Vimos anteriormente que a sociedade pós-moderna, diferentemente da moderna, se caracteriza pela fragmentação das narrativas e pelo descentramento do narrador (Cf. SANTIAGO, 2002). Esse pensar, sobre a sociedade atual e suas produções literárias, é compartilhado também por outros teóricos como Bosi, vejamos o quê o mesmo diz sobre isso:
As narrativas deste fim de milênio parecem ter cortado as amarras que a pudessem atar a qualquer ideal de unidade, quer ético-político, quer mesmo estético, no sentido moderno de construtivo de um objeto artístico. Muitos dos seus textos encenam o teatro da dispersão pós-moderna e suas tendências centrífugas: atomizam-se motivos, misturam-se estilos e as sensibilidades mais agudas expõem ao leitor a consciência da própria desintegração, em face desse quadro, impensável sem a aceleração dos processos modernizantes do capitalismo e da indústria cultural (BOSI 2000, p. 488)
Esgotada a análise, notemos como se manifestam, dentro das crônicas analisadas, o narrador pós-moderno evidenciado por Santiago em oposição ao narrador clássico de Benjamim. Observemos as características encontradas:
O narrador em ‘O padeiro’ |
O narrador em ‘Provocações’ |
*Narra a partir de experiências vividas, próprias; |
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O quadro nos permite observar a presença de características diferentes entre os narradores, em uma e outra crônica. É possível identificar alguns aspectos do narrador clássico na crônica de Braga (este produziu crônicas entre as décadas de 50 e 80); e do narrador pós-moderno na crônica de Veríssimo produzida anos 90. Isso nos leva a pensar que o movimento de transição da vida moderna para a vida pós-moderna provocou mudanças nas relações de comunicação (Cf. BAKHTIN, 1992).
Daí, portanto, pode-se dizer, então, que a crônica brasileira mudou. Essa mudança,se deu principalmente em relação à sua estrutura e ao seu suporte, ficou mais dinâmica e ainda mais híbrida. Tudo para se adaptar as múltiplas linguagens decorrentes da vida contemporânea.
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