Leonardo Reichert
Rosane Maria Lanzer
Universidade de Caxias do Sul
reichertleonardo@gmail.comResumo: O turismo em áreas naturais é uma das modalidades que mais cresce nos dias de hoje. Considerando esta crescente procura por ambientes naturais, deve-se salientar que tais ambientes podem instigar a atratividade turística, principalmente por serem detentores de recursos naturais raros ou únicos no mundo. Ao mesmo tempo em que são raros, normalmente, são ambientes bastante frágeis à exploração, como é o caso das lagoas costeiras do Rio Grande do Sul. A peculiaridade da Planície Costeira sulbrasileira consiste na sua grande extensão e na presença de uma alta diversidade de ecossistemas e de um grande número de lagoas de água doce, características que não são encontradas em nenhum outro lugar do mundo. Ressalta-se a vulnerabilidade ambiental no que tange à exploração turística de lagos e lagoas, que, por serem corpos de água com pouco fluxo, acumulam a poluição e os impactos. Cabe aqui a seguinte reflexão: por serem ambientes frágeis deve-se deixá-los trancados a “sete chaves”, longe do contato com o homem, para que tais ambientes fiquem “esperando a geração futura”, totalmente sensibilizada ambientalmente? Ou pior, deixá-los esquecidos, negligenciados, a mercê do uso irracional, sem o devido planejamento? Acredita-se que o ambiente natural, ainda que extremamente frágil, deva fazer parte, mediante os devidos cuidados, de um processo contínuo de sensibilização que possibilite a evolução ambiental dos envolvidos (comunidade local, visitantes e empreendedores turísticos). O presente estudo está baseado em uma avaliação das características e especificidades das lagoas costeiras de Osório, divulgadas pela municipalidade como atrativo turístico. Esta avaliação será realizada por meio de pesquisa bibliográfica, entrevistas ao poder público, observação in loco e registros fotográficos, proporcionando um aporte teórico capaz de servir de base às iniciativas referentes ao desenvolvimento do turismo sustentável nestes ambientes. O município de Osório – Rio Grande do Sul, Brasil, apresenta em seu território 23 lagoas costeiras de água doce. Algumas destas lagoas já apresentam certa infraestrutura turística, porém a exploração do turismo não se desenvolve de maneira planejada, o que pode vir a ocasionar uma série de impactos negativos. Este complexo lagunar atualmente vem sendo visto pelo poder público municipal como um grande potencial para o desenvolvimento do turismo. No entanto, dada a fragilidade ambiental das lagoas costeiras se faz necessário um planejamento turístico adequado para que as localidades envolvidas possam desenvolver uma atividade turística que esteja aliada com a conservação ambiental das lagoas, possibilitando a exploração turística deste recurso natural de maneira sustentável e, desta forma, conservando-o para as gerações futuras.
Palavras-chave:Lagoas costeiras, Osório – RS, conservação ambiental, turismo, desenvolvimento sustentável.
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 Leonardo Reichert y Rosane Maria Lanzer (2015): O desenvolvimento turístico sustentável em lagoas costeiras do município de Osório, Rio Grande do Sul / Brasil: Características e especificidades destes recursos naturais, Revista Turydes: Turismo y Desarrollo, n. 18 (junio 2015). En línea: http://www.eumed.net/rev/turydes/18/lagoas-costeiras.html
INTRODUÇÃO 
  Desde os primórdios da  história da humanidade, a água sempre foi um recurso limitante à vida em  determinadas áreas. Embora dependa da água para sobrevivência, a humanidade  polui e degrada este recurso, que além de essencial a sustentação da vida,  suporta também as atividades econômicas e o desenvolvimento. Apesar da Terra  ser considerada o “Planeta Água”, historicamente há uma falsa ideia da  abundância de água doce. Somente 3% do total de água do planeta se constitui como  água doce, destes 3%, cerca de 15%, está realmente disponível para utilização  (cerca de 75% estão congelados nas calotas polares e 10% estão reservados nos  aquíferos). Os diferentes usos da água podem gerar conflitos em razão de sua  multiplicidade e finalidade diversas, as quais demandam quantidades e  qualidades diferentes. Águas para abastecimento público, hidroeletricidade,  agricultura, transporte, recreação e turismo, disposição de resíduos e  indústria são usos que devem ser planejados para garantir a correta gestão dos  recursos hídricos (TUNDISI, 2005).
  Tendo em vista que a  legislação nacional, através da Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei 9.433/97)1 , garante a participação do  turismo e lazer na sua utilização, o planejamento contínuo da atividade  turística se torna de fundamental importância. Acredita-se que o turismo  somente deva ser desenvolvido se o mesmo for realizado de maneira sustentável,  ou seja, buscado minimizar os impactos ambientais e maximizando os benefícios  socioeconômicos à comunidade local. 
  O objeto do presente estudo  são as lagoas costeiras do município de Osório – Rio Grande do Sul, Brasil e a  possibilidade de desenvolvimento do turismo e do lazer a partir da utilização  sustentável destes recursos naturais. Tal objeto de estudo foi delimitado  mediante algumas características específicas das lagoas costeiras de Osório. Tais  características são brevemente apresentadas a seguir: 
Considerando  a importância das lagoas costeiras gaúchas, destaca-se o Projeto Lagoas  Costeiras, realizado pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) com o patrocínio  da Petrobras e que está na sua terceira edição. O Projeto já realizou estudos  dos recursos hídricos nos municípios de Mostardas, Tavares, São José do Norte e  Santa Vitória do Palmar, na sua primeira edição, e Cidreira, Balneário Pinhal e  Palmares do Sul, na segunda edição. O Projeto Lagoas Costeiras 3 está sendo  desenvolvido no município de Osório, com o objetivo de conhecer as características  ecológicas das lagoas e seus diferentes usos e perturbações. Ao término do  Projeto, os estudos serão disponibilizados ao poder público e à comunidade  local para auxiliar na gestão e preservação dos recursos hídricos do município.  Ressalta-se a importância dos estudos realizados no Projeto Lagoas Costeiras I  e II que forneceram para o presente artigo uma relevante contribuição teórica.
  O  presente artigo tem por objetivo identificar as características e especificidades  das lagoas costeiras a partir de um embasamento teórico sobre o turismo em  áreas naturais e em ambientes lacustres, bem como avaliar o posicionamento do  poder público perante o desenvolvimento do turismo nas lagoas costeiras do  município de Osório. 
MÉTODO
  A área de estudo, o município  de Osório (Mapa 1), está localizado na microrregião do litoral setentrional do  Rio Grande do Sul, Litoral Norte do Estado (OSÓRIO, 2014). Segundo dados do Censo  Demográfico de 2010, Osório possui uma população de cerca de 40 mil e uma área  de 663 km², o que totaliza uma densidade demográfica de 61,6 habitantes por km².  As maiores receitas do município são advindas do setor de serviços, seguidas  pela indústria e pela agropecuária (IBGE, 2014). 
  Osório apresenta em seu  território um dos maiores complexos lagunares do Brasil, totalizando 23 lagoas  costeiras. No website oficial do  município, seis de suas lagoas são divulgadas como atrativos turísticos: Lagoa  da Pinguela, Lagoa dos Barros, Lagoa do Marcelino (Figura 1-A), Lagoa do  Peixoto, Lagoa do Horácio (Figura 1-B) e Lagoa do Caconde (OSÓRIO, 2014). 
  Além das lagoas, Osório se  destaca por apresentar outros importantes recursos naturais como o litoral  (Praias de Atlântida Sul e Mariápolis), a Serra Geral composta por Mata  Atlântica (Morro da Borússia) e a presença marcante do vento, o que cria as  condições necessárias para que o município abrigue o Complexo de Energia Eólica  (Ventos do Sul Energia), o Aeroclube de Planadores (Albatroz) e ainda garante a  possibilidade de desenvolvimento de atividades turísticas e de lazer ligadas ao  vento, como o Kitesurf e o Windsurf, além de diversas modalidades  de voo livre (OSÓRIO, 2014).
  Metodologicamente, com o  intuito de elencar um embasamento teórico capaz de servir de aporte à discussão  entre o posicionamento do poder público e a teoria do desenvolvimento sustentável  do turismo nas lagoas costeiras de Osório, utilizou-se a pesquisa bibliográfica,  além de sites eletrônicos, publicações governamentais e a legislação vigente.
  O posicionamento da  iniciativa pública responsável pelo turismo em Osório foi registrado por meio  de entrevistas semi-estruturadas, contendo perguntas abertas relacionadas com a  gestão do turismo no município, e, especialmente, sobre o desenvolvimento  turístico nas lagoas costeiras. As entrevistas foram realizadas com  representantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Turismo de Osório,  no dia 22 de agosto de 2014.
  Foi realizada ainda a  observação in loco e o registro  fotográfico, nos dias 22 de agosto e 06 e 07 de outubro de 2014.
  IMPACTOS E EFEITOS POSITIVOS  DO TURISMO EM ÁREAS NATURAIS
  Devido a inúmeros fatores  mensuráveis como o stress, a elevada  poluição e o ritmo acelerado da vida urbana, o turismo vem, cada vez mais,  atraindo visitantes aos ambientes naturais. Conforme Pires (2002), o interesse  que a sociedade contemporânea vem demonstrando pelo ambiente natural cresce ao  longo dos anos, especialmente nos países centrais do capitalismo, ou em regiões  intensamente urbanizadas de países periféricos. Ruschmann (2012) afirma que o  contato com a natureza constitui atualmente uma das maiores motivações das  viagens de lazer, o que gera, consequentemente, um grande fluxo de turistas  para regiões com belezas naturais. A deterioração dos ambientes urbanos pela  poluição, violência, congestionamentos e doenças provocadas pelo desgaste  psicofísico das pessoas são as principais causas da “fuga das cidades” e da  “busca do verde” nas viagens de férias e fins de semana.
  Apesar do turista que viaja  para áreas naturais estar motivado pelo contato com a natureza, ele necessita  em maior ou menor grau de uma infraestrutura de apoio. Segundo Lobo e Moretti  (2008, p.49) “a natureza intocada, ao mesmo tempo que é almejada pelos  turistas, precisa ser transformada para se tornar acessível às suas necessidades  de consumo e segurança” deixando, assim, de ser “intocada”. Desta forma, no  planejamento das localidades turísticas com base na natureza, deve-se ter o  máximo de cuidado com a criação de uma infraestrutura capaz de satisfazer as exigências  dos turistas e que, ao mesmo tempo, respeite as características locais e a  singularidade do ambiente natural. Sobre este fato Ruschmann (2012) afirma que:
  A nova  tendência do desejo dos turistas pelo small  is beautiful opõe-se radicalmente às viagens massificadas, impessoais e  realizadas nos gigantes de concreto, dos quais os equipamentos da costa  francesa de Languedoc/Roussilon e Cancún, no México, constituem os exemplos  mais marcantes. O turismo “brando”, ecológico, naturalista, personalizado e  realizado em grupos pequenos de pessoas tende a caracterizar os fluxos turísticos  do futuro (RUSCHMANN, 2012, p. 17).
Nota-se aqui a grande  importância do planejamento turístico, que consiste em ordenar as ações humanas  sobre o território e direcionar a construção de equipamentos turísticos  adequados com o propósito de evitar os efeitos que destroem ou reduzem a  atratividade do recurso. O planejamento é fundamental e indispensável para o  desenvolvimento turístico equilibrado e em harmonia com os recursos físicos,  culturais e sociais das localidades receptoras, evitando, assim, que o turismo  destrua as próprias bases que o fazem existir (RUSCHMANN, 2012). Caso a  atividade turística se desenvolva de uma maneira espontânea, ou seja, não  planejada, monitorada e avaliada continuamente, a probabilidade de impactos é muito  alta. 
  Em ambientes naturais, o  turismo pode trazer impactos diretos ao solo, à fauna e flora, aos recursos hídricos,  ao ar, à geologia e às paisagens (Quadro 1). Além disso, pode trazer impactos  indiretos como, por exemplo, as alterações no comportamento reprodutivo dos  animais, o que é extremamente difícil de ser avaliado (LOBO; MORETTI, 2008). O  turismo ainda exerce impactos relacionados ao aumento no consumo de combustíveis,  eletricidade, alimentos e bebidas, gerando resíduos e emissões nas localidades  turísticas (PIRES, 2006). 
  O  Quadro 1 apresenta os impactos mais comuns que podem ocorrer no ambiente  natural, caso a atividade turística seja desenvolvida sem o devido  planejamento. Além dos impactos listados no Quadro 1, destaca-se que o turismo  em áreas naturais estabelece uma relação de dependência com o meio ambiente. Dada  essa dependência, é imprescindível que a atividade turística se preocupe com a  preservação, a conservação e a revalorização do ambiente natural, caso  contrário, em longo prazo perderá a sua atratividade, o que pode trazer  inúmeros prejuízos aos empreendedores locais (BRUMATTI, 2013).
  Apesar dos diversos impactos  descritos anteriormente, é preciso ressaltar que nem toda atividade turística  no ambiente natural se traduz, necessariamente, na agressão ou degradação ambiental.  Alguns dos possíveis efeitos positivos da atividade turística são apresentados no  Quadro 2. 
  De uma maneira mais ampla, a  chegada do turismo e a presença de turistas pressionam as autoridades locais,  juntamente com a participação de outros segmentos atuantes da sociedade.  Destaca-se o próprio trade turístico sendo ele o maior interessado a adotar  medidas de planejamento e de proteção ao ambiente, podendo chegar à promoção de  modelos de gestão ambiental e de qualificação de destinos diversos através, por  exemplo, da redução de conflitos pelo uso do solo, da racionalização do consumo  de energia e do tratamento de efluentes e resíduos (PIRES, 2006).
  Sobre a falta de equilíbrio  entre a proteção ambiental e o planejamento turístico Michaud (1992, p.20 apud RUSCHMANN, 2012, p.64) faz a  seguinte crítica:
  [...] o  relacionamento entre o turismo e o meio ambiente dá mais espaço para a polêmica  do que para a observação e a análise dos efeitos do primeiro sobre o segundo. É  preciso estimular o diálogo e o intercâmbio entre os profissionais das duas  áreas, a fim de que se desfaça o estereótipo de que os profissionais do turismo  são os poluidores e os destruidores da natureza, e os ambientalistas são doces  visionários, economicamente irresponsáveis e suspeitos de preferirem a ideia de  que combinam mais com a natureza do que com a sociedade dos homens.
  Compreendendo  esta crescente busca dos turistas por ambientes naturais, salienta-se que tais  ambientes podem deter recursos naturais considerados raros ou únicos no mundo e  ao mesmo tempo são ambientes extremamente frágeis à exploração, ao contrário de  ambientes artificiais criados especificamente para o consumo turístico – como é  o caso de localidades e atrativos que exploram o turismo de massa. Cabe aqui  fazer um uma reflexão: por serem ambientes frágeis devem ser trancados a “sete chaves”, longe do  contato com o homem, para que tais ambientes fiquem “esperando a geração  futura” totalmente sensibilizada ambientalmente? Ou tais ambientes naturais  devem fazer parte, mediante os devidos cuidados, de um processo contínuo de  sensibilização ambiental?
  Acredita-se que o ambiente  natural possa fazer parte do processo de desenvolvimento turístico, porém,  tendo conhecimento da fragilidade do ambiente em questão, faz-se necessário um  planejamento turístico adequado para que as localidades venham a conservar o  atrativo natural para as gerações futuras. 
  USO MÚLTIPLO DOS RECURSOS  HÍDRICOS
  A atual pressão sobre os  recursos hídricos resulta do crescimento populacional e econômico, se mostrando  evidente nas expressivas taxas de urbanização verificadas nos últimos anos e  aliando-se à ocorrência de cheias e secas e à degradação do meio ambiente hídrico,  que atingem cada vez maiores contingentes populacionais. 
  A Política Nacional de  Recursos Hídricos, que entrou em vigor no ano de 1997, estabelece, dentre  outras medidas, que a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o  uso múltiplo das águas, assim, todos os setores usuários da água tem igualdade de  acesso aos recursos hídricos (BRASIL, 1997). Desta forma, o uso múltiplo das  águas, além do abastecimento humano e industrial, deve aliar: Agricultura e  Irrigação; Energia Hidrelétrica; Transporte Hidroviário; Pesca e Aquicultura; e  Turismo e Lazer (ANA, 2002).
  O setor de turismo e lazer,  associado aos recursos hídricos, pode ser agrupado em três segmentos  principais: a) O turismo e o lazer no litoral brasileiro, com cerca de 8 mil km  de costa; b) O turismo ecológico e a pesca em alguns biomas brasileiros; c) O  turismo nos lagos e reservatórios interiores, ainda incipientes, mas de grande  potencial. No primeiro segmento, os problemas mais significativos, residem nas  deficiências de infraestrutura urbana e, mais especificamente, na falta ou  baixa eficiência dos sistemas de esgoto sanitário, com decorrentes prejuízos na  qualidade da balneabilidade das praias. No segundo segmento, considerando a  crescente evolução do ecoturismo em nível global, e ainda, a cada vez maior  conscientização mundial e nacional com relação à preservação ambiental, é  inegável o potencial de crescimento do setor no Brasil em face de suas riquezas  naturais, especialmente nos biomas Pantanal e Floresta Amazônica. O terceiro  segmento carece de políticas públicas e estratégias de uso racional dos lagos e  reservatórios como instrumento de ofertar lazer de baixo custo à sociedade  (ANA, 2002).
  Retoma-se a reflexão  anterior, que apesar de a legislação nacional assegurar a participação do  turismo e do lazer na utilização dos recursos hídricos, acredita-se que somente  deva ser desenvolvido um turismo sustentável tanto socioeconomicamente quanto  ambientalmente.
  TURISMO EM LAGOS 
  A água é de importância vital  para o equilíbrio dos ecossistemas e consequentemente para a própria manutenção  da vida no planeta. A história dos recursos hídricos se encontra totalmente  vinculada com a própria história do homem. Desde a mais remota antiguidade, o  homem foi ocupando áreas ao redor dos grandes rios que acabaram sendo berço de  grandes conquistas, além de promover o transporte e fornecer água para o  consumo humano, agropecuário e industrial (MENEGUEL e ETCHEBEHERE, 2012).
  A América do Sul, segundo  Margalef (1983), é caracterizada por ser um continente de rios, apresentando  uma riqueza excepcional de água doce. O Brasil é responsável por 53% das águas  doces do continente sul-americano e 12% do total mundial (REBOUÇAS, 1999 apud TUNDISI, 2005). Além de apresentar  esta grande disponibilidade de recursos hídricos, com destaque para os rios,  pode-se encontrar no país diversos corpos d’água como lagos, lagoas e lagunas que  se constituem como elementos de grande importância nesta diversidade de  ambientes aquáticos.
  Embora o número de lagos da  Terra seja, sem dúvida, da ordem de milhões, sua extensão total é de apenas 2,5  milhões de km², ou seja, 2,5% da superfície do planeta. Na Europa, a Finlândia  é o país mais rico em águas, incluindo seus 56 mil lagos com qualidade de água  boa ou excelente em mais de 80% desses. Embora a Hungria apresente menos lagos,  o turismo em lagos é muito importante para o país (especialmente no Lago  Balaton, Lago Velence, Lago Fertö e Lago Tisza). O Lago Balaton é o maior lago  da Europa Central e um dos principais destinos turísticos da Hungria, sendo  chamado inclusive de “Mar Húngaro”, visto que a Hungria não possui litoral  (DAVID et al., 2012).
  No caso do desenvolvimento da  recreação e do turismo ligado aos lagos, no que diz respeito à proteção dos  aspectos naturais e culturais da área do lago e do seu entorno é preciso  considerar os seguintes fatores, conforme David et al. (2012):
  a) As funções e a proteção  dos lagos
Em assim sendo, é apontada a  necessidade de proteção intensiva dos recursos lacustres. Tais ambientes chamam  a atenção para a necessidade de conscientização ambiental e a difusão de  práticas sustentáveis de turismo.
  b) O desenvolvimento do  turismo em lagos 
  Projetos relacionados com o  turismo podem induzir o crescimento econômico; desempenham um papel importante  na promoção social de regiões subdesenvolvidas e na criação de um desenvolvimento  urbano e rural equilibrado. Consequentemente devem aspirar, segundo David et  al. (2012):
c) A comunicação e cooperação  dos lagos 
  O turismo em lagos encontra-se  em estágio inicial em muitos países do mundo (China, por exemplo) e tende a um  desenvolvimento crescente. É por isso que, com o intuito de aliar a proteção  ambiental ao turismo sustentável, é necessário discutir os modelos de  desenvolvimento e as possíveis mudanças na gestão destes recursos hídricos. Uma  maneira de possibilitar esta discussão seria mediante a criação de organizações  internacionais e alianças ligadas ao turismo de lagos, que podem proporcionar a  troca de experiências sobre o desenvolvimento do turismo lacustre. (DAVID et  al., 2012)
  AS LAGOAS COSTEIRAS DO RIO  GRANDE DO SUL
  As peculiaridades da Planície  Costeira do Rio Grande do Sul consistem em características ecológicas e estruturais  muito específicas. Pode-se salientar três aspectos que diferenciam a Planície  Costeira do Rio Grande do Sul de outras regiões de formação semelhante no  mundo, conforme Schäfer, Marchetto e Bianchi (2009):
Existem mais de 100 lagos ao  longo da Planície Costeira do Rio Grande do Sul, todos separados do oceano por  barreiras esculpidas por processos fluviais, eólicos e marinhos. Sabendo da  importância, da complexidade e da singularidade deste ambiente em nível global  o Ministério do Meio Ambiente classifica essa região como tendo “alto” e “muito  alto” valor para a biodiversidade da fauna e flora (SCHÄFER, MARCHETTO e  BIANCHI, 2009).
  Ressalta-se que “cordão  lagunar” do Rio Grande do Sul é considerado um dos polos de desenvolvimento do  ecoturismo no Estado. O projeto de divulgação dos principais pontos para a  prática do ecoturismo do Rio Grande do Sul, ainda elegeu as lagoas costeiras  como uma das “Sete Maravilhas Naturais do Rio Grande do Sul” (MACHADO, 2005).
  Em diversos destinos de  turismo, as águas se apresentam como grande potencial para atrair turistas,  seja ela na sua forma natural, a exemplo de rios, quedas d’água, lagoas, seja  na forma artificial, como, por exemplo, piscinas, parques aquáticos, represas,  entre outros. A apropriação das águas pelo turismo, sempre ressaltando a  sustentabilidade, pode ser importante fator de desenvolvimento de comunidades  receptoras, principalmente pela geração de emprego e renda, bem como servindo  de estímulo à conservação do patrimônio natural e cultural (RUDZEWICZ; TEIXEIRA;  LANZER, 2009).
  Rudzewicz, Teixeira e Lanzer  (2009) reportam ainda que o turismo nas lagoas costeiras deve ser desenvolvido  de maneira que priorize o equilíbrio entre o uso e a proteção dos recursos  hídricos, respeitando tanto a legislação ambiental quanto a turística no que  concerne ao planejamento e à operação de atividades, equipamentos e serviços. O  mau uso dos recursos naturais pode trazer alterações irreversíveis ao meio  ambiente, causando descaracterização e redução da qualidade ambiental, acarretando  prejuízos ao próprio turismo.
  A falta de planejamento no  desenvolvimento turístico coloca em risco uma série de ecossistemas frágeis  (dunas, lagoas, banhados, matas de restinga), comprometendo sua conservação. É  eminente a necessidade do poder público em delimitar áreas prioritárias para  conservação e áreas destinadas ao uso turístico. Este zoneamento deve  considerar a fragilidade do ambiente e prever ações necessárias para a reversão  dos impactos já identificados como danos à fauna e flora, ao solo e aos  recursos hídricos (LANZER, RAMOS E MARCHETT, 2013).
  Sabendo da fragilidade e  importância das lagoas costeiras e de seu entorno, um dos principais desafios  para o desenvolvimento turístico é a necessidade de planejamento e gestão dos  espaços turísticos (RUDZEWICZ; GARCIA, 2013), evitando, desta forma, um  desenvolvimento espontâneo desta atividade, o que pode ocasionar uma série de  impactos ambientais, socioculturais e até econômicos.
  POTENCIALIDADES  E DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO DAS LAGOAS COSTEIRAS DE OSÓRIO
  Considerando a crescente  motivação dos turistas por contato com a natureza, destaca-se a potencialidade  de desenvolvimento turístico do município de Osório, principalmente com base  nos recursos naturais disponíveis. Osório é um dos poucos municípios que reúne  mar, serra e as lagoas num mesmo território, o que eleva ainda mais a  potencialidade de seus recursos naturais.
  A gestão pública do município  de Osório está buscando desenvolver uma estrutura destinada ao turismo nos seus  principais atrativos naturais. Neste sentido, duas obras ganham destaque: o  Mirante do Morro da Borússia (Figura 2-A) e o Complexo da Lagoa do Marcelino,  que além do trapiche (Figura 2-B), conta com playground, academia ao ar livre,  pista de skateboard e um espaço  fechado que comportará palestras, exposições e eventos, especialmente de cunho  ambiental. Nota-se ainda na Figura 2 (A e B), que a infraestrutura respeitou as  características do ambiente, utilizando na sua construção materiais compatíveis  com a característica da paisagem local. 
  Apesar dessas boas iniciativas,  o poder público local talvez tenha seu maior desafio relacionado com a Lagoa do  Marcelino, que, atualmente, recebe todo o esgoto in natura gerado no município, ou seja, sem o devido tratamento3  (Figura 3-A). Este desafio  se torna ainda mais complexo devido a utilização da Lagoa do Marcelino pela  comunidade local através da pesca (Figura 3-B) e da retirada de pastagens para  animais. 
  Por mais contraditório que  possa parecer, a Lagoa do Marcelino é interligada com a Lagoa do Peixoto, onde  é realizada a captação de água do município. Além disso, a Lagoa do Peixoto  comporta um camping municipal, estando atualmente com a balneabilidade  comprometida (a água está imprópria para o banho de acordo com as análises  semanais da Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM). Tais fatos não  geram somente impactos ao desenvolvimento do turismo, mas se apresentam como um  problema de saúde pública, afetando diretamente a qualidade de vida da  população e visitantes. 
  Além do tratamento do esgoto,  outra dificuldade no desenvolvimento do turismo de Osório é a questão do acesso  às lagoas. Sobre este desafio, os representantes da Secretaria de  Desenvolvimento e Turismo explicam que:
  “[...] claro  que as lagoas não são privadas, são bens públicos, mas os melhores acessos à  infraestrutura delas estão dentro de áreas privadas. O acesso a Lagoa dos  Barros, por exemplo, o melhor acesso para a prática de esporte e para o lazer  [...] tem que entrar em uma área particular. O proprietário obviamente não tem  recusado que as pessoas entrem, porque consolidou já, mas não tem uma  infraestrutura do poder público porque não existe este contrato de cedência,  que agora nós vamos ter”.
Somente a partir da  formulação do contrato de cedência, que garantirá a utilização deste espaço  pelo poder público, a implementação de uma infraestrutura na Lagoa dos Barros  será possível. Os projetos de infraestrutura nesta lagoa estão baseados no  recolhimento do lixo, melhorias no acesso, demarcação de áreas para esportes  aquáticos e demarcação da área para banhistas.
  Arruda e Furtado (2012), em  seus estudos desenvolvidos nas lagoas de Arituba, Boágua e Carcará (município  de Nísia Floresta/RN) identificaram que a área utilizada pelos visitantes é  restrita se comparada à extensão total das lagoas. A maior parte da área de uso  comum possui um caráter privado, uma vez que são apropriados pelas propriedades  como extensão das segundas-residências (casas de veraneio ou granjas). Sobre  este fato, os autores seguem explanando: 
  O que se vê hoje resulta de um processo de  privatização do território, iniciado com a abertura dos primeiros loteamentos e  pelas construções das segundas residências, quando a preocupação com acessos  públicos, provavelmente, não foi “atentada” (ou não se quis fazer), tornando as  lagoas quase que totalmente privadas, restringindo o seu uso a pequenas faixas  de terra (ARRUDA e FURTADO, 2012).
  Esta mesma realidade foi  observada em Osório, uma vez que era comum a presença de cercas (que se estendem  até dentro da lâmina de água da lagoa, desrespeitando desta forma a legislação),  delimitando que aquele trecho da lagoa é privado.
  Estudos desenvolvidos no  Litoral Médio e Sul apontam que a maioria das lagoas costeiras estão  localizadas no interior de fazendas cujos proprietários não permitem ou  restringem ao máximo o acesso. Esta característica contribui para a conservação  das lagoas e de seu entorno na medida em que quase não há interferências  causadas por visitantes. Por outro lado, as atividades agrícolas intensivas  como, por exemplo, o cultivo do arroz, bastante comum naquela região, acaba  gerando grandes impactos provenientes da intensa utilização das lagoas para  irrigação e do alto impacto ambiental destas atividades (LANZER et al., 2013).
  Segundo o Secretário de  Desenvolvimento e Turismo o município acredita na potencialidade turística das  lagoas costeiras, tanto que estão sendo desenvolvidos diversos projetos que  englobam especificamente as lagoas. O principal projeto já executado foi o  Complexo da Lagoa do Marcelino (citado anteriormente, mas que ainda precisa  sanar o problema do lançamento do esgoto). Além disso, estão sendo realizados  estudos com o objetivo de abertura dos canais que interligam as lagoas.  Atualmente, o assoreamento dos canais de ligação das lagoas permitem apenas a  navegação de pequenas embarcações. A partir do desassoreamento destes canais,  de acordo com Secretário Municipal de Desenvolvimento e Turismo, existiria a  possibilidade do passeio náutico em embarcações um pouco maiores. Este passeio  se daria por águas continentais, podendo chegar até o município de Torres  (Litoral Norte) através das lagoas, ou ainda, existindo a possibilidade de  chegar ao mar, a partir da navegação lacustre, chegando até o rio Tramandaí e,  posteriormente, ao litoral (entre Imbé e Tramandaí). O estuário do rio  Tramandaí facilitaria o acesso ao mar. 
  Outros projetos ainda dizem  respeito a um novo website municipal  que contará com um Portal de Turismo e ainda a confecção de novo material  institucional, principalmente com a concretização destes novos projetos de  desenvolvimento do turismo. Tratando especialmente as questões ambientais, o  Secretário de Desenvolvimento e Turismo apontou dificuldades no sentido da  impossibilidade de instalações turísticas como restaurantes, hotéis e pousadas  no entorno das lagoas, por se tratar de uma Área de Preservação Permanente.
  Segundo a Lei  Federal nº 12.651/2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, a Área  de Preservação Permanente – APP é definida como uma área protegida, coberta ou  não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos  hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o  fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das  populações humanas. De acordo com esta Lei são consideradas APP as áreas no  entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de 100 metros  em zonas rurais (exceto para o corpo d’água com até 20 hectares de superfície,  cuja faixa marginal será de 50 metros) e 30 metros em zonas urbanas. 
  Segundo os estudos de  Rudzewicz e Garcia (2013), o desenvolvimento do turismo nas lagoas costeiras do  Rio Grande do Sul, desde que gerido de maneira sustentável (econômica, social e  ambientalmente), se coloca como uma alternativa para a atual dependência do  turismo de sol e praia, que gera atividades turísticas massivas e sazonais no  Litoral Norte do Estado. Isso porque, muitas vezes, esse turismo,  historicamente concentrado no verão, ultrapassa a capacidade de suporte do  ambiente e da infraestrutura básica e turística hoje disponível.
  Portanto, é necessário o  aproveitamento racional e ordenado do patrimônio natural das lagoas costeiras e  do patrimônio cultural associado às comunidades residentes no entorno das  lagoas, por meio de planejamento, execução e monitoramento dos produtos  turísticos, sob uma perspectiva de longo prazo (RUDZEWICZ; TEIXEIRA; LANZER,  2009).
  Ramos e Lanzer (2013) em seus  estudos nas lagoas costeiras do Litoral Norte identificaram, entre outras  interferências, algumas atividades turísticas altamente impactantes  ambientalmente como a utilização de veículos automotores Off-Road (Quadricículos, bugues e motocicletas de trilha) nas  margens da lagoa e também de veículos aquáticos automotores (Jetski, lanchas e  barcos a motor) na lâmina de água. Por fim, o estudo recomenda a priorização de  atividades turísticas menos impactantes ambientalmente como, por exemplo, o  banho, a canoagem (canoas e caiaques), o Kite  surf e o Windsurf, barcos a vela  e a remo, Stand-up paddle, além de atividades e práticas não impactantes (ou  menos impactantes) nas margens das lagoas.
  CONSIDERAÇÕES
  De acordo com estas análises  iniciais acredita-se que existe uma grande potencialidade relativa ao desenvolvimento  turístico das lagoas costeiras de Osório, que deve ser estudada a fundo, com o  intuito de desenvolver um turismo que esteja aliado à conservação ambiental. As  principais medidas, que acredito já estão sendo tomadas, é resolver a questão  do lançamento do esgoto sem tratamento no complexo de lagoas, pois segundo a  própria Prefeitura Municipal, isto interfere diretamente no potencial turístico  das lagoas, além de se tratar de um problema de saúde pública e ambiental.  Apesar da exercer uma pressão política, a gestão pública de Osório argumenta  que esta questão está diretamente ligada ao funcionamento da Estação de  Tratamento de Esgoto - ETE, que é competência do Governo Estadual e que a ETE já  está concluída, somente aguardando a Licença de Operação – LO.
  Resolvido este problema, o  município de Osório, a partir de concessões privadas poderá investir na  infraestrutura das lagoas, oferecendo um maior suporte aos visitantes que  utilizam essas áreas como espaços de lazer. Além disso, a busca de  investimentos privados para o setor turístico é essencial. Acredita-se que  aumentando as opções e melhorando a qualidade de equipamentos de hospedagem e  empreendimentos de alimentação, bebida e lazer, o turista que atualmente  somente está de passagem pelo município de Osório com destino ao Litoral, terá  uma maior motivação em conhecer a cidade, pernoitando no município (ou aumentando  os dias de estadia) e consequentemente gerando maiores benefícios econômicos ao  município.
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2 Conhecida popularmente como Lagoa dos Patos, este corpo d’água se caracteriza pelo contato direto com o mar, o que acaba descaracterizando a sua condição própria de lagoa (VON SPERLING, 1999).
3 Segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Turismo de Osório, a antiga Estação de Tratamento de Esgoto - ETE (localizada próxima a Lagoa do Marcelino) foi desativada devido à construção da nova ETE. A nova ETE ainda não se encontra em operação devido a questões judiciais que já estão sendo resolvidas.
Recibido: 31/01/2015 Aceptado: 05/03/2015 Publicado: Junio de 2015
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