Noémi Marujo
Universidade de Évora
noemi@uevora.ptResumo
O turismo cultural tem múltiplas facetas e varia entre as diferentes regiões geográficas. Hoje, os turistas culturais desejam conhecer e compreender os lugares que visitam, particularmente, o património material e imaterial de uma região ou país. O desenvolvimento do turismo cultural tem atraído a atenção de vários investigadores, especialmente, do campo da Sociologia, da Antropologia, da Geografia e do Turismo que procuram analisá-lo na vertente da oferta e da procura. Por outro lado, tem existido muito debate académico sobre o que realmente é o turismo cultural e quem são os turistas culturais. Uma das complexidades em definir o turismo cultural está na diversidade da cultura que os turistas consomem.
Palavras-Chave: Turismo Cultural, Cultura, Investigação, Turista Cultural, Globalização.
THE ACADEMIC STUDY OF CULTURAL TOURISM
Abstract
  Cultural tourism is multifaceted and varies between  different geographic regions. Today, cultural tourists want to know and  understand the places they visit, particularly the tangible and intangible  heritage of a region or country. The development of cultural tourism has  attracted the attention of several researchers, especially from the field of  Sociology, Anthropology, Geography and Tourism looking analyzes it on the  supply side and demand. On the other hand, there has been much academic debate  about what really cultural tourism is and who the cultural tourists are. One of  the complexities in defining cultural tourism is the diversity of culture that  tourists consume.
Keywords: Cultural Tourism, Culture, Research, Cultural Tourist, Globalization.
Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato: 
 Noémi Marujo (2015): O estudo académico do turismo cultural, Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 18 (junio 2015). En línea: http://www.eumed.net/rev/turydes/18/turismo-cultural.html
1-Introdução
Uma das mais antigas formas  de viajar assenta especialmente no consumo do turismo cultural. Na actualidade,  este tipo de turismo continua a ser o sustentáculo da actividade turística em diversos  países e regiões. De facto a cultura,  na maioria dos casos, constitui um trunfo importante para o desenvolvimento do  turismo e para a captação de turistas e visitantes. Ela é o grande vetor que  torna possível conhecer os pormenores de uma cidade, vila, aldeia ou, ainda, de  um dado momento histórico. Por isso o turismo, pela sua essência e natureza,  implica uma procura pelas diferenças que são projectadas pela cultura material  e imaterial (Marujo, 2014) e que assentam a sua base no turismo cultural. 
   O turismo cultural é reconhecido  como uma forma de turismo, onde a cultura constitui a base para atrair turistas  ou a motivação para muitos turistas e/ou visitantes culturais viajarem. Significa  isto que, podemos encontrar pessoas que são fortemente motivadas pelo turismo  cultural e outras que têm sentimentos emocionais para aprender mais sobre a  cultura, mas que não constitui o principal motivo para visitar um destino  (Isaac, 2008). 
   Na Europa, o turismo  cultural foi reconhecido como um importante agente de mudança social e económica  (Richards, 1996). O crescimento do turismo cultural, em diferentes contextos e  escalas espaciais, constitui uma resposta às características e mudanças da  sociedade pós-moderna e, também, representa um sinal de esperança, para os  destinos que apresentam relevância patrimonial (Carvalho, 2010). O  desenvolvimento do turismo cultural e a crescente procura por este tipo de  turismo deve-se, essencialmente, ao aumento da questão educacional, ao  rendimento disponível, às tecnologias de informação e comunicação, ao crescente  papel da mulher na economia e a uma maior consciência do processo de  globalização (Richards, 1996; Silberberg, 1995).
   Qualquer viagem (férias,  negócios, lazer) envolve elementos culturais e, portanto, “pela sua própria  natureza, a arte de viajar retira os turistas da sua cultura anfitriã e  coloca-os temporariamente num meio cultural diferente. Mas o turismo cultural  oferece algo mais ou diferente tanto ao turista como à comunidade que acolhe o  turista ( Mckercher e du Cros, 2002:1). Logo, a prática do turismo cultural  abrange todos os aspectos da cultura específica de um país, de uma região ou de  uma comunidade (Raj, 2004) e, ainda, as actividades associadas à cultura do  dia-a-dia do local (Smith, 2003). 
  2-  Turismo cultural
O turismo cultural é um dos segmentos  mais importantes do turismo (Richards, 2013). Actualmente, ele faz parte da  nossa sociedade de consumo. Mesmo que a cultura surja como elemento secundário  para visitar um destino, o turista acaba sempre por consumir algo com significado  cultural. Em alguns autores, existe a tendência a equiparar o turismo cultural  com as formas de turismo características do séc. XIX e inícios do séc. XX, onde  o turista motivado pela cultura espelhava um elevado nível cultural e social,  era sensível ao património que contemplava e altamente predisposto para gastar  elevadas quantias de dinheiro nos lugares que visitava (Vaquero, 2006). Segundo  o autor, esta ideia é errónea, uma vez que o turismo cultural actual constitui  mais uma das modalidades turísticas e apenas apresenta diferenças em relação  aos seus praticantes no que diz respeito a outras formas de turismo. O autor  realça que nos dias de hoje, “a cultura torna-se objecto de consumo de massas e  o turismo cultural constitui uma manifestação do consumo e cultura de massas”  (Vaquero, 2006: 87). 
  É um facto que as visitas culturais  cresceram nos últimos tempos, pois cada vez mais as atracções turísticas são  definidas como culturais. “Hoje, o turismo cultural parece ser omnipresente, e  aos olhos de muitos também parece estar a tornar-se omnipotente” (Richards,  2007: 1). Todavia, e de acordo com este autor, apesar do turismo cultural ter  sido estimulado pelo aumento da procura, a investigação indica que ele não  cresce mais depressa do que o turismo global como um todo (Richards, 2007). O autor enfatiza que a globalização do  turismo cultural coincide com uma série de mudanças culturais e sociais  fundamentais e, ainda, com as alterações na própria estrutura do turismo. 
   De acordo com Richards (2007), o turismo  cultural tornou-se uma forma comum de turismo que começou a perder todos os  significados como uma categoria distinta. O autor ressalta que “a culturização  da sociedade conduziu a cada vez mais áreas de consumo vistas como culturais.  Isto desviou o enfoque do turismo cultural dos tópicos do grand tour em  direcção a um leque alargado de patrimónios, cultura popular e vivências de  atracções culturais ” (Richards, 2007: 1). Ou seja, o autor atesta que, no  passado, o turismo cultural estava associado à cultura sofisticada e a pessoas  instruídas, mas hoje este segmento inclui muitas atracções culturais populares.  Nesta linha, McKercher et al (2004), argumentam que os lugares culturais devem  funcionar em primeiro lugar como lugares de interesse para serem populares. Assim,  os recursos associados com o turismo cultural expandiram-se do património fixo  tangível do passado em direcção aos produtos intangíveis e móveis da cultura  contemporânea (Richards, 2001). Esta situação deve-se essencialmente ao  processo da globalização que faz com que, de certa forma, o turismo cultural  cresça e se desenvolva em todas as partes do mundo. Tal facto, começou por  criar uma consciência de diferentes estilos regionais de turismo cultural, os  quais se relacionam não só com a cultura consumida mas também com a organização  e gestão desse consumo (Richards, 2007). Na visão do autor, o turismo cultural  abarca tanto o “turismo do património cultural” (relacionado com artefactos do  passado), como o “turismo de arte” (relacionado com a produção cultural  contemporânea). Para (Craik, 2003), a cultura deve ser moldada para o turismo e  os turistas, ou vice-versa. Logo, torna-se necessário desenvolver produtos  especializados ou, então, modificar atracções para integrar ou destacar as  características culturais de um lugar. 
   Para os destinos onde não há reputação  para o turismo cultural ou elementos culturais globais para atrair visitantes,  existe a necessidade de desenvolver novos produtos e atracções que prendam a  atenção dos ‘amantes’ da cultura global (Richards e Wilson, 2008). Esse  processo envolve o desenvolvimento e a mercantilização da natureza intrínseca  do lugar ou de uma série deles, usando identificadores temáticos (McKercher et  al, 2004). “Essencialmente, o processo de transformação envolve a fabricação de  uma experiência para torná-lo mais atraente para o turista” (McKercher et al,  2004: 395). Portanto, e segundo os autores, o sucesso das atracções culturais  devem compartilhar características comuns, ou seja, elas devem contar uma  história, tornarem a experiência participativa, serem focadas na qualidade,  serem relevantes para o turista e proporcionarem uma sensação de autenticidade. 
   O  turismo cultural começou a ser reconhecido como uma categoria de produto  turístico distinta nos finais de 1970, quando os investigadores do turismo  perceberam que algumas pessoas viajavam especificamente para conhecer a cultura  ou a herança de um determinado destino (McKercher e Cros, 2002). Para estes  autores, o turismo cultural era inicialmente considerado como um nicho de  actividade específica, concebido para ser seguido por um pequeno número de  turistas com instrução mais elevada, que procuravam algo diferente em férias,  ou seja, algo mais do que sol e praia. Só com a fragmentação do mercado de  massas, em 1990, é que o turismo cultural foi reconhecido por aquilo que é: uma  actividade de mercado de massa de perfil elevado (McKercher e Cros, 2002). Ou  seja, “o turismo cultural constitui uma das manifestações do consumo cultural  de massas característico das sociedades industriais avançadas (…) Dentro desta  modalidade de turismo, a deslocação está motivada pelo desejo de entrar em  contacto directo com o objecto de consumo, objecto cujo referente constitui uma  identidade, um ambiente histórico especial que resulta impossível de  transferir” (Vaquero, 2006:92).
   Richards  (2007), também afirma que o alargamento da educação democratizou a viagem e o  consumo cultural, desviando o turismo das elites para um mercado de massas.  Segundo o autor, o aumento dos níveis de instrução permite que mais pessoas  tenham um maior acesso à cultura, enquanto os efeitos da globalização criam  mais interesse nas culturas distantes assim como no património local. Por outro  lado, a crescente competição entre mercados tradicionais de turismo causou uma  procura de alternativas de destinos a nível mundial. Para além disso, os  chamados localismos globalizam-se e reposicionam-se no mundo, o que faz com que  a cultura e o turismo cultural “possam ser perspectivados como modalidades de  afirmação de especificidades territoriais por via dos processos e dos  mecanismos que a globalização sugere” (Casqueira, 2007: 52). A autora frisa  que, à escala local e regional, os espaços culturais actuais são híbridos e  mesclados através de diversas influências: pelo revivalismo das práticas e das  memórias culturais tradicionais; pela assunção no quotidiano das expressões das  indústrias culturais; pela transfiguração e aproximação das formas clássicas da  cultura erudita e a afirmação de expressões culturais minoritárias e urbanas.  Assim, “do ponto de vista cultural e turístico, os espaços centrais, os espaços  periféricos e os espaços semi-periféricos coabitam nas possibilidades  políticas, económicas, sociais, culturais e turísticas da própria globalização.  Todos eles se legitimam porque externalizam ofertas e obtêm recursos”  (Casqueira, 2007: 52-53). 
   O  turismo cultural é “uma `boa forma´ de turismo para os destinos que evitam  muitos dos elementos convencionais do turismo oferecendo benefícios adicionais  para os turistas de maiores posses que despendem muito dinheiro, que se  interessam pela cultura” (Richards, 2007: 2). O autor considera também que o  turismo cultural está também disponível como uma opção de desenvolvimento para  todos os destinos porque todos os lugares possuem cultura. Aliás, “o uso  ‘cultural’ da cultura faz hoje parte das práticas turísticas” (Cravidão, 2004:  313). 
  É  óbvio, que a procura pela cultura está a crescer cada vez mais na sociedade e,  portanto, existe uma pressão crescente no sector público para apoiar cada vez  mais infra-estruturas culturais para consumo turístico. Atrair turistas  culturais é uma das estratégias mais comuns de muitos países e regiões para  conservar as suas culturas tradicionais, criar uma imagem cultural e  desenvolver novos recursos culturais (Richards, 2009). De facto, o turismo  cultural tem sido apontado como uma estratégia para o desenvolvimento do  turismo a nível internacional, nacional, regional ou local. Esta posição  deve-se, em parte, ao facto da sociedade tomar consciência para a sinalização  de um maior conhecimento e valorização do seu património. Por outro lado, o  processo da globalização que tem criado a visão de que o mundo é “um só lugar”  (Featherstone, 1997: 117) tem gerado, sob o ponto de vista da cultura, uma  sensibilização da sociedade para as diferenças. Neste sentido, “…frente à  tendência do fenómeno da globalização gera-se, pelo lado das culturas  receptoras, a necessidade de redescobrir e fortalecer a identidade cultural,  como assim também, de proteger o património como factor de unidade. E pelo lado  dos grupos visitantes evidencia-se a sensibilidade pelo cuidado do meio  ambiente e o interesse pela diversidade cultural” (Toselli, 2006: 176). Assim  sendo, o turismo cultural pode funcionar como um estímulo aos factores culturais  dentro de uma região ou localidade, onde se procura conservar a cultura e o  passado através das formas de vivência, património histórico, língua,  gastronomia, etc. 
   O  turismo cultural não só estimula os países e as regiões a protegerem as  culturas das suas comunidades, como também desempenha um papel crucial na  reabilitação das identidades locais e culturais, contribuindo para a sua  difusão mundial. O turismo cultural pode ser um estímulo para revalorizar,  afirmar e recuperar os elementos culturais que caracterizam e identificam cada  comunidade perante um mundo globalizado (Toselli, 2006). Por outro lado, o  fortalecimento da identidade cultural através do turismo pode actuar como uma  força inibidora dos efeitos homogeneizadores provocados pelo fenómeno da  globalização. Logo, o turismo cultural “pode contribuir para gerar uma tomada  de consciência em relação à preservação do património, tanto tangível como  intangível, compreendendo que este é a herança que o distingue e o afirma  individualmente”(Toselli, 2006: 176-177).  
2.1-O turismo cultural como objecto de estudo académico
A natureza multidimensional  do turismo cultural é reflectida em diversos estudos académicos. “Hoje muitas  pesquisas sobre o turismo cultural concentram-se na natureza qualitativa da  experiência e no impacto do turismo cultural tanto para os próprios turistas  como para os lugares que visitam” (Richards e Munsters, 2010: 1). Para Vidal (2002) os estudos sobre o turismo  cultural assentam em quatro domínios principais: o conceito de turismo  cultural; as relações entre território e turismo cultural; a cooperação entre  turismo e cultura; a relação entre território e planeamento turístico. 
   Richards e Munsters (2010)  referem que o desenvolvimento do turismo cultural tem atraído a atenção de um  número crescente de pesquisadores aumentando, deste modo, o âmbito da  investigação na referida área. De acordo com estes autores, as razões do  incremento da pesquisa estão associadas ao desejo de países e  regiões para desenvolver o turismo cultural e, em particular, para abordar o  seu potencial económico, o que tem  originado mais investigações sobre os destinos  que promovem o turismo cultural. Por outro lado, os impactos socioculturais que  este tipo de turismo provoca nas sociedades emissoras e receptoras têm  estimulado o interesse académico de alguns sociólogos e antropólogos. Também o  desejo de muitas regiões procurarem a sua distinção através da imagem e  identidade levou alguns investigadores a estudarem a referida temática. De  facto, o turismo vive  das singularidades de um lugar e, por isso, há actualmente uma grande  preocupação em fortalecer as diferenças específicas de uma cidade ou vila que,  em muitos casos, estão relacionadas com a identidade cultural. Por outro lado, o crescimento do turismo como uma área de  consumo e de experiências tem  estimulado mais pesquisas sobre os  estilos de consumo dos turistas culturais e os mecanismos psicológicos que estão associados  ao seu comportamento (Richards e Munsters, 2010). 
   O campo da investigação em  turismo cultural é diversificado. Muitos dos primeiros estudos sobre a área  foram descritivos e forneciam perfis demográficos e socioeconómicos sobre o  comportamento dos viajantes culturais (Richards e Munsters, 2010). Durante a  década dos anos 90, do século passado, houve uma explosão no estudo da relação  entre o turismo e o património cultural. De facto, através da revisão  bibliográfica, verifica-se que muitas investigações foram realizadas sobre o  turismo enquanto agente de conservação ou descaracterização do património  cultural. Também as novas formas de turismo cultural que foram surgindo no meio  rural e urbano e a forma como são consumidas fizeram com que alguns  investigadores se debruçassem sobre o assunto. 
   Pela análise da literatura, pode-se sublinhar  que o turismo cultural tem sido estudado a partir de um triplo enfoque: a) como  a superação do turismo consumista de evasão; b) como forma de unir os povos e  c) como meio de desenvolvimento económico para as regiões sem a oferta clássica  de lazer e entretenimento (Baudrihaye, 1997). 
   De acordo com Dunbar-Hall (2001), o estudo do  turismo cultural encontra-se no campo da antropologia cultural (MacDonald,  1997), na análise sociológica da dinâmica entre grupos de pessoas (Lury, 1997;  Meethan, 2001; Cohen, 2001), na geografia humana onde procura estudar a forma  como as pessoas interagem com os lugares (McGregor, 2000) e nas ciências  empresariais da indústria turística (Sinclair, 1998). Mas, também, o estudo da  referida área encontra-se nos académicos formados em Turismo. De facto, com o  desenvolvimento de mestrados e doutoramentos na área do turismo, em diversas  partes do mundo, muita investigação tem sido realizada sobre a temática do  turismo cultural. Assim sendo, o turismo cultural é um “campo sem um lar  teórico” (Stebbins, 1996: 948) e, por isso, a investigação em turismo cultural  pode ser vista como uma área de estudo interdisciplinar (Dunbar-Hall, 2001) que  envolve abordagens quantitativas e/ou qualitativas. Refira-se que a combinação  dos dois métodos pode contribuir para um maior enriquecimento da pesquisa em  turismo cultural. 
   Apesar do turismo cultural ter sido identificado como uma das  maiores áreas de crescimento nos últimos anos, a investigação em turismo  cultural não seguiu o mesmo ritmo que o crescimento do mercado (Richards,  2007). Um dos motivos da falta de investigação consiste na diversidade da  cultura que os turistas consomem e, portanto, existe uma dificuldade em  conceptualizar o turismo cultural (McKercher e Cros, 2002; Smith, 2003; Pérez,  2009; Richards e Munsters, 2010), uma vez que “todas as actividades turísticas  envolvem algum elemento da cultura, seja uma visita a um lugar ou evento, seja  simplesmente aproveitando o ambiente de um destino, há a tentação de ver todo o  tipo de turismo enquanto turismo cultural” (Richards, 2001:2).
2.1.1- A complexidade do conceito ‘turismo cultural’
O conceito de turismo cultural é complexo e, por isso, há um  enorme debate entre os académicos sobre a sua conceptualização. Ou seja, “o turismo cultural pela sua  multidisciplinaridade é difícil de conceptualizar porque é conhecimento, mas é  também experiência, supõe a participação activa do indivíduo e implica  subjetividade no que se refere às percepções dos indivíduos que observam uma  cultura através das suas próprias representações. Por outro lado, o turismo  cultural é dinâmico e evolutivo num determinado espaço. É uma dialética  permanente entre material e imaterial, antigo e moderno” (Mallor et al, 2013: 280). Por isso, o termo ‘turismo cultural’ é objecto de muitas  definições e confusão (Hughes, 1996; Isaac, 2008), pois abrange não só o  consumo de produtos culturais do passado, mas também a cultura contemporânea ou  o modo de vida de um povo. Ou seja, o turismo cultural engloba o turismo de  património (relacionado com artefactos do passado) e o turismo artístico  (relacionado com a produção cultural contemporânea) (Richards, 2001). Por outro  lado, a definição do turismo cultural transforma-se à medida que se vai  adaptando às novas exigências da procura.
   Segundo Isaac (2008), a noção de ‘turismo cultural’ é aplicada  para visitas a uma grande variedade de lugares de interesse cultural e  objectos, independentemente da natureza do interesse do visitante nas  atracções. “A natureza destes lugares é de tal ordem que as actividades  fundamentalmente diferentes e as experiências são incluídas no estudo do  turismo cultural. A diversidade de interesses turísticos e experiências é  consubstanciada na abrangência da designação de turismo cultural. Para além  disso, a confusão surgiu porque todos os turistas em atracções culturais e  locais são muitas vezes considerados como turistas culturais” (Isaac, 2008:99).  Assim sendo, existe uma variedade de turistas culturais e, portanto, as  atracções do turismo cultural são consumidas de forma distinta pelos diferentes  turistas. 
   Richards (1996) procurou desenvolver um conceito de turismo  cultural, baseando a sua visão em dois enfoques dominantes na definição da  cultura: 
a) A cultura como processo: deriva da antropologia e da sociologia, onde a cultura se configura como uma série de códigos de conduta característicos de um grupo social específico, seja uma nação, tribo ou corporação;
b) A cultura como produto: provém essencialmente da crítica literária, onde a cultura é considerada como o resultado de uma actividade individual ou grupal com certos significados.
Richards (1996) refere que é conveniente utilizar ambas as perspectivas  de investigação, uma vez que os dois enfoques possibilitam aproximações  complementares. “O enfoque baseado na cultura como produto permite a medição do  fenómeno a partir do consumo efectivo de uma série de produtos culturais  (museus, monumentos, etc.). De forma complementar, o recurso ao conceito de  cultura como processo é inevitável se se pretende analisar o turismo cultural  como actividade (Vaquero, 2006: 89). Richards (1996; 2009) propõe uma definição  de turismo cultural que se baseia no modo como os turistas consomem a cultura.  Ou seja, o autor enfatiza que se a cultura se compõe de processos (as ideias e  o modo de vida das pessoas) e dos produtos desses processos (edifícios,  artefactos, arte, tradições, ambiente), então o turismo cultural não implica  somente a visita a lugares e monumentos, mas também o consumo do modo de vida  (costumes e tradições) dos lugares visitados. 
   Em 1976, o ICOMOS (Conselho Internacional de  Monumentos e Sítios), na sua Carta de Turismo Cultural, concebia o turismo cultural  como aquela forma de turismo que tem por objecto principal o conhecimento de  monumentos, sítios históricos e artísticos, e que exerce um efeito positivo  sobre estes na medida em que contribui para a sua manutenção e protecção.  Também, em 1985, a OMT propôs uma definição ampla e outra mais restrita para o  turismo cultural. Num sentido mais amplo, todos os movimentos das pessoas podem  ser incluídos na definição porque satisfazem a necessidade humana pela  diversidade e tendem a aumentar o nível cultural do indivíduo e a proporcionar  novos conhecimentos, experiências e encontros. Num sentido mais restrito, o  turismo cultural era definido como os movimentos das pessoas com motivos  fundamentalmente culturais, tais como: circuitos culturais e de artes, de espectáculo,  viagens a festivais ou a outros eventos culturais, visitas a monumentos, o  consumo do folclore ou da arte, etc. (Richards, 1996). Sobre esta visão da OMT,  o autor argumenta que nem todo o consumo cultural dos turistas surge por  motivações culturais, pois muitas das viagens a acontecimentos culturais ou  lugares de interesse cultural têm a cultura como segundo objectivo. De facto  alguns estudos sobre as motivações dos turistas confirmam que, em muitos casos,  a cultura não surge como uma motivação principal para visitar um destino.  Tome-se o exemplo dos destinos de sol e mar. No entanto, e uma vez no destino  muitos turistas usufruem (de forma passiva ou activa) a cultura do local  visitado. 
   A ATLAS (Association for Tourism and Leisure  Education), no âmbito de um projecto de investigação sobre turismo cultural na  Europa, desenvolveu uma definição conceptual e outra técnica sobre a temática.  A definição conceptual refere-se ao movimento de pessoas para atracções  culturais fora do seu lugar normal de residência, com a intenção de obterem  informações e experiências novas para satisfazer as suas necessidades  culturais. A definição técnica concebe o turismo cultural como todos os  movimentos de pessoas para atracções culturais específicas, tais como lugares  de património, manifestações culturais, artes e drama para fora do seu local  normal de residência (Richards, 1996). O autor considera que a diferença mais  importante que existe entre a definição técnica e a definição conceptual é que  esta última considera a motivação dos turistas como central. No sentido de  contextualizar melhor o entendimento do turismo cultural apresentam-se  seguidamente algumas definições de diversos autores sobre esta temática (Quadro  I).
Quadro I: Definições de Turismo Cultural
| Autores | Definição/Descrição | 
| Wood | “Os exemplos de situações onde o papel da cultura é contextual, onde a sua função é formar o turista numa situação geral e sem uma perspectiva particular de uma identidade cultural específica”. | 
| Smith | “Abarca o pitoresco ou a cor, os vestígios de uma vida em processo de extinção que permanece na memória humana com as suas casas antiquadas, os seus telhados artesanais, os seus carros…o seu artesanato e trabalhos manuais alheios a todas as técnicas industriais”. | 
| Silberberg | “Aquelas deslocações realizadas fora do lugar habitual de residência cuja motivação principal ou parcial é o interesse nos aspectos históricos, científicos ou de estilos de vida oferecidos por uma comunidade, região, grupo ou instituição”. | 
| Richards | “O modo como os turistas – aquelas pessoas que viajam fora dos seus locais de residência – consomem a cultura”. | 
| McIntosch | “Todos os aspectos do turismo através dos quais os viajantes aprendem sobre a história e o património de outros ou sobre os seus actuais estilos de vida e formas de pensar”. | 
| Prentice | “Turismo construído, oferecido e consumido explícito ou implicitamente como uma apreciação cultural, quer como experiência quer como um ganho de conhecimento”. | 
| Beni | “A afluência de turistas a núcleos receptores que oferecem como produto essencial o legado histórico do homem em distintas épocas, representando a partir do património e do acervo cultural, encontrado nas ruínas, nos monumentos, nos museus e nas obras de arte”. | 
| McKercher e Cros (2002) | “O turismo cultural é definido como uma forma de turismo que se baseia nos bens culturais de um destino e os transforma em produtos que podem ser consumidos por turistas”. | 
| Smith (2003) | “O turismo cultural é o envolvimento passivo, activo e interactivo com as culturas e comunidades, através do qual o visitante ganha novas experiências de carácter educativo, criativo e divertido”. | 
| Craik | “Excursões frequentes a outras culturas e lugares para aprender acerca dos seus povos, estilos de vida, património e artes, representantes genuínos dessas culturas e dos seus contextos históricos”. | 
| Petroman et al (2013) | “Refere-se às formas de arte (cultura) na área urbana e rural de uma região ou país, e define-se como um movimento de pessoas para as atrações culturais longe do seu local de residência habitual com o objetivo de assimilar informações e experiências culturais”. | 
| Marujo et al (2013) | “O turismo cultural caracteriza-se pela motivação do turista em conhecer e vivenciar lugares onde o seu alicerce está baseado na história de uma determinada sociedade”. | 
Fonte: Richards (2003); Marujo (2012); Petroman et al (2013); Marujo et al (2013).
Kohler e Durand (2007) numa análise  bibliográfica ao conceito de turismo cultural distinguiram dois conjuntos de  definições. Enquanto, o primeiro define o turismo cultural a partir da procura  (motivos, percepções e experiências de viagem), o segundo foca aspectos da  oferta (consumo de atracções previamente classificadas como culturais). Ou  seja, as definições de turismo cultural segundo a oferta baseiam-se no desfrute  turístico de equipamentos e atracções previamente classificados como culturais:  sítios e centros históricos, festivais, gastronomia local, centros de  interpretação patrimonial, mercados tradicionais, museus, entre outros espaços,  objectos e eventos. Os autores ressaltam que no caso das definições baseadas na  procura, são as interpretações dadas à experiência turística que definem se ela  pode ou não ser classificada como cultural e não os atributos de espaços ou  objectos. Assim, “as definições de turismo cultural baseadas na procura, ou  seja, nas experiências pessoais advindas do consumo turístico, têm como  principal ponto positivo o facto de os turistas interpretarem o mesmo objecto  ou destino de formas diferentes” (Kohler e Durand, 2007: 187-188). Os autores  consideram ainda que as diversas noções de turismo cultural assentes na procura  apresentam como principal problema a delimitação daquilo que constituiria a  atracção cultural. Ou seja, sublinham que a dependência das experiências  pessoais que os visitantes adquirem e a atribuição diferenciada de significados  a espaços e objectos, faz com que seja difícil definir o que é e o que deixa de  ser uma atracção cultural. “O alargamento indefinido dos espaços e objectos  vistos como culturais, bem como a natureza subjectiva da experiência, faz com  que esse conceito seja de difícil aplicação prática” (Kohler e Durand,  2007:188). 
   Bonink também, numa revisão às definições de  turismo cultural, distinguiu duas abordagens básicas. A primeira está  relacionada com os lugares e monumentos, e preocupa-se em descrever o tipo de  atracções visitadas pelos turistas culturais (Richards, 1996; Isaac, 2008).  Está, portanto, relacionada com a definição de cultura baseada no produto.  Segundo Richards (1996), esta aproximação é bastante útil para a pesquisa  quantitativa em turismo cultural, dado que é mais fácil de identificar,  contabilizar e entrevistar os visitantes das atracções culturais. A segunda  abordagem apoia-se na definição conceptual do turismo cultural, onde procura  compreender os motivos e os significados que se prendem com esse tipo de  actividade (Richards, 1996; Isaac, 2008). 
   McKercher e Cros (2002) também desenvolveram  uma revisão sobre as definições de turismo cultural e dividiram-nas em quatro  grandes categorias: 
   
   1- Definições derivadas do turismo: colocam o turismo cultural  dentro de um enquadramento mais alargado do turismo e da teoria da gestão  turística. O turismo cultural é reconhecido como uma forma de turismo de  interesse especial, onde a cultura constitui a base de atracção para turistas  ou a motivação para as pessoas viajarem. Outros colocam-no num contexto do  sistema turístico, reconhecendo que ele envolve inter-relações entre as  pessoas, os lugares e a herança cultural. Também pode ser definido como o movimento  temporário de pessoas. O turismo cultural também foi contextualizado numa  perspectiva empresarial onde envolve o desenvolvimento e o marketing de vários  lugares ou atracções para turistas estrangeiros ou domésticos. 
2- Definições motivacionais: Um número de autores e organizações não- governamentais reconhecem que os turistas culturais são motivados a viajar por razões diferentes, do que outros turistas e, por isso, pensam que a motivação deve ser considerada um elemento importante na definição do turismo cultural.
3- Definições experimentais: O turismo cultural é também uma actividade de experimentação. Ou seja, envolve experiências ou o contacto em diferentes graus de intensidade com o património cultural e as características específicas do lugar. Aqui também é esperado que o turista ao experimentar a cultura se torne mais instruído, se entretenha e que aprenda sobre a comunidade anfitriã. Ou ainda que tenha a oportunidade de aprender algo sobre a essência do lugar, o seu património cultural, as suas paisagens culturais ou naturais.
4- Definições operacionais: A definição operacional constitui a abordagem mais comum. Segundo os autores, a maioria das definições anteriores (motivacionais, experimentais e do turismo) incluem uma componente operacional. Os autores consideram ainda que o turismo cultural é definido pela participação em qualquer uma das imensas actividades ou experiências que integra. Por inferência, se alguém visita uma atracção cultural, então essa pessoa deve ser considerada um turista cultural. A motivação, o propósito ou a profundidade da experiência contam menos do que a participação numa das atracções que o turismo cultural engloba (edifícios históricos, museus, castelos, arte, festivais, música e dança, teatro comunidades étnicas, etc.). Ou seja, o turismo cultural é definido pelo objecto. Os autores afirmam que a definição operacional enfatiza o âmbito desta actividade enquanto, ao mesmo tempo, ilustra os problemas reais que existem em estabelecer parâmetros significativos acerca do que é e não é turismo cultural.
O turismo cultural, pela sua natureza, tem  fronteiras indefinidas e, portanto, “…é quase impossível conceber parâmetros  absolutos aos recursos utilizados ou aos turistas que os usam” (McKercher e  Cros, 2002: 6). Para os autores, o turismo cultural funciona como um `guarda-chuva´  para um vasto leque de actividades incluindo turismo histórico, turismo étnico,  turismo de arte, turismo de museus, turismo literário, turismo gastronómico e,  portanto, todos eles partilham conjuntos comuns de recursos, questões de gestão  e resultados desejados. Todavia, as definições analisadas apresentam fraquezas,  “não somente por apresentarem conceitos pobres, mas porque se torna quase  impossível captar a essência plena do turismo cultural em uma ou duas frases” (McKercher e Cros,  2002: 6). Por isso, os autores preferem contextualizar o turismo cultural num  conjunto de temas comuns que envolve a presença de quatro elementos: 1) o  turismo; 2) a utilização de recursos patrimoniais e culturais; 3) o consumo de  experiências e de produtos; 4) o turista. Assim, o turismo cultural abrange  diversas dimensões: a) histórica ou contemporânea (tempo); b) objectos ou  representação (tipo); c) contextual ou não contextual (viagem); d) amplo ou  estreito (alcance). Portanto, o turismo cultural pode ser aplicado a cada uma  das dimensões (Hughes, 2002). 
   Conclui-se, deste modo, que o turismo cultural  constitui um fenómeno cuja definição é problemática. A dificuldade da sua  definição, e sobretudo da existência de um conceito universal que seja aceite  por todos os investigadores, “…deriva da própria complexidade inerente ao  conceito de cultura (Vaquero, 2006), ou seja, do facto do conceito ‘cultura’  conter vários significados. Todavia, “embora existam muitas dificuldades para  alcançar uma definição consensual do turismo cultural, tanto os académicos como  os responsáveis políticos concordam que a importância do turismo cultural é  inegável e crescente em todo o mundo” (Kastenholz et al, 2005: 3). 
3-Conclusão
   O turismo é um fenómeno cultural que  possibilita ao homem o conhecimento de diferentes culturas. Para fazer frente  ao processo da globalização, cidades, vilas e aldeias recorrem às suas  singularidades culturais como uma forma de valorizarem a sua identidade cultural.  Todas as sociedades possuem diferentes culturas e, por isso, o turista cultural  é, cada vez mais, motivado a consumir as particularidades culturais alheias que  se encontram no património tangível e intangível de  um país ou região. Portanto, a razão do turismo cultural é que “...as pessoas  são atraídas pelas diferenças e não pelas similaridades” (Ivanovic, 2008: 74). Assim,  o turismo cultural pode ser entendido como aquela viagem em que os turistas  procuram novos conhecimentos e experiências sobre outros povos e sociedades:  aprender sobre a herança histórica, científica e artística de uma comunidade;  participar em manifestações culturais (festas e outros eventos) e conviver com  os anfitriões. 
   Se o turismo cultural  permite o acesso à história, à cultura e ao modo de viver dos outros povos ou  regiões, então, ele fomenta o conhecimento de um universo em relação ao outro,  oferecendo uma maior compreensão e comunicação entre as diferentes populações.  O turismo cultural caracteriza-se pela motivação do turista em conhecer regiões  ou localidades onde o seu alicerce está baseado na história de um determinado  povo (Marujo et al, 2013), nas suas  manifestações culturais, religiosas e históricas. 
   Todas as viagens turísticas  podem ser consideradas como turismo cultural porque elas satisfazem a  necessidade humana pela diversidade (Richards, 2007). Por isso, “todo o turismo  é um fenómeno essencialmente cultural” (Molinar, 2006: 12). Logo, as  movimentações dos turistas “implicam contacto humano e cultural, troca de  experiências entre os viajantes e a população local” (Funari e Pinsky, 2005:  7). Assim sendo, o turismo cultural apela à criação e à memória do homem, ao  testemunho do seu passado, da sua história (Baudrihaye, 1997). No entanto,  saliente-se que a essência do turismo cultural está na forma como os turistas  absorvem o que é visto. Ou seja, “…não é o que se vê, mas o como se vê, que  caracteriza o turismo cultural” (Funari e Pinsky, 2005: 7-8). 
   O turismo cultural é uma forma de  turismo que atende às necessidades e motivações do consumidor e, por isso, a  sua definição é subjectiva. O conceito de turismo cultural depende do tema de  investigação, da perspectiva do estudo e da formação do investigador. 
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