Jéssika Conceição dos Santos
Edegar Luis Tomazzoni
Universidade de São Paulo
Jessika.ck@hotmail.comResumo: O artigo analisa o programa Summer Work & Travel, que se realiza nos Estados Unidos. Abordam-se as motivações e as reais contribuições percebidas para os intercambistas brasileiros, considerando que há possíveis inadequações da proposta do programa em relação às expectativas dos participantes. A pesquisa de campo, de natureza qualitativa, descritiva e exploratória, foi por meio de entrevistas a gestores de agências especializadas e de aplicações de questionário a 107 intercambistas, além de observação participante, por meio de imersão na experiência. Apesar da satisfação da maioria, há inadequações de ofertas de programas. É necessário adequá-las às reais expectativas e melhorar os serviços nos destinos das viagens. A tipologia do perfil define o intercambista como meso-alocêntrico a alocêntrico, tem autonomia, é explorador de novas culturas e de novos lugares. Renda, tempo e preços são fundamentais, mas os fatores ambientais e a qualidade dos serviços de hospitalidade são determinantes para realizar a viagem.
Palavras-Chave: Intercâmbio, Turismo, Comportamento, Estados Unidos, Desenvolvimento pessoal.
Abstract: The paper analyzes the Summer Work & Travel program, which takes place in the United States. It addresses the motivations and perceived real contributions to the Brazilian exchange students, considering that there are possible program proposal inadequacies in relation to the expectations of the participants. The research, of qualitative, descriptive and exploratory nature, was through interviews with managers of specialized agencies and questionnaire application to 107 exchange students, as well as participant observation, through immersion in the experience. It was found that despite the satisfaction of the majority, there are inadequacies by the program offerings. It is necessary to adapt them to the real expectations and improve services in travel destinations. The typology profile defines the exchange student as meso-allocentric and allocentric. Income, time and prices are essential for the travel, but more factors as quality of hospitality services are crucial for the decision of making the trip.
Keywords:Interexchange. Tourism. Behavior. United States. Personal Development.
Resumen: Este artículo analiza el programa de trabajo de verano y viajes, que tiene lugar en los Estados Unidos. Se ocupa de las motivaciones y de las contribuciones reales percibidas por los estudiantes en Brasil en intercambio, considerando que hay posibles insuficiencias de la propuesta del programa en relación con las expectativas de los participantes. La investigación de campo, cualitativa, descriptiva y exploratoria, fue a través de entrevistas con los directores de agencias y aplicación del cuestionario a 107 estudiantes de intercambio, así como la observación participante, a través de la inmersión en la experiencia. A pesar de la satisfacción de la mayoría, hay deficiencias en la oferta del programa. Es necesario adaptarlo a las expectativas reales y mejorar los servicios en los destinos turísticos. El tipo de perfil define el estudiante de intercambio como meso-alocéntrico y alocéntrico, tiene autonomía, busca la explotación de nuevas culturas y de nuevos lugares. Ingresos, tiempo y precios son esenciales, pero los factores ambientales y la calidad de los servicios de hospitalidad son cruciales para hacer el viaje.
Palabras clave: Cambio. Turismo. Comportamiento. EE.UU. Desarrollo personal.
Para citar este artículo puede uitlizar el siguiente formato: 
  Jéssika Conceição dos Santos y Edegar Luis Tomazzoni (2015): O programa Summer Work & Travel, as motivações e as visões dos participantes brasileiros sobre intercâmbio nos Estados Unidos, Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 18 (junio 2015). En línea: http://www.eumed.net/rev/turydes/18/summer-work-travel.html
Introdução
Conforme a pesquisa  encomenda pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2013, o mercado  brasileiro é o 14º mais competitivo do mundo.   As necessidades de maior qualificação e de capacitação contínua  incentivam os jovens à busca de desenvolvimento profissional e de diferenciação  no mercado. O incremento do currículo abrange desde cursos de formação  profissional e de idiomas, até experiências de trabalho e estudos no exterior  (BELTRAME, 2008; BLOG CURRICULUM, 2010).
   Além de aperfeiçoamento  profissional, os jovens são motivados a vivências no exterior pelo desejo de  contatos com diversidades culturais, de ampliação de perspectivas no cenário  global e de conhecimento de idiomas (DREHER E POUTVAARA, 2014).   A coragem de buscar experiência no exterior  é muito valorizada por empregadores de vários setores de mercado. O intercâmbio  proporciona novos conhecimentos, e o intercambista precisa se adaptar ao novo  ambiente, pois as empresas consideram importante essa experiência durante o processo  de contratação (UOL ECONOMIA, 2008; BREAKEY; ROBINSON e BEESLEY, 2009;  EXAME.COM, 2013) 
   Entre os  fatores da decisão de compra, com base na análise de Cooper et al (2003), inicialmente, há o  reconhecimento da necessidade, e, então, o envolvimento, a identificação e a  avaliação das alternativas. Na sequência, acontece a decisão da compra. No  período pós-compra, o cliente pode ter dúvidas e necessidade de reafirmação,  formulando vários questionamentos. Em razão disso, muitos jovens procuram  agências de intercâmbio, e, com orientação de consultores de viagens, escolhem  programas mais voltados para o seu perfil, de acordo com as expectativas antes  da compra, até após a realização da viagem, que se constitui em experiência  turística.
   Turismo abrange atividades realizadas por  pessoas que viajam e permanecem, no máximo um ano, a lazer, a negócios ou com  outros objetivos, em lugares diferentes dos residência habitual do turista.  Sua segmentação, cujos conceitos se ampliam e  variam conforme os diversos autores, fundamenta-se em fatores como idade,  economia, meio de transporte, motivação e destinos, como de ecoturismo, de  eventos e o próprio intercâmbio, cultural ou profissional (ANSARAH, 2005;  LOHMANN e PANOSSO NETTO, 2008).
   Segundo o Ministério do  Turismo do Brasil (2010), o turismo de estudos e de intercâmbio é a prática de  atividades e de programas de cunho essencialmente culturais e educacionais para  aprender a vivenciar situações desconhecidas, visando à qualificação, à  ampliação de conhecimentos e ao desenvolvimento pessoal e profissional.
   O intercâmbio  estudantil ou profissional é importante para diferenciação no mercado de  trabalho. Este artigo analisa o “Summer Work & Travel”, programa de  trabalho e férias nos Estados Unidos, considerado, financeiramente, um dos mais  acessíveis. Proporciona desenvolvimento profissional, contribuição pessoal e  educacional, com ênfase na vivência da cultura americana, por meio de contato  com os nativos e de participação em atividades de lazer e de turismo. 
   Nos programas de trabalho  oferecidos pelas agências, o “Summer Work & Travel” é reconhecido, mesmo  com as limitações pelas novas regras do governo americano. Possibilita que o  participante permaneça por tempo considerável no exterior, com gastos reduzidos  e com ganhos financeiros, além de custeá-lo após a realização. 
   Os períodos considerados  na pesquisa foram as duas temporadas de inverno, de 2012 e de 2013, nos Estados  Unidos. A análise foi realizada com base na percepção de intercambistas  brasileiros participantes do programa. Intercambistas, que viajaram e  vivenciaram a experiência durante três meses, e o gestor de uma organização  intermediária foram sujeitos entrevistados para a pesquisa. 
   A questão problema com  base na vivência pessoal e na imersão livre pela autora foi: Por que acontece  uma possível inadequação da proposta do programa em relação às expectativas dos  participantes?
   O objetivo geral desta  pesquisa é identificar as motivações e as expectativas iniciais, em relação às  reais contribuições do programa “Summer Work & Travel”, de acordo com  visões de intercambistas brasileiros. 
   Em se tratando de  estudo exploratório e, em razão da vivência pessoal na área, os objetivos  específicos são: 1) verificar se as propostas do programa “Summer Work &  Travel” atendem às expectativas dos intercambistas; 2) constatar se os consultores  têm informações sobre as expectativas dos clientes, ou sobre ao intercâmbio  escolhido pelo interessado; 3) identificar os fatores positivos e negativos da  experiência; e 4) sugerir possíveis melhorias aos responsáveis pelo  agenciamento e operacionalização do programa.
   Na aérea do  intercâmbio, as várias opções são voltadas para diversos perfis, e cada  programa tem suas especificidades. Em sua maioria, oferecem propostas de  conhecimento do idioma e da cultura do destino. Em razão da possibilidade de  trabalhar e de obter ganhos financeiros, os preços podem ser mais acessíveis, e  os programas de estudo de idiomas, em cursos livres, de graduação, ou de  pós-graduação têm preços mais elevados.
Perfis dos intercambistas e o papel do agente de viagens de intercâmbio
Sobre as peculiaridades  do intercâmbio, Tavares (2008: 239) destaca que a experiência caracteriza-se  por: 1) conhecimento da cultura do destino; 2) alta expectativa de retorno,  pois, para a maioria, é sonho de alto investimento pessoal, com possibilidade  de desenvolvimento profissional e pessoal; 3) antecedência da compra, em razão  da permanência e da alta expectativa de retorno, 4) exigência de muito  planejamento e de cuidados com vistos e documentações diferenciados; 4) viagem  solitária, que gera maior aproveitamento, pois é necessária a prática diária do  idioma local para interação e solução de problemas; 5)  foco no objetivo e procura de agência para  entender e organizar o programa, de acordo com as necessidades do cliente e com  a orientação do consultor; 6) aspectos sócio demográficos, como idade, gênero,  renda, escolaridade, do perfil do intercambista que escolhe o programa; 7)  informações sobre o país e atuação de parceiro internacional para evitar  choques culturais.
   O setor de agências oferece  padronização na comercialização de diferentes programas de intercâmbio, com  pré-requisitos específicos, como idade, gênero, tempo de permanência e vistos.  A especialização do profissional de atendimento e o domínio do conhecimento  sobre o programa oferecido, conforme explica Tavares (2008), são fundamentais. 
             As agências oferecem várias modalidades de propostas, que incluem  transporte aéreo com descontos especiais para estudantes, de seguro viagem, curso  de idiomas, cursos livres, cursos de graduação, ensino médio (high school), de pós-graduação, au pair, trabalho de férias,  acampamentos, entre outros. Os destinos constituem uma gama de opções (BABIN e KIM, 2001; BELTA, 2014) 
   Segundo o infográfico sobre  o perfil geral dos intercambistas brasileiros, 73% têm até 17 anos, e 20% têm  de 18 a 30 anos. Para prática do inglês, Estados Unidos é o segundo país mais  procurado, e analisando o investimento médio dos estudantes, o programa de  trabalho é o terceiro mais acessível. Os cursos de idiomas e de férias, em  razão da curta duração são os mais procurados (REVISTA EXAME.COM, 2013; EXPO  BELTA, 103; BELTA, 2014).
   No agenciamento de  intercâmbio, o consultor, agente de viagem, é o principal responsável e orientador  do intercambista, no momento da compra. Conforme o modelo conceitual do  processo e dos fatores que influenciam as recomendações dos destinos pelos  agentes de viagens, a influência da agência depende da antecedência da  aquisição e da situação pessoal do cliente. Priorizar a qualidade do  atendimento em relação ao interesse no lucro para a empresa é determinante para  sua satisfação (TOMELIN, 2001; DIAS E CASSAR, 2005; BRAGA, 2008)
   Para Cooper et al (2003), o papel do agente,  definido como varejista, é de conselheiro imparcial, além de profissional de  vendas. Com a variedade de ofertas, é importante identificar o perfil desses  clientes e indicar-lhes o programa adequado, ou identificar possíveis  oportunidades de atuação no exterior.
   Os profissionais da área  precisam estar sempre atentos às necessidades explícitas e implícitas do  cliente, suas vontades, seus anseios e sonhos, suas satisfações e insatisfações.  Flexibilidade, credibilidade, habilidades em relacionamentos, interesse no  aprendizado contínuo de novas tecnologias, na criação de estratégias para competitividade  e diferenciação no mercado são aspectos fundamentais (BRAGA, 2008; DARIAS;  TALAVERA; RODRIGUEZ, 2010).
   Conforme enfatiza Tavares  (2008: 242), “os clientes desse segmento de turismo são exigentes e demandam mais  tempo e visitas, considerando o fato de que, muitas vezes, são os pais que pagam  a viagem para o intercambista, que tem em torno de 15 a 25 anos de idade, conforme dados dos clientes da  agência especializada CI – Central de Intercâmbio”. Para Oliveira (2012),  muitos pais que pagam para viabilizar o programa são de classe C, nunca tiveram  a oportunidade de realizar a viagem e sentem-se satisfeitos em proporcioná-la  aos filhos (FOLHA DE SÃO PAULO, 2014; BBC BRASIL, 2014).
   Entre exemplos de meios  pelos quais as pessoas tomam conhecimento e se interessam por fazer intercâmbio  estão: e-mails marketing, newsletters,  panfletagens, outdoors, anúncios em  jornais e revistas, sites de buscas e de agências, e, principalmente, indicação  de amigos e de conhecidos. 
   Para Hargreaves;  Zuanetti e Lee, R. (2011), as agências são empresas prestadoras de serviços que  lidam com clientes de altas expectativas e que buscam plena satisfação, visando  à excelência nos mínimos detalhes, por isso os produtos e serviços devem ser de  ótima qualidade e personalizados.
   Em sua maioria, as  grandes agências de intercâmbio são, além de operadoras turísticas, vendedoras  de intercâmbio, definidas por Tomelin (2001) como produtoras de seus próprios  serviços internacionais, que os vendem ao consumidor final. São também operadoras  nacionais.
   O marketing de  relacionamento é pré condição para a concorrência das agências e das operadoras  no mercado, que precisam ter inteligência para estreitar laços, fidelizar e  manter seus consumidores reais e conquistar novos clientes. A comunicação torna-se  decorrência natural, pois gera a conhecida “propaganda boca-a-boca” ao indicar  a empresa e seus produtos às pessoas próximas que se tornam consumidores  potenciais, conforme explica Perussi (2008).
   De acordo com  Hargreaves, Zuanetti e Lee (2011), para se destacarem e atraírem consumidores, as  diversas empresas da área lidam com grande diversidade de ofertas e buscam a  valorização da marca e de seus produtos, por meio de altos investimentos em  marketing, com ênfase à qualidade no atendimento e nos serviços agregados.
   Em razão disso, as  agências e operadoras de intercâmbio costumam abrir franquias para fortalecer a  marca, terem controle dos pontos de venda e da qualidade do atendimento,  exigindo especialização dos profissionais (PERUSSI, 2008;  BETT, 2012, OLIVEIRA, 2012).
Comportamento do consumidor no turismo
             No âmbito comportamental do consumidor de turismo, vários modelos de  análise definem as tipologias de turistas. O próprio conceito de turismo  fundamenta-se no movimento das pessoas, que saem do seu lugar de residência  habitual, motivadas por condições do ambiente emissor e do ambiente receptor. (SWARBROOK & HORNER, 2002). Em 1979,  Leiper apresentou modelo em que o turista é o principal ator do sistema, ou da  “indústria do turismo”. Para ele, o espaço geográfico do turismo abrange também  a região de trânsito entre o lugar de origem e o destino e as organizações de  produção e de mercado turísticos. Vários autores, como Ruschmann (1997),  Barretto (1999), Swarbrook e Horner (2002), Pearce (2003), Cooper et al (2003), abordam os modelos de  tipologias de consumidores de turismo, que são sucintamente descritos a seguir. 
               O sistema psicográfico de Plog (1974) classifica  os turistas em: alocêntricos (são extrovertidos, interativos, curiosos e  interessados em explorar culturas); quase-alocêntricos (apreciam desafios e  ecoturismo); meio-cêntricos (priorizam o entretenimento e a tranquilidade);  quase-psicocêntricos (são seguidores, porque visitam destinos já explorados por  muitos turistas), psicocêntricos (são conservadores, atentos à segurança,  preferem roteiros monitorados por guias e ambientes familiares). Assim como a  maioria dos modelos, o sistema de Plog foi criticado, em razão da  heterogeneidade da demanda turística e das mudanças das características dos  destinos, bem como da natureza compósita do produto turístico, cujo significado  é a impossibilidade de prever sua adequação pelo próprio turista  concomitantemente ao processo de consumo. O estudo de Plog, porém, é importante  para incentivar novas pesquisas e análises do perfil e do comportamento do  consumidor de turismo, além das condições de hospitalidade dos destinos. 
              De acordo com o modelo de escolha do consumidor de turismo de Schmöll  (1977), recomendações e comunicação estimulam o consumidor a viajar, e a  realização da viagem depende de variáveis de caráter social e subjetivo,  relacionadas às necessidades, aos desejos e às expectativas do turista.  Experiências anteriores, poder aquisitivo e tempo também são fatores inerentes  ao perfil e às condições do turista. A qualidade dos serviços, dos atrativos,  dos produtos e da infraestrutura determina a imagem que o turista elabora sobre  o destino para decisão de realizar a viagem. 
              Para Cohen (1979), os consumidores de turismo são classificados em  quatro categorias: turistas de massa organizados, participam de grupos em  viagens cujos pacotes são elaborados por agências, e a programação inclui  serviços e atrativos pré-definidos e contatos restritos com a cultura dos  destinos; turistas de massa individual, que se diferencia do anterior pela  flexibilidade do pacote, cuja programação poder ser alterada pelo consumidor;  turista explorador, tem autonomia na escolha e na realização da viagem e seu  interesse é descobrir destinos e vivenciar a cultura local, sem exigência de  infraestrutura desenvolvida; turista errante, suas prioridades são a imersão na  cultura e convivência com a comunidade do destino. 
             Destacando-se o consumidor turista como razão e fundamento da atuação  organizacional e da constituição do sistema turístico, Isso-Ahola (1982) criou  o modelo da psicologia social do turismo. Inicialmente, o autor identificou os  fatores motivacionais do lazer, ligados às necessidades de evasão da rotina e  de busca de outros ambientes e posteriormente aplicou-os ao estudo do turismo.  O modelo é representado graficamente por matriz de dois eixos – fuga do  ambiente cotidiano e busca de recompensas - e de quatro elementos representados  por quadrantes em plano unidimensional: ambiente pessoal, ambiente  interpessoal, fatores pessoais e fatores interpessoais. Os elementos  combinando-se de acordo com as circunstâncias da viagem. O turista pode, por  exemplo, viajar em razão da descaracterização do ambiente urbano e buscar  destino que lhe proporcione compensações pessoais de vivenciar a autenticidade  cultural.
               Com base no grau de envolvimento dos turistas e de fatores internos  (conhecimento pelo turista) e externos (informações recebidas pelo turista)  Crompton (1992) criou o modelo de escolha dos destinos. Em síntese, os  elementos do destino determinam a decisão de escolha consciente pelo turista,  cuja análise das vantagens e das desvantagens da viagem fundamenta a classificação  dos destinos em duas categorias, os preferidos e os descartados. Tanto em uma  categoria como em outra, Crompton (1992) identificou várias subcategorias,  desde os destinos efetivamente escolhidos, em razão de imagem, conceitos  positivos ou informações favoráveis, até os destinos rejeitados, em razão de  pontos fracos, imagem, conceito, ou informações negativos. O modelo enfatiza a  importância da atuação dos agentes de turismo e dos gestores dos destinos na  gestão de marketing dos destinos, por meio de estratégias eficazes de  marketing.
             Barretto (1999) aprofundou a análise do modelo de Smith (1977), que  identifica sete categorias: turistas de charter, grupos que formam massa e  mantêm contato mínimo com a comunidade do destino e consomem serviços do mesmo  padrão do local de origem; turistas de massa, mantêm-se distantes da cultura  local, mas esperam atendimento qualificado; turistas de massa incipientes, são  exigentes quanto aos serviços de hospitalidade comercial e a estruturas de  lazer e apreciam a autenticidade cultural; turistas não-usuais, são excêntricos  na descoberta de novas culturas autênticas e rústicas, apesar de viajarem  organizadamente em pequenos grupos; turistas fora da trila, preferem isolamento  e originalidade para maior satisfação com a viajem; turistas de elite, realizam  viagens para muitos destinos, organizam a programação mesmo para itinerários em  lugares pouco explorados; turistas exploradores, em número restrito, interagem  com as comunidades locais, vivenciando sua cultura. 
              Com base em quatro estágios, conhecimento, percepção e avaliação,  intenção e recomendação, Klenosky e Gitelson (1998) enfatizam o papel dos  agentes de viagens na comercialização de destinos turísticos. O conhecimento  dos destinos pelos agentes como vão desde propaganda até experiência como  turista. A percepção e avaliação contempla vivência real do destino, e fatores  naturais (clima), culturais e logísticos (serviços) são fundamentais. A  intenção de recomendar o destino depende da modalidade da viagem (duração,  distância, época, transporte, tempo e orçamento). A recomendação é determinada  pelo perfil do turista, com base em aspectos demográficos, estilo de vida e  valores. 
             É importante observar que esses modelos analisam os turistas de lazer, e  a exemplo do estudo de Plog (1974), podem ser criticados pelas suas  generalizações e limitações. As críticas, porém, não devem desconsiderar suas  contribuições e suas aplicações para tipologias dos diversos perfis de  turistas, entre os quais, os turistas de intercâmbio, foco deste estudo. Além  disso, novos modelos podem ser criados, de acordo com as realidades e  motivações dos turistas, bem como das circunstâncias das viagens. Nesse  sentido, com base nos modelos apresentados neste tópico, este estudo sugere a  possibilidade e as potencialidades de criação de modelo de análise do  consumidor de turismo de intercâmbio. 
              O turista de intercâmbio, ou intercambista, faz parte de demanda  turística, que reúne pessoas com necessidades e desejos de consumir serviços e  produtos e de vivenciar experiências em destinos turísticos. A demanda  turística, que é o conjunto de consumidores de atividades turísticas é  influenciada ou determinada por fatores motivacionais, como poder aquisitivo e  tempo livre, bem como expectativas em relação à oferta, incluindo preços e  qualidade dos serviços, além de modismo, divulgação, variações climáticas e  crises econômicas. Em razão da intensidade da relação do consumidor com a  oferta turística, a demanda classifica-se em: real, reprimida ou suprimida,  potencial, deferida e não-demanda (KOTLER, 2000; ETZEL, WALKER e STANTON, 2014).
Intercâmbio de trabalho e seus retornos
Entre as diversas  modalidades intercâmbio comercializadas, o trabalho de férias nos Estados  Unidos, definido pelas agências e regulamentado pelo governo americano, é, no  geral, voltado para jovens universitários de 18 anos até 29 anos de idade, com vínculo  universitário, conhecimento de inglês, dispostos a trabalhar mais de oito horas  por dia em vagas básicas e temporárias já devidamente selecionadas, ainda no  Brasil, antes da viagem, e com possibilidade de obter segundo emprego no local,  além de dividir acomodação com outras pessoas. 
   Sebben (2007) explica  que, para o programa, não há necessidade de qualificação prévia, e os viajantes  têm a oportunidade de praticar o idioma no exterior, além de receber salário  durante sua permanência de até três meses. Essa permanência possibilita  vivência do estilo de vida americano, conhecer e trabalhar com pessoas de diferentes  nacionalidades, além de turismo. Sebben (2007) também destaca que é considerado  o programa é excelente, mas recomenda rigor no planejamento para evitar futuras  frustrações.
   Segundo sites e  agências de intercâmbios como IE - Intercambio, CI - Central de Intercâmbio e Experimento  e da Embaixada Americana, o programa de trabalho, no geral, oferece vagas em  locais de práticas turística e de lazer, com tarefas simples, repetitivas e  operacionais, como salva-vidas em parques aquáticos, camareiros em hotéis,  garçons em restaurantes e lanchonetes, caixas e várias opções em estações de ski com salários na média de $ 7  dólares por hora trabalhada. O preço depende da agência e da modalidade do  programa escolhido. Se o próprio cliente encontra uma vaga, é mais acessível,  mas se a agência fizer todo o processo, inclusive, de encontrar ofertas de  trabalho, é mais caro, em torno dos $2.500 dólares. Além desse custo, há  despesas como passagem aérea, seguro viagem, alimentação, transporte e  acomodação. As acomodações, normalmente, são sugeridas pela organização  internacional (sponsor) ou pelo próprio  empregado da organização parceira para reduzir esse custo. Os jovens precisam  saber administrar o rendimento com seu primeiro e, algumas vezes, até seu segundo  emprego para pagar seus compromissos, podendo também guardar dinheiro para sua  viagem pós-intercâmbio. 
   O intercambista, que  vai a trabalho, não pode ser definido simplesmente como visitante internacional,  já que essa pessoa viaja a país diferente por período inferior a um ano, longe  de sua residência e ambiente habituais, com objetivo de trabalhar, não somente  de praticar turismo. Para entender esses fluxos turísticos, estudam-se as  diversas variáveis e motivações que justificam esse deslocamento, como: lazer,  férias, visitas a parentes e amigos, negócios, atividades profissionais e  outros.
   Para o mercado turístico em questão,  analisou-se a demanda turística com base em seus fatores determinantes e  variáveis básicas, relativas às características pessoais dos intercambistas e  do programa de intercâmbio.
   O  intercâmbio tem vantagens e desvantagens. Como vantagens, Sebben (2007) destaca  a liberdade dos intercambistas de tomarem decisões sozinhos e serem respeitados  longe de casa, a nova noção de cidadania e de responsabilidade social, o  sentimento de orgulho e de independência, as conquistas de novas amizades e o  autoconhecimento. Ao mesmo tempo, evoca saudades das pessoas próximas e da  rotina familiar, dos costumes e das tradições culturais. As expectativas na  chegada são grandes, e mesmo com muitas pesquisas anteriores, podem não se  confirmar, em relação a diversos aspectos como: a acomodação, a alimentação, o  clima e até o trabalho escolhido. No momento do retorno, deve-se analisar se o  objetivo final foi atingido.
Método
Para Dencker (2003) e  Gil (2009), o objetivo da pesquisa científica é resolução de problemas, com  base na observação e na indagação sobre fatos reais. O processo de planejamento  da investigação é formal e sistemático, com aplicação de métodos e de procedimentos  consistentes para produção de conhecimentos, evitando improvisação e  desequilíbrio, indicando previsões, possíveis desvios e correções. 
   A pesquisa de campo para  coleta de dados, inicialmente, foi in  loco, por meio de observação direta e, posteriormente, da imersão livre e  informal, em contatos com participantes do programa “Work and Travel” e com o  gestor do programa em uma organização intermediária.
   As pesquisas são  classificadas em diferentes níveis, sendo a pesquisa em questão exploratória,  de estrutura flexível com objetivo de, conforme explica Gil (2009),  proporcionar maior clareza ao problema, envolvendo combinação empírica, levantamento  bibliográfico e aplicação de questionário a pessoas que vivenciaram a situação,  no caso, os ex-intercambistas. É também de natureza descritiva que, conforme  Gil (2009), tem como objetivo primordial a descrição das características de  determinada população ou situação, utilizando-se de técnicas padronizadas de  coleta. Em razão disso, foram estudadas as características dos participantes. Para  a fundamentação teórica, foram utilizados estudos e pesquisas já realizados na  área do turismo com ênfase nas definições e conceitos sobre o tema de turismo  de intercâmbio.
   Visando a fornecer  informações mais profundas, reais e completas, a pesquisa foi desenvolvida por  meio da abordagem mista. Com questionário survey para coleta de dados, como idade e nível socioeconômico, a pesquisa quantificou  as informações, organizadas por técnica estatística de percentagem (Gil, 2009). 
   A observação  participante embasou-se em opiniões, atitudes e preferências, descrições que  não podem ser traduzidas em números e são analisadas indutivamente por interpretação  de casos particulares. Constitui panorama do perfil dos participantes, de sua  expectativa quanto à experiência de trabalho nos Estados Unidos,  contrastando-as com as reais contribuições do programa. Dessa forma,  realizou-se imersão livre na realidade com entrevista informal aos atores-chave,  que tiveram voz na pesquisa para conhecer a realidade vivenciada e para identificar  respostas aos questionamentos pertinentes ao trabalho.
   Para Yin (2001) e Gil  (2009), a exploração profunda e detalhada de novos processos ou comportamentos  sociais, além da pesquisa de campo, é investigação empírica, realizada no local  onde ocorre ou ocorreu um fenômeno, ou que dispõe de elementos para explicá-lo.
   Além da observação participante, realizam-se entrevistas  informais com cinco ex-intercambistas e posterior aplicação de questionários estruturados,  com perguntas pré-elaboradas, fechadas, abertas, semi-abertas, dicotômicas, de  gradação de opiniões, e também de múltipla escolha. Além de sistemáticas,  enfatizaram-se: o problema a responder e os objetivos a serem alcançados. As  questões de pré-requisitos para participação no programa já haviam sido  consideradas, não sendo necessário aplicar questionário ou realizar entrevistas  com eles.
   O questionário foi  respondido por 107 sujeitos, sem a presença do  pesquisador, por meio da ferramenta de pesquisa online Google Docs, em  razão do tempo, da limitação de recursos e da amostragem não probabilística e  representativa do universo total de intercambistas, bem como da praticidade, da  eficiência e da eficácia. O critério de acessibilidade é pouco rigoroso, já que  o pesquisador utiliza dos elementos mais disponíveis da população. Do total de  questionários, 107 foram considerados válidos. Durante as análises e  apresentações dos resultados, porém, foi possível contornar essa desvantagem,  tabulando os dados, utilizando técnicas estatísticas com geração de gráficos de  porcentagem.
   A aplicação foi feita,  principalmente, por meio de mensagens privadas enviadas aos participantes de grupos  relacionadas ao tema nas redes sociais, além de contato com pessoas próximas,  como amigos e colegas de trabalho que foram participantes. O período de duração  da aplicação da pesquisa foi de 15 dias, no mês de setembro-outubro do ano de  2014, onde se abordou participantes das duas ultimas temporadas de inverno,  2012 e 2013.
Resultados da pesquisa e análises
Após imersão durante a  vivência pessoal no programa e abordagens de participantes nas redes sociais,  para conhecer sua experiência, foi possível perceber que as motivações  principais foram: a prática do idioma, os ganhos financeiros e a independência  pessoal. No geral foi uma experiência foi considerada “muito boa”, em razão das  amizades conquistadas, aos aprendizados à conquista da independência pessoal. A  qualidade da consultoria varia de agência e de consultor, e o conhecimento do  programa foi por ações de marketing e indicação de amigos e parentes. A prática  do idioma, porém, não agradou a todos em razão, principalmente, da grande  convivência com brasileiros. 
   Muitos acreditam que a  falta de identificação com o programa foi por razões pessoais. Poucos sugeriram  mudanças nessa primeira abordagem. As sugestões foram: melhor orientação e  menor contato com brasileiros.
   Durante o programa  houve muita insatisfação em relação ao trabalho cansativo, às regras muito  rígidas do empregador e ao suporte dado pela agência e pelo patrocinador local.  Sugestões pessoais de melhoria seriam cursos livres que oferecessem a  oportunidade de praticar mais o inglês em nível mais acadêmico e opções de  escolha de acomodação, tendo casa de família americana como opção.
   A opinião sobre o  programa altera-se: antes (grande expectativa), durante (mistura de realização  e decepção) e depois (saudade, apesar das decepções) da experiência.
   A decisão de fazer um  intercâmbio já era algo antigo baseado em todos benefícios que poderia  proporcionar, mas até então, em razão do alto investimento nos programas, eram  somente planos. Foi por meio indicação de colega do curso na universidade que  surgiu o interesse de mais informações e esclarecimentos sobre o programa. A  indicação se deu devido ao desejo de realização de intercâmbio e à  impossibilidade diante do alto custo. Segundo relato de tal colega, o preço do  programa era mais acessível que muitos outros e ainda era possível reaver tal  investimento com o rendimento do trabalho. 
   Por meio de contatos  com diversas agências para entender melhor e saber valores cobrados para  participar do programa e no geral, as agências, oferecia basicamente o mesmo  programa com pequenas diferenças, a principal diferença estava no atendimento  ao cliente, já que a maioria das agências somente enviava e-mails padrões sobre  o programa sem se importar em entrar em contato, convidar para ir até a loja ou  responder com mais pessoalidade aos e-mails. Apesar disso nenhuma das agências  mencionou com melhores detalhes a rotina e o tipo de trabalho que seria  oferecido, pois se apegavam aos pontos positivos do programa não abordando a  parte complicada e difícil do mesmo.
              Após  a escolha do programa e da agência feita, com base, respectivamente, no menor  investimento, garantia de retorno financeiro e do atendimento inicial prestado  pelo consultor, iniciou-se o processo de ofertas de vagas, feiras de  contratação, entrevistas, processo de visto, além de serviços extras como  seguro, passagem aérea, compra de moedas. Durante todo o processo o consultor  ofereceu suporte e ajudou, mas era nítido que tinha pouco conhecimento sobre o  que estava vendendo já que praticamente toda às vezes fez consultas à matriz da  agência para obter mais informações, se classificando por um atendimento  regular ou ruim, onde se oferecia suporte, mas não passava confiança e  credibilidade. 
   Inicialmente todos  estavam bem animados com a oportunidade de aprenderem algo novo, trabalharem em  uma empresa internacional, ganharem em dólar e a liberdade e independência que  tinham, mas com o passar do tempo foi perceptível que muitos ficaram insatisfeitos  com a rotina pesada de trabalho, com o tipo de trabalho monótono que não gerava  mais nenhum conhecimento novo, com a intensa convivência com brasileiros que  atrapalhava bastante a prática do outro idioma já que todos foram obrigados a  se acomodarem no mesmo motel.
   Poucos aproveitaram  adequadamente as oportunidades do programa, como cultivar amizades com colegas  de trabalho americanos, conversar e praticar os idiomas com hóspedes do resort  e curso oferecido pela universidade local dentro do centro de conferência do  resort. Alguns desistiram do programa logo no início do segundo mês e voltaram  ao Brasil.
   Em entrevista informal  com a gerente dos produtos de trabalho de uma grande agência de intercambio  nacional, foi relatado que a queda da venda no programa trabalho de férias foi  sentida na agência após a crise financeira dos Estados Unidos em 2011 onde as  ofertas de trabalho no país ficaram significativamente prejudicadas, meios de  comunicação importantes como BCC Brasil e UOL Notícias publicaram no segundo  semestre de 2011 artigos sobre essa realidade, que não tinha perspectiva de  mudança a curto prazo, de taxa de desemprego considerada “inaceitavelmente  alta” de 9,1%; além disso o perfil do jovem universitário apresenta mudança, já  que não estão mais dispostos a trabalhar intensamente para ganhar dinheiro, e  sim aproveitarem a viagem ao exterior para estudar e fazer turismo. Por outro  lado a gerente do programa, percebeu que o intercâmbio de estudo e trabalho se  popularizou para esse novo perfil, que busca aprender o idioma com o estudo,  além do trabalho e em vagas mais específicas e valorizadas (BBC BRASIL, 2011; UOL  ECONOMIA, 2014).
   Após  aplicação do questionário para 160 pessoas, obtiveram-se 107 respostas que  foram analisadas com base na fundamentação teórica. O instrumento continha  questões, cujas respostas foram quantitativas, e outras foram qualitativas por  meio das opiniões dos participantes sobre sua experiência durante todo o  programa. 
   Inicialmente  buscou-se identificar o perfil do participante com algumas questões  relacionadas ao tema, excluindo questões que trariam dados que são  pré-requisitos para participar do programa, como estar cursando uma graduação.  As perguntas dessa primeira parte foram: gênero, idade e renda familiar mensal.  As perguntas seguintes foram sobre a fase pré-venda e avaliação final da  experiência. 
   Houve  pequena predominância do gênero masculino. Jovens de ambos os gêneros sentem-se  igualmente motivados a fazer um intercâmbio de trabalho. 
   Os jovens normalmente  dedicam-se à formação de ensino superior, pré-requisito para o programa. Buscam  vivência de experiências novas e que agreguem novos conhecimentos para  qualificação e inserção no mercado de trabalho. Durante a observação  participante, foi possível perceber que vários só haviam trabalhado anteriormente  em intercâmbio de trabalho, sendo essa sua primeira experiência profissional.
   O perfil econômico dos participantes é de médio para alto. A metade, 50%,  tem renda entre 6 e 15 salários mínimos, e uma significativa porcetagem, 30%, tem  renda de mais de 15 salários mínimos. 
Na fase pré-venda, a indicação de amigos ou parentes foi o principal meio de informação, reforçando a importância de oferecer serviços e produtos de qualidade, que agradem e atendam às expectativas dos consumidores. É essencial adequar as expectativas dos futuros participantes com a realidade. Verifica-se também a necessidade de modernização e de atualização tecnológica, pois o segundo principal meio de divulgação foram ferramentas online, como internet, mídias sociais e sites. As mídias offline não atingem esse público.
A maioria dos partipantes adquiriu o programa com mais de quatro meses de  antecedência. Programas de intercâmbio no geral exigem planejamento financeiro  rigoroso. 
         
   Para a  maioria, o atendimento foi excelente, muito bom ou bom, em razão do fato de  clientes terem pouco conhecimento sobre intercâmbio e de os consultores terem  consciência de que o investimento é grande e se dedicam para satisfazer suas  necessidades e expectativas.
   Os que,  entretanto, o avaliaram como regular, ruim ou muito ruim relataram situações  desanimadoras. Como orientações erradas sobre a rotina e as tarefas a serem  exercidas, enfatizou-se falta de retorno nos momentos em que solicitaram apoio.  Para não perderem a venda, os consultores apresentam o programa como sendo o  “paraíso”, e os intercambistas criam expectativas diferentes da realidade. 
            Sobre a motivação, a maioria dos  intercambistas visou à valorização curricular, por meio de experiência  internacional e da prática do idioma, já pensando no futuro profissional em  cenário competitivo, considerando o intercâmbio como diferencial no momento de  concorrer para uma vaga no mercado de trabalho. Também consideram importante  motivação os desafios que seriam vividos e a independência pessoal, aliados à possibilidade  de ganhos finaceiros e de praticar turismo durante e depois do programa. 
  É importante  observar a argumentação da gerente de intercâmbio de trabalho da agência STB,  Rosana Lippi, que “o candidato precisa refletir e ter certeza de que está  entrando na experiência adequada a seus objetivos" garantindo aprovação  final em relação a escolha feita” (REVISTA  M DE MULHER, 2014). 
A maioria dos participantes acredita que tem o perfil para o programa, é motivado a trabalhar por três meses no mercado americano. Ainda assim, depois da vivência, uma parcela deles escolheria outro programa de intercâmbio para investir, como pode ser visto na questão seguinte. Na pergunta referente ao perfil do intercambista, em relação à vaga escolhida, o percentual mudou completamente, mostrando que a maioria não tem o perfil para as vagas ofertadas.
Alguns, que  acreditam ter o perfil para o programa de trabalho, informam que escolheriam  outro programa. Destes, a maioria faria cursos mais voltados ao estudo, como  pós-graduação, seguido do programa que ofereça curso de inglês ou livre. O programa  de estudo e trabalho também é visto como opção viável, pois contempla dois  importantes objetivos.
   Entre os  programas escolhidos, dois deles não possibilitam ganho financeiro e são mais  onerosos, principalmente, o de pós-graduação. O custo do programa não foi uma  das principais motivações.
                Em relação à questão sobre o  principal emprego, entre os relatos, o trabalho mais citado foi camareiro(a),  em seguida, salva-vidas e, na sequência, várias outras atividades operacionais,  como atendente, caixa, lavador de pratos, garçons e suporte nas estações de ski. Somente onze entrevistados tiveram second job, e, ao avaliar os trabalhos  citados durante a observação participante, essa escolha foi em razão dos baixos  salários pagos para se manter, sendo necessária uma segunda fonte de renda.  Pelo relato dos participantes, entretanto, muitos desses trabalhos foram  avaliados como desumanos e até exploratórios, em razão de problemas com os  empregadores e às condições a que alguns foram submetidos.
             Quanto à adequação da vaga ao perfil  e à ceitação,  somente 13 participantes identificaram-se com seus trabalhos. Os outros só  aceitaram, porque estavam dispostos a qualquer experiência nova, inclusive de trabalho;  por falta de opção; seria o melhor trabalho e com melhor remuneração; tinham visão  errada do emprego, por falta de orientação do consultor; entre outros motivos.
   Perceber que  o trabalho não é adequado ao perfil, após a aquisição do programa, ou até já  estar vivendo a experiência gera descontentamento e frustração por parte dos  participantes, pois o investimento de tempo e dinheiro é alto. É possível que  uma melhor orientação no momento da venda evitasse esse problema e gerasse mais  vendas futuras aos mesmos clientes. 
               Em termos de  satisfação, os resultados foram razoavelmente bons. Avaliando o empregador, trabalho exercido, salário pago, ambiente,  localização, tarefas, custo para sustento e para viajar, a aceitação e as  opiniões foram, em sua maioria, positivas, mas com diferentes experiências e  algumas decepções. Foram relatados casos de aprovação do empregador, de  condições de trabalho satisfatórias, tarefas divertidas e salário razoável, mas  também houve relatos sobre supervisores e gerentes arrogantes e pressionadores  e péssimas condições de trabalho.
          Para programa de trocas culturais e de alto  investimento financeiro, cujo foco é o trabalho, relatos de insatisfação com  esse aspecto representam incompetência e irresponsabilidade dos fornecedores,  dos prestadores dos serviços de agenciamento e de consultoria.     
   A maioria  dos participantes teve ótimas oportunidades interculturais (conhecimento,  experiência de trabalho e prática do inglês), mostrando que a iniciativa foi  compensadora. Para alguns, o programa superou a expectativa, pois conseguiram  realizar cursos gratuitos ou de pequeno investimento e de curta duração,  oferecidos localmente, ou em parceria com o empregador. 
Para a maioria, o intercâmbio agrega ou agregará diferencial ao currículo. Isso foi comprovado, indicando que suas expextativas e motivações foram satisfeitas.
No geral, o  programa foi avaliado como positivo, mas não completamente, pois a maioria fez considerações  às questões abertas, ao final da pesquisa. 
   Como a análise geral do programa é positiva, apesar de seus pontos  negativos, a maioria o recomendaria,   pois o programa proporciona nível intenso de aprendizem e lições de  vida.  Nas respostas dissertativas explicam  tais pontos, visando alinhamento de expectativas.
No geral, as  agências não enviaram aos intercambistas um pedido de avaliação final sobre a  experiência, o que mostra falta de interesse e de disposição em obter retornos para  possíveis mudanças e melhorias do programa.
   A pesquisa  de opinião é importante, em razão da possibilidade de identificar e de analisar  as alterações de hábitos e preferências da demanda ao longo do tempo,  conhecendo efetivamente os desejos dos clientes e buscando superar suas  expectativas, tornando-os fieis.  São  fontes de informações para adequação do programa ao perfil do público alvo,  estratégias de marketing, vendas e elaboração de relatórios de desempenho. A  qualidade em serviços depende do reconhecimento e do feedback do cliente.
   Quanto à  avaliação geral da experiência e às expectativas em relação ao benefício do  investimento, a maioria dos participantes declarou-se muita satisfeita. Para alguns,  apesar da satisfação, as ressalvas foram em relação a situações desconfortáveis.  Além desses, pequena parcela declarou-se muito insatisfeita.
   As razões  foram diversas, de acordo com a subjetividade da avaliação, dependendo da  agência de intercâmbio, do consultor, do empregador, da cidade, da acomodação, dos  imprevistos. A experiência é singular, particular, podendo ser positiva, negativa,  ou mista.
   Entre os  participantes completamente satisfeitos (64%), ou somente satisfeitos (30%), as  justificativas foram: contato com uma cultura diferente (aprimoramento das  relações interpessoais com moradores locais e também do país de origem do  intercambista); aprendizado e prática do idioma; responsabilidade pessoal; possibilidade  de praticar atividades de lazer no tempo livre; possibilidade de fazer muitas  compras; conhecer outros destinos durante o grace  period, com poucos gastos e ainda auferindo renda durante o programa de  duração perfeita aos que ainda estudam, gerando intenção de retorno até o fim  da graduação.
   Para a maioria, houve também melhora na prática do idioma, o que significa  que suas expectativas e motivações nesse aspecto também foram satisfeitas.  Alguns atentaram ao fato de que esperavam mais brasileiros dispostos a praticar  inglês e que a busca por oportunidades de trocas culturais e prática do idioma  é inerente à vontade e liberdade individual de escolha.
   Alguns destacaram  que gostaram muito da localização da acomodação e da infraestrutura da cidade  com opções de lazer, como ski,  patinação no gelo, parque de diversão, centros de compras. Outros ainda tiveram  mais oportunidades interculturais, como foi mostrado nos gráficos, que foram  bem aproveitadas. Principalmente para os que se dedicaram mais e tiveram pouco  contato com brasileiros, o programa foi perfeito.
   Em relação  ao pontos negativos, muitos tiveram decepções, principalmente, em termos de  trabalho, como foi apontado nos gráficos. Esperavam salários mais altos, mais  opções de vagas e que as tarefas atribuídas às vagas escolhidas fossem  diferentes como, por exemplo, com atividades menos intensivas, menos cansativas  e menos repetitivas, mais desafiadoras e focadas na prática diária do idioma. Com  o tempo, porém, acostumaram-se, e consciência da curta duração ajudou-os a  suportar as dificuldades. Nem todos, porém, suportam as frustações,  traumatizam-se, ao ponto de retornarem ao Brasil antes do término do programa.
   A acomodação  também foi alvo de críticas em certas situações, como em relação à sua  localização. A falta de infraestrutura da cidade entre trabalho e residência com  poucos ou nenhum de transporte público, dificultava muito a locomoção no inverno  rigoroso. Além da estrutura precária e da limitação do espaço de algumas acomodações  causar superlotações, muitas vezes, de pessoas de mesma nacionalidade, não  havia interatividade entre intercambistas de diferentes nacionalidades,  restringindo-se a troca de referências culturais e idiomáticas.
   Em termos  gerais, esperavam-se também mais atividades de lazer organizadas pelo sponsor local e mais tempo livre para  poder realizá-las. Além disso, alguns já haviam tido problemas antes mesmo de  embarcar, durante a experiência de pré-venda, como: orientações inadequadas,  oferta de passagens por preços altos, promessas superficiais e enganosas de “intercâmbio  dos sonhos”.
            Importantes  reflexões podem ser apresentadas com base na aplicação dos modelos de Plog (1974),  Schmöll (1977), Cohen (1979), Isso-Ahola (1982), Crompton (1992), Smith (1977),  Klenosky e Gitelson (1998) e no estudo sobre turismo de intercâmbio, do  Ministério do Turismo do Brasil (2012), para a tipologia do perfil e da análise  do comportamento do consumidor de turismo de intercâmbio, objetos deste estudo.  Com base no sistema psicográfico de Plog (1974), infere-se que o intercambista  é alocêntrico, em razão da curiosidade em explorar cultura, quase-alocêntricos,  por apreciar desafios e também psicocêntrico, por valorizar a segurança e a  convivência familiar. 
                 O estudo confirma a adequação do modelo de escolha do consumidor de  turismo de Schmöll (1977), pois a comunicação (informações sobre o destino e  sobre o programa) estimula o consumidor a viajar, e a viagem realiza-se em  razão das necessidades de qualificação e de atualização, bem como das  expectativas do intercambista. O fato de muitas afirmarem ter interesse em  repetir a experiência confirma que experiências anteriores, poder aquisitivo e  tempo são fatores inerentes ao perfil e às condições do intercambista, que  valoriza a qualidade dos serviços e a hospitalidade dos destinos. Assim como em  todos os modelos, é difícil estabelecer classificação exata do intercambista pelo  modelo de Smith (1977) e de Cohen (1979). 
                  Pode-se, porém, afirmar que o consumidor de turismo de intercâmbio é  explorador, em razão de seu interesse em descobrir destinos e em vivenciar culturas,  ressalvando-se que ele é exigente em relação à qualidade dos serviços e da  infraestrutura do destino. Mais de 80% realizaram intercâmbio em países  desenvolvidos, como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, que se destacam pela  qualidade da oferta turística. Além disso, ele é autônomo, tem liberdade de  escolher e de decidir a realização do programa. 
               Com  base no modelo da psicologia social de Isso-Ahola (1982), verifica-se que o  intercambista busca vantagens e benefícios que não encontra em seu país. Suas  expectativas de recompensas motivam-no a realizar a viagem, cuja decisão é em  razão de fatores pessoais (necessidade de ascensão profissional), interpessoais  (valorização de conhecimento pelas organizações do mercado) e de fatores  ambientais, como os diferenciais do destino. O modelo de escolha dos destinos  de Crompton (1992) mostra que os diferenciais competitivos dos países  desenvolvidos podem determinar a realização do programa pelo consumidor de  turismo de intercâmbio. 
                 Nos Estados Unidos, país preferido pelos intercambistas, estão as  principais instituições de ensino e as principais organizações produtoras de  tecnologia e de inovação, vários dos maiores atrativos turísticos  internacionais e atuam profissionais competentes em estratégias de marketing para atrair turistas de intercâmbio. No mesmo sentido, com base no modelo  conceitual de Klenosky e Gitelson (1998), constata-se que as agências de  viagens especializadas têm papel importante na decisão de realização, pelos intercambistas,  dos programas em países desenvolvidos. São várias as agências que atuam nos países  emissores, como o Brasil, em que essas agências organizam-se em associação de  classe.
              Entre  as diversas variáveis que influenciam ou determinam a escolha do programa e do  destino, a decisão e o comportamento do consumidor de turismo de intercâmbio,  verifica-se que as motivações de explorar outros países, estudar e trabalhar  fora, atuar em voluntariado e cursar línguas predominam. A motivação de lazer,  enfatizada pelos diversos modelos de análise, representa percentual  significatio dos respondentes do questionário da pesquisa deste artigo, que consideram turismo cultural, de compras e de lazer motivação  para realizar o intercâmbio.
Considerações finais
Este estudo identificou  as motivações dos intercambistas brasileiros para participar do programa e  investigar as reais contribuições para os participantes da experiência. Para as  empresas que atuam no segmento, é fundamental melhorar as estratégias de venda  e as abordagens dos consumidores, orientando futuros clientes a entenderem a  proposta, a fim de que o programa seja adequado às suas expectativas.
              Pesquisas como essa também são importantes para as organizações  americanas que trabalham intermediando o contato entre o intercambistas e os  empregadores, pois possibilita a reavaliação do programa; e também são  importantes para futuros pesquisadores da área do turismo e do intercâmbio que  terão este material como base para estudos futuros mais aprofundados. Maior  importância comercial, com a reavaliação e mudanças, visa-se a retornos  positivos nas vendas, além ampliação de visão intelectual e científica para  novas descobertas. 
   Esta pesquisa  proporciona conhecimentos para aplicação prática, na solução de problemas  específicos sobre intercâmbio de trabalho e de férias nos Estados Unidos, além  de subsídios para identificar o perfil do participante e entender sua as  motivações, expectativas e as reais contribuições do programa.
   Após observação de  variáveis, por meio da vivência pessoal e posterior imersão livre e informal na  realidade, foi perceptível a necessidade do seguinte questionamento: Por que  acontece uma possível inadequação da proposta do programa com as expectativas  dos participantes? A hipótese fundamentou-se na satisfação das expectativas dos  intercambistas. 
   Com base na coleta de  dados, verificou-se que é essencial a identificação da adequação do programa ao  perfil dos participantes, o atendimento das expectativas iniciais dos  intercambistas, com base em resultados. Com a proposição de mudanças e de  melhorias dos serviços, sugerem-se futuras e mais profundas pesquisas sobre o  tema.
   Em relação ao  questionamento feito inicialmente, que busca entender a inadequação da proposta  do programa com as expectativas dos participantes, foi possível deduzir  logicamente com base nos resultados, que os objetivos e as motivações  principais dos intercambistas foram alcançados, como a independência pessoal,  melhora no idioma, imersão em uma nova cultura. Não há inadequação da proposta,  em razão da satisfação com o programa de intercâmbio pela maioria dos 107  respondentes dos questionários
   Em síntese,  os dados também possibilitaram afirmar que o custo do programa não foi fator  decisivo e relevante nos últimos dois anos, em razão do poder aquisitivo dos  participantes e o interesse por outros programas de intercâmbio mais caros, comprovando a análise da gerente do produto e a  realidade percebida durante a experiência pessoal de que a maioria participa do  programa mais pela experiência do que pelo retorno financeiro, realidade. Conforme  afirma a gerente, há alguns anos, os participantes priorizavam no ganho  financeiro.
  É necessário somente adequar  as expectativas dos clientes e corrigir processos do programa, em razão do  cenário de incertezas e imprevisões do mercado. As altas expectativas criadas,  muitas vezes com ajuda do consultor, cujo interesse é somente efetuar a venda,  de que o programa é ideal e a oportunidade e experiência serão únicas e perfeita,  só aumentam o risco de frustação. O participante assume o desafio, esperando  qualidade da infraestrutura do destino, das acomodações e trabalhos adequados  ao seu espírito de férias, tranquilo e divertido, o que, eventualmente, não  acontece.
   Os intercambistas que  foram bem orientados, com as expectativas realistas, adequadas às  circunstâncias, declararam-se satisfeitos ou muito satisfeitos, pois  consideraram os pontos negativos superados dos pontos positivos e aprenderam  com as dificuldades. Em razão disso, indicam e recomendam o programa aos  conhecidos, que procuram por uma experiência de vida no exterior.
   Problemas, que frustram  as expectativas dos intercambistas, são em razão da falta de controle de qualidade,  fator importante para fidelizar clientes. Os programas devem ser  personalizados. São necessárias mudanças, minimizando os riscos e os  imprevistos, estabelecendo padrões de qualidade durante todo o processo, em  relação à consultoria e à orientação, às condições de trabalho, de localização  e de moradia.
   A frustração com determinados  acontecimentos, muitas vezes, afeta outras áreas da vida do intercambista,  refletindo na evolução dos seus projetos e, até mesmo, em sua carreira. É  importante que a frequência desses acontecimentos seja minimizada e idealmente  anulada, a fim de que não haja evasão de alguns participantes após iniciarem a  experiência, ou a inibição da iniciativa e da decisão por possíveis  interessados.
   Com base nos modelos de Plog (1974), Schmöll (1977), Smith (1977), Cohen  (1979), Isso- Ahola (1982), Crompton (1992) e Klenosky e Gitelson (1998) e no  estudo do Ministério do Turismo do Brasil (2012), define-se a tipologia do  perfil do consumidor de turismo de intercâmbio. A tipologia do perfil define o  intercambista como meso-alocêntrico a alocêntrico. Ele tem autonomia, é  explorador de novas culturas e de novos lugares. É bem informado sobre os  programas, decide a realização do programa, em razão das vantagens dos destinos  (países desenvolvidos) e da atuação das agências especializadas. Renda, tempo e  preços da viagem fundamentais, mais os fatores e as variáveis ambientais  (qualidade dos programas), qualidade dos serviços de hospitalidade e da  infraestrutura  são determinantes para a decisão de realizar a  viagem. 
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