Comportamento & Moral

Luiz Gonzaga de Sousa
 

 

A MORTE

A morte é uma questão que causa terror em muita gente, pelos mais diversos motivos que se apresentam para a sociedade, desde a saudade que vai causar, até mesmo a insegurança para onde se vai depois dela, considerando que as igrejas não têm orientado suficientemente suficiente, para onde se vai depois de morte. Num conceito simples, pode-se dizer que a morte é o término de um ciclo, cujas pessoas e animais, esgotam as suas energias físicas, como se fossem uma lâmpada que se apaga e desaparece na escuridão, deixando somente um ponto no espaço, pela fixação mental. Esse ponto no espaço fica por pouco tempo, de acordo com a mente de cada um, da mesma forma que os seres que morrem, provocam lembranças que também vão desaparecendo com o tempo, e o ser que veio e se foi, não faz mais nada, pelas suas forças físicas de um mesmo corpo que não existe.

As pessoas não se preparam para a morte, não numa apologia ao morrer, num culto mórbido que denigre a todos aqueles que pensam num desaparecimento sem volta, em um ser que deu alegria e agora, guardado ou enterrado, não deixa outra coisa, senão a saudade que muitos guardam para sempre. Este é o sentimento que as pessoas não entendem, e tentam num choro ou em qualquer outra técnica, relembrar alguém que já completou seu período de tempo, como fulano A ou B que participava de tudo, que animava a todos, que era muito amável. A condição de relembrar alguém está sempre no dia de finados, como é conhecido, como o dia dos mortos e aí está o sentimento de alguém que não entendeu o sentido real da morte, não como um purgatório, ou tirar a vida de alguém, mas de término de suas energias vitais de uma etapa.

A questão da morte não entendida por muitas pessoas, vem sendo estudada por uma plêiade enorme de cientistas, que buscam entender o por que da morte, as suas causas, o ato em si, e o futuro daquele que animou por tanto tempo um corpo físico. Normalmente diz-se: ele era tão bom, tão amigo, tão bom pai, que seus filhos não aceitam a sua morte. Os antigos já tinham a morte como uma coisa natural, cujos seres humanos ou não devem passar por aquelas condições que, do mesmo modo que aceitaram alegremente a sua chegada devem também, igualmente, sentir o mesmo prazer quando da morte. Não se aceita a morte pela formação de um sentimento que se cria dentro da pessoa, que mesmo sabendo de sua realidade, quase todo mundo reluta em aceitar os últimos momentos de vivência num corpo físico de um amigo muito próximo, ou de um parente querido.

A causa da morte tem duas explicações essenciais: em primeiro lugar, devido à improbidade de ser humano que adquiriu, ao longo das vidas sucessivas, débitos e mais débitos que culminaram com um abreviamento de sua passagem pelo planeta terra; e, em segundo lugar, por causa de suas energias que se acabaram, finalmente. Sem dúvida, o Criador Maior inventou tudo perfeito, até mesmo o ser humano, mas deu a ele a faculdade de poder decidir tudo em sua vida, isto é, descobrir no seu labirinto, a melhor maneira de encontrar a sua pureza, de conseguir o seu ápice glorioso. Todavia, o ser humano confundiu livre individualidade com livre arbítrio, porque a matéria tem vida, ou seja, a sua vida vegetativa que exige alguma alimentação própria para a sua auto sustentação que são os elementos naturais, que invocam outros não materiais da natureza.

O espírito vive e viverá para sempre, dentro do contexto de conviver com tudo e com todos, e não se envolver com as futilidades menores, tais como fazem os espíritos superiores, na sua angelitude e sapiência maior de compreensão a cerca de tudo que está ao seu derredor, desde os problemas menores aos maiores. No contexto, de não controlar o seu livre arbítrio é que o ser humano se deixa levar pelas paixões, pelos sentimentos inferiores, com os seus impulsos inferiorizados que maculam o espírito, criando uma crosta negra, que fica difícil de seu auto controle. Como se sabe, a matéria chama a matéria e o espírito ensina o espírito a se elevar, pela limpeza perispiritual, num despojo total das inferioridades e maledicências, tais como orgulho, vaidade, inveja, ganância, prepotência, fofocas e uma série de outros ímãs negativos.

Dentro deste clima de livre individualidade, o ser humano se investiu contra tudo e contra todos, destruindo seu próprio habitat, denegrindo uma caminhada mais correta; daí, surgindo a morte e o processo de libertação de tudo que adquiriu, que não serve para a sua sobrevivência no mundo da pureza e do amor. O homem fomentou o destruir o seu próximo e a natureza, buscou o roubar e furtar, cuja ignorância não proporciona condições de lutar com as suas próprias forças, para continuar dentro de um clima de equilíbrio e não morrer nunca, tal como o Criador Maior fez a todos indistintamente. Neste clima de desorganização processada pelo ser humano, está a morte, como uma forma de coibir as intransigências que o ser pensante causa para todos, até mesmo aquele que está fora de seu convívio, mas que guarda alguma inferioridade dentro de si.

Os espíritos superiores, da mesmo forma que os extremamente pequeninos não têm sentimentos, só que existe uma diferença fundamental, é que os superiores já passaram pelo cadinho do sofrimento e da dor conscientizando-se, e os pequeninos ainda não vivenciaram essa trajetória, alimentando sua brutalidade. O sentimento é apenas uma peça no processo de aprendizado, cujas dores que antes não doíam, agora doem mexendo com a consciência, como se fosse um despertar para que aquele ato não volte a ser praticado com objetivo de macular alguém. Como se ver, o mal também ajuda no processo de conscientização, visto que as iniqüidades de alguém não são condenadas pela espiritualidade superiora, mas pelos próprios colegas de infortúnio, cujo nível se acha com direitos de julgar alguém, e o faz em sua inconsciência.

Assim sendo, as mensagens espirituais reportam sempre sobre a lei de causa e efeito, isto significa dizer que, se alguém praticar um ato não condizente com a sua evolução que constitui uma mácula em seu perispírito, ele vai ter que se despojar de tal problema por bem (consciência) ou por mal (inconsciência). Não significa dizer que o Criador Maior julga e condena alguém, no entanto, a sua própria irmandade sente a sua inferioridade e mais cedo ou mais tarde, exige que esse alguém participe de suas atividades, como uma forma indireta de comprovação de sua evolução. Aí entra com mais intensidade a questão da morte, ou pelos seus próprios companheiros, com os desastres, o alguém matando alguém, ou pela morte natural, com o esgotamento das energias que dão vida vegetativa àquele que tem um corpo carnal neste planeta.

No dia a dia dos seres humanos e não humanos não se ver espíritos de bom nível evolutivo, como Papa, Bispos, Padres, Pastores Evangélicos, Pregadores Espíritas, etc., tirarem a vida de seu próximo, como milhões e milhões de pessoas vivem matando o seu irmão a troco de nada, ou até mesmo por causa de tudo. Esses homens, que passaram pela barreira do sentimentalismo, não andam por aí fazendo mal a alguém, mesmo que os seus ensinamentos não estejam muito ajustados, dentro do princípio real de um aprendizado correto, mas isto tem uma razão de ser. Daí se extrai que a morte é um quebra cabeça da inferioridade, faz parte de um mundo de provas e expiações, cujos seres quase conscientes deste mesmo planeta, também passam por tal problema, como finalizando sua passagem no processo evolutivo, que agora consegue a sua liberdade, ou livre arbítrio.

A inferioridade cria o medo da morte, deixando o ser humano ligado em todos instante ao momento de sua partida. Passa a sua vida inteira mentalizando as dores dos momentos em que se aproxima o término de uma vida terrestre, em que as Igrejas ensinaram que ele vai ficar debaixo da terra até o chamamento de Deus. Isso criou e cria uma fixação mental sobre esta questão e quando morre, fica dormindo o sono da eternidade, esperando tal momento que não aparece. Pois, bom ou ruim, muitas vezes se acorda com os choros de seus parentes e as lembranças de amigos queridos. O espírito ao acordar depois do desencarne fica atordoado por não saber onde se encontra e inicia uma trajetória de dor e sofrimento muito grande por conversar e ninguém ouvir, por abraçar e ninguém sentir e por sentir a vibração de choros e lamentações e não poder fazer nada que coíba tal questão.

Neste processo de inconsciência, em verdade, é dura a questão da morte, mas somente nesta visão de encarar as coisas, por falta de consciência da realidade que existe no outro lado da vida, isto é, o lado dos invisíveis, que poucas pessoas têm condições de ver e/ou ouvir as conversas com o mundo espiritual. Dentro deste prisma, veja quantos irmãos vivem esse problema do outro lado da vida, sem ter quem o compreenda, causando revolta àqueles que são ainda animalizados, cujos amigos da terra tratam-nos como algo terrível, como o demônio, na linguagem popular. O que se pode esperar de um irmão que é tratado com socos e pontapés, com palavras de baixo calão, que denigrem, que maltratam, que humilham aqueles que não compreendem que essas palavras, dizem respeito a coisas deste mundo. Para a espiritualidade superiora isto não tem significado.

Inegavelmente, ninguém se prepara para a morte, conscientizando-se de que ela é apenas parte de um processo que deve ser encarado com normalidade, sem constrangimento, para que aquele que deixa o corpo físico, possa apenas levar lembranças boas de ter estado com uma família tão bela. A saudade que seja uma lembrança, porém nunca um sentimento de apego em que o irmão e amigo possa se sentir mais angustiado por ver a pieguice de seus entes queridos, segurando a sua libertação com choros e lamentações que são próprias de pessoas possessivas e ciumentas. Sem dúvida, a ligação entre os que ficam e os que vão, deve ser uma ligação de amor, de paz e de felicidade para que todos cresçam retilineamente, pois a saudade passa, e a evolução continua até a libertação plena das vibrações inferiores para a leveza dos ares da superioridade.

Muitas pessoas têm dúvidas quanto à hora exata da partida, em que o espírito se desliga da matéria, isto é, o momento em que as energias do corpo vão desaparecendo para tal ente se desvencilhar, cujo espírito ainda encarnado, sofre a separação, devido ao seu entendimento mental de que vai partir para sempre. A pessoa muito ligada às coisas da vida material sofre por diversas razões, tais como: apego aos seus objetos que tanto gosta, ligação forte com os filhos, a esposa, os parentes, os momentos de encontro com os amigos nos finais de semanas, cujo pensamento isso não se acaba. Em verdade, o ser humano que morre nestas condições sente dores, sofre muito devido a sua materialidade, o seu sentimento de posse, quando ainda não se libertou e isto não pode acontecer na mente dos espíritos que pretendem evoluir em busca da pureza.

Muitos dizem que existe um túnel que os espíritos são sugados para dentro dele até chegar ao mundo espiritual, o que existe em verdade é um torpor, uma sonolência muito forte que as pessoas chegam a ficar tonta e de repente, se encontrar do outro lado da vida com seus amigos e parentes, ou até mesmo desconhecidos. Este fato acontece geralmente para espíritos que já têm uma certa evolução, que já se desprendeu das coisas materiais, cuja morte é apenas um sono curto que às vezes o ser humano não perde nem a consciência ao está do outro lado da vida. Na maioria dos seres humanos isto não acontece, devido a inferioridade ser muito grande e tudo que é materialidade lhe segura para que continue vivendo as vicissitudes da vida encarnada e a morte é apenas um sono que pode durar muitos anos até que alguém o acorde para a realidade.

Nem sempre o encontro do outro lado da vida física, se dá com parentes e amigos que conviveram no ambiente atual de materialidade, no entanto, outros amigos que para ele eram desconhecidos para a última encarnação, é quem recebe com os braços abertos, cujo desencarnante estranha com veemência. Porém, os maledicentes, e com condições de viver no mundo espiritual, se encontra numa escuridão profunda, porque o seu astral não é de luz e nem tão pouco de recepção amável pelos que lhe devotaram amor e carinho por ter cumprido bem a sua trajetória de evolução. Finalmente, a morte constitui um mistério para muitos que não têm condições de enxergar além de sua formação moral, que é mínima e embaça toda possibilidade de conseguir a ajuda de quem está pronto para mostrar o caminho da verdade e da vida, que não se encontra nos livros, nem nas Igrejas, mas na mente de quem se esforça para consegui-lo.


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