Artigos de Economia

Luiz Gonzaga de Sousa

 

DIFERENÇAS INTER-ESTADUAIS EM EFICIÊNCIA NEUTRAL NA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO: O CASO BRASILEIRO

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As conclusões no plano estatístico, não são muito distintas dos resultados previsíveis, tendo em vista o alto poder de agregação das indústrias, conjugadas com os inevitáveis erros de especificação do modelo. Além destes problemas estatísticos, sabe-se diante mão, que as pesquisas levadas a efeito pela FIBGE, não são muito confiáveis, por causa de seu pessoal técnico, não levar muito a sério, as pesquisas que são efetivadas por tal orgão. à parte estes problemas normais, podem-se extrair algumas suposições, de fundamental importância, para a economia como um todo e para a economia industrial de maneira regional.

Numa primeira instância, se para a locação de uma indústria, tem-se como determinante fundamental, o lucro, como é tradicionalmente pregado pela economia, as demais variáveis ceteris paribus, conclui-se que a relativa eficiência do processo de produção, afeta a posição de lucro relativo, de uma determinada indústria, em regiões distintas, com isto, determina-se a locação da indústria. Portanto, regiões com indústrias favoráveis teriam vantagens atrativas para implantação industrial. Pois, é preciso verificar se os lucros são realmente importantes, neste processo de implantação.

Em segundo lugar, para a formação da segunda suposição, verifica-se que a multiplicidade de indústrias está em função daquelas que desejam participar do processo produtivo da economia, bem como, daquelas que estão saindo de uma dada atividade econômica. Desta forma, fica como hipótese, que algum padrão nacional uniforme da composição industrial aparecerá, para a qual, todas as regiões tenderão a convergir. A composição industrial que maximiza a renda da região e a taxa de crescimento será vista, como uma situação de diversificação industrial ótima.

Terceiro, para o fato de se poderem denominar economias, ou deseconomias, haverá para algumas indústrias, como se tem por conclusão, neste estudo, forças que podem ser compensadas por um diferencial de preços. Ao se ter por suposição custos de capital uniformes, para todas as regiões, haverá diferencial de salário inter-regional, que será suficientemente alto, ou baixo, para equilibrar, o diferencial de produtividade. Diferencial de salário, suficientemente longo, é cautelado pelo desenvolvimento de barreiras institucionais, tais como, a lei do salário mínimo, ou pressões sindicais. Regiões com baixos salários, não serão atrativos para locação de indústrias.

Finalmente, extrair-se-ão duas conclusões importantes: surge alguma evidência mínima de dependência inter-industrial, não se conhecendo as causas fundamentais. Localmente, o planejamento dirigir-se-á ao máximo de economias externas e ao mínimo de deseconomias externas, atingido pelo crescimento, a um nível ótimo de diversificação industrial. Nacionalmente, o problema é de coordenação da atividade, assim como, a de conseguir uma alocação eficiente dos recursos entre diferentes regiões. Atividades, nas quais, dirigem a eficiência econômica regional, no contexto da estrutura do processo dinâmico, ou estático, atritam-se em contra-partida, com o nacional. Quando a região cresce, diversifica-se, a indústria experimenta deseconomias, contudo, será mais eficiente que a alocação alternativa. Uma indústria não se moveria inter-indústrias relacionadas, nem entre nações.

Relembrando, as pessoas não se movem inter-indústrias. Pela ótica de uma nação, existem ganhos pela locação de várias indústrias. O motivo porque a estrutura de mercado falha, é devido a presença de economias, ou deseconomias externas. Recentemente, muitos pesquisadores e planejadores, têm se preocupado com os problemas de localização industrial e, com os tipos de soluções dadas, dentro de uma estrutura institucional existente que, de qualquer maneira, previne contra um problema mais geral. A importância fundamental de uma política poderosa, quantifica em nível nacional, a busca de maior eficiência e bem-estar, no direcionamento dos recursos não serem exagerados.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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KIN, Shinkyung. Interregional Diferences in Neutral Efficiency for Manufaturing Industries: an empirical study. 8(1) pgs 19-27, Journal of Regional Science, 1978.

KELEJIAN, Harry H. & OATES, Wallace E. Introdução à Econometria: princípios e aplicações. Rio de Janeiro, CAMPUS, 1978.

KMENTA, Jan. Elementos de Econometria. São Paulo, ATLAS S/A, 1978.

JOHNSTON, J. Métodos Econométricos. São Paulo, ATLAS S/A, 1974.

LABINI, Paulo Sylos. Oligopólio e Progresso Técnico. São Paulo, FORENSE, 1980.

WANNACOTT, Ronald J. & WANNACOTT, Thomas H. Econometria. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos S/A, 1976.

YAMANE, Taro. Estadística. México, HARLA S/A, 1974.

APÊNDICE A

Código da Indústria Nome da Indústria 01 Minerais não Metálicos 02 Metalúrgica 03 Mecânica 04 Mat. Eletr. e de Comunicações 05 Material de Transportes 06 Madeira 07 Mobiliário 08 Papel e Papelão 09 Borracha 10 C., P. e Produtos Similares 11 Química 12 Prod. Farmacêuticos e Veterinários 13 Prod. de Perf., Sabões e Velas 14 Prod. de Material Plásticos 15 Têxtil 16 Vest., Calç. E Artefatos de Tecidos 17 Produtos Alimentares 18 Bebidas 19 Fumo 20 Editorial e Gráfica 21 Diversos 22 Extração Mineral Fonte: Fundação Brasileiro de Geografia e Estatística de 1980.

APÊNDICE C

Sigla do Estados Nome do Estado Ac Acre Al Alagoas Ap Amapá Am Amazonas Bh Bahia Ce Ceará ES Espírito Santo Go Goiás Ma Maranhão MG Mato Grosso Mg Mato Grosso do Sul Mi Minas Gerais Pe Pernambuco Pa Pará Pb Paraíba Pr Paraná Pi Piauí RN Rio Grande do Norte RJ Rio de Janeiro RS Rio Grande do Sul Ro Rondônia Rr Roraima SC Santa Catarina SP São Paulo Se Sergipe Obs: Estar-se usando siglas com objetivo de simplificar a estrutura analítica do trabalho.


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