Gestão das microempesas do comércio de Sousa – Paraíba

Maria de Fátima Nóbrega Barbosa
 

 

DIAGNÓSTICO DAS ESTRATÉGIAS VOLTADAS PARA A ÁREA CONTÁBIL-FINANCEIRA

3.5.1 Responsável pelo Sistema Contábil

Através da Tabela 25 observa-se que a tomada de decisão em relação ao sistema contábil é realizado predominantemente pelo contador (64,3%). Apenas 35,7% dos proprietários afirmaram que são responsáveis pelo sistema contábil. (Tabela 25)

Essa tabela mostra que grande parte dos donos de pequenas empresas pesquisados não decidem sobre o sistema contábil de suas empresas. Isso implica uma desvantagem em relação às empresas que tenham conhecimentos, embora superficiais, do sistema contábil adotado em suas empresas.

TABELA 25 – Responsável pelo sistema contábil das empresas por segmento de mercado

3.5.2 Realização de Planejamento Financeiro

A realização de planejamento financeiro foi observada para a metade (50,0%) das empresas pesquisadas. Entre os segmentos estudados, observou-se que a totalidade das empresas do setor móveis realizam planejamento financeiro. O menor índice foi apresentado no segmento de calçados. (Tabela 26)

TABELA 26 – Realização de planejamento financeiro pelas empresas por segmento de mercado

Dentre as empresas que realizam planejamento financeiro (50,0% – Ver Tabela 26), o planejamento informal e uso de controles foi indicado com o mesmo percentual (21,4%). Ressalta-se o fato de que 28,6% das empresas entrevistadas não expressaram sua opinião. (Tabela 27)

O planejamento financeiro de uma empresa deve ser projetado tanto no longo como no curto prazo. Através do planejamento de curto prazo a empresa alcança seus objetivos estratégicos (de longo prazo). É preocupante 28,6% das empresas pesquisadas não se pronunciarem sobre esse aspecto.

TABELA 27 – Tipo de planejamento financeiro realizado pelas empresas por segmento de mercado

3.5.3 Administração do Capital de Giro

De acordo com a Tabela 28 observa-se que a administração do capital de giro se dá predominantemente através de investimento interno (35,7%). Destacou-se ainda o uso do capital de giro para eventualidade. (Tabela 28)

O capital de giro de uma empresa deve ser administrado de forma criteriosa. É de fundamental importância que a empresa compreenda o momento de investir, o momento de guardar para as eventualidades ou o momento de reduzir o seu ciclo financeiro. Quanto às empresas pesquisadas é significativo o fato de que 14,3% não tenham capital de giro.

TABELA 28 – Administração do capital de giro pelas empresas por segmento de mercado

3.5.4 Administração das Contas a Receber

A administração das contas a receber se dá predominantemente através de cobrança pessoal (46,4%). A cobrança judicial foi indicada apenas por 21,4% das empresas pesquisadas (destacadamente nos segmentos de calçados e confecções). (Tabela 29)

A administração de contas a receber deve adotar uma política de cobrança que esteja em sintonia com a política de crédito da empresa. Uma política de crédito ideal proporciona um volume maior de vendas com inadimplência insignificante, minimizando assim possíveis conflitos judiciais. A maior parte dos pequenos empresários do comércio varejista de Sousa agem com bom senso ao preferirem a negociação pessoal com os inadimplentes.

TABELA 29 – Administração das contas a receber pelas empresas por segmento de mercado

3.5.5 Uso de Técnicas de Orçamento de Capital

Apenas 17,9% das empresas entrevistadas utilizam técnicas de orçamento de capital ao tomar alguma decisão sobre investimentos de longo prazo. Esse índice é mais expressivo nos segmentos de móveis (50,0%)e confecções (57,1%). (Tabe;a 30)

Para tomada de decisões sobre investimentos de longo prazo é imprescindível a análise de orçamentos de capital. Decisões inconsistentes sobre investimentos de capital numa pequena empresa podem trazer prejuízos significativos para essas empresas. É relevante o fato de que apenas 17,9% das empresas entrevistadas tomem decisões de forma aleatória.

TABELA 30 – Uso de técnicas de orçamento de capital pelas empresas por segmento de mercado

 Dentre as empresas que afirmaram o uso de técnicas de orçamento de capital (5 empresas – Ver Tabela 30), duas pertenciam ao segmentos de móveis, as quais afirmaram que as técnicas utilizadas foram levantamento do capital de giro planejamento de longo prazo. As três últimas pertenciam ao setor de confecções, onde a primeira utiliza a técnica de levantamento do capital de giro e as outras duas através da análise custo/benefício.

3.5.6 Pontos Fortes e Fracos

Nesta questão o entrevistado poderia optar por mais de uma resposta. Os pontos fortes mais expressivos indicados pelas empresas pesquisadas foram: atendimento (64,3%), qualidade (42,9%) e preço (32,1%). Não houve diferenças significativas entre os segmentos estudados. (Tabela 31)

As empresas são coerentes quando apontam que os seus pontos fortes dizem respeito ao atendimento e a qualidade uma vez que apontam em questionamento anterior (ver tabela 15), que os benefícios mais importantes de seus produtos são a qualidade e o atendimento.

TABELA 31 – Ponto fortes indicados pelas empresas por segmento de mercado

(1) – Questão de múltipla escolha. Para cada segmento de mercado o número de respostas é igual ao número de casos válidos.

A indicação dos pontos fracos das empresas também foi uma questão onde o entrevistado poderia optar por mais de uma resposta. Destacaram-se os seguintes pontos fracos: layout interno inadequado (35,7%), má localização da empresa (17,9%) e falta de treinamento dos funcionários (14,3%). Entre os segmentos observa-se a predominância da falta de treinamento dos funcionários para as empresas agrícolas (para a sua totalidade – 100,0%) e a falta de mercado para as empresas do segmento de móveis (50,0%). (Tabela 32)

TABELA 32 – Ponto fracos indicados pelas empresas por segmento de mercado

(1) – Questão de múltipla escolha. Para cada segmento de mercado o número de respostas é igual ao número de casos válidos.

3.5.7 Ameaças

Para os entrevistados as ameaças mais indicadas foram: a concorrência (28,6%), inadimplência (17,9%) e carga tributária (10,7%). (Tabela 33)

O conhecimento da concorrência pode ser uma vantagem competitiva significativa para uma empresa. Conhecer os pontos fortes e fracos de uma empresa concorrente dá indicações valiosas sobre o posicionamento estratégico que deve ser adotado em relação a essa empresa.

TABELA 33 – Ameaças indicadas pelas empresas por segmento de mercado

3.5.8 Oportunidades

Quanto às oportunidades, as mais citadas foram: novos mercados (32,1%) e marketing da empresa e ponto de comércio, ambas com o mesmo percentual de 14,3%. Entre os segmentos estudados destacou-se a oportunidade na sua totalidade (100,0%) para as empresas agrícolas e marketing da empresa do setor de confecções (42,9%). (Tabela 34)

Ameaças e oportunidades são aspectos relativos. O que é oportunidade para uma empresa pode ser ameaça para outra. O importante é que a empresa saiba discernir quais aspectos representam oportunidades para o seu negócio e quais aspectos representam ameaças. Através dessa pesquisa constata-se que 10,7% dos entrevistados não conhecem suas oportunidades.

TABELA 34 – Oportunidades indicadas pelas empresas por segmento de mercado

3.5.9 Missão

Metade (50,0%) das organizações entrevistadas afirmou que sua missão é o crescimento da empresa. Destacou-se ainda a satisfação do cliente (21,4%) e atendimento (14,3%). Entre os segmentos destacou-se o setor de calçados onde a missão predominante foi o atendimento. (Tabela 35)

Ao formular sua missão a empresa tem consciência do perfil de seu cliente, como mantê-lo e quais suas competências em relação aos concorrentes. Em relação a esse questionamento percebe-se que os donos dessas empresas têm uma visão limitada da missão de suas empresas

TABELA 35 – Missão indicada pelas empresas por segmento de mercado

3.5.10 Identificação dos Pontos Fortes e Fracos da Concorrência

A maioria (60,7%) das empresas pesquisadas afirmou que identificavam os pontos fortes e fracos da concorrência. Não houve diferenças quanto ao nível de identificação quando comparados com os segmentos estudados. (Tabela 36)

TABELA 36 – Identificação dos pontos fortes e fracos da concorrência pelas empresas por segmento de mercado

O ponto forte predominante da concorrência foi o preço competitivo (23,5%). Destacaram-se ainda o capital de giro e o layout interno, ambos com o mesmo percentual de 17,6%. (Tabela 37)

17,6% das empresas pesquisadas não opinou sobre quais seriam os pontos fortes do seu concorrente, apesar de que 60,7% das empresas pesquisadas afirmarem conhecer os pontos fortes e fracos da concorrência (ver tabela 36).

TABELA 37 – Pontos fortes indicados da concorrência pelas empresas por segmento de mercado

Quanto aos pontos fracos da concorrência, destacaram-se a concorrência desleal (23,5%) e mau atendimento (17,6%). Ressalta-se o fato de que 29,4% não expressaram sua opinião nesta pergunta. (Tabela 38)

Nesse questionamento fica evidente que um percentual significativo das empresas em foco não conhecem os pontos fracos da concorrência, sendo inconsistente com o que eles afirmam na tabela 36.

TABELA 38 – Pontos fracos indicados da concorrência pelas empresas por segmento de mercado

3.5.11 Objetivos

A Tabela 39 apresenta os objetivos indicados pelas empresas. Nesse sentido, três deles se destacaram: crescimento (28,6%), lucro (21,4%) e aumentar o número de clientes (14,3%).

TABELA 39 – Objetivos indicados pelas empresas por segmento de mercado

3.5.12 Metas

Quando indagados sobre a meta da empresa constatou que a maioria (78,6%) não possui metas definidas. Apenas 14,3% indicaram que a meta da empresa era o crescimento. (Tabela 40)

Apesar das empresas terem consciência dos objetivos que esperam alcançar apresenta dificuldades para estipular metas. 14,3% (ver tabela 40) afirmam que sua meta é crescimento e 28,6% dizem que o seu objetivo é crescimento (ver tabela 39).

TABELA 40 – Metas indicadas pelas empresas por segmento de mercado

3.5.13 Postura Atual das Empresas

A postura atual das empresas foi predominantemente o crescimento (67,9%). Observa-se esse mesmo comportamento entre os segmentos estudados, exceto para o setor de móveis, onde metade (50,0%) possui como postura atual o desenvolvimento. (Tabela 41)

TABELA 41 – Postura atual das empresas por segmento de mercado

3.5.14 Satisfação com o Desempenho na Gestão de Negócios

O nível de satisfação com o desempenho na gestão de negócios foi MUITO BOM, expresso pela grande maioria das empresas pesquisadas (92,9%). Entre os segmentos, o nível de satisfação foi máximo para os segmentos de móveis, confecções e supermercados. (Tabela 42)

TABELA 42 – Satisfação com o desempenho na gestão de negócios das empresas por segmento de mercado


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