Gestão das microempesas do comércio de Sousa – Paraíba

Maria de Fátima Nóbrega Barbosa
 

 

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Administrar uma empresa seja ela micro, pequena, média ou grande não é tarefa tão simples. Atualmente, a competição acirrada entre os mercados, proveniente da globalização entre as empresas, exige modelos de gestão por parte das empresas consistentes com o cenário atual.

As empresas de pequeno porte se pretendem alcançar sustentabilidade no longo prazo necessitam compreenderem e implementarem esses novos desenhos de modelos organizacionais inerentes ao panorama desse mundo empresarial sem fronteiras.

Grande parte das empresas de pequeno porte, por falta de conhecimento, acredita que apenas as médias e grandes empresas devem e podem implementar novos instrumentos de gestão. Pensando dessa forma, criam obstáculos inibidores de sua entrada nesse atual contexto. Entretanto, é inquestionável a contribuição sócio-econômica empreendida pelas empresas de pequeno porte onde quer que estejam e em todos os setores de atuação.

Baseando-se nessas considerações e ao entender o relevante papel dessas empresas no cenário global, regional e local, a pesquisa em foco debruçou olhares científicos nas microempresas do comércio varejista na cidade de Sousa/PB, diagnosticou alguns pontos de gargalos na gestão desses negócios e aponta algumas sugestões para uma gestão que possa alcançar vantagens competitivas sustentáveis de longo prazo. Tomando por base a pesquisa segue algumas considerações que contribuirão, se colocadas em prática, para o aprimoramento do gerenciamento desses empreendimentos.

Administração Geral

Foi constatado que não existe planejamento formal por parte da maioria dessas empresas. Planejar representa uma função de vital importância para qualquer tipo de empresa. Não basta, porém, apenas planejar. O planejamento é apenas uma das atividades de todo administrador. Para ser consistente deve funcionar de forma integrada as outras funções que fazem parte do processo administrativo, quais sejam: organização, liderança e controle. Para ter uma administração eficaz é necessário conhecer essas quatro funções e o raio de ação que cada uma delas deve ocupar na estrutura organizacional. Essas quatro funções carecem ser assimiladas e inseridas no gerenciamento das pequenas empresas do estudo em tela.

Marketing

No tocante a essa área constatam-se os seguintes pontos fracos: um percentual expressivo das empresas pesquisadas admitiu existir perda de clientes; não é dada uma atenção maior ao serviço pós-venda; os critérios para o cálculo do preço do produto necessitam de uma compreensão mais consistente.

Tomando-se por base o diagnóstico dessa área recomenda-se um planejamento de marketing nas empresas pesquisadas consistente com o planejamento geral da empresa.

Recursos Humanos

Área vital em todos os tipos de empresas. É através das pessoas que as empresas atingem seus objetivos, sendo através das organizações que as pessoas esperam satisfazer suas necessidades (políticas, sociais, econômicas, educacionais, dentre outras). É de fundamental importância que exista um equilíbrio entre os objetivos da empresa e os objetivos de seus colaboradores (funcionários). Nessa área foram detectados os seguintes pontos de gargalos: treinamento dos funcionários insuficiente; a política de recrutamento e seleção carece de ajustes; a remuneração pode ser repensada baseando-se no desempenho dos colaboradores. Recomenda-se para as empresas pesquisadas cursos de planejamento em recursos humanos, com ênfase para o recrutamento, seleção, remuneração e treinamento dos clientes internos (funcionários da empresa).

Área contábil – financeira

Representa uma dimensão empresarial preocupada com questões relativas ao controle financeiro da empresa. Até o momento ainda não foi descoberta uma única maneira de se controlar todas as atividades do dia a dia de uma organização. Porém, em relação aos controles financeiros, existem métodos e sistemas estruturados que auxiliam de forma consistente na avaliação do desempenho das empresas. Os principais problemas da área contábil-financeira identificados nesse diagnóstico podem ser resumidos da seguinte forma: as decisões contábeis, na maioria das empresas, são tomadas apenas pelo contador; 28,6 % das empresas não se preocupam com o seu planejamento financeiro; quando da tomada de decisão sobre investimentos de longo prazo não se utilizam de técnicas de orçamento de capital para subsidiar essas decisões; algumas empresas (14,3) afirmaram não possuir capital de giro; não existe uma política para a administração de contas a receber. Recomenda-se para essas empresas: o sistema contábil deve ser estruturado em conjunto com um especialista, no caso, o contador da empresa; as empresas devem adotar uma política de cobrança que esteja em sintonia com a política de crédito da empresa; para tomada de decisões sobre investimentos de longo prazo as empresas devem utilizar a análise de orçamentos de capital, uma vez que, decisões inconsistentes sobre investimentos de capital numa pequena empresa podem trazer prejuízos significativos para essas empresas. Enfim, urge-se que um planejamento financeiro seja posto em prática, em consonância com a postura estratégica em que a empresa esteja inserida no momento.

Planejamento e administração estratégica

Em relação a esta dimensão constatou-se o seguinte cenário: 10,7% dos entrevistados não sabem identificar as suas oportunidades; têm uma visão limitada da sua missão empresarial; 17,6% das empresas não conhecem os pontos fracos da concorrência; as empresas apresentam dificuldades para estipular metas, apesar de definirem o objetivo que esperam alcançar com suas atividades.

Pelo exposto até o momento, percebe-se que as empresas investigadas têm carência de instrumentos de gestão em áreas como Administração Geral, Marketing, Recursos Humanos, Contábil-financeira e Administração Estratégica.

Qualquer empresa, em qualquer setor de atuação, independente do porte e da sua postura estratégica, toma decisões o tempo todo e em todas as áreas organizacionais. Na tomada de decisão empresarial, a maneira como essas decisões são tomadas está diretamente ligado ao modelo de gestão da empresa. Uma administração estratégica privilegia elementos de gestão como: planejamento de marketing; planejamento financeiro; uso de sistemas contábeis; controles financeiros; planejamento de recursos humanos, enfim, instrumento como planejamento estratégico, entretanto, carece tomar por base uma visão integrada de todas as áreas que compõem uma empresa.

À guisa de conclusões e recomendações, é necessário que as empresas de pequeno porte se utilizem dos instrumentos de gestão adotados nas empresas de médio e grande porte, observando suas peculiaridades, mas jamais acreditando que não possam usufruir de todo esse suporte que irá lhes trazer vantagem competitiva de longo prazo. Que as empresas de pequeno porte do comércio varejista de Sousa adotem em seus modelos de gestão uma visão estratégica permeando a empresa como um todo.

A realização da pesquisa foi possível graças à valiosa contribuição dos pequenos comerciantes da cidade de Sousa, tendo uma repercussão positiva por parte do público-alvo investigado.

Esta pesquisa serviu ainda para promover parcerias de longo prazo entre a universidade e a comunidade empresária local, estreitando laços entre os fundamentos teóricos e a prática empresarial.


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Web eumed.net

 

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