Eliane da Silva Laia*
Eliane Tavares dos Passos**
Faculdade Integrada de Santa Maria, Brasil
elianelaia23@gmail.comRESUMO
  Diante da nova perspectiva financeira e da  facilidade de acesso a instituições de ensino superior, viu-se a necessidade de  fazer um levantamento de como esses novos acadêmicos gerenciam suas finanças  pessoais. O presente artigo consiste em um estudo de caso onde foi feita uma análise  de como alunos dos diferentes cursos de graduação gerenciam seus recursos  financeiros. Para alcançar tal objetivo fez-se uma caracterização do perfil dos  acadêmicos analisados, identificação da origem e do destino dos recursos  financeiros destes e por fim apontar se os mesmos possuem hábitos de manter  reservas financeiras. Através do estudo pode-se perceber que predominou na amostra  analisada pessoas do sexo feminino, com faixa etária de 21 a 25 anos de idade.  Seus recursos financeiros provem na maior parte de trabalhadores do regime CLT  com renda de 2 a 3 salários mínimos com recursos insuficientes para seus gastos.  Pode-se ainda perceber que a grande maioria afirma cumprir com seus pagamentos,  porém raramente conseguem poupar dinheiro e assim possui alguma reserva. 
Palavras-Chave: Finanças Pessoais, reservas financeiras, origem de recursos.
Para citar este artículo puede utilizar el siguiente formato: 
Eliane da Silva Laia y Eliane Tavares dos Passos (2016): “Finanças pessoais: um olhar de como os acadêmicos de diferentes cursos de ensino superior gerenciam suas finanças pessoais”, Revista Caribeña de Ciencias Sociales (septiembre 2016). En línea: https://www.eumed.net/rev/caribe/2016/09/alunos.html
http://hdl.handle.net/20.500.11763/CARIBE-2016-09-alunos
INTRODUÇÃO
     A economia Brasileira passou por vários momentos críticos,  em 1994 foi implantado o Plano Real, que derrubou a política de congelamento de  preços e promoveu o fim da inflação como afirma Baer (2007). Porém, diante  desse novo cenário e o maior acesso e facilidades para se fazer compras, novos  hábitos de consumo foram criando espaço. Com isso a falta de organização e  planejamento financeiro faz com que a população se torne cada vez mais  endividada. 
     Diante do exposto e tomando como base uma visão geral,  pensar na construção de uma sociedade mais ciente de suas responsabilidades,  que promova o acesso a condições básicas de uma vida digna, surge o  questionamento: Como acadêmicos de diferentes Cursos de Graduação gerenciam  seus recursos financeiros? Para responder a esse questionamento o presente  estudo busca analisar como os acadêmicos de diferentes cursos de graduação  gerenciam seus recursos financeiros. Para atingir tal objetivo buscou-se  apresentar o perfil dos acadêmicos de três diferentes cursos de graduação,  identificar a origem e o destino de seus recursos financeiros e por fim  verificar se os acadêmicos possuem o hábito de manter reservas financeiras.
     O estudo sobre finanças pessoais, mais especificamente a  acadêmicos de diferentes Cursos de Graduação tem significativa importância para  o mundo acadêmico, haja vista o crescimento do número de pessoas que cada vez  mais tem acesso ao ensino superior, representando uma parcela cada vez maior de  consumidores com este perfil no mercado. Tendo em vista o número crescente de  acadêmicos com acesso ao ensino superior no Brasil, evidenciado até mesmo pelos  programas de incentivo do governo federal como bolsas de estudo do Pro uni,  Financiamento Estudantil, FIES, entre outros, este perfil de consumidor  torna-se cada vez maior. O trabalho justifica-se pela necessidade de fazer-se  um levantamento se a área de formação de um sujeito influencia ou não nas  decisões de compra e pela falta de dados no mesmo contexto ao qual se dispõe o  estudo.
     Sendo assim, este trabalho contribui para que os  acadêmicos possam evidenciar se a formação influencia na forma de gerir as  finanças, e também possam ter ciência da importância deste assunto perante a  vida social, acadêmica e pessoal. Além de tornar visível que saber gerir suas  fianças da melhor forma possível pode mudar até seu comportamento diante da  sociedade, melhorando suas condições de vida, trabalho e renda.
REFERENCIAL TEÓRICO
Para o questionamento acerca da formação acadêmica e  comportamento financeiro fazem-se necessário antes de tudo salientar alguns  conceitos.
     Para os autores Assaf Neto e Lima (2009, p.4),  “basicamente pode-se entender as finanças como área do conhecimento e  subdividi-la em três grandes segmentos: mercado financeiro, finanças  corporativas e finanças pessoais”.
     Já de acordo com Gitman (2004, p.34), “podemos definir  finanças como a arte e a ciência da gestão do dinheiro”.
     As finanças de uma forma ou de outra, afetam diretamente  a vida de todas as pessoas, finanças podem ser definidas como o estudo de como  as pessoas alocam recursos ao longo do tempo. Podem ser também definidas como  um conjunto de conceitos que ajudam a organizar o pensamento das pessoas e  organizações assim como também poderá ser um conjunto de modelos quantitativos  para ajudar as famílias e as empresas a tomarem decisões, avaliar alternativas  e implementá-las. (GITMAN, 2004, p.4).
     A seguir segue alguns conceitos importantes que  relacionam finanças e sua relação coma as pessoas, relação entre origem e  destinos de seus recursos financeiros.
Nos dias atuais com tanta evolução tecnológica e uma  variedade cada vez maior de produtos e serviços dos mais variados tipos  disponíveis, o consumismo acaba sendo cada vez maior. Será que as pessoas sabem  dar valor ao dinheiro que ganham, e fazer bom uso dele?
     Gerir de forma eficaz os ganhos e as despesas  individuais de cada pessoa é o que se conhece atualmente por finanças pessoais  (ASSAF E LIMA, 2014). Saber administrar sua vida financeira pode significar a  realização ou não de desejos pessoais futuros, onde sem um planejamento financeiro  baseado em dados reais, fica difícil gerir suas finanças.
     O planejamento financeiro pessoal é um tema ainda pouco  explorado, segundo os autores Foulks e Graci (1989, p.32), finanças pessoais é  uma ciência que estuda conceitos financeiros transmitindo a um indivíduo e  fazendo que ele aplique estes conhecimentos em suas tomadas de decisões,  permitindo com isso que mantenha um comportamento equilibrado de seus  orçamentos diante do mercado financeiro.
     Saber equilibrar receitas e despesas parece simples, mas  se considerar que grande parte das pessoas não possuem um controle e  planejamento financeiro descritos em papel, como ser preciso e pensar no futuro  sem aderir ao hábito significativamente simples de um controle básico pessoal  de descrever dados para compará-los posteriormente.  
     Enfim, qual o momento de se iniciar a ter contato com  assuntos financeiros? Esta talvez seja uma das questões mais importantes em  relação ao comportamento financeiro, a educação financeira poder ser de grande  importância para minimizar prejuízos e ajudar na saúde financeira das famílias.
Seria fundamental que as  pessoas começassem a perceber a importância de ensinar a gerir finanças desde  as séries iniciais da educação. Que este tema aborda um assunto que pode tornar  a vida das pessoas melhor, com equilíbrio financeiro, sabendo controlar os  impulsos de gastar sem pensar em um objetivo específico.
     De acordo com o site  http://www.febraban.org.br e com artigo do escritor Alvir Alberto Hoffmann,  Diretor de Fiscalização do Banco Central do Brasil, educação financeira é o  processo pelo qual consumidores e investidores melhoram sua compreensão sobre  conceitos e produtos financeiros, por meio da Informação, instrução e  orientação.
     Já segundo Reinaldo Domingos,  escritor, educador e terapeuta financeiro, educação financeira é um  conhecimento que possibilita o consumo consciente e a oportunidade de poupar  com finalidades preestabelecidas. 
     Dessa forma, a educação  financeira pode ser uma ferramenta para fomentar o controle e crescimento  econômico das pessoas, de forma a ter ciência de como administrar seus recursos  da melhor maneira possível.
METODOLOGIA
Quanto  aos objetivos abordados na pesquisa, o trabalho enquadrasse como descritivo,  pois se analisa como os acadêmicos de diferentes Cursos de Graduação gerenciam  seus recursos financeiros. Segundo Gil (1999, p.81), a pesquisa descritiva tem  como principal objetivo descrever características de determinada população ou  fenômeno ou estabelecimento de relações entre as variáveis. Uma de suas  características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas  de coletas de dados. 
              Complementando o conceito abordado, Andrade ressalta que:
A pesquisa descritiva preocupa-se em observar os fatos, registrá-los, analisá-los, classificá-los e interpretá-los e o pesquisador não interfere neles. Assim os fenômenos do mundo físico e humano são estudados, mas não são manipulados pelo pesquisador. (Andrade, 2002 Apud Beuren, 2003, p. 81).
Sendo  assim este método é apropriado ao tema desta pesquisa, principalmente nas  características de observação e análise dos dados buscando analisar as  informações sem interferências dos pesquisadores. 
              Quanto ao problema de pesquisa,  enquadrasse como quantitativa, pois os dados são quantificados e analisados  para verificar as características da amostra analisada. 
              Esclarece Fonseca (2002, p. 20): 
Diferentemente da pesquisa qualitativa, os resultados da pesquisa quantitativa podem ser quantificados. Como as amostras geralmente são grandes e consideradas representativas da população, os resultados são tomados como se constituíssem um retrato real de toda a população alvo da pesquisa. A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo, considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros. A pesquisa quantitativa recorre à linguagem matemática para descrever as causas de um fenômeno, as relações entre variáveis, etc.
A pesquisa quantitativa  caracteriza-se pela quantificação no processo de coleta e de análise dos dados  por meio de uso de instrumental estatístico, desde o mais simples até o mais  complexo para o entendimento do fenômeno pesquisado. No que se refere às  técnicas para a coleta dos dados, o estudo utilizou de questionários fechados  para fazer a investigação das características do grupo estudado. Segundo  Martins e Theóphilo (2009, p. 93), o questionário trata-se de um conjunto de  perguntas que dizem respeito aos assuntos que se deseja analisar. 
     Com o desmembramento de tais  procedimentos metodológicos, realiza-se a análise das características dos  acadêmicos com o intuito de identificar como estes administram suas finanças  pessoais.
     Tendo em vista a necessidade de  respostas faz-se um estudo de caso pois não se possuem respostas pré-definidas  para o problema de pesquisa.
     Para Beuren e Raupp (2008, p.46), o  estudo de caso é uma pesquisa realizada de maneira mais intensa, em decorrência  de os esforços dos pesquisadores concentrarem-se em determinado objeto de  estudo.
     O  estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo de um ou de poucos objetos,  de maneira a permitir seu conhecimento amplo e detalhado”. (GIL, 2002, p. 58).
Segundo  Gil (2008, p.89) população é “o conjunto definido de elementos que possuem  determinadas características”. Já a mostra é a parcela convenientemente  selecionada da população a ser estudada, é o percentual que vai representá-la  como objeto da pesquisa e sob o qual se levanta os dados e informações a serem  analisados e interpretados o resultado da pesquisa. Leite (2004, p.152)
     A  amostragem por conveniência é adequada e frequentemente utilizada para geração  de ideias em pesquisas exploratórias. Segundo Aaker, Kumar e Day (p. 376), uma  vez que esse procedimento consiste em simplesmente contatar unidades  convenientes da amostragem, é possível recrutar respondentes tais como  estudantes em sala de aula, mulheres no shopping, alguns amigos e vizinhos,  entre outros.
     A  amostra analisada foi escolhida por conveniência dentro da população de  estudantes de Cursos do ensino superior de instituição privada do município de  Santa Maria, onde as mesmas estavam em fácil acesso e dispostas a responder os  questionários aplicados.
     A  escolha do local de aplicação dos questionários foi feita em função da  instituição possuir uma população adequada aos objetivos da pesquisa.
Para  coleta dos dados optou-se pela utilização de questionário que foi elaborado  pelos autores com base em Lunardi (2012), por possuir características  semelhantes de pesquisa e objetivos paralelos. Buscou-se identificar aspectos  do perfil da população, como idade, gênero, escolaridade, estado civil entre  outros, e também identificar a origem e o destino dos recursos financeiros dos  acadêmicos apontando se os mesmos possuem hábito de manter reservas  financeiras.
     Já a análise dos dados  foi feita com a utilização do software Statistical  Package for the Social Sciences SPSS versão 17.0 Free, que facilita a  mensuração, a organização e o cruzamento das variáveis levantadas, agilizando o  processo conclusivo da pesquisa em função de seus objetivos. O software  possibilitou o cruzamento de critérios específicos que facilitaram a análise  dos resultados.
A pesquisa foi executada  em acadêmicos de três diferentes Cursos de instituição de ensino superior do  município de Santa Maria. A instituição como missão “Formar indivíduos através  da educação superior, tornando-os profissionais e cidadões capazes de buscar no  trabalho o seu desenvolvimento social econômico e de contribuir para  desenvolvimento sustentável da sociedade. ”
     ANÁLISE  DOS RESULTADOS
     Neste capitulo será apresentado à análise dos resultados  conforme os objetivos: apresentar o perfil dos acadêmicos, identificar a origem  e o destino dos recursos financeiros e apontar se os acadêmicos possuem hábito  de manter reservas financeiras.
     4.1 Perfil  dos acadêmicos 
     Para delinear o perfil dos acadêmicos pesquisados abordamos  através das tabelas 2, 3, 4, 5, 6 e 7 que através das primeiras questões do  questionário visam atingir nosso primeiro objetivo que é o de apresentar o  perfil dos acadêmicos.
     As duas primeiras questões do questionário tiveram como  objetivo classificar os respondentes quanto ao curso e o gênero como segue na  tabela 2. 
Observa-se que dentro da população da amostra 67% dos  entrevistados são mulheres sendo, 18% do curso de Administração, 22% do curso  de enfermagem e 27% do curso de Psicologia. Já o restante equivale à população  masculina totalizando 33% do total, sendo 16% do curso de Administração, 11% do  curso de Enfermagem e 7% do curso de Psicologia.
     Com relação à idade de nossos entrevistados segue a  tabela 3 que nos traz a distribuição de nossos pesquisados quanto ao curso e  suas respectivas faixas etárias.
     Observa-se que devido a população da amostra ser de 30  alunos de cada curso obtivemos 33,33% do total da amostra de cada curso. Quanto  a faixa etária 11% da amostra representa a faixa etária de 16 a 20 anos, sendo  2% do curso de administração, 2% do curso de enfermagem e 7% do curso de  Psicologia. Já 31% da amostra representa a faixa etária de 21 a 25 anos, sendo  12% do curso de administração, 11% do curso de enfermagem e 8% do curso de  psicologia. Temos 20% equivalente a faixa etária de 26 a 30 anos, sendo 7% do  curso de administração, 9% do curso de enfermagem e 4% do curso de psicologia.  18% representam a faixa etária de 31 a 35 anos, sendo 4% do curso de administração,  6% do curso de enfermagem e 8% do curso de psicologia. E 20% equivale a faixa  etária de 36 ou mais anos, sendo 8% do curso de administração, 6% do curso de  enfermagem e 7% do curso de psicologia. 
     Com relação ao estado civil segue a tabela 4 que nos traz  os dados referentes ao curso e o estado civil de nossos entrevistados.
Observa-se que 43% dos entrevistados são casados ou  amigados, sendo 16% do curso de administração, 13% do curso de enfermagem e 14%  do curso de psicologia. 52% são solteiros, sendo 17% do curso de administração,  18% do curso de enfermagem e 17% do curso de psicologia. 1% é viúvo e do curso  de psicologia e 4% é separado ou divorciado, sendo 1% do curso de  administração, 2% do curso de enfermagem e 1% do curso de psicologia.
     Para observarmos se nossos entrevistados possuem filhos,  segue abaixo a tabela 5 que nos traz se nossa amostra possui filhos.
     Observa-se que 59% da amostra não possui filhos, sendo  21% do curso de administração, 18% do curso de enfermagem e 20% do curso de  psicologia. Já os que possuem filhos representam 41% da amostra, sendo 12% do  curso de administração, 16% do curso de enfermagem e 13% do curso de  psicologia.
     Para sabermos de nossos entrevistados que tipo de  moradia residem, segue a tabela 6.
Observa-se que 54% possuem casa própria, sendo 16% do  curso de administração, 19% do curso de enfermagem e 20% do curso de  psicologia. 30% residem em casa alugada, sendo 12% do curso de administração,  9% do curso de enfermagem e 9% do curso de psicologia. 2% reside em casa  cedida, sendo 1% do curso de administração e 1% do curso de enfermagem. 10%  reside em moradia de parentes, sendo 4% do curso de administração, 4% do curso  de enfermagem e 2% do curso de psicologia. Outra forma de moradia equivale a  2%, sendo do curso de psicologia. 
     Para sabermos quem reside com nossos entrevistados,  segue a tabela 7.
Observa-se que 8% da amostra reside com amigos, sendo 6%  do curso de administração e 2% do curso de enfermagem. 19% reside com os pais,  sendo 4% do curso de administração, 7% do curso de enfermagem e 8% do curso de  psicologia. 44% reside com a família, sendo 13% do curso de administração, 14%  do curso de enfermagem e 17% do curso de psicologia. 12% reside sozinho, sendo  4% do curso de administração, 6% do curso de enfermagem e 2% do curso de  psicologia. 3% residem com outros parentes, sendo 1% representado por cada  curso. 13% reside com outros sem definição de parentesco, sendo 4% do curso de  administração, 3% do curso de enfermagem e 6% do curso de psicologia.
     Delineando nossos acadêmicos de uma forma geral pode-se  observar que a grande maioria é do sexo feminino, numa faixa etária de 21 a 25  anos, solteiros, que não possuem filhos e que residem em moradia própria com  seus familiares.
  4.2.  Origem e destino dos recursos financeiros 
     Para atingir nosso segundo objetivo que é o de  identificar a origem e o destino dos recursos financeiros dos acadêmicos  respectivamente abordaremos as seguintes tabelas 8, 9 e 10. A tabela a seguir  nos traz os dados referentes a fonte de renda de nossos acadêmicos.
Segundo a fonte de renda, observa-se que 10% de nossos  acadêmicos tem como fonte de renda os pais, sendo 1% do curso de administração,  3% do curso de enfermagem e 6% do curso de psicologia. 3% possuem fonte de  renda de outros parentes, sendo representado 1% de cada curso. 55% possuem como  fonte de renda emprego de carteira assinada, sendo 19% do curso de  administração, 22% do curso de enfermagem e 14% do curso de psicologia. 21%  possui outra fonte de renda, sendo 6% do curso de administração, 4% do curso de  enfermagem e 11% do curso de psicologia. 2% possuem como fonte de renda bolsa  de estudos, sendo 1% do curso de administração e 1% do curso de enfermagem. 8%  possui como fonte de renda o estágio remunerado, sendo 6% do curso de  administração, 1% do curso de enfermagem e 1% do curso de psicologia. 
     A seguir a tabela 9 nos traz os dados da quantidade em  salários mínimos da renda familiar.
Observa-se que 6% possuem renda de até 1 salário mínimo  e são representados pelo curso de enfermagem, 18% possuem de 1 a 2 salários  mínimos, sendo 6% do curso de administração, 8% do curso de enfermagem e 4% do  curso de psicologia. 26% possuem renda de 2 a 3 salários mínimos, sendo 7% do  curso de administração, 7% do curso de enfermagem e 12% do curso de psicologia.  16% possuem renda de 3 a 4 salários mínimos, sendo 6% do curso de  administração, 6% do curso de enfermagem e 4% do curso de psicologia. 13%  possuem renda de 4 a 5 salários mínimos, sendo 2% do curso de administração, 4%  do curso de enfermagem e 7% do curso de psicologia. 7% possuem renda de 5 a 6  salários mínimos, sendo 3% do curso de administração, 2% do curso de enfermagem  e 2% do curso de psicologia. 2% possuem renda de 6 a 7 salários mínimos, sendo  representados pelo curso de administração. 3% possuem renda de 7 a 8 salários  mínimos, sendo 2% do curso de administração e 1% do curso de psicologia. 2%  possuem renda de 8 a 9 salários mínimos, sendo 1% do curso de administração e  1% do curso de enfermagem. 1% possui renda de 9 a 10 salários mínimos sendo do  curso de administração. 5% possuem renda acima de 10 salários mínimos, sendo 3%  do curso de administração e 2% do curso de psicologia.
     A tabela 10 nos traz como os acadêmicos pesquisados  lidam com seus recursos.
Quanto aos gastos de seus recursos, 36% dos acadêmicos  responderam que gastam mais do que ganham, sendo 10% do curso de administração,  16% do curso de enfermagem e 10 % do curso de psicologia. 34% responderam que  seus gastos equivalem ao que ganham, sendo 10% do curso de administração, 13%  do curso de enfermagem e 11% do curso de psicologia. 29% responderam que gastam  menos do que ganham, sendo 13% do curso de administração, 4% do curso de  enfermagem e 12% do curso de psicologia
     Numa abordagem geral pode-se perceber que seus recursos  financeiros advêm de emprego com carteira assinada, com uma renda de 2 a 3  salários mínimos e que seus recursos são inferiores aos seus gastos. (Estilo de  vida)
  4.3.  Hábitos de manter ou não reservas financeiras  
     Para atingir o terceiro e último objetivo especifico que  é o de apresentar se os acadêmicos possuem o hábito de manter reservas, a  seguir apresentamos através das tabelas 11 e 12, os dados referentes a  responsabilidade do acadêmico com o dinheiro e se ele possui o hábito de  poupar.
     Segundo as respostas sobre a responsabilidade que os  acadêmicos possuem com o dinheiro, 86% responderam que possuem a  responsabilidade de pagar suas contas e controlar seu dinheiro, sendo 30% do  curso de administração, 27% do curso de enfermagem e 29% do curso de  psicologia. 4% responderam que possui mesada para seus gastos e controla este  dinheiro, sendo 2% do curso de administração e 2% do curso de enfermagem. 4%  responderam que possui mesada, mas acabam sempre precisando de mais dinheiro,  sendo 3% do curso de enfermagem e 1% do curso de psicologia. 5% responderam que  não possuem nenhuma preocupação com o dinheiro, sendo 1% do curso de  administração, 1% do curso de enfermagem e 3% do curso de psicologia. A seguir  através da tabela 12 abordamos se esses acadêmicos possuem ou não o hábito de  poupar.
Com relação ao hábito de poupar 10% respondeu que sempre  possui esse hábito, sendo 4% do curso de administração, 2% do curso de  enfermagem e 4 % do curso de psicologia. 33% respondeu que raramente possui o  hábito de poupar, sendo 13% do curso de administração, 12% do curso de  enfermagem e 8% do curso de psicologia. 17% respondeu que nunca possui o habito  de poupar, sendo 4% do curso de administração, 7% do curso de enfermagem e 6%  do curso de psicologia. 17% respondeu que possui frequentemente o hábito de  poupar, sendo 8% do curso de administração, 2% do curso de enfermagem e 7% do  curso de psicologia. 22% respondeu que possui algumas vezes o habito de poupar,  sendo 3% do curso de administração, 10% do curso de enfermagem e 9% do curso de  psicologia.
     Numa visão geral pode-se observar que 86% dos acadêmicos  entrevistados possuem a responsabilidade de pagar suas contas e controlar seus  recursos, mas que raramente eles conseguem poupar dinheiro.
CONSIDERAÇÕES  FINAIS
     Após análise foi visualizado que do total da população  pesquisada de 90 indivíduos, predominou pessoas do sexo feminino, com faixa  etária entre 21 a 25 anos, onde 56,67% são solteiros, separados/divorciados ou  viúvos, sem filhos no percentual de quase 60%, com residência própria e morando  com os pais ou demais familiares.
     Através deste perfil predominante, supõe-se que  indivíduos do sexo feminino, com certo grau de maturidade estão assumindo a  predominância na administração das responsabilidades familiares e investindo em  educação, antes de constituir uma família com filhos, conclusão essa  evidenciada até mesmo pelo fato de a população ou ser bem jovem, de 20 a 25  anos, que ainda residem com os pais e não possuem grandes preocupações em  contribuir com a renda familiar, ou serem adultos jovens acima dos 30 anos como  já citado, que residem com a família, mas possuem responsabilidades maiores.
     Em relação à origem dos recursos financeiros dos  acadêmicos, foi vislumbrado que 55,56% dos acadêmicos são trabalhadores no  regime CLT, onde entre os cursos analisados o de enfermagem possui o percentual  maior neste critério com 22% de representação, e em relação ao total de  rendimentos mensais predomina o rendimento de 2 a 4 salários mínimos com uma  representação de 41,11% da população, onde percebeu-se que os estudantes do  curso de administração são os que possuem os salários maiores com 11 acadêmicos  com rendimentos entre  6 e 10 salários  mínimos, contra 4 alunos dos demais cursos com este mesmo rendimento. 
     Já em relação ao destino dos recursos percebeu-se que em  relação ao curso de administração 18 acadêmicos gastam mais ou igual ao que  ganham e 12 menos do que ganham, os acadêmicos de enfermagem são 26 que gastam  mais ou igual ao que ganham e 4 menos do que ganham, já os alunos da psicologia  19 gastam mais ou igual ao que ganham e 11 menos do que ganham. Através deste cenário  pode-se concluir que os acadêmicos do curso de enfermagem possuem maior  representatividade entre os trabalhadores com carteira assina e com rendimentos  entre 2 a 4 salários mínimos já os de administração são os que possuem salários  maiores, ainda se percebe que entre os que gastam menos do que ganham os  acadêmicos de administração possuem maior representatividade. 
     Considerando o critério de responsabilidade financeira  entre as três áreas de formação quase todos possuem responsabilidades  financeiras familiares e que em um percentual quase insignificativo de 5,56%  não possuem preocupações financeiras. Em relação ao hábito de poupar, os alunos  do curso de administração são os que possuem mais este hábito, justificado por  também serem os que possuem os salários maiores, seguido pelo curso de  psicologia.
     Em uma análise geral percebe-se que os acadêmicos de  administração são os que possuem um melhor planejamento de seus recursos  financeiros, mas o estudo deveria ser mais aprofundado para poder afirmar que  isso deve-se a formação acadêmica, pois os indicadores utilizados não foram  suficientes para possibilitar esta afirmativa. Acreditamos que o tema suporta  maiores aprofundamentos ampliando o campo de pesquisa para diferentes cursos em  diferentes instituições.
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** Bacharel do curso de Administração pela Faculdade Integrada de Santa Maria, Assessora Sindical na Associação dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais da Regional de Santa Maria - ASTRESMA
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