Revista: Turydes Revista Turismo y Desarrollo. ISSN 1988-5261


REPRESENTAÇÕES DA CULTURA INTANGÍVEL DE NATAL - RN E SUA IMPORTÂNCIA PARA OS EVENTOS

Autores e infomación del artículo

Wilza Déborah Fernandes de Araújo*

Faculdade Estácio Ponta Negra, Brasil

wdfa_rn2004@hotmail.com
 RESUMO
O turismo pode ser compreendido como um importante fenômeno socio-cultural nascido das relações entre o home e o meio ambiente. Dentro da segmentação turística um dos setores que mais se desenvolve é o segmento de Eventos. A análise dos eventos como um fator de divulgação favorece o fortalecimento da cultura intangível local que contribui para a preservação da identidade da cidade de Natal, no Rio Grande do Norte – Brasil e é a delimitação do objeto de estudo deste trabalho. Este estudo apresenta a importância de um bom planejamento de eventos e a inserção de cultura intangível como um recurso de preservação e divulgação da cultura local, apresentando-a para todos os participantes do evento e difundindo como identidade da cultura local. Para esta pesquisa foram utilizadas técnicas de análise de documentos e de leituras bibliografias pertinentes ao tema.

Palavras-chaves: Turismo, Cultura Intangível, Eventos.

Abstract
Tourism can be understood as an important socio-cultural phenomenon born of the relationship between the home and the environment. Within the tourist targeting one of the sectors that develops is the Events segment. The analysis of events as a spreading factor favors the strengthening of the local intangible culture that contributes to the preservation of Natal identity in Rio Grande do Norte - Brazil and is the definition of this work subject of study. This study shows the importance of good planning of events and the inclusion of intangible culture as a resource preservation and promotion of local culture, presenting it to all participants of the event and spreading as identity of the local culture. For this study were used document analysis techniques and relevant bibliographies readings theme.
Keywords: Tourism, Intangible Culture, Events.



Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato:

Wilza Déborah Fernandes de Araújo (2016): “Representações da cultura intangível de Natal - RN e sua importância para os eventos”, Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 20 (junio 2016). En línea: http://www.eumed.net/rev/turydes/20/eventos.html


1 INTRODUÇÃO
O Brasil está em um processo de valorização e resgate do seu patrimônio histórico-cultural, seguindo a tendência mundial, pois não se pode compreender a atividade turística sem associá-la à utilização sustentável do patrimônio histórico, cultural e ambiental.
Este trabalho propõe uma reflexão teórico-conceitual enfocado nas relações homem-cultura que ocorrem na sociedade. Neste contexto, enfatiza-se o segmento de eventos da atividade turística como instrumento de sensibilização para a preservação da cultura imaterial, configurando-se como uma práxis do turismo.  Sendo esse o objetivo, foi feita uma abordagem dialética, destacando a recíprocidade no qual se destaca que,
… as coisas não existem isoladas, destacadas umas das outras e independentes, mas como um todo unido, coerente. Tanto a natureza quanto a sociedade são compostas de objetos e fenómenos orgánicamente ligados entre si, dependendo uns dos outros e, ao mesmo tempo, conciliando-se recíprocamente. (MARCONI e LAKATOS, 2004, P. 83)
 Acerca do uso das representações que compõem a identidade da cultura local,  objetivando sua preservação por meio de posicionamentos de estudiosos e profissionais que observam a temática em um pensamento de desenvolvimento e divulgação da localidade.
Neste sentido, foi abordada a hipótese de que cada evento pode ser organizado de maneira a influenciar a valorização da cultura imaterial da localidade, sensibilizando os participantes dos eventos por intermédio do contato pessoal com as representações dessa localidades. Sendo feito o contato e a divulgação, os representantes da localidade toma conhecimento da importancia da preservação desse patrimônio.
Portanto, a cultura e o segmento de eventos, como será abordada aqui, é analisada como algo que transmite sensações diferentes e únicas em cada turista, pois a cultura brasileira é caracterizada por sua diversidade étnica regional, pela riqueza de suas cores, seus cantares e seus gestos.
Pode-se dizer que patrimônio cultural não é somente bens tangíveis, pois abrange tudo o que se refere à identidade, ação ou memória de uma sociedade, seja ela urbana ou rural, simples ou complexa. Toda sociedade possui valores, padrões, crenças, formas de viver, características que a identifica, formando a chamada identidade cultural que aproxima as pessoas.
A pesquisa feita enfatiza a identidade social coletiva da cidade de Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte, com o objetivo de estudar o conjunto dos atrativos culturais intangíveis que compõem a potencialidade turística cultural da cidade, para tanto foi feito um levantamento de como está apresentado esse patrimônio, caracterizando e identificando suas principais representatividades culturais intangíveis que podem ser utilizada como diferencial em eventos.
A organização e o planejamento de eventos são de grande responsabilidade, pois tem que atingir as expectativas do promotor e das pessoas que participam deles, pois tudo acontece ao vivo, e qualquer falha poderá comprometer o conceito/imagem da organização. De acordo com Cesca (1997) evento é um fato que desperta a atenção, podendo ser notícia e, com isso, divulgar o organizador.
Sendo assim, o organizador, além do bom planejamento deve ter uma boa criatividade, para que o evento torne-se um entretenimento audacioso na área em que está atuando. As idéias devem começar com a área de atenção do público, de acordo com Melo Neto (2001, p. 24) “a combinação das áreas de atenção pode ser feita com diversas áreas, como esporte – cultura – negócios – educação”. Utilizando assim a cultura para ligar essa atenção ao tema abordado.
Por isso, pode-se identificar que, quando os elementos culturais são utilizados dentro dos eventos acontece uma divulgação dos mesmos, ocasionando o resgate desse patrimônio, valorizando os traços marcantes da localidade em que o evento está sendo realizado, valorizando ainda mais a programação executada.
A cultura é uma constante preocupação nos tempos atuais, pois está preocupada em entender os muitos caminhos que conduzem os grupos humanos às relações presentes e as perspectivas para o futuro.
Ao se enfocar a cultura, têm-se sempre em mente a riqueza e multiplicidade de formas da existência humana, pois as realidades são complexas e as características que as unem formam a identidade cultural de um povo.
Santos (1983, p.8) ressalta que “Cada realidade cultural tem sua lógica interna, a qual devemos procurar e conhecer para que façam sentido as suas práticas, costumes, concepções transformações pelas quais estas passam”.
Sendo assim, o estudo da cultura colabora no combate a preconceitos, proporcionando um firme respeito e dignidade às relações humanas. Ao se discutir cultura, está se associando uma realidade comum à sociedade, o que a torna uma questão importante que evidencia a necessidade de relacionar as manifestações e dimensões culturais com as diferentes classes sociais e grupos a que constituem. Para tanto, a questão da diversidade cultural está inserida no contexto do Patrimônio Cultural, devendo-se levar em conta sua importância para o desenvolvimento da cultura, tanto material quanto imaterial, e a sua utilização na atividade turística. Durante a organização e planejamento de um evento, deve-se ter a preocupação de um levantamento do público-alvo para que se possa fazer uma programação eficiente e eficaz para prender a atenção dos mesmos.
2 Diversidade Cultural e Eventos
Contextualizar a cultura intangível potiguar é abrir um leque de opções, procurando traduzi-lo em múltiplos segmentos, como dança, gastronomia, religião, costumes e modo de vida, retratando nas suas formas populares ou clássicas.
Segundo Cascudo, dentro do grande número de influências (árabe, européia, indígena, africana, norte-americana), é que chegamos a um perfil próprio, comum a nós mesmos. Contudo, é preciso maior empenho na disseminação das nossas características, pois é fundamental para a identidade e autonomia de uma nação, região, cidade, distrito ou localidade a conquista da consciência desses referentes.
Para isso, é fundamental a pesquisa e a informação para que se chegue ao saber e conhecimentos das origens e significados para que se tenha prazer no que diz respeito à identidade cultural de um povo. Só através da informação e da vivência é que será verdadeira a consolidação do patrimônio cultural intangível da cidade de Natal.
Quando se refere a evento, devemos destacar a sua importância dentro da atividade turística, pois esse é um setor em constante crescimento devido favorecer aspectos como: Geração de divisas, aumento da média de permanência do turista na localidade, reduz o período de baixa estação e causa um efeito multiplicador, pois na realização de um evento se faz necessárias empresas de vários setores da região. E para que um evento ter um diferencial característico da região utilizamos itens da cultura local, que deve ser bem planejado. Segundo Nakane (2000, p.06) “Em eventos, o profissionalismo aliado a um excelente planejamento são, no meu ponto de vista, o segredo do sucesso”. Por isso a importância do organizador conhecer os traços culturais da sua cidade. Em Natal, podemos encontrar uma boa representação que podemos utilizar em eventos.
No estudo feito, destacam-se algumas representações deste Patrimônio Cultural Intangível, que podem ser utilizados na operacionalização de eventos como um diferencial da cidade em que o evento está sendo realizado, como:
2.1 Dança
O homem utiliza-se do seu instinto para expressar seus sentimentos e foi através da dança em grupo e em círculo ao redor das fogueiras, como um ritual sagrado, que ele agradecia os favores dos deuses, que concebiam boas colheitas, boa caça e pesca.
Segundo Cascudo (1980, p.160) “as danças de pares, homem e mulher juntos, terão pouco mais que quinhentos anos”.
No Brasil, as danças folclóricas estão presentes desde sua colonização, mas só foram consolidadas, na forma atual, no final do século dezoito, início do século dezenove.
A origem das danças folclóricas brasileiras segundo Gurgel (1999) está ligada aos seguintes motivos de inspiração: a luta contra o infiel, que retrata, de acordo com os cristãos, a infidelidade dos adoradores de Maomé, a luta da Espanha e Portugal até expulsá-los completamente da Península; a tragédia do mar, que reflete as dificuldades dos navegantes no início das grandes navegações; o nascimento de Cristo, que retrata a herança do povo português e o amor pela religião cristã, sendo Jesus Cristo o grande motivo de adoração e morte e ressurreição, cujos personagens morrem e ressuscitam durante a brincadeira.
De acordo com Gurgel (1999), a dança folclórica no Rio Grande do Norte vem sofrendo um grande descaso, devido à grande influência dos meios de comunicação. Ao longo do tempo, o povo foi perdendo o amor por essa arte, não só como espectador, mas também como participante dessa expressão corporal.
Os poucos que se interessam pela ativação dessa memória vêm sobrevivendo hoje devido à colaboração de algumas pessoas das comunidades, que tentam passar para os mais novos a importância desse bem cultural. Como exemplo dessa dificuldade, pode ser citada a comunidade da vila de Ponta Negra, onde o grupo de dança Boi de Reis não tem apoio do estado, município e nem das empresas privadas, mas sobrevivem da colaboração das pessoas da própria comunidade em que vivem.
Além do Boi de Reis, existe uma infinidade de expressões representadas pelas danças folclóricas que compõem o patrimônio cultural do município, das quais Gurgel (1999) destaca as seguintes:

Boi Calemba

É a versão potiguar do Bumba-meu-boi. No início, esse grupo seguia a orientação do Sr. Manoel Lopes Galvão, mais conhecido como Manoel Marinheiro; hoje, ele está representado no Boi de Reis da comunidade da Vila de Ponta Negra, aqui em Natal.
Esta dança apresenta-se normalmente composta de dezessete figurantes, incluídos os músicos do conjunto. As cantigas seguem uma seqüência ao longo do desenvolvimento do espetáculo, na seguinte ordem:
1º - Cantos iniciais de saudação
2º - Cantigas que antecedem a entrada das figuras
3º - Cantigas de cada figura
4º - Cantiga do boi
5º - Canto de despedida
A dança potiguar não recebe o tratamento que merece. Está distante dos tempos em que o saudoso prefeito de Natal, Djalma Maranhão, promovia os festivais folclóricos a cada fim de ano. Nesses eventos as expressões populares eram mais intensificadas e toda a atenção do país voltava-se para a cidade de Natal.
Contudo, não pode ser ignorada a importância dessa expressão cultural, mesmo havendo todos esses desafios, pois a dança deste estado desperta a atenção e elogios dos mais famosos folcloristas brasileiros, tais como Mário de Andrade, Théo Brandão e Luís da Câmara Cascudo.
Atualmente, podemos encontrar a apresentação do Boi Calemba através do grupo Boi de Reis, localizado na Vila de Ponta Negra, que procura apresentar-se na maneira mais próxima de como era a dança, em sua forma mais simples.

Congos

É uma dança que representa o encontro da embaixada da rainha Ginga, soberana africana, com o rei Henrique Cariongo, o qual tinha por objetivo o trânsito dos soldados da rainha pelas terras do rei, onde o filho dele morre.
Todos os figurantes usam adereços e indumentárias de acordo com o gosto pessoal, seguindo uma linha tradicional. As cantigas seguem a ordem de louvação e saudação e no encerramento as despedidas.
Atualmente, pode-se encontrar como grupo representante de Natal os Congos de Calçolas na Vila da praia de Ponta Negra.

Fandango

A dança natalense, ao contrário do seu homônimo do Sul, é uma dança de roda, dançada aos pares e sem representação dramática. É inspirada nas grandes navegações portuguesas, e conta a história de um barco perdido no oceano pelo tempo de sete anos e um dia.
O grupo é formado por quarenta pessoas representando a tripulação e os oficiais. Normalmente, na hora da apresentação existe a montagem de um barco no centro do palco. Desde 1998 não há um grupo representando este auto na cidade de Natal.

Pastoril

O pastoril da capital do Rio Grande do Norte ainda preserva alguma coisa daquele espírito religioso que o caracteriza através dos anos.
Com seus “cordões” de pastoras azuis e encarnadas, cantam jornadas de saudações ao público, louvação ao Messias e exaltação ao próprio pastoril.Contudo, desde 1998 não se tem notícias de um grupo de pastoril autêntico na cidade de Natal, entretanto, estão presentes no interior do estado em municípios como São Paulo do Potengi, Nísia Floresta e Pedro Velho.

Araruna

É um grupo de peculiaridades próprias oficialmente organizadas desde 1956 em Sociedade ARARUNA de danças antigas e semi-desaparecidas, com sed própria. Retrata a aristocracia dos séculos passados, através de danças como chote, valsa e polca. O acompanhamento é de sanfona e instrumentos de percussão. Os dançarinos não cantam, os cavalheiros usam casacas e cartola e as damas, longos vestidos de saia rodada. O grupo Araruna é um dos orgulhos folclóricos da cidade de Natal.

Coco

A dança do coco é representada em uma roda formada por aproximadamente vinte participantes, girando lentamente ao som dos “cocos” improvisados pelos solistas. Inicialmente era feita nos terreiros das casas da cidade. As cantigas, compostas por estrofes, caracterizam-se por um estribilho curto, repetidos pelo grupo inúmeras vezes, enquanto todos dançam no girar da roda.
2.2 Gastronomia
O homem é o único animal que aprendeu, depois da descoberta do fogo, a assar a carne crua das caças. Vamos fixar-nos no que é folclórico o que não é fácil, Cascudo (1980) retrata na alimentação popular brasileira, os gêneros e as técnicas da elaboração culinária dos indígenas, portugueses, africanos, todos formam o complexo de superstições e amuletos benéficos, vistos nas velhas cozinhas domésticas.
Todas as iguarias têm histórias, que vêm se prolongando através dos anos, séculos. O cardápio brasileiro é uma incessante manobra aquisitiva de valores: ao africano ajustava-se o sabor, o tempero português atendia às exigências européias, o uso do sal, grelha, refogar, sopas, forno, cozinharem os alimentos, tudo foi ponto de partida para as nossas refeições. Os indígenas deixaram como base a alimentação brasileira, a farinha de mandioca, a macaxeira, aipim, milho, batata-doce, todos assados ou cozidos. Os peixes também eram apreciados, às vezes cozidos, mas na preferência assados e conservadas as vísceras.
Quanto à bebida, os portugueses conheciam a bebida destilada, feita das frutas e armazenada nos alambiques. O africano trouxe o vinho de palma, extraído da seiva do dendezeiro, o vinho de milho, o vinho de mel que eram guardados em cabaças com água. Os negros adoraram a bebida destilada do mel do açúcar, que era uma invenção dos portugueses, passando a se chamar cachaça. Surgiu no século XVII às barras das espumas do caldo depois da primeira fervura que servia para os animais.
A bebida mais popular brasileira tornou-se a cachaça, assim denominada no século XVIII no plano de expansão e consumo. Foi a primeira bebida destilada pelos portugueses, levando os vinhos indígenas a desaparecerem do uso normal da sociedade que se ampliava.
Assim, a alimentação foi se adaptando ao tipo de colonização de cada região, de cada estado ou cidade, formando a identidade gastronômica de cada espaço territorial do Brasil.
O folclore das cozinhas está desaparecendo, mas os vestígios denunciam a perdida importância anterior. Simpatias para não queimar a comida e tabus para o fogo conserva-se equilibrado no cozer ou assa. (CASCUDO, 1980, p.114)

A cidade de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, não poderia ser diferente das outras cidades. Nosso estado está presente em 80% das receitas culinárias do Brasil com o sal, o que nos dá um grande reconhecimento.

A carne e o peixe são especialidades do estado, devido ao interior e ao litoral. A tradicional carne de sol é conhecida em todo o país, os peixes, camarões e os caranguejos também estão presentes nas especialidades.
A cidade tem também seus pratos típicos, como a dobradinha, feita com o livro ou folhoso do animal junto com as mãos; o jerimum, que é cozido e servido com manteiga de garrafa, leite ou transformado em doce; a paçoca, que é servida com banana leite e queijo de coalho; a ova de curimatã (peixe vindo dos açudes e barragens do interior do estado); a famosa tapioca com peixe (ginga), tradicional do outro lado do rio Potengi, encontrada no mercado, que Lima (1999, p.103) retrata,
Na Redinha, do outro lado do Potengi, há um mercado público que não se vende frutas, verduras, carnes. Vende apenas, nos seus oito boxes, tapioca com peixe(ginga) e o famoso caldo de cabeça de cação. O bairro se revoltou quando o prefeito quis mudar a finalidade do mercado. Os habitantes venceram a disputa e o velho casarão à beira-mar continua oferecendo tapioca com ginga frita, cachaça e conversa fiada.
Sendo até hoje oferecido à população o mesmo cardápio, apenas com algumas modificações no mercado, que de oito boxes foi ampliado para onze. Além desses pratos, existe o doce de mamão com coco, a umbuzada que é feita com umbu, fruta da terra misturada ao leite em uma receita especial e a cachaça com caju, que pode ser apreciada na praia junto com o caranguejo.
Assim retrata-se a culinária natalense, cujas técnicas no preparo de carnes e peixes têm cuidados especiais e até mesmo particularidades, pois não se admite comida esturricada ou assada excessivamente. Contudo, conserva-se a simplicidade dos seus componentes que fortalece a sua identidade local.
Esses elementos são muito utilizados dentro dos eventos para proporcionar aos participantes o contato com a identidade local, trazendo mais conhecimentos aos que apreciam a diversidade cultural existente, principalmente no que se diz respeito à gastronomia, pois, independente do tipo de evento, sempre será encontradas comidas que fazem parte da identidade do local.
Quando se pensa na utilização desses elementos se faz necessário um levantamento dos espaços que serão utilizados para apresentação adequada. Falamos então na coordenação logística do planejamento, que irá mapear todo o local do evento, definindo a montagem geral para que sejam explorados com a maior precisão a diferenciação dos elementos apresentados.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da pluralidade dos fatores que formam a cultura intangível da cidade de Natal, foi observada que a população tem que se conscientizar da importância da conservação desse patrimônio, no qual só pode ser conservado através da memória do povo. Para que essa memória não se apague, é preciso a continuação por meio dos ensinamentos dos mais velhos e uma maior apresentação à população local por meio de festivais ou locais apropriados à apresentação e conservação do Patrimônio Cultural.
Para a utilização em eventos é fundamental um planejamento adequado para a utilização desses elementos, pois se deve ter cuidado com a forma de apresentação desse patrimônio para que não se torne apenas um show para os turistas verem, pois eles querem observá-lo na forma mais natural e cotidiana possível, daí a importância da criatividade do organizador de eventos em utilizar os traços culturais da localidade, sem modificar a sua essência.
O Patrimônio Cultural intangível é um diferencial turístico marcante, mas deve ser apresentado na forma tradicional para não perder a qualidade e o valor que realmente possui.
Eventos é uma nova e eficiente maneira alavancagem de qualquer negócio, seja profissional ou pessoal. Sendo utilizados fatores muito importantes como componentes que façam a diferença, que fortaleçam destinos e agreguem mais valor ao que está sendo apresentado ao público, que está cada vez mais exigente. Melo Neto(2001, p. 111) destaca que “Os eventos criam, recriam, inovam e reinventam. Não são mais simples performaces, mas acontecimentos e agentes transformadores de toda uma sociedade”.
A cidade de Natal é mais vendida por suas praias e dunas, portanto tem que se agregarem os valores culturais, para aumentar o seu diferencial, principalmente o patrimônio intangível, pois ele atinge com maior facilidade o turista, aguçando sua curiosidade, levando-o a outros municípios do interior do estado, pois cada item integrado a um evento enaltece e valoriza suas origens.
Os resultados obtidos nas pesquisas bibliográficas mostram a diversidade existente no patrimônio cultural intangível e como a conservação desse patrimônio é importante para a cidade de Natal, pois como o setor de eventos está em pleno crescimento na cidade, se faz necessário um melhor aproveitamento e um planejamento mais adequado, pois ela é rica e marcante para a história, tanto a do Brasil como a local.
Conclui-se, assim, que a cultura imaterial e os eventos andam paralelos e é um dos fatores para se chegar ao sucesso de um evento, pois é através desses elementos que o promotor pode colocar a disposição do participante traços da localidade no qual o evento está inserido, além de colaborar para a preservação desse tipo de cultura e também favorece a sua divulgação dentro dos eventos, pois, todos os participantes terão contato com a representação da cultura local da cidade em que o evento está sendo realizado.
4 REFERÊNCIAS
ATAÍDES, Jézus Marco de, MACHADO, Laís Aparecida, SOUZA, Marcos André Torres de. Cuidando do patrimônio cultural. Goiânia: UCG, 1997.
CASCUDO, Luís da Câmara. Folclore do Brasil. 2 ed. Natal: Fundação José Augusto, 1980.
CASCUDO, Luís da Câmara. Meleagro. 2 ed. Rio de Janeiro: Agir, 1978.
CESCA, Cleuza G. Gimenes. Organização de Eventos: Manual para planejamento e execução, 2º edição. São Paulo / SP, Ed. ABDR, 1997.
GURGEL, Deífilo. Espaço e tempo do folclore potiguar. Natal: Prefeitura de Natal / FUNCART, 1999.
LIMA, Diógenes da Cunha. Natal: biografia de uma cidade. Rio de Janeiro: Lidador, 1999.
MARCONI, Mariana de Andrade. EVA, Maria Lakatos. Metodologia Científica. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2004.
MELO NETO, Francisco Paulo de. Criatividade em Eventos, 2º edição. São Paulo: Contexto, 2001.
NAKANE, Andréa. Técnicas de Organização de Eventos. Rio de Janeiro RJ: Infobooks, 2000. (cadernos técnicos de turismo)
NORONHA. A. Vasconcelos. Sociologia. 3 ed. Guarulhos / SP: SOGE, 1998.
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. São Paulo: Brasiliense, 1983.
SOARES JÚNIOR, José. Nossos bens imateriais agora são patrimônios culturais brasileiros. Tribuna do norte, Natal, 20. agosto. 2000. Caderno viver, p. 1 – 4


* Graduada em Turismo pela Universidade Potiguar - UNP, Especialista em Gestão e Planejamento de Eventos pela Faculdade de Natal - FAL. Foi docente na Faculdade do Seridó - FAS, em Currais Novos no curso de Turismo nas disciplinas de Agência de Viagem, Eventos, Meios de Hospedagem, Projetos Turísticos e nos cursos de Turismo e Gastronomia na UNP, na disciplina de Gastronomia e Turismo e Agências de Viagens, respectivamente e em cursos Profissionalizantes na Microlins Natal RN. Atualmente é professora da disciplina de Empreendedorismo, Planejamento de Eventos e Promoção de Vendas e Merchandising e Marketing de Varejo no curso de Publicidade e Propaganda e no curso de Administração ministra as disciplinas de Qualidade no atendimento ao Cliente, Executivos globais e Administração de Marketing da ESTÁCIO Ponta Negra em Natal RN – Brasil. Contato: wdfa_rn2004@hotmail.com

Recibido: 25/02/2016 Aceptado: 20/06/2016 Publicado: Junio de 2016

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