O FUNDO CONSTITUCIONAL DO NORTE-FNO NO ESTADO DO ACRE: RECURSOS DO POVO, POLÍTICA DE ESTADO, BENEFÍCIOS DA ELITE

O FUNDO CONSTITUCIONAL DO NORTE-FNO NO ESTADO DO ACRE: RECURSOS DO POVO, POL?TICA DE ESTADO, BENEF?CIOS DA ELITE

Régis Alfeu Paiva

Volver al índice

 

 

4.1.3 INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO

Ao contrário do que poderia se imaginar, a indústria de transformação, onde estão as serrarias e marcenarias, não apresentaram dados satisfatórios em pleno governo da floresta, febre do manejo sustentável das florestas acreanas e aumento da extração madeireira (vide item sobre extrativismo).

Verifica-se uma curva de decréscimo a partir de 2003, quando o saldo do ano foi negativo em uma contratação, conforme se constata no Gráfico nº 24. Os poucos dados de 2006 apontam para uma repetição dos mesmos valores de 2005, em que pese o estudo ter sido realizado até meio do ano, mas parece haver semelhanças entre os dois anos, com uma tendência de redução. Se houve o aumento da exploração e redução nos empregos, duas são as possibilidades: melhoria da capacidade instalada, com maquinário mais moderno, ou exportação de madeira bruta.

As médias mensais mostram o quanto este setor é dependente das condições climáticas, com o crescimento nas contratações sendo similar à curva de pluviosidade regional. Isso se explica pela falta de trafegabilidade na maioria das estradas (sem pavimentação) durante o período chuvoso.

Outro fato a chamar a atenção é que mesmo com o aumento na extração madeireira a partir de 1999 (210 mil m³), os empregos no setor só acompanham até o ano de 2002 (287 mil m³), sendo que no ano de 2004 a extração de madeira em toras foi de 354 mil m³, mas isso não se reflete no índice de empregos do setor, tendo havido a extinção de 27 postos de trabalho (Anexo nº 02, Tabela nº 14). Este dado é mais um indicativo de aumento na tecnologia empregada na industrialização, com a redução da mão-de-obra utilizada.

Com relação à análise estatística (Anexo nº 01, Quadro nº 13), não foi possível detectar correlações significativas, pois a única linha correlacionada (Promipec) não tem regularidade suficiente para ser apontada como fator positivo ou negativo (como foi o caso).

4.1.4 SERVIÇO INDUSTRIAL DE UTILIDADE PÚBLICA

O emprego no Serviço Industrial de Utilidade Pública apresenta uma curva (Gráfico nº 25) com tendência de estagnação ao longo do período estudado, com pouca variação e ainda assim negativa (Vide Anexo nº 02, Tabela nº 15). O ano de 2004 foi o pior para o setor, com um saldo negativo (159 demissões). O saldo para o setor no período analisado foi negativo em 179 vagas, mas isso é fortemente influenciado pelos maus resultados do ano de 2004.

O ano de 2006 iniciou com a mais forte retração para o mês de Janeiro. Nos outros anos, os meses de Janeiro, Fevereiro, Julho e Outubro apresentam variação positiva no saldo acumulado para os meses. Isso é um indicativo de não ser o setor afetado pelo clima (pluviosidade), pois dois meses são chuvosos (Janeiro e Fevereiro), um seco (Julho) e um intermediário. Ao longo dos anos não há uma grande variação nos índices, mostrando uma certa regularidade/estacionariedade.

Em termos de análise estatística (Anexo nº 01, Quadro 14), não se nota uma correlação entre os dados deste setor no período e os recursos injetados na economia pelo FNO. Somente o teste paramétrico revelou correlação negativa, mas para linhas de financiamento com pouca freqüência.