Comportamento & Moral

Luiz Gonzaga de Sousa
 

 

U.F.E.: REUNIÃO PÚBLICA

(TERÇAS E QUINTAS FEIRAS)

Ao amanhecer o dia de uma reunião pública (quinta feira) na UFE, muito cedo a espiritualidade começa a trabalhar o ambiente, fazendo uma limpeza no local de trabalho, cuja atividade se inicia exatamente às vinte horas em ponto, com convite antecipado aos trabalhadores para aquele dia, e buscando aqueles que estão precisando do aprendizado espiritual. Uma grande equipe é designada para que, aquela reunião seja repleta de êxito, lá estão doutrinadores que não têm um rótulo de espírita, médicos de todas as especialidades, enfermeiros, voluntários, e um grupo muito grande de amigos espíritos que estão trabalhando tão belo evento. Nesta preparação, uma equipe de mensageiros sai às residências dos necessitados convidando para tal acontecimento, obviamente as pessoas não vêem, apenas sentem o desejo incontrolável de participar daquele tipo de trabalho que vai acontecer.

Os trabalhadores dessa modalidade de atividade não são convidados desta forma, porque já foram chamados a tomar parte e já fazem normalmente, entretanto, se isto não acontece a espiritualidade renova o chamamento, para que ele não se furte ao seu trabalho tão necessário. Sem dúvida, muitos não entendem esse processo, indo só ao trabalho quando estão sentindo qualquer dificuldade física que pensam ser de ordem espiritual, acorrendo logo ao Centro Espírita, do qual faz parte, para limpeza do perispírito, e voltar a sua normalidade mundana. Infelizmente esses irmãos são inconscientes de suas atividades evolutivas que, a cada minuto, são chamados para o seu auto conhecer-se frente a tudo que se passa em seu cotidiano, pois, desta forma, não conseguem se ajustar a um caminho de retidão e de amor a si e ao próximo.

Às seis horas da tarde, os encarregados do ambiente de trabalho se reúnem para uma prece de harmonização do recinto, onde todos vão labutar fervorosamente na ajuda a todos que sofrem males físicos e/ou espirituais, proporcionando uma oportunidade de conhecer os verdadeiros caminhos da vida eterna. Neste momento todos cantam, alguns recitam belas poesias, outros tocam clarins de harmonização, e o coral espiritual entoa um canto de uma beleza incomensurável e que, o mais belo coral da terra ainda não conseguiu a perfeição de tal aprimoramento e encanto. Um colorido inconfundível circunda os quatro cantos do ambiente, expandindo-se em um raio de mais ou menos quinhentos metros de distância, como se fosse uma chuva de água de cheiro, e alguns anjos no céu deixam cair uma nuvem de pétalas de rosas vermelhas e brancas purificando e aromatizando o planeta.

O instante da reunião se aproxima. Os convidados começam a chegar numa alegria incontestável e quando se aproxegam, as boas-vindas num semblante de festividade são as melhores recepções que todos recebem para este banquete de luz que a espiritualidade preparou para todos que vêm participar. Alguns outros amigos não vêm de bom grado, mas os espíritos trabalham essa parte inferior ou maledicente, para que possam pelo menos, abrir sua consciência para a compreensão desta oportunidade em sentir a luz e poder caminhar com seus próprios pés. Minutos antes das vinte horas, todos estão sentados e contritos, e alguns outros de pé, por não encontraram mais lugar para sentar, também iniciam a sua concentração, para participar de um pensamento uníssono, em busca da paz, de sua auto conscientização, e de sua felicidade.

Às vinte horas em ponto, apagam-se as luzes do ambiente. Somente uma luz verde sinaliza em uma penumbra que leva todos ao infinito, ao som de um cântico de harmonização, que convida aos parentes a uma introspecção mais perfeita, quando no momento da prece inicial, que é a base da reunião. Aquele que trabalha esta prece deve se elevar ao máximo possível, para colher os eflúvios salutares para todos, especialmente aqueles que não tiveram seus perispíritos plenamente adequados a uma reunião onde todos devem estar libertos do mundo material, e receptivos ao mundo espiritual. Quando a prece flui, a música tocada ao som do piano ou do violino deve sensibilizar a todos para o seu auto conhecimento, a reflexão de sua lida, em seu ontem, sua maneira de ser e sua intransigência em não querer se melhorar perante uma descoberta que tem que ser da própria pessoa.

Findo este momento sublime, o exórdio conclama a juventude a participar de seus trabalhos aos sábados, algumas vezes aos domingos, com leituras evangélicas, discussões sobre o espiritismo e leitura de alguns textos complementares para uma melhor compreensão do espiritismo cotidiano. Todavia, antes deste chamamento, alguém do grupo de jovem também faz uma leitura evangélica ou relata algum exemplo que se encontra nos textos que versam sobre o espiritismo, como uma forma de mostrar que essa doutrina é verdade insofismável. Este trabalho é importante, porque indica que o espiritismo é para todo o mundo, isto é, crianças, jovens, adultos e velhos que precisam conhecer-se a si próprio, a sua relação com os demais e a natureza, demandando sempre construir o seu futuro, nunca a sua derrocada com seus impulsos instintivos.

Em seguida, o senhor Presidente do Centro, inicia a sua palestra, sorteando aleatoriamente um artigo de um dos livros de EMMANUEL, psicografado por Francisco Cândido XAVIER, que anuncia uma frase do Evangelho, e depois o autor espírito comenta esta passagem evangélica do ponto de vista real da vida eterna. A passagem evangélica é normalmente algum ponto da Bíblia, não muito bem explicado pelos religiosos que tentam ensinar o caminho da verdade e da vida, mas não conseguem dentro dos conhecimentos adquiridos pelos estudiosos do planeta terra. Neste sentido, a espiritualidade proporciona a todos a oportunidade de compreender um pouco mais sobre as descobertas que cada um faz, dentro do contexto científico ou não, cujo resultado não enxerga muito além das condições que estão ao seu dispor naquele momento.

O palestrante dentro de suas limitações consegue levar a todos, mais ou menos o que os textos desejam que seja absorvido por todos aqueles que necessitam de algum aprendizado para entender o sentido real da vida, isto é conhecer-se a si mesmo e as condições em que seus irmãos de maneira geral se encontram. São mais ou menos vinte minutos de apreensão em que os ouvintes se fixam nas palavras do pregador que almeja sensibilizá-los para a compreensão dos verdadeiros ensinamentos cristãos, cujo objetivo é a união dos povos na construção do bem e alimentação do amor. Neste instante, todos perplexos recebem aquele bálsamo de luz, como se fosse um transe que engrandece a alma e enaltece o espírito, com tantas verdades que alguém jamais conseguiu ouvir em outro momento de pregação evangélica de qualquer ambiente religioso.

Quando todos se firmam em ouvir o palestrante, e em uma oportunidade ímpar, o guia espiritual de cada participante coloca as mãos sobre o ouvinte, deixando que as palavras emitidas adentrem verdadeiramente naquele irmão que vai se servir, como tomando um banho perispiritual para sensibilizá-lo a compreender a vida. Neste clima de luz, de fraternidade, todos se sentem como se estivessem no céu verdadeiro, porque é um momento de encontro com todos aqueles que querem o bem de seu protegido, daquele que veio ao mundo para ficar sob sua orientação. Pois, quando a pregação termina, todos têm recebido o passe que cura as enfermidades físicas e dá oportunidade para melhorar as ignorâncias espirituais. É só ter força de vontade, para que a força interior de cada um tenha eliminado os males que todos trazem e não querem se libertar.

Ao orador terminar a sua palestra, novamente um cântico retoma a sua vibração, com a participação de todos, que entusiasticamente enchem o peito, e de voz forte e vibrante entoam mais um hino sacro que invoca a espiritualidade a aumentar a satisfação de comungar com o ideal maior que é o progresso de todos. Neste instante de magia e transcendentalismo, todos sentem a presença de uma força suprema acalmando os seus instantes de angústia, de sofrimento e de dor, que muitos passam e não entendem porque tudo isto acontece com quem imagina que pensa em amor e paz. É um momento que todos querem que seja para sempre. Mas, não pode ser para sempre quando ainda se vive em um mundo de pecaminosidade. Esta nova vibração se conseguirá quando o ser humano se libertar das inferioridades que ainda predominam dentro de cada um.

Findo o cântico, a prece de vibração acalma ainda mais aqueles que, libertos do corpo, transcendem ao mundo espiritual, trabalhando a sua consciência, em uma aula de um viver mais profícuo, mais humano e mais terno, uns para com os outros, numa ajuda mútua em busca da eternidade, sentindo-se Deus. Bem ao fundo, mais uma vez eleva-se uma música que faz com que o irmão da vibração, divague com muita facilidade nas palavras que devem sensibilizar a todos os presentes, conclamando a harmonia entre todos os homens e mulheres do planeta que precisam conhecer. O som do piano ou do violino conduz a todos ao passado, num misto de saudade e de alegria, como se neste momento acontecesse o encontro do ego com o próprio eu, que não deseja saber quem foi, mas compreender o que se poderá ser algum tempo no futuro.

Após a vibração, é o momento do passe, como se fosse o ápice de uma festa tão bela e cheia de encanto e luz para todos que louvam a Deus e sentem a sua presença como oportunidade de conhecer os seus problemas e poder de livre e espontânea vontade, libertar-se de todas as chagas que os torturam. O passe seria somente para os doentes, no entanto, todos estão doentes e precisam do reforço desses instrumentos que aliviam e acalmam as inferioridades que dilaceram aqueles que não têm forças para sua auto caminhada, na sua construção da vida. Assim, quase todos participam deste momento de limpeza perispiritual, cujos irmãos ignorantes do bem se afastam ou são conduzidos para lugares propícios ao seu progresso espiritual ou pelo menos, uma paciência no seu auto conhecer-se como um filho de Deus que precisa de ajuda.

Finalmente, encerram-se os passes, e todos os sensitivos se dirigem ao salão principal para fazer a prece final, como se fosse uma recomendação aos pequeninos e ignorantes do bem, a se comportarem melhor agora, que já tiveram a oportunidade de saber que são espíritos e que não necessitam das coisas materiais. Todos compenetrados recebem dos trabalhadores daquela noite os últimos ensinamentos necessários para poderem caminhar de maneira mais livre e compreensiva em sua situação espiritual, e isto tanto para os encarnados quanto para os desencarnados. Ao fim da prece, o cântico sacro ecoa nos quatro cantos da sala numa louvação a Deus, por ter concedido aquele momento de tanta luz, tanto amor a todos que quiseram sentir a presença de espíritos de luz, em todos aqueles que de boa vontade vieram tentar conhecer a vida, e trilhar pelo caminho do bem.


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