PARTE I – INTRODUZINDO UMA DISCUSSÃO (A economia do objeto – fatores do crescimento prolongado)

Desde 1978 – ano inaugural de sua nova política econômica, baseada na reforma da estrutura da economia e na abertura ao exterior –, a República Popular da China (RPC) vem experimentando um verdadeiro frenesi de crescimento acelerado:

Sua média anual entre 1978 e 2003 é de 9,3%. Seu comércio exterior cresceu mais de 30 vezes em 25 anos, a saber: em 1978, seu volume foi de US$ 20,6 bilhões, ocupando o 30o posto no mundo, e, em 2003, de US$ 851,2 bilhões, sendo US$ 438,37 bilhões correspondentes a exportações e US$ 412,84 bilhões a importações, com aumento verificado de 34,6% e 39,9%, respectivamente ( ) 1 , em relação ao ano anterior, passando a ocupar, assim, o 5o posto no mundo.

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Inicialmente, para esta dissertação procuraremos contribuir com esse debate abordando vários aspectos desse fenômeno, desde os relacionados com o comércio internacional, do papel exercido por demanda doméstica, investimentos em ciência e tecnologia até os relativos ao fator geopolítico.

Tal apresentação introdutória tem por objeto demonstrar que os investimentos em infra-estrutura, após a crise financeira asiática de 1997, têm dois objetivos: o primeiro tem ligação com o nível de acumulação na China – nível este que exige e permite novos investimentos em energia e transportes como forma de eliminar pontos de estrangulamento na cadeia produtiva, além de abrir oportunidades para uma nova fase de crescimento duradouro.

O segundo, relacionado dialeticamente com o primeiro, está na necessidade de unificação de um território econômico com mais de 9 milhões de km2 e com um mercado potencial de mais de 700 milhões de habitantes, buscando ao mesmo tempo a ampliação de seu mercado interno e a diminuição das desigualdades regionais no país.

As condições objetivas para o enfrentamento de tais óbices foram criadas ao longo de 25 anos de política de Reforma e Abertura e nossa Introdução procurará demonstrar isso.