Comportamento & Moral

Luiz Gonzaga de Sousa

 

 

ALMAS/ESPÍRITOS

No mundo inteiro, tem-se uma noção errada do que sejam almas e/ou espíritos, confundindo muitas vezes com visagem, algo desconhecido, que aparece a alguém, ou até mesmo aparecimento de alguém que se diz conhecido, e que morreu ou desencarnou algum tempo atrás por qualquer motivo. Muitas pessoas têm o dom ou faculdade de ver espíritos, aquilo que os espíritas chamam de vidência, ou do ouvir conhecido como audiência, contudo torna-se mediunidade quando existe um repasse da informação para alguém, cujo espírito quer se comunicar. Esses dois termos são o que este artigo tentar conceituar e procurar melhor informar o que acontece com esses dois fenômenos que se têm estudado muito, nos dias modernos, dando conotações mais científicas, do que propriamente espirituais, que é a verdade maior de tudo isto.

Para O Livro dos Espíritos, alma é o espírito encarnado, isto é tomou um corpo de carne e está habitando o planeta terra para cumprir uma determinada atividade; e, espírito é justamente a alma desencarnada que deixou o seu corpo físico por qualquer motivo, e agora, “caminha livremente pelo espaço”. As pessoas que não têm formação espírita ou não conhecem os conceitos da espiritualidade chamam de alma o espírito; e o espírito não tem uma caracterização determinada, ás vezes chamado de espírito santo, pois espírito e alma têm a mesma conotação. A diferenciação levantada é muito importante para que se possa na verdade, colocar as coisas nos seus legítimos lugares, e poder verificar que a falta de informação faz com que não se pronunciem termos gramaticais sem os devidos sentidos que verdadeiramente pode-se ter.

Interessante é que muitas pessoas vêem espíritos, e dizem, eu vi uma alma ali num determinado lugar, no entanto, não acreditam que os espíritos existem e querem se comunicar com aqueles que se encontram encarnados, para participar de seu processo evolutivo que é o dele também, nesta trajetória particular. Ninguém imagina a sua relação com o mundo espiritual, porque não conhece o seu próprio eu, e o que pode ter feito durante as diversas vidas que pode usar, entretanto, muitos e muitos espíritos estão esperando o seu aprendizado para que eles possam aprender também. Para os humanos, as almas se encontram em toda parte visivelmente caminhando, trabalhando e usando a sua livre individualidade para poder decidir com interferência ou não, o que fazer, diante da pauta que lhe apresenta com todas as vicissitudes da vida material.

Quando se começa a conhecer os ensinamentos espirituais, o medo acerca do sobrenatural se afasta e pode-se caminhar com mais consciência no uso do livre arbítrio, e não da individualidade que pode ser induzida por espíritos que não entendem este processo de influenciação espiritual sobre as almas, ou vice-versa. É no desconhecer do que acontece no mundo espiritual que se apresenta a dinâmica da obsessão; das doenças misteriosas; do importunar-se pelas sombras; por sonhos em forma de pesadelo, e muitos outros momentos que a psicologia e psiquiatria não explicam com facilidade. Os espíritos estão em qualquer lugar, porque ainda estão marcados pela materialidade que ainda se encontra em seu perispírito, e somente com o despojamento do peso da matéria, é que vai poder levitar com facilidade, para o conhecimento do seu próprio eu, e dos demais.

O termo espírito já foi utilizado por alguns filósofos da antiguidade, tendo em vista ser um termo normal em todos os tempos, todavia, foi o Prof. RIVAIL [KARDEC (1857)] quem usou pela primeira vez, como sendo a caracterização de uma pessoa que desencarnou e se encontra atuando normalmente do outro lado da vida, tal qual em um corpo físico. Isto aconteceu porque nas observações feitas nas apresentações mediúnicas que aconteciam na Europa, notadamente na França, esse grande educador e intelectual, verificou que havia uma força inteligente por trás daqueles atos que não cabia a intervenção direta do ser humano. Os encarnados tinham a ver com tudo isto, porém, de maneira indireta, porque ofereciam o campo que proporcionasse a atuação daqueles entes queridos, que já se foram e que agora vinham demonstrar que estariam vivos por sobre a terra, igual a uma pessoa humana normal.

Sem dúvida, do mesmo que os seres humanos têm as suas aptidões diferenciadas de atuação, tais como em termos de maldade e de bondade, os espíritos também obedecem à mesma escala de índole, isto é, muito mal, mal, pouco mal, muito bom, bom e pouco bom, pelo seu nível evolutivo durante as encarnações. Uma pessoa que é má, quando desencarna continua do mesmo modo, praticando tudo aquilo que fazia quando estava num corpo físico, inclusive transmite as suas sensações aos irmãos que têm sensibilidade, causando problemas ao seu perispírito quando não tratadas. Aí está a necessidade de conhecer verdadeiramente o que é um espírito e/ou uma alma, e qual a relação que existe entre esses dois termos, ao considerar que os espíritos devem ser tratados como se trata um amigo ou uma pessoa íntima, dada a sua necessidade de aprendizado natural.

Quando se lêem os evangelhos, verifica-se que em diversos lugares, usa-se o termo espírito, simbolizando aquele que está do outro lado da vida, não especificando tal como fez RIVAIL (KARDEC), mas indicando que o corpo morre e o espírito continua pelos séculos dos séculos, limpando-se de sua materialidade. Do mesmo modo, a alma que é quem dá orientação à vida no corpo material, ela também tem a sua função quando participando de um corpo limitado pelo seu nível espiritual, porque um corpo de carne idealiza verdadeiramente o grau de evolução em que o ser humano se encontra. Dentro dos princípios das limitações é sempre bom conhecer o que significa alma e espírito para poder agir de acordo com a consciência, e poder usar essa caminhada dentro de um clima de aprendizado, para poder aproveitar ao máximo possível os momentos em que teve ou tem a oportunidade de crescer.

Todos os momentos que se passam aqui no planeta terra devem ser usados intensivamente, isto é, em toda a sua plenitude, não deixando se levar por ensinamentos mal dirigidos, isto é, fugir da vida com medo do pecado, ou das inferioridades que o cotidiano oferece a todos que não têm segurança em si mesmo. O sucesso da passagem pelo planeta é justamente sobreviver dentro deste clima de relações difíceis, adaptar-se ou não aos problemas que, a cada dia surgem nos encontros da maldade com a maldade, da maldade com a bondade, e da bondade com a bondade. O objetivo fundamental da encarnação é justamente esse, que é de proporcionar oportunidade de auto-conhecimento do espírito, que neste momento se apresenta como alma, com todos os sentidos próprios da formação material, tal como os olhos, a boca, a visão e outras aptidões.

Dentro do conceito sentimentalista, inegavelmente, gostar-se-ia de que todos fossem iguais, porém, na escala de evolução não se pode esperar que os espíritos, do mesmo que as almas tenham a mesma condição de igualdade, por causa de que alguns cresceram ou crescem mais rapidamente e outros menos, e aí se dá a diferenciação entre todos. Neste sentido, têm-se as experiências concedidas ao corpo físico como oportunidade de compreender o seu status quo, procurando daí extrair conclusões sábias para adicionar ao seu progresso o conhece-te a ti mesmo e depois conhecer os demais. Um espírito tem a mente mais aberta, porque ele é a própria mente, e a alma tem a mente restrita a um corpo material, que dá condições de comprovar algumas experiências, para o aprendizado na libertação da materialidade, na busca da pureza maior para o sucesso pleno.

A necessidade de um espírito se sentir alma, vai depender de sua afetividade com a matéria, ou a necessidade de ajudar alguns irmãos que ainda não têm condições de caminhar com os seus próprios pés, precisando de uma ajuda para poder sentir brotar o sentimento, ou a luz para dar alguns passos na caminhada. O espírito verdadeiramento espírito, não carrega consigo as marcas da impureza que caracterizam um perispírito, que vai se apresentar para alguém e poder ser identificado como alguma pessoa que habitou o planeta terra, como coisa que a espiritualidade precisasse provar algo. O espírito real é uma névoa esbranquiçada que pode estar em qualquer lugar, tendo em vista que as suas condições são tais que podem circundar por qualquer ponto sem dificuldade, porque o peso da matéria não lhe atormenta com tanta insistência.

Ao se chegar à condição de espírito liberto, conseguiu-se o ápice da sublimidade, cujo momento é o encontro com a verdade plena, que delineou as leis universais e proporcionou oportunidade para que todos pudessem escolher a sua própria caminhada que para muitos, difícil, mas para outros sem dificuldades. Nestas condições, consegue-se realmente o livre arbítrio, o uso pleno da consciência, o poder dizer que já tem controle de seus próprios atos, cuja interferência externa não existirá mais, porque a sapiência tomou conta de toda situação e somente a verdade é o ponto final. Enquanto isto não acontece, o espírito se confunde com a alma, pois quando não está na erraticidade, está encarnado, como oportunidade para se desmaterializar, e tomar consciência de seus atos para ter efetivamente a sua liberdade no sentido real.

Um espírito quando visto por alguém é demonstra claramente o seu perispírito, cujo retrato, vai tomar a forma de sua última encarnação, pois as mais distantes dificilmente se apresentarão, porque as pessoas deste momento não o reconhecem, e o corpo do passado era mais pesado do que o de hoje. Não faz sentido vestir uma roupa que não se têm condições de usá-la, porque vai trazer muito incômodo para quem gostaria de sempre está de roupa nova e bonita, para se mostrar mais jovial, mais elegante e com uma presença mais firme de alegria e felicidade por poder estar com os seus. Entretanto, a alma está presa às suas inferioridades, ou maledicências que necessita se despojar de alguma materialidade que deve ser banida de um corpo que se encontra num estágio de evolução, pronto para mostrar que já está recuperado e poder adquirir a sua liberdade.

Necessário se faz, que os seres humanos procurem conhecer rapidamente a sua condição no campo da espiritualidade, não importando se a pessoa seja católica, protestante, budista, islamista, xintoista, umbandista, ou qualquer uma outra forma de enxergar a sua individualidade, que está além de tudo isto. Os grupamentos religiosos são segmentos criados pelos seres humanos para melhor se afinarem no campo das idéias e poderem descobrir o verdadeiro estágio evolutivo que o conduza à pureza, ao reino da Criação Maior, que os humanos cognominaram de Deus, o Pai de tudo que existe. Finalmente, a alma e o espírito são coisas distintas que devem ser melhores delineados para que, os que não conhecem, possam tomar consciência e procurar se espiritualizar que é o objetivo de todos, mas que ainda não tomaram consciência do real sentido da vida, que é viver e viver bem para a eternidade.


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