Comportamento & Moral

Luiz Gonzaga de Sousa

 

 

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

Muita gente acorre hoje em dia aos movimentos religiosos de quaisquer espécies, quer sejam Carismáticos, Deus é amor, e/ou aos Centros Espíritas tentando encontrar um lugar em que esteja bem, tenha a sua paz e receba um pouco de conforto para o seu espírito, de acordo com as suas necessidades. Todo mundo quer ter um encontro com Deus, todavia a maneira de chegar ao Pai, todo poderoso, Criador de todas as coisas, este é o X do problema, é a dificuldade maior que todos encontram e não entendem porque tal fato acontece. É, neste sentido, que se busca investigar o porque as pessoas com um certo avanço mental, ainda não conseguiram libertar-se de sua inferioridade de seus impulsos incontroláveis, da falta de conhecimento de se próprio, isto é, o despertar de sua consciência.

Por que o despertar da consciência? É uma pergunta às vezes fácil, outras vezes difícil de responder, tendo em vista que envolve muitas variáveis de suma importância na explicação do funcionamento do psiquê do ser humano, pois cada um trabalha de maneira diferente, pessoa para pessoa. Desta feita, o problema se caracteriza ao considerar que as pessoas agem pelo instinto, levando a uma comparação com os animais que podem ser chamados de brutos, isto significa dizer que ainda não alcançou o estado da razão, da sapiência, da liberdade. Não se pode dizer que alguém despertou da consciência se os impulsos animalescos são mais fortes, ou se algumas vezes tem agido pela emoção, como acontece com alguns que são sentimentalistas, dificultando o auto conhecimento àqueles que querem conhecer a si mesmos.

Como ponto de metodologia do trabalho, buscam-se trabalhar alguns livros, ou revistas especializadas que tratam sobre esse assunto, tentando retirar o máximo possível das informações coletadas, para poder extrair conclusões sérias sobre o que se entende teoricamente por “despertar da consciência”. Um outro ponto que serve para compreender o despertar da consciência é a observação e a comparação modal para verificar o certo e/ou errado, ao considerar o ponto de vista científico de encarar o verdadeiro sentido da realidade de cada um. Sem dúvida, o método dedutivo-lógico, acompanhado com o sistema de perguntas e respostas, proporcionam uma melhor compreensão da maneira como vivem as pessoas, e como as religiões influenciam na busca do despertar da consciência, melhorando ou dificultando tal processo.

Como se pode, com a metodologia empregada, entender o que significa “o despertar da consciência”? Quais são os parâmetros que devem ser considerados para que se compreenda que alguém despertou sua consciência? Ou, como se sabe que alguém a cada instante desperta sua consciência cotidiana? São questionamentos que não se podem quantificar com facilidade, ao considerar que a sua subjetividade e abstração denotam algo incomensurável e imperceptível aos sentidos humanos, todavia sente-se a existência desses retrocessos e avanços comportamentais. Neste sentido, tem-se que o “despertar da consciência” é um processo de aprendizado que pode vir das observações científicas, e passar a ter uma conotação de cunho moral, de evolução espiritual, porque não dizer da raça humana.

“O despertar da consciência” não é algo novo, os filósofos da antiguidade, bem antes de Jesus o Cristo já professavam este pensamento de conhecer-se a si mesmo, da sua auto-consciência e do conhecimento dos seus limites não somente de maneira progressiva, mas também pela ótica da regressividade. Quantos milhões de anos passaram, cujo ser humano continua a caminhar na sua linha de evolução, e ainda não compreendeu a sua maneira de ser, as suas inferioridades, as suas maledicências numa substituição evolutiva perene. O ser humano como ser pensante, racional, ainda não conseguiu localizar-se no tempo, nem no espaço, quer compreender tudo e não sabe nada, quer julgar, mas não ser julgado, quer sempre dominar sem ser orientado por aqueles que já conseguiram sua auto consciência e compreensão.

Não se pode despertar da consciência quando se tem uma vida eivada de ódio, de inveja, de raiva, de ganância, de vaidade e de todo tipo de inferioridade que deve dar lugar à paciência, à tolerância, à humildade e a sapiência que é própria dos grandes sábios de todos os tempos. Conhecer-se a si mesmo é conseguir a liberdade moral, é criar a sua própria luz, pois nesta ótica, tem-se em verdade, a felicidade que todos buscam, mas não sabem onde encontrar, justamente porque o instinto fala mais alto que a razão. Ter a razão é libertar-se do instinto animal que ainda perdura no ser humano, porém não se pode ter consciência, sem controle dos impulsos emocionais, cujo ódio e rancor impera com todas as suas forças como sobrevivente de reinos inferiorizados, cuja razão ainda não vislumbrou.

Pode-se viver num “despertar da consciência”, se no dia-a-dia, os filhos matam os pais, irmãos matam irmãos, irmãos estupram irmãs, se as velhinhas são atacadas no meio da rua e ao meio dia, tal como acontece nos grandes centros de desenvolvimento e de dinamização da economia? Pode-se pensar em “despertar a consciência” se os meios de comunicação anunciam cotidianamente as mais graves tragédias da comédia da vida, isto significa dizer, faturar altas somas com as desgraças alheias, tais como miséria, fome, sofrimento e dor de um viver inconseqüente? Pode-se “despertar a consciência”, quando não se conhece a si mesmo, a sua relação frente aos demais, a sua participação no processo interativo de todos os reinos da criação, tal como a espiritualidade puríssima e perfeita construiu para todos indistintamente?

São questionamentos que todos devem fazer para procurar entender a sua própria trajetória de vida, tendo em vista que cada ser humano é um mundo difícil de compreensão, cuja matéria limita a atuação do espírito, e, este fica sem a liberdade cósmica para a sua satisfação imediata. Neste tipo de atuação ele se deixa levar pelos seus sentimentos mais inferiorizados possíveis, causando revoltas que lhe fogem ao controle, às vezes invertendo-se ao aspecto da covardia, e da auto destruição em sua sobrevivência no auto progredir. Desta feita, o ser humano tem por obrigação procurar sua auto educação, para que as dores não se perpetuem com tanta força, no entanto sejam amenizadas pelo despertar da consciência porque tudo depende da razão e da inteligência.

Os momentos nervosos que muitos caracterizam como um stress ou cansaço ou qualquer coisa que o valha, nada mais é do que uma condição do espírito ou alma tentando extravasar o seu interior de tanta inferioridade e falta de aprendizado para a vida eterna que é a sua libertação. O não aprendizado espiritual faz com que aquele lodo grosso que está dentro do homem, cresça, causando os impulsos inferiores, pois quem tem algum conhecimento moral, espiritual, controla-se e quem não o tem explode e os distúrbios sociais aparecem. O melhoramento de tudo isto não acontece com a leitura dos livros sacros, nem tão pouco com fidelidade religiosa de qualquer tipo, mas pela auto-renovação do ser humano, é claro que tudo isto ajuda a amainar as energias fortes que tomam conta do corpo humano.

Na modernidade dos tempos, as pessoas primam pela execução de uma arrogância desmedida, procurando sempre sobrepor aos demais, na maneira de vestir, na postura de andar e na imposição da voz para que sua evidência seja sempre preponderante no meio em que se encontra. Com a arrogância, pari passu, caminha o orgulho dando o suporte necessário para uma aparência de inferioridade que indica a falta de consciência e o desconhecimento de seus próprios limites, como forma de entendimento da vida tal qual se apresenta a todos. Muitas vezes tem-se um ser humano bastante conhecedor da intelectualidade no plano onde se vive, entretanto, a sapiência por excelência não lhe aparece devido o diferencial entre o saber humano e o conhecimento espiritual, ou a sua liberdade plena.

O “despertar da consciência” independe dos ensinos religiosos, do aprendizado intelectual, e do ensinamento familiar rumo ao amor e à perfeição, todavia exerce um poder muito forte quanto ao dissipar as energias umbralinas e deletérias para a auto consciência de todos que caminham pelos séculos afora. Inegavelmente, sem essa formação seria bem pior, com dores e ranger de dentes bem mais fortes quanto a este processo de formação de todos aqueles que buscam o caminho da verdade e da vida. O que na verdade faz “despertar a consciência” do ser humano ou espírito são as quedas, os tropeços que conduzem aos sofrimentos e as dores que ninguém quer suportar, mas quem não quer conhecer a verdade pelo amor, sem dúvida, conhecerá pela dor.

Finalmente, dando uma conotação reflexiva final, pode-se verificar que o “despertar da consciência” depende da evolução espiritual, numa simbiose espírito/alma para se auto libertar das entravas que a vida oferece, como se fosse um jogo de xadrez que necessita ser melhor compreendido. Em segundo lugar, tem-se que o aprendizado aparece como uma lembrança do passado, mas sempre agregando mais conhecimentos para iluminar os labirintos que se apresentam dentro deste processo de fuga da animalidade em busca da razão. Por isso, o espírito/alma foi criado como uma bola de neve que sai de ladeira a baixo procurando o melhor caminho enquanto não consegue seu auto controle, calmamente desce pelas valas mais adaptáveis a uma caminhada mais consciente e auto firmada nesta linha de sapiência e luz.


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