Artigos de Economia

Luiz Gonzaga de Sousa

 

O PAPEL DA MATEMÁTICA NA ECONOMIA

MATEMÁTICA NA ECONOMIA

A utilização da matemática na economia não é de muito longe, porém, trabalhos esporádicos têm demonstrado que já há algum tempo esse instrumento tem sido empregado por alguém. A matemática é uma aplicação especial como meio de inferência dedutiva em teoria econômica. Segundo Oscar LANGE26 (1957), a formalização do raciocínio matemático em economia política é necessária por dois motivos: a) para assegurar a correção da inferência e b) a inferência não formalizada só é possível em limites bastante estreitos. Sem a formalização, mus conclusões se tornam inacessíveis muitos problemas permanecem insolúveis. Com essa explicação de Lange, verifica-se uma boa argumentação da importância da matemática na economia.

Dada a complexidade de um sistema econômico, os teóricos da economia realizam geralmente modelos que simplificam a realidade e se tiram conclusões mais ou menos eficientes como bem explica Celso FURTADO27 (1969), modelo é um conjunto coerente de relações entre dados possíveis de expressão quantitativa, capaz de explicar o funcionamento de uma unidade econômica simples, ou complexa. Os modelos são protótipos da realidade com a finalidade de melhor se tirar conclusões concretas, pois, é apegado ao modelo que se consegue fazer melhor as ligações necessárias entre as variáveis envolvidas. Como se falou anteriormente, uma abstração do mundo real significa criar um modelo, isto é, simplificar a realidade e sob hipóteses tirar conclusões mais objetivas da realidade. Para A. VINCENT28 (1947) modelo é representação simplificada, mas, completa da evolução econômica de uma sociedade, durante dado período sob seu aspecto numérico.

Coloca-se muitas vezes que desde Keynes e dos trabalhos da escola sueca, o economista se interessa pelas quantidades globais (renda nacional, consumo global, poupança global, etc.) concernentes a grupos humanos, a setores de atividades e são suscetíveis de interpretação estatística, nas palavras de Raymond BARRE29 (1957). Em defesa da importância da matemática na economia disse certa vez A. C. PIGOU30 (1927), as objeções sucedidas por pessoas ignorantes em matemática são semelhantes àquelas feitas à literatura chinesa pelo que não sabem lê o chinês. Com isto PIGOU quer reportar sobre algumas condições em que determinados economistas matemáticos, são mais matemáticos do que economistas. Nesta linha de defesa J. TINBERGEN31 (1854), ensinava que as matemáticas permitem formular com precisão e clareza os problemas e as soluções que a economia literária pode fornecer.

Para A. CHIANG32 (1974), a matemática tem vantagens e desvantagens, pois, não deve tomar a matemática como uma ciência de verdades absolutas e nem unicientes, mas, com falhas e defeitos ao não se ter consistência intelectual com tal instrumento. Em termos de vantagens, pode-se listar que a) linguagem precisa e concisa; b) grande número de teoremas; c) impede que caiamos em armadilhas geradas pela doação involuntária de supostos implícitos não requeridos e d) permite usar n variáveis. Como desvantagens, podem-se ter: "a) não é vernáculo de todo economista e b) economistas não matemáticos não se beneficiam das descobertas dos economistas matemáticos. Além dessas colocações, TINBERGEN33 explicas funções que as matemáticas podem desempenhar: a) notação dos fenômenos por símbolos que são claros e breves; b) a tradução das hipóteses econômicas, ou das teorias econômicas, a qual obriga a precisar o que o pesquisador tem no espírito; c) a especificação da base das observações, ou melhor, a determinação numérica, ou estatística de certas funções e d) a combinação das teorias parciais em uma teoria completa, necessária à solução dos problemas.

Frente a todas essas justificativas, verifica-se de suma importância, a matemática como explicação dos fatos econômicos. A matemática é um meio, é um método e como tal, ela serve muito bem como instrumento de trabalho. Foi neste sentido que colocou A. MARSHALL34 (1957), a análise qualitativa já completou a maior parte de sua obra: a tarefa suprema e mais difícil está diante de nós: é a da economia quantitativa que deve aguardar o desenvolvimento de estatísticas cuidadosamente estabelecidas. Nesta colocação Marshall dá idéia de complementaridade da matemática na economia, por três motivos: a) todo estudo quantitativo exige seleção e organização dos dados, ou melhor, o recurso à análise prévia qualitativa, a teoria; b) uma série de dados quantitativos não apresenta interesse em si e c) o quantitativo não esgota o humano. Com isto, conclui-se que a matemática é de suma importância para a economia.


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