Nathália Körössy
Suely Maria Ribeiro Leal
Universidade Federal de Pernambuco
nathaliakorossy@gmail.comResumo
No contexto de reestruturação produtiva  das cidades, no século XXI, emerge a importância de atividades relacionadas ao  consumo, lazer e turismo como vias de regeneração da economia urbana. Em um  cenário de acirrada competição entre cidades, a  implementação de grandes projetos urbanísticos (GPU) associados à realização de  megaeventos e a políticas de desenvolvimento do turismo tem sido uma  estratégia comumente utilizada pela gestão urbana para criação  de vantagens competitivas e incremento da atratividade urbana. Contudo,  apesar de frequente a associação entre GPU e turismo nas práticas de gestão  urbana, no campo teórico ainda é um tema pouco aprofundado a partir de uma  perspectiva multidisciplinar. Como contribuição ao debate desta temática, este  artigo pretende apontar elementos para aprofundar o debate sobre as relações  entre o turismo nos espaços urbanos e os grandes projetos urbanísticos  implementados nas cidades contemporâneas. A partir de uma discussão teórica,  apoiada em pesquisas na área do urbanismo e dos estudos turísticos, observa-se  que os nexos entre turismo e a implementação de GPU vão além de uma relação  unilateral do GPU enquanto estratégia de desenvolvimento turístico, existindo  uma relação dialética entre ambos.
Palavras-chave: Turismo, Megaeventos, Espaços urbanos  contemporâneos, Grandes Projetos Urbanísticos.  
Abstract
In the context of  productive restructuring of XXI’s cities, emerges the importance of  consumer-related, leisure and tourism as a way of urban economic activities  regeneration. In a scenario of strong competition among cities, the  implementation of flagships projects related to mega events and tourism policies  has been a strategy commonly used by urban management to create competitive  advantages and increased urban attractiveness. However, despite the frequent  association between flagships and tourism, the theoretical field needs further  investigation from a multidisciplinary perspective. As a contribution to the  discussion of this topic, this article aims to debate the relationship between  tourism in urban areas and flagships projects implemented in contemporary  cities. From a theoretical discussion, based on research in the area of urban  planning and tourism studies, it’s observed that the links between tourism and  the implementation of flagships go beyond a one-sided relationship. 
Keywords: Tourism.  Mega events. Contemporary urban spaces. Flagships projects.
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 Nathália Körössy y Suely Maria Ribeiro Leal (2015): Turismo nos espaços urbanos contemporâneos e grandes projetos urbanísticos: Alguma relação?, Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 19 (diciembre 2015). En línea: http://www.eumed.net/rev/turydes/19/megaeventos.html
1.  INTRODUÇÃO
   
Reflexo das relações  sociais de produção (LEFEBVRE, 2001), “produto e condição de processos sociais  de transformação, vigentes na fase mais recente do desenvolvimento capitalista”  (HARVEY, 1996, p. 48), a cidade tem vivenciado, a partir da década de 70, um  processo de reestruturação produtiva e política. Adotando uma postura  empreendedora, a gestão urbana outrora gerencial (HARVEY, 1996, 2005) assume um  novo padrão, denominado por Ribeiro e Santos Junior (2013) de governança  empreendedorista.
   Sendo o objetivo central  das gestões urbanas empreendedoras a busca pela inserção competitiva dos  sistemas urbanos nos fluxos econômicos globais (COMPANS, 2005), a criação de um  ambiente competitivo propício ao desenvolvimento econômico e à atração de investimentos  externos tem sido a tônica dominante. Nesse sentido, observa-se que a competição  em escala global requer tanto a exploração de vantagens específicas das cidades  para a produção de bens e serviços, como a criação delas. Seja como for, o  propósito é sempre o mesmo: tornar a cidade um lugar inovador, estimulante,  criativo e seguro para se viver ou visitar, para se divertir ou consumir  (HARVEY, 2005). De modo a “colocar as cidades no mapa do mundo” (SANCHÉZ, 2010,  p. 51), as gestões locais têm apostado, portanto, em estratégias de  diferenciação.
   É precisamente neste  contexto que novas atividades econômicas ligadas ao setor terciário passam a  ser estimuladas enquanto motor das cidades pós-industriais e vetor de  regeneração de áreas urbanas degradadas (remanescentes do período industrial). Assim,  tem-se destacado nas políticas urbanas o papel do turismo como uma atividade  econômica terciária promotora de regeneração urbana.
   O cenário de  reestruturação produtiva das cidades do século XXI e a necessidade de criação  de vantagens competitivas fizeram com que as administrações públicas pensassem no  papel do turismo e dos megaeventos na economia urbana. Assim, de prosaica  atividade relacionada à visitação de lugares, o turismo passou a ser encarado  como um instrumento de promoção da cidade e como parte de uma estratégia de  reestruturação urbana (REBOLLO et al, 1997). Com esta perspectiva, muitas  cidades, incluindo as global cities,  têm pensado o turismo enquanto um elemento para inserção competitiva das  cidades no mercado mundial (LAW, 1992; 2002; EISINGER, 2000) e se apoiado na  promoção de megaeventos como estratégia de dinamização turística.
   A adoção do  turismo no empreendimento das cidades no cenário de competição interurbana  pressupõe a execução de uma série de ações que buscam conferir-lhe (ou  potencializar) atratividade e competitividade turística, que vão desde a  organização da oferta de infraestrutura básica e de serviços turísticos  (dotação de estruturas de acomodação, alimentação e de convenções, qualificação  dos recursos humanos, etc.) até a criação, organização e potencialização de  atrativos turísticos (restauração de monumentos históricos, requalificação de  museus, atração de megaeventos, criação de lugares icônicos,  etc.).
   Nesse  processo de incremento da atratividade e melhoria da competitividade dos  espaços urbanos, tem sido cada vez mais frequente a associação do  desenvolvimento turístico à implementação de grandes projetos urbanísticos  (GPU). Denominados na literatura internacional  como flagships, os GPU têm ocorrido,  sobretudo, em áreas centrais degradadas que perderam centralidade em virtude  das transformações vivenciadas pelas cidades no último século. Tratam-se de  intervenções físicas de requalificação e enobrecimento de ambientes construídos  (incluindo o patrimônio histórico edificado) de modo a habilitá-los às  atividades relacionadas ao lazer, entretenimento, cultura e turismo.
   Apesar de frequente a  associação entre GPU e turismo nas práticas de gestão urbana, no campo teórico  ainda é um tema pouco aprofundado a partir de uma perspectiva multidisciplinar.  Como contribuição ao debate desta temática, este ensaio apresenta uma reflexão sobre  as relações entre o turismo nos espaços urbanos e os grandes projetos  urbanísticos implementados nas cidades contemporâneas.
   2.  TURISMO NOS ESPAÇOS URBANOS
   Na atualidade, a  atividade turística tem se configurado como um dos principais motores da  economia urbana pós-industrial, na medida em que movimenta fluxos de visitantes  e de investimentos. Contudo, até meados da década de 70 do século passado, o  turismo urbano ainda não era percebido como relevante atividade econômica e  tampouco atraente para a então crescente demanda turística mundial. Não  obstante tenham sido precisamente centros urbanos como Veneza, Florença, Roma e  Paris os destinos dos jovens aristocratas em suas viagens de Grand Tour ou  Petit Tour nos séculos XVIII e XIX, a cidade no século XX era percebida, em  grande medida, apenas como um importante centro emissor de turistas (HENRIQUES,  2003).
   Até então, o urbano  estava associado ao trabalho e, portanto, adverso ao lazer. Por conseguinte,  praticar turismo implicava, fundamentalmente, deixar para trás o urbano (e  todas suas mazelas) para regressar ao campo, às montanhas ou ao mar (HENRIQUES,  2003). Nesse contexto, as grandes cidades, uma vez que já concentravam uma  oferta de serviços como hospedagem e transportes, desempenhavam principalmente  a função de suporte ao turismo na escala regional, consistindo em ponto de  partida para o interior das regiões (ALLIS, 2008).
   No entanto, a partir da  década de 1970, o modo de vida urbano começou a despertar maior interesse dos  turistas, fazendo com que a cidade também passasse a ser percebida como polo  receptor de visitantes, ou seja, como um destino turístico. Nesse sentido, Page  (1995) observa o crescimento do turismo urbano no cenário mundial e,  especificamente na Europa, com o aumento das viagens mais curtas, denominadas city breaks.
   Mas o que fez com que os  espaços urbanos passassem a ser atrativos à demanda turística? Que elementos da  cidade possuem efeitos de atração? O que de fato motiva os visitantes a  conhecerem determinadas cidades? Autores como Henriques (2003) e Rebollo et al  (1997) apontam a diversidade de atividades que as cidades oferecem, expressa  pela multiplicidade de elementos urbanos e práticas turísticas. A motivação do  turista que visita uma cidade estaria centrada na própria cena urbana, no  cotidiano e nas experiências vividas nesse cenário (FEATHERSTONE, 2007; SASSEN,  1998). Pode-se afirmar, portanto, que o principal fator de atratividade  turística da cidade consiste na própria vida urbana.
   Citando uma pesquisa  realizada em 1994 pelo Institut National  de Recherche sur les Transports et leur Securité (INRETS), juntamente com Université Paris I, Rebollo et al (1997)  apontam como as principais práticas turísticas urbanas aquelas relacionadas à  cultura (visita a monumentos, igrejas, museus, centros históricos, etc.), à  recreação (compras, entretenimento, gastronomia, eventos, vida noturna, etc.) e  às atividades profissionais (congressos, feiras, negócios, reuniões, etc.). Não  há, portanto, uma única atração, mas um conjunto.
   Para a Organização Mundial de Turismo (OMT, 2005), a  oferta cultural, constituída por centros históricos, museus, galerias de arte,  monumentos, etc., consiste na principal atração. Em uma pesquisa realizada pela  entidade com destinos urbanos europeus, verificou-se que o turismo urbano está  estreitamente relacionado à cultura nas cidades, o que corrobora com Judd &  Fainstein (1999), quando estes afirmam que os visitantes buscam experimentar a  herança, a arquitetura e a cultura que compõem a essência de uma cidade. Nesse  sentido, com o interesse crescente pela cultura, percebe-se que, de objeto de  culto, a cidade passa a ser convertida em indústria (CHOAY, 2006), em grande  medida relacionada à atividade turística urbana. 
   Além de oferecer produtos culturais, a cidade também  abriga uma oferta de atividades e equipamentos de recreação e entretenimento,  procurada tanto por turistas quanto pela população local. Ademais, as  estruturas de comércio em geral igualmente acabam por converter-se em atrativos  turísticos.Porém, considerar apenas  a demanda de lazer da cidade incorreria em uma visão simplista, ao deixar de  considerar que a cidade não é foco apenas do turista de lazer. Pelo contrário,  a cidade exerce grande centralidade para as demandas turísticas relacionadas  aos negócios e eventos.
   Despertando o interesse  de visitantes relacionados tanto às práticas de lazer, como aos de negócios e  eventos, a cidade, enquanto lócus da prática turística, ganha notoriedade e  proeminência na geografia do turismo internacional. Dentre os destinos mais  visitados do mundo, estão justamente grandes centros urbanos, tal como indica o  ranking Top 20 Global Destination Cities de 2013, elaborado pelo Mastercard 1.  Enquanto o National Park Service (NPS, 2012) dos Estados Unidos registra que em  2011 o parque mais visitado do país (o Blue Ridge Parkway, entre os estados da  Virgínia e da Carolina do Norte) recebeu 15,3 milhões de visitantes, o NYC  & Company Research and Analytics (departamento que trata de pesquisas  relacionadas ao turismo na cidade de Nova Iorque) divulga que, no mesmo ano, a  cidade recebeu 50 milhões de visitantes, entre nacionais e estrangeiros (NYC  & COMPANY RESEARCH AND ANALYTICS, 2012).
   Tais indicadores só vêm a  confirmar o poder de atratividade que as cidades atualmente exercem sobre os  turistas. Assim, consolida-se a ideia de que os centros urbanos não somente  constituem espaços de visitação turística, como também esta visitação contribui  com a economia urbana de forma geral, e de suas áreas centrais, de forma mais  específica, gerando empregos, arrecadação de impostos e atração de investimentos.
   O turismo, então, é cada  vez mais enaltecido pelos governos locais como uma significativa atividade  econômica capaz de promover regeneração urbana e, por conseguinte, a inserção  competitiva das cidades nos mercados mundiais. Tal como afirmam Ribeiro e  Santos Junior (2013), tanto o turismo quanto a promoção de megaeventos  desempenham um importante papel devido à capacidade de atração de fluxos.
   Não só os agentes  políticos, mas também os econômicos vêm desprendendo esforços em promover a  atividade turística nos espaços urbanos. Como parte desses esforços, observa-se  a associação entre a promoção do turismo e a implementação de grandes projetos  urbanísticos.
   3.  GRANDES PROJETOS URBANÍSTICOS
   A literatura sobre os  efeitos em decorrência dos grandes projetos urbanísticos ainda se apresenta de  forma esparsa e difusa. Exemplo disso é a diversidade de denominações que fazem  referências a esses projetos: megaprojetos (ORUETA & FAINSTEIN, 2008;  FAINSTEIN, 2008), projetos de refuncionalização de extensas áreas urbanas  (LUCHIARI, 2006), flagships (DOUCET,  2010), mega operações de renovação urbana de iniciativa pública ou grandes  projetos urbanos (CUENYA, 2011) são algumas. Para fins desse ensaio, será  utilizado o termo “grandes projetos urbanísticos” – GPU.
   Segundo Cuenya (2011), os  GPU são operações de renovação urbana em grande escala capazes de produzir  modificações funcionais e físicas, bem como na rentabilidade dos usos do solo e  nos mecanismos de gestão pública. Para Law (2002), os GPU são projetos de  grandes proporções, em escala e arquitetura, que desempenham um papel de  atração de investimentos no entorno e de promoção da regeneração da área.  Igualmente, Bianchini et al (1992)  entendem que se tratam de empreendimentos imobiliários catalisadores de  regeneração urbana. 
   Para Luchiari (2006), são  sinônimos de projetos de revitalização, requalificação ou renovação, que têm  como finalidade a recuperação de áreas urbanas degradadas ou abandonadas pela  cultura industrial, para atração de classes mais abastadas. Nesse sentido,  Doucet (2010) comenta que investimentos externos, consumo pelas elites locais e  turismo são os três principais elementos emblemáticos que os governantes buscam  atrair para suas cidades por meio dos GPU.
   Os autores concordam no  fato de que os GPU constituem iniciativas de intervenção física de determinadas  parcelas do espaço urbano levadas a cabo com o propósito de promover  regeneração urbana, mediante novas atividades econômicas voltadas para o  consumo. Tendo como finalidade o aumento da competitividade das cidades (PAGE  & HALL, 2003; KELLY, 2011; JUDD 1995), a ideia central consiste na produção  de ícones arquitetônicos e urbanísticos (MOURA, 2011) e na criação da  “cidade-como-palco” (HALL, 2007, p. 415).
   Tendo como fundamentos a  requalificação, reabilitação, revitalização ou gentrificação (MOURA, 2011) e enobrecimento urbano (LEITE, 2010) em áreas que  perderam relevância funcional, tais como centros históricos, portos, frentes  marítimas, zonas industriais, vilas operárias, etc., os GPU buscam revalorizar  esses espaços conferindo-os uma nova rentabilidade na economia urbana  pós-Fordista (ORUETA & FAINSTEIN, 2008).
   Uma vez revitalizados,  requalificados, reabilitados ou enobrecidos, tais espaços, anteriormente  esquecidos, ganham um novo valor e passam a ser lembrados e integrados ao mapa  de investimentos do capital privado. Pode-se deduzir, portanto, que tais GPU  constituem uma estratégia para agregar valor à economia urbana e atrair  investimentos privados (ZANCHETI, 2003; ZANCHETI & LAPA, 2012).  Criam-se, portanto, novos espaços  receptáculos de novas formas de acumulação.
   Tal estratégia emergiu  nos Estados Unidos, em Baltimore e Boston na década de 1960, do quadro de crise  urbana vivenciada pela desindustrialização dos principais centros urbanos  mundiais. Com a intencionalidade de gerar um processo de regeneração econômica  e territorial dessas cidades, suas áreas centrais receberam grandes projetos  urbanísticos para renovação de áreas degradadas com vistas ao desenvolvimento  de atividades relacionadas ao lazer, comércio e turismo (HARVEY, 1996, HALL,  2007). No caso de Baltimore, por exemplo, a área portuária de Inner Harbor ganhou nova centralidade,  passando a concentrar um amplo conjunto de empreendimentos, tornando-se um  importante atrativo turístico da cidade (HALL, 2007). 
   A característica  principal desses projetos consistiu “num novo tipo de parceria criativa,  expressão incessantemente utilizada pelos norte-americanos, entre o governo  municipal e o setor privado (...)” (HALL, 2007, p. 412). Tanto Baltimore quanto  Boston2  foram “amostras da recuperação da área intra-urbana norte-americana através da  parceria de investimentos públicos e privados” (HALL, 2007, p. 414). Nesses  arranjos, segundo Borja (2001), o poder público costuma atuar na recuperação de  áreas desvalorizadas, na dotação ou melhoria de infraestruturas e na construção  de equipamentos atrativos ou de prestígio, de modo a atrair os investimentos do  setor privado.
   Essas experiências de  revitalização de áreas urbanas degradadas por meio dos GPU repercutiram na  Europa, levando diversas capitais a importar o padrão norte-americano. Londres,  com o projeto de revitalização das Docklands 3 na  década de 80, “obedeceu aos modelos norte-americanos num aspecto decisivo:  baseou-se na ideia de usar fundos públicos relativamente modestos para gerar  (...) uma quantia muito maior do investimento privado” (HALL, 2007, p. 423). 
   Outro exemplo pioneiro  europeu foi Barcelona, caso emblemático de regeneração urbana decorrente dos  GPU relacionados com os Jogos Olímpicos de 1992, cujo maior legado seja a  melhoria da imagem da cidade no cenário mundial. Conforme Smith & Fox  (2007), com a realização de tal megaevento esportivo e com a implementação de  projetos de regeneração urbana a ele associados, a imagem de Barcelona passou a  ser associada a esporte e design.
   Esse modelo de  empresariamento urbano, disseminado como uma “receita mágica para a  revitalização urbana” (HALL, 2007, p.412) e para inserção competitiva das  cidades mediante a espetacularização do urbano, passou a ser importado pelos  países de industrialização tardia. Na América Latina, por exemplo, tem sido frequente a implementação desses tipos de  projetos (CARRIÓN, 2001; ZANCHETI, 2003), associados à revitalização de centros  históricos, áreas portuárias e ferroviárias abandonadas (ZANCHETI, 2003). No  Brasil, segundo Ultramari & Rezende (2001), os GPU se caracterizam principalmente  por intervenções de valorização e revitalização de áreas tradicionais das  cidades, ora subutilizadas mas que possuem forte apelo histórico e potencial  turístico.
   Todas essas experiências  têm mostrado que os GPU acabam por ser, em maior ou menor grau, ações voltadas  à reestruturação e adequação do espaço para os fluxos e realização do capital  (MOURA, 2011). De recorte neoliberal (HARVEY, 1996; ZANCHETI, 2003; ZANCHETI  & LAPA, 2012), tais intervenções conformam uma estratégia mais ampla da  gestão urbana empreendedora (em parceria com o setor privado) de posicionar as  cidades nos mercados mundiais, através da criação de ícones urbanos e de  espaços de consumo, lazer, entretenimento e turismo, reinventando  as cidades e lhes conferindo atratividade no cenário internacional. 
   4.  TURISMO E GPU: QUE NEXOS?
   Seja na Europa, nos  Estados Unidos ou na América Latina, as experiências desses tipos de GPU têm em  comum a ênfase na promoção do setor terciário da economia. Apesar de muitos dos  GPU estarem relacionados à oferta imobiliária, a tônica predominante é o setor  de serviços relacionados à oferta cultural, ao lazer, entretenimento e turismo  (ORUETA & FAINSTEIN, 2008; CUENYA, 2011).
   Com efeito, como observa  Doucet (2010), alguns dos projetos pioneiros, como o Inner Harbor de Baltimore4  e  o South Street Seaport de New York,  tinham tais atividades no centro de suas preocupações. Da mesma forma, o Museu  Guggenheim de Bilbao, na década de 1990 (GOMEZ, 1998; RODRÍGUEZ et al, 2001;  VICARIO & MONJE, 2003), o Parque Expo de Lisboa (ARANTES, 2009), o Kop van Zuid de Rotterdam, o Ocean Terminal de Leith em Edimburgo, o Waterfront de Newcastle, as Docklands de Dublin e o Salford Quays de Manchester (DOUCET,  2010) constituíram-se em espaços icônicos e espetaculares de consumo, lazer e  turismo. 
   Nesse sentido, Rogerson  (2002) comenta que os GPU se manifestam justamente em potenciais locais de  interesse turístico, como centros históricos e frentes marítimas, e atuam na  criação de estruturas como centros de convenções, museus, espaços comerciais e  arenas esportivas. Com efeito, como observa Law (1992, 2002), esses projetos de  caráter turístico atuam como âncoras (flagships)  da regeneração física, na medida em que as estruturas construídas geram efeitos  secundários nas áreas do entorno, com a proliferação de estruturas turísticas  como hotéis, bares, restaurantes e lojas. 
   Percebe-se, portanto, uma  relação direta entre o turismo e os GPU. Contudo, essa relação é bem mais  complexa do que aparenta. Isso porque, numa perspectiva dialética, tanto a  atividade turística (e os atores a ela associados) se utiliza e se beneficia da  implementação dos GPU, quanto estes se apóiam no turismo para sua viabilização.
   4.1  Os GPU para o turismo
   Do ponto de vista do  turismo, pode-se afirmar que os GPU se configuram como uma estratégia de  diversificação da oferta turística e de melhoria da imagem da cidade. Por meio  da criação de ícones arquitetônicos, de espaços de consumo e lazer, em suma, da  espetacularização do urbano proporcionada pelos GPU, são criados elementos de  atração turística para a cidade. Em outras palavras, os GPU se configuram como  atrativos turísticos e complexos de serviços e equipamentos turísticos. Pode-se  afirmar, portanto, que os GPU significam um meio (um instrumento) para promoção  do desenvolvimento do turismo urbano.
   Sob esta perspectiva,  muitos gestores que enxergam no turismo uma possibilidade de reestruturação da  economia urbana vêm investindo na implementação de GPU em áreas potencialmente  atrativas para a atividade, como frentes marítimas e centros históricos. Um dos  exemplos mais emblemáticos de como um GPU foi implementado como estratégia de  desenvolvimento turístico, além de Baltimore, Boston, Londres e Barcelona, é o  Museu Guggenheim de Bilbao (Espanha).
   Segundo Poyatos &  Martínez (2011), considerando-se o mercado turístico cultural em evolução no  contexto europeu, o poder público enxergou neste museu privado uma alternativa  de dinamização econômica e renovação urbana. O “efeito Guggenheim” foi capaz de  gerar uma nova rede empresarial ligada ao turismo e à publicidade, além de  melhorias nos indicadores sociais, posicionando Bilbao como uma cidade de  serviços focados na atividade turística. Segundo as autoras, o Guggenheim  transformou-se no símbolo de uma cidade atual e moderna, projetando-a no  cenário turístico internacional.
   4.2  O turismo para os GPU
   Do ponto de vista dos GPU  (especificamente de seus atores públicos e privados), o turismo é uma atividade  econômica capaz de movimentar fluxos de pessoas e capital, que faz despertar o  interesse de investidores na execução destes projetos. De fato, a atividade  turística tem sido fortemente associada aos GPU como um meio para sustentar e  viabilizar as demais atividades econômicas relacionadas ao lazer,  entretenimento, consumo, cultura, gastronomia, etc., promovidas por estes  projetos.
   Contudo, acredita-se que  os propósitos dos GPU vão além do desenvolvimento turístico da cidade, passando  pelo interesse do setor imobiliário de alto padrão e do capital. Com esta  perspectiva, Allis (2012) afirma que tanto o caso de Barcelona (Port Vell e  Cidade Olímpica), quanto o das Docklands de Londres e o de Puerto Madero em  Buenos Aires se utilizam do turismo como uma forma de justificar projetos com  grande interesse imobiliário.
   Nesse sentido, observa-se  que o turismo não significa apenas uma atividade econômica rentável para esses  projetos. Sua importância vai mais além. O turismo surge, em grande medida,  como um catalisador de argumentos para a viabilização dos flagships e para sua legitimação através da aceitação da sociedade.
   Em verdade, o turismo tem  sido um argumento ardilosamente convincente para a implementação dos GPU, sendo  enaltecido como panaceia capaz de promover crescimento econômico (BIANCHINI et  al., 1992; COOK, 2004; O’TOOLE & USHER, 1992), inserção da cidade no  cenário global cada vez mais competitivo (LEHRER & LAIDLEY, 2008),  recuperação de áreas degradadas e revitalização dos centros abandonados  (DAVIDSON & LEES, 2005; LEES & LEY, 2008; MURPHY, 2008; VICARIO &  MONJE, 2003; VISSER & KOTZE, 2008), melhoria da imagem da cidade (BOYLE &  HUGHES, 1994; COOK, 2004; LOFTMAN & NEVIN, 1995; MACLEOD, 2002; SPAANS,  2004), geração de empregos (COOK, 2004; BIANCHINI et al, 1992; LOFTMAN &  NEVIN, 1995; RACO et al, 2008; ARANTES, 2009) e resgate do sentimento cívico  (COOK, 2004; LOFTMAN & NEVIN, 1995; EISINGER, 2000).
   Através do turismo,  justificam-se os GPU pela sua capacidade de gerar crescimento econômico (já  que, quanto mais turistas, maiores as oportunidades de novos negócios),  empregos (uma vez que será necessário mão de obra para trabalhar nas novas  empresas abertas), recuperação de áreas degradadas e revitalização dos centros  (que se tornam atrações turísticas) e melhoramento da imagem da cidade (que  passa a ser divulgada enquanto um local seguro, dinâmicos, inovador, ou seja,  propício à visitação).
   Se por um lado, a atividade  turística se beneficia da imagem e das estruturas criadas pelos GPU, por outro,  os GPU se beneficiam do turismo na medida em que esse não se configura apenas  como uma atividade econômica rentável, mas também como um convincente argumento  para viabilizar e legitimar a implementação desses projetos.
   5.  CONSIDERAÇÕES FINAIS 
   Ao longo dessa exposição,  ficou evidente que os megaeventos, o turismo urbano e atividades de lazer,  entretenimento, cultura e consumo têm sido incentivadas pelos gestores públicos  enquanto um vetor de reestruturação da economia urbana do século XXI. Tendo  como finalidade a promoção turística das cidades para os mercados domésticos e  internacionais, uma estratégia comumente utilizada tem sido a criação e  recriação de lugares de consumo e lazer por meio da implementação dos GPU.
   Desse modo, pode-se evidenciar que o desenvolvimento  do turismo nas cidades tem recorrido aos flagships como um elemento para criação de atratividade turística. Isso porque o turismo  se beneficia diretamente dos GPU na medida em que estes promovem a  reestruturação física de áreas degradadas (tornando-as atrativas seja pela  restauração do patrimônio histórico, seja pela criação de novas formas  arquitetônicas) e induzem o desenvolvimento de atividades relacionadas à  indústria cultural.
   Contudo, resumir os nexos  entre turismo e GPU a essa relação unilateral do GPU enquanto estratégia de  desenvolvimento turístico seria incorrer em uma visão deveras simplista. Ao  contrário, este artigo buscou demonstrar que existe uma relação dialética entre  ambos; que os GPU também se sustentam no turismo, com uma finalidade que vai  além do desenvolvimento turístico dos espaços urbanos.
   Se, para o turismo, os  GPU representam uma estratégia de desenvolvimento e competitividade turística,  para os GPU o turismo significa mais que uma atividade econômica rentável para  sustentação de suas estruturas. O turismo consiste também numa estratégia de  legitimação e de formação de um pensamento único que justifica ações de  enobrecimento de áreas centrais degradadas que, em sua essência, buscam  promover a valorização imobiliária.
   Sob esta perspectiva,  poder-se-ia ousar afirmar que a finalidade central dos GPU não seria o  desenvolvimento turístico, mas a reincorporação de  áreas urbanas degradadas ao circuito do capital, por meio da potencialização de  atividades do setor terciário como o turismo. Ou seja, a atividade turística  não seria um fim, mas um meio para inserção dessas áreas no circuito do capital  através dos GPU.
   Independente disso, o  fato é que tanto o turismo quanto os GPU têm sido utilizados como estratégias  de criação de vantagens competitivas para as cidades, visto que ambos produzem  efeitos desejados pelo capital privado. Em verdade, a essência dessas  estratégias reflete a cultura empreendedora da gestão urbana que passa a  enxergar a cidade como um empreendimento a ser gerenciado em um mercado  altamente competitivo.
   Considerando, portanto, a  cidade como um empreendimento num cenário de competição acirrada, é de se supor  que a lucratividade e a criação de uma imagem inovadora da cidade sejam algo  não só esperado, como desejado pelos agentes políticos e econômicos envolvidos  no planejamento, execução e operação dos GPU e da atividade turística. Nesse  contexto, para além da caracterização dos nexos entre turismo e GPU, é preciso  que haja investigações que se proponham a desvelar seus efeitos nos espaços  urbanos contemporâneos e a discutir se tais iniciativas podem de fato se  converter em reais instrumentos de desenvolvimento urbano. Dado que, em grande  medida, os GPU são capitaneados (quando não diretamente propostos) pelo Estado,  também são necessárias investigações que busquem identificar de que forma,  concretamente, o turismo é empregado no discurso do poder público para  legitimar os GPU.
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2 “Em Boston, por exemplo, os 2,7 milhões de dólares de subvenção federal para a preservação, vindos do Departamento de Habitação e Urbanização, atraíram um investimento privado seis vezes maior do que essa quantia” (HALL, 2007, p. 423).
3 O caso das Docklands de Londres, na opinião de Hall (2007, p. 419), foi o maior projeto de revitalização urbana na Europa, “quiçá no mundo”.
4 A iniciativa de revitalização urbana de Baltimore, para Hall (2007, p. 415), tem bases “despudoradamente turísticas”, atraindo 7 milhões de turistas ao ano.
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