Comportamento & Moral

Luiz Gonzaga de Sousa

 

 

A QUESTÃO DAS DROGAS

Um dos problemas que mais afligem a sociedade moderna são as drogas. Quando se fala em droga, fala-se normalmente no pior, isto é, em heroína, LSD, haxixe, esquecendo que existe uma listagem muito grande de produtos ingeridos pelo ser humano que provoca os mesmos efeitos das drogas pesadas, ou talvez pior. Os alucinógenos não são coisas de agora, na antiguidade oriental ou ocidental as pessoas usam drogas do mesmo modo que hoje em dia, só que era dentro de um sigilo muito grande, com hora certa para que pudesse fazer uso de tal elemento mortífero. Na atualidade se constitui problema porque atinge jovens e crianças, cujo uso se faz abertamente nas ruas, indo de encontro a uma postura moral e ética que ainda se encontra arraigada na mente de quem não esperava estar frente a frente com problemas de tal ordem.

As drogas são produtos naturais ou não que não são permitidos ao uso do ser humano, tendo em vista que dilacera fígados, rins, estômago de maneira geral e deforma a mente dos usuários, que não medem as conseqüências quando se enveredam pelos caminhos que abreviam a vida de qualquer forma. As drogas afastam o ser humano do convívio da sociedade que não as usa, porém ficam mais próximas da comunidade que vive no mesmo clima de dependência, de alienação, e de falta de comando de sua livre individualidade, sendo comandado pelos seus companheiros de infortúnio. Não se pode ver esse mal pelo lado somente das drogas pesadas, mas as leves como o cigarro, o sexo em excesso, a alimentação errada, o álcool (cachaça, cerveja, vinho, etc.,), também levam ao vício, dizimando lentamente uma vida que veio ser vivida com abundância.

A questão das drogas é muito delicada, necessitando de muita discussão para se verificar por que as pessoas caminham em busca de uma satisfação no uso de tais alucinantes, e se sabe de ante mão que são mortíferos, com muito sofrimento para os seus usuários que não querem entender tal fato. Nisto se pode perguntar: quais são as causas que levam a alguém a se enveredar pelo uso das drogas? Por que se transita por este caminho, ao saber que prejudica a saúde culminando com a morte? Será que são os amigos os influenciadores ou existem mais coisas? Sem dúvida, a influência dos amigos é um pretexto, no entanto, existe muito mais complexidade do que se pode imaginar, porque além da família, a infantilidade espiritual do ser humano, cuja materialidade ainda predomina é um outro elemento fundamental em tal explicação.

Um problema interessante é quanto os efeitos que o usuário de drogas pode trazer para a sociedade, para seus familiares e para seus amigos e parentes, não de uma forma que culmina com outros atos dolentes, mas que trazem sofrimentos, compaixão, piedade e sentimento de depressão que é muito mais forte. Todos que amam os seus amigos, os que estão mais próximos, ao sentir que aquele fulano se encontra no submundo das drogas, parece que caiu todo um edifício sobre ele com danos irrecuperáveis para todos que fazem parte daquele grupo de irmandade. As drogas afastam os amigos e lentamente vão lhe deixar nos umbrais mais profundos, cujo ser humano ainda não tem conhecimento se tal ambiente pode existir, justamente onde o drogado se submete na satisfação de sua animalidade instintiva, e ainda bem infantil.

As drogas advindas de vícios aparentemente maneiros também passam pelo mesmo crivo de uma habitação sutil em umbrais tenebrosos que também afastam os amigos, deixando-os ainda mais em condições difíceis e perigosos, como é o caso de cigarros e álcool que denigrem o ser humano a um submundo não diferente das drogas. A situação dos viciados em fumo já começa a se complicar, tendo em vista que já existem lugares para fumantes nos aviões, nos bares, contudo em muitos ambientes a discriminação já é patente onde tal fato não deveria existir, porém todos serem iguais como irmão e amigos. Quanto à questão do álcool não é muito diferente, pois o amigo quando não se controla mais em uma bebedeira, além de estragar a sua saúde, fica estigmatizado como o beberrão, o sem moral, que acaba jogado nas sarjetas sem piedade de quem quer que passe pela rua.

O alcoolismo estraga o estômago, provocando gastrites, úlceras e câncer quando não tratados em tempo, no entanto, o viciado não se convence de que está com tal tipo de doença, prolongando os momentos de embriaguez, cujo resultado é o câncer que ataca, com uma morte inevitável, com problemas maiores para a família. Já o fumo, o cigarrinho inofensivo proporciona charme, beleza visual, mas trás a mesma dependência ao ser humano, alojando-se na garganta a mesma enfermidade que ainda não encontra cura para prolongar a vida pelo menos um pouquinho mais. São dois males que são frutos da força da matéria sobre a razão do homem, onde se sabe que é uma doença sem cura, porém, o instinto fala mais alto, e uma libertação fica muito distante de alcançar, por não ter uma consciência de sua situação como espírito que tenha sabedoria.

As terapias do mundo material tentam justificar esse procedimento como má companhia, a influência da mídia, os exemplos do ou dos país, a idade chegando e muitas outras formas de proporcionar uma explicação plausível para esses vícios que dizima uma população ainda muito ligada à matéria, difícil de libertação. Inegavelmente, todos que vivem ainda o mundo de inferioridade, ligados às paixões da terra, que ainda se comprazem com um prato de feijão, delicia um suculento churrasco, ou coisa deste tipo, não se libertou da materialidade, não está isento de tais vícios que atormentam a muitos. Esta é a força da matéria suplantando a razão, ao princípio da evolução que todos querem conseguir e não conseguem, pois um dia, naturalmente vão se libertar de todos estes tipos de problema, que para muitos se apresentam incontroláveis pelas suas próprias forças.

O espiritismo direta ou indiretamente explica o porque de tudo isto, quando mostra o estágio de infância em que alguns espíritos vivem, muito levados pelos estereótipos, por quem quer pegar nas suas mãos e levá-los pelos mesmos caminhos que continuam a trilhar sem reflexões e sem entendimentos. Como se sabe, uma criança é fácil de ser direcionada e iludida por um bom-bom, por uma bela aparência, por um convite ao mundo das ilusões, pois é aí onde entram as imagens que passam de um beber social, da elegância de um cigarro ao dedo esbaforindo feitiço às (aos) jovens. Tudo isto tem a ver com o processo de evolução espiritual, pois alguém que já está liberto de tais vícios, de tais materialidades, não se deixa enganar por uma propaganda bem feita, ou pelo feitiço de uma mulher que se apresenta charmosa e elegante aos olhos do libido.

Sem medo de errar, os vícios estão ligados à materialidade, cujo espírito evoluído não se envereda pelas bebidas e nem tão pouco no fumo, tendo em vista que tudo isto faz parte das viciações humanas, que não ajuda, em momento algum, ao homem conhecer-se a si mesmo, tão pouco conhecer as reações dos demais. Infelizmente alguns irmãos e amigos materiais ao desencarnarem levam consigo todos os vícios que adquiriram com a convivência da matéria com a própria matéria, não avançando muito com o objetivo maior que é a limpeza perispiritual de sua materialidade. Já quanto às drogas pesadas, existe uma correria para uma libertação mais rápida, ao considerar que são drogas que desencarnam mais rápido e ninguém quer perder o seu ente querido que se enveredou por este caminho, cujo retorno é muito mais difícil e tem mexido com os brios da sociedade.

Qualquer coisa que diga respeito à materialidade está implícito que a espiritualidade está em igual nível, tendo em vista que ainda não se despojou de suas inferioridades, cujo espírito obedece aos comandos de sua negatividade, tal como criança que ainda não aprendeu a caminhar por si só. A criança vive sob o crivo do determinismo, quando os país ensinam o processo de sua libertação individual, até que completa mais ou menos doze anos de idade, e não existe a confiança de que ela possa andar para onde quiser sozinha, sem a companhia de alguém responsável. O mesmo acontece com a espiritualidade que, mesmo que ela tenha adquirido conhecimento de como caminhar durante uma vivência num corpo físico, talvez não tenha conseguido agregar muito ao seu acervo de sabedoria, dado o seu estado de infantilidade.

Como se sabe, as drogas são coisas da matéria e como tal tem a impulsão natural de quem ainda vive intensamente tudo da terra, não se despojou das coisas deste planeta, porém gosta das drogas como quem almoça, janta, faz lanches, bebe refrigerante, necessita de roupas, de óculos, de relógios e muitas coisas mais. O homem liberto não precisa de tais satisfações porque a espiritualidade superiora e pura, não tem ganância, orgulho, vaidade, ciúmes, competição, como fazem os irmãos que vivem na frenética correria em busca de querer ter mais do que os demais, e faz de maneira impulsiva e inconseqüente. É por isso que tratar as drogas não depende única e exclusivamente de ensinamentos religiosos, é apenas um ponto de partida, é uma função direta da evolução espiritual que os envolvidos não querem e não têm condições de acompanhar com facilidade.

Como se ver nos órgãos de recuperação alguns até conseguem sair do vício, com muito custo e força de vontade, mas a sua mente continua ligada aos momentos de “prazer” que passou quando esteve no seu grupo de inferioridade, ou de negatividade material e isto dificulta o processo de evolução espiritual. Estas mensagens talvez não adentrem na consciência de muitos que ainda não têm condições de perceber a intimidade espiritual mesmo sendo ou se dizendo espírita, porque compreender o mundo real dentro do contexto material e espiritual não é fácil. A intelectualidade do mundo material não proporciona condições de compreensão da realidade da criação maior, apenas inicia o processo de facilidade no entendimento do processo, de acordo com o seu nível evolutivo na escala do aprendizado que cada um deve conseguir.

Um passo fundamental para tentar coibir o uso das drogas de qualquer tipo é a evangelização que as famílias devem praticar em seus lares, não importando qual grupo religioso pertença, o fundamental é a orientação que os pais devem passar para os seus filhos quando de sua infância, com exemplos de vida. Ao deixar que a criança faça o que quiser como orientam os psicólogos modernos, é entregar seus filhos à sua inferioridade, a trazer a sua negatividade à baila antes mesmo que apareça dentro do processo natural de quem aprende com o dia-a-dia das lembranças passadas. Em resumo, a questão das drogas é muito complicada, cujas famílias e religiões não entendem como acontece tal fato na vida de cada ser humano que se depara com elementos que degradam a sua vida, retirando-o da caminhada real da realidade cósmica que o Criador Maior designou para todos.


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