Comportamento & Moral

Luiz Gonzaga de Sousa
 

 

OS LÍDERES

A humanidade sempre prescindiu do comando de um líder, a sua atuação, a sua formação, e a necessidade de sua existência para dirigir algo que precise de alguém que saiba melhor encaminhar os problemas que a sociedade está atravessando com muita dificuldade e falta de controle. Um chefe de família, um governador, um prefeito, um vereador, um deputado, um senador, um presidente, um presidente de sociedade de amigos de bairro, de um sindicato, um professor, um pregador evangélico quer seja católico, protestante ou espírita é um líder em sua função. Com este preâmbulo, é que se pretende investigar o real entendimento do que seja um líder, como o identificar, como o conceituar e informar para a sociedade a verdadeira consciência de uma liderança que tem como objetivo representar a todos que o nomearam como tal.

Apesar de muitos historiadores terem um conceito de líder como uma função de comando, não se pode tomar este termo de maneira radical, mesmo que se exerça uma função com aparência de liderança, tal como fez Hitler, Mussoline, Strösner, Pinochet, Lenin, Stalin e muitos outros ditadores. O verdadeiro líder representa a idéia geral de uma determinada coletividade, sem sua escravização, sem levantar armas e sem impor suas idéias àqueles que necessitam de alguém que possa liderá-lo com muita sapiência e poder de convencimento perante os seus liderados. Líderes, que suas idéias ainda perduram e não precisaram usar armas, para que pudessem representar eficientemente uma coletividade, foram os grandes da história, tais como Jesus, Gandi, Moisés, e muitos e muitos homens ilustres que souberam falar e ser ouvido pelos seus liderados.

Muitas pessoas confundem o verdadeiro significado do termo líder, quer dizer, aquele que comanda, sem dúvida pelo processo participativo, pelo convencimento da palavra e atuação de singular representante de um grupo, que sente as suas idéias estarem fielmente defendidas por aquele que sabe unir o pensamento da maioria. O líder é aquele que sabe congregar junto de si uma grande maioria de participantes, que desejam ser representados de direito e de fato, daí a humildade, a paciência de quem é candidato a líder de uma determinada sociedade que tem que organizar seus costumes e hábitos. O líder é convocado a tomar parte em um trabalho de representação, e nunca exige que seja conduzido ao comando de uma atividade que a maioria não deseja a sua presença, porque já foi visto como um ser egoísta, ganancioso, e, sobretudo, com idéias ditatoriais que não resistem.

Um dos primeiros lideres do cristianismo atribuem a Moisés, que soube trabalhar a mente de seus concidadãos e conduzi-los para a “terra prometida” que eles acreditavam ter sido Deus que enviou esse irmão para tirá-los do cativeiro e proporcionar uma vida de bonanças e felicidades eternas. Moisés usou a paciência no propósito de conseguir os seus intentos, porém os seus dotes de filho de rei, também foram utilizados para que os seus súditos pudessem obedecê-lo em momento de investida que tinha com o poder sobre aqueles que não queriam ceder a liberdade de tais comandados. Neste sentido, ver-se o real propósito de um líder que conseguiu comandar aquele povo sofredor que precisava se libertar do julgo da ditadura do faraó que não aceitava um outro Deus, a não ser o seu poder, as suas ordens, e o seu comando.

Depois veio Jesus o CRISTO que, de uma maneira totalmente diferente da de Moisés, tornou-se líder de uma população que precisava de um lenitivo para a sua vida, um direcionamento de suas idéias para que se sentisse mais próxima da verdade e da vida real, que é o caminho do amor e da paz. JESUS fez um trabalho totalmente diferente do de MOISÉS, porque não utilizou o princípio do olho por olho e dente por dente, mas orientou a todos para o amor ao próximo, a compreensão entre todos, e o entendimento de acordo com o seu nível espiritual. As mensagens de JESUS eram tão fortes que em final do século XX ainda estão bem vivas e modernas, como se fossem de hoje, como verdades incontestes e cheias de energias, para que todos se alimentem da luz maior na busca de trilhar pelas verdades divinas, em busca da eternidade.

Somente nestes dois, ver-se o conceito real do que se deve entender por líder aquele que convence sem agredir, aquele que ensina sem o mando ditatorial de um poder belicoso, e aquele que sabe congregar as idéias das mais díspares para uma convergência das verdades eternas, o conduzir um rebanho com amor. O verdadeiro líder não impõe a sua forma de pensar, ouve calado, extrai o que é mais importante, e tenta convencer a todos, qual aquela que satisfaz aos que reivindicam alguns ganhos para a evolução de todos indistintamente para os que são a favor ou contra. MOISÉS e JESUS souberam liderar aquela massa despreparada para os verdadeiros caminhos de vida, que era a liberdade, o amor ao próximo, e a utilização dos reais ensinamentos para a compreensão da vida eterna que é o auto conhecer e entender os problemas dos demais.

Além de MOISÉS e JESUS, o indiano Mahatma GANDI soube exercer o seu mandato de líder, quando trabalhou incansavelmente pela libertação de seu país, todavia, o seu lema não era a guerra bélica, mas resistir sempre, sem armas, somente com o convencimento da palavras, o uso da razão, cujo sangue não precisou ser derramado. Claro que lentamente, mas a libertação do povo indiano foi conquistada sem precisar de um exército sanguinolento que visse nas baionetas o poder singular de poder fazer retroceder os ideais de separação da Índia do poderio da Inglaterra. Nisto se tem um exemplo de um verdadeiro trabalho de liderança, cujo líder soube conduzir seu povo, ou seus irmãos para a sua verdadeira independência, que é a liberdade de ouvir e saber ouvir sem os insultos de inconseqüentes, mas de saber ser conseqüente e justo.

Liderar é agir com amor frente aquela multidão que necessita de compreensão, de carinho e de boas maneiras no processo de ouvir a todos e extrair o melhor para a verdadeira caminhada da vida, sem conflito e sem implantar desilusão na mente daquele que delega a uma figura expoente os seus desejos. Assim foi feito com MOISÉS quando levou seu povo do Egito, com JESUS quando teve os seus seguidores por toda a Galiléia e Jerusalém, pregando amor nas mentes daqueles que traziam rancores de seus desafetos daquele momento de alguma vida passada. GANDI também saiu à frente de seus irmãos indianos querendo liberdade para seu país que vinha sendo usurpado pela ditadura do governo inglês, que em momento algum, pensou negociar com os liderados por GANDI uma saída diplomática para o problema de seu país.

Neste sentido, pode se ter dois conceitos o termo líder, tanto pelo lado da maldade da ditadura, ou da escravidão, como do lado da bondade, ou do uso da razão, tal como fez JESUS, GANDI e muitos e muitos outros que a história não menciona, dadas as condições individuais de não importância política. Em sendo assim, deve-se sempre tomar o termo liderança com o objetivo de fazer o bem, e o de ajudar a toda essa humanidade a procurar se auto conhecer, para se ter liberdade de conhecimento para poder ajudar aos demais que estão precisando de luz e felicidade. Um líder é muito mais do que um cargo de comando, porque envolve conhecimento, paciência, e muito discernimento em tudo que se está ouvindo, para quando for emitir a sua opinião, poder com certeza, emitir juízo ao trabalho que deverá atender a todos que estão em sua infância espiritual.

Além de GANDI, que não usou a violência para liderar o seu povo a sair da opressão dos ingleses, o líder americano Martin Luther KING também utilizou a princípio, a mesma estratégia com objetivo de eliminar a segregação racial existente nos Estados Unidos da América do Norte que ainda hoje perdura com muita força. Este grande movimento partia do princípio de que, com violência não se chega a lugar algum, apenas pode abafar alguns levantes, contudo, ao se ter qualquer liberdade, este fogo aparece muito mais forte, causando distúrbios bem maiores do que deixasse que fluísse normalmente. A força não tem o poder de resolver nada apenas tolhe o avanço do processo de consciência, que é todo objetivo do ser humano que deve caminhar sob o comando de suas idéias em confronto com as demais, sempre ouvindo com paciência e poder de entendimento.

O espiritismo ensina isto com clareza a todos que param um pouco para ouvir os ensinamentos espirituais, não como ditadura, não como imposição, mas como conselho no processo de entendimento da vida e sua auto descoberta para saber o que está acontecendo com os seus atos, e seus efeitos. A espiritualidade não quis se intrometer na maneira como os seres humanos conduzem as suas vidas, contudo quis mostrar alguma experiência para que todos pudessem compreender a lei do amor, sem imposição de um ditador, nem criando o medo como forma de pressão. “O Livro dos Espíritos” foi ditado por irmãos de todos que estão encarnados, tendo em vista conhecerem as carências que todos estão submetidos, nomeando um líder para transcrevê-lo, recaindo então em Denizard RIVAIL, depois cognominado de Allan KARDEC.

Com isto não se tem mais um líder que surge, porém um escolhido para servir de interprete às mensagens espirituais, como forma de coordenar melhor os ensinamentos da Igreja Católica, Protestante, e algumas outras que não estavam ou não estão, conduzindo bem os ensinamentos para uma pureza espiritual. KARDEC foi tomado como líder porque o seu nível espiritual estava a altura de poder pronunciar verdades para todos aqueles que se enveredavam por caminhos sectários, ou de fanatismos, sem a compreensão necessária do seu eu, frente a todo tipo de inferioridade que pairava no mundo. Denizard RIVAIL significava uma vida, um intelectual que tinha seriedade em seus trabalhos que produzia, todavia, KARDEC congregava muitas vidas, e tinha maior serenidade no processo de codificação de uma mensagem que iria direcionar toda uma comunidade.

Finalmente, entender a questão de liderança é muito difícil, porque tanto pode significar aquele que conduz alguém, ou algum grupo para o bem, como também pode ser aquele que orientou um grupo bem maior para o mal, como é próprio do ser humano que se alimenta da materialidade ou da inferioridade. Necessário se faz que se medite mais um pouco pelo que se entende por liderança, e procurar proporcionar a todos o verdadeiro conceito de como orientar alguém que necessita de qualquer orientação para a sua vida, nos mais diversos sentidos possíveis. Este é o sentido maior de procurar entender o que se sabe sobre líder, tendo em vista que o mundo criou seu próprio conceito e tem divulgado de maneira errada a todos que se apossam dos ensinamentos, sem o mínimo de questionamento, de saber o verdadeiro sentido das coisas materiais ou não.


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