).

Souza e Santos (2014) também avaliam os dois circuitos proposto por Milton Santos, de forma similar a  Montenegro:

Os Circuitos Superior e Inferior são os dois grandes subsistemas dentro do sistema maior da economia [...] O circuito superior está estruturado numa lógica capitalista e tem como uma de suas principais características a tecnologia avançada, com abrangência de atividades em nível nacional e internacional. O circuito inferior, por sua vez, tem como principal objetivo o serviço à população pobre do seu entorno, da cidade e talvez, mas não na maioria dos casos, da região. (Souza & Santos, 2014: 3).

Essa base teórica permite elaborar um diagnóstico e uma análise do circuito espacial da indústria e do comércio moveleiro, principalmente em áreas onde a produção moveleira se associa à atividade turística e às ideias de sustentabilidade, pelo reuso de madeira. O circuito espacial moveleiro de Santa Cruz de Minas faz parte de um circuito maior e mais complexo que pode se configurar como um circuito de acumulação que se estrutura “[...] a partir de uma atividade produtiva inicial e compreende uma série de etapas do processo de transformação pelas quais um produto passa até chegar ao consumo final” (Silva, 2011: 1).
Apesar de estar conectado ao “Circuito Superior” e podendo até mesmo ser confundido em certos aspectos com o mesmo, e sabendo-se que “[...] o circuito inferior subordina-se ao circuito moderno das grandes empresas porque esse último controla a variáveis-chave do período. A base da distinção entre esses dois subsistemas não é o elemento formalidade ou informalidade e sim o modo de organização e o uso de capital e tecnologia” (Silva, 2012)., entende-se que o circuito do comercio moveleiro de madeira de demolição da cidade de Santa cruz de Minas faz parte do “Circuito Inferior”.
Para endossar essa afirmação de pertencimento ao Circuito Inferior fez-se nos próximos capítulos uma analise dos dados levantados na pesquisa.

  1. Análise Dos dados encontrados E HIPÓTESES levantadas

Foram levantadas informações (tabela 01) acerca da propriedade (familiares ou sociedades limitadas) das industrias/lojas, de sua regularidade perante órgãos de fiscalização, da origem da mão de obra, da existência de trabalho infantil, do uso de tecnologia moderna tanto para a produção quanto para a comercialização.

Com base nos dados da tabela foram avaliadas as hipóteses levantadas no inicio da pesquisa. Uma primeira hipótese que afirmava:  “a maioria das lojas e/ou indústrias está na ilegalidade assim como sua mão de obra estaria de forma ilegal”, não foi comprovada dado o fato de que 90,0% das lojas e/ou indústrias estão legalizadas. Como já dito na introdução, essa e outras hipóteses foram levantadas por meio de conversas com moradores (em sua maioria não ligada à produção) da cidade durantes visitas preliminares ao projeto. Verificou-se, no entanto, que os trabalhadores, tanto os da loja quanto os da produção estão regularizados em sua grande maioria.  Nos últimos 5 anos houve uma iniciativa do poder público (prefeitura, ministérios do trabalho e ministério da justiça) em fazer um grande mutirão para a regularização do comércio moveleiro da cidade, o que pode explicar a discrepância entre os dados encontrados e a hipótese levantada pelos citadinos.
Afirmar que o circuito espacial de produção do comércio moveleiro de Santa Cruz de Minas se enquadra no “Circuito Inferior” proposto por Milton Santos, não significa que suas indústrias/comércio não estão legalizadas, pois a teoria não possui essa premissa (Silva, 2012).
Montenegro (2006) ressalta de que o “Circuito Inferior” pode ser erroneamente confundido com um setor informal devido à estreita relação de um com o outro:

O circuito inferior, graças às varias formas de organizações e à divisão interna do trabalho, é capaz de oferecer um grande número de ocupações, [...] Estas são realizadas com poucos recursos e geralmente com longas jornadas de trabalho. Tantas vezes o emprego no circuito inferior envolve o trabalho mal remunerado e o trabalho temporário ou instável, daí a aproximação, muitas vezes equivocada, com a ideia de “setor informal”. (Montenegro, 2006: 15).

Souza e Santos (2014) também avaliam que os dois circuitos:

[...] são de certa forma bastante contrários em suas atividades e seus propósitos de serviço. Mas há uma relação entre eles, no que diz respeito a alguns produtos e trocas, mas a relação essencial é a de dependência do circuito inferior para com o superior.” (Souza & Santos, 2014: 5).

 Atualmente, com base nas informações obtidas durante a pesquisa, há nas empresas estudadas um leve incremento de uso de tecnologia, não na parte da produção, mas na parte da comercialização. De todas as lojas e/ou indústrias catalogadas, 72% delas utilizam sites ou e-mails para se conectarem e realizarem as transações comerciais com seus clientes. A utilização desse tipo de ferramenta pode parecer trivial em algumas regiões mais desenvolvidas, mas é relativamente nova na área estudada nessa investigação.
Outra hipótese que não foi comprovada foi a impressão inicial de que a “grande maioria do comércio e da administração é familiar”. A pesquisa mostrou que pouco mais de 45% das lojas e/ou indústrias moveleiras são de administração familiar.
Uma terceira hipótese refutada foi a da existência de um “grande numero de mão de obra infanto-juvenil”. Em apenas uma indústria foi encontrada mão de obra infantil.
Essas três hipóteses rejeitadas mostram significativa discrepância entre o relato dos moradores de Santa Cruz e o que foi possível verificar neste estudo. Isso provavelmente se deve à história dessa indústria, que realmente iniciou-se de forma informal, mas que devido às exigências de mercado e à maior fiscalização acabaram por se regularizar. Porém, na memória das pessoas ainda permanece a impressão deste momento anterior ao da normatização e modernização.
Com relação às hipóteses que foram confirmadas, tem-se a de que “a produção e o comercio de moveis de demolição é a principal fonte de renda do município”. São gerados aproximadamente 468 empregos diretos o que significa 31,0% da população economicamente ativa do município. Como 95% desses trabalhadores são residentes na própria cidade, infere-se que partes significativas de suas rendas são gastas no município. Outro fato que corrobora a ratificação dessa hipótese, foram os fatos expostos pelos representantes dos poderes públicos da cidade, que, segundo levantamento interno realizado pela prefeitura municipal da cidade (relatório não divulgado), a maior fonte dos empregos para a população está ligada direta ou indiretamente a produção moveleira da cidade.
Uma ultima hipótese verificada e sustentada, se refere ao fato de a “localização das indústrias moveleiras e do comércio” estar ligada aos locais de fluxo de turistas. Como já visto na figura 02, essa localização se dá no eixo da Estrada Real, principal rota que liga os municípios de Tiradentes e São João del-Rei. Por esse caminho circula importante fluxo de turistas. Essa área também se tornou referência na região como produtora de móveis.

  1. A FRAGILIDADE DO SISTEMA DE ACORDO COM OS PRODUTORES

Apesar de a indústria moveleira estar amparada em bases legais, da quase não existência de impactos ambientais negativos, e do circuito moveleiro gerar a maior parte da renda do município, podem ser enumeradas algumas fragilidades nessa indústria devido aos poucos incentivos por parte do poder publico. Segundo os proprietários, a ausência de incentivos fiscais e a “falta de uma maior visibilidade do comércio”, faz com que ele se “esconda por trás do comércio moveleiro da cidade de Tiradentes”. Os proprietários dessa indústria apontam que, por exemplo, um turista esporádico acaba comprando nas lojas de Tiradentes, sem mesmo conhecer o que é produzido na cidade de Santa Cruz, diminuindo a margem de lucro do produtor da cidade.
 Outro motivo de fragilidade do sistema é, ainda de acordo com os produtores, a falta de união entre os comerciantes, pois não há algum tipo de associação ou cooperativa, fazendo com que possa haver uma concorrência desleal e a perda de algumas vantagens que poderiam ocorrer com a união por parte dos proprietários e produtores, como por exemplo: a compra de madeira de demolição em larga escala, buscando diminuir os custos;  a criação de um plano de saúde que atenda a todos os participantes do circuito de produção; e a criação de acordos  entre os produtores, visando  a exportação.
Sobre a comercialização, a pesquisa aponta que atualmente grande parte dos produtos de madeira de demolição estão sendo levados para fora do estado de Minas Gerais (Tabela 02).

Mais de 65% da produção é levada para outros estados onde são vendidos ao consumidor final, com valor final sempre superior a 50% do que valeriam em Santa Cruz. Esse tipo de comercialização demonstra que está havendo uma menor dependência em relação aos turistas que visitam a região, que até alguns anos atrás era o principal consumidor destes produtos, movimentando bastante a economia da região e gerando grandes incentivos a essa indústria.

  1. Considerações Finais

A cidade Santa Cruz de Minas pode ser considerada um componente do espaço geográfico do turismo que tem como centralidades as cidades vizinhas de São João del-Rei e Tiradentes. Ela inicialmente recebia, apenas de forma resquicial, influencia dessa atividade. Por iniciativa popular encontrou nichos de mercado para se aproveitar dessa situação e agora passou a ser parte do destino dos turistas. Com isso conclui-se que o espaço do turismo extrapola o lugar do destino turístico e provoca impactos em seu todo, proporcionando uma criação (e recriação) de formas sociais, fixos e espaços. 
Neste caso conclui-se também que o turismo é um elemento do capital que em seu infindável processo de acumulação deixa nichos que por vezes são preenchidos pelos espoliados do sistema. A esses novos agentes do capital restam apenas as incertezas, pois como pode ser visto neste estudo, a precariedade do mercado fornecedor de matéria prima (precário devido à sua limitação pois a fonte de madeira tende se esgotar rapidamente) impede que os produtores de móveis fabricados com madeira de demolição vislumbrem um futuro longínquo para essa atividade. Essas incertezas são os principais indicadores de que as atividades estudadas fazem parte do circuito inferior da produção.

  1. Referências

CASTILLO, Ricardo; FREDERICO, Samuel. Espaço geográfico, produção e movimento: uma reflexão sobre o conceito de Circuito Espacial da Produção CONCEITO DE CIRCUITO ESPACIAL PRODUTIVO. Sociedade e Natureza, Uberlândia, v. 3, n. 22, p.461-474, dez. 2010.

EMBRAPA. Circular Técnica nº 96, de dezembro de 2004. Peroba-rosa - Aspidosperma. Colombo, PR; 2004.

Gomes, I.; Rodrigues, G. S. (2015) “Estudo das consequências sócio espaciais do processo de enobrecimento do centro histórico de Tiradentes – MG”. Revista Territorium Terram 3(5): 49-53. Semestral

Grimm, F. (2010). “Teoria dos Circuitos da Economia Urbana: Debates e Contextos Preliminares”. In: Encontro Nacional dos Geógrafos, XVI, 2014, Porto Alegre, Anais, Porto Alegre - RS: AGB; 10 p.

IBGE. (2010) “Censo Demográfico: Dados referentes às cidades do estado de Minas Gerais”. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/uf.php?lang=&coduf=31&search =minas-gerais. Acesso em: 15/08/2015.

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* Possui licenciatura em Geografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1998), graduação em Administração de Empresas pelo Centro Universitário Newton Paiva (1992), mestrado em Geografia pela Universidade Federal de Monas Gerais (2002) e doutorado em Geografia pela Universidade Federal Fluminense (2008). Atualmente é professor do Departamento de Geociências da Universidade Federal de São João del-Rei - UFSJ. Tem experiencia na área de Geociências, com enfase em Geografia Agraria, atuando principalmente nos seguintes temas: Geografia Agrária, Relação Rural-Urbano, Geografia Econômica, Socioeconômica e Turismo.

** Licenciado em Geografia pela Universidade Federal de São João del-Rei (2009-2013). Bacharel em Geografia pela Universidade Federal de São João del-Rei (2013-2015). Especialista em Gestão Ambiental pelo Centro Universitário Estácio de Juiz de Fora (2014-2016).

*** Licenciado em Geografia pela Universidade Federal de São João del-Rei. Especialista em Planejamento e Gestão de Áreas Naturais Protegidas pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais. Mestrando em Geografia na área de Dinâmica das Paisagens Tropicais, na Universidade Federal de São João del-Rei.


Recibido: 25/10/2016 Aceptado: 11/12/2016 Publicado: Diciembre de 2016

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