ANÁLISE DE DESEMPENHO
DAS CULTURAS AGRÍCOLAS DA PARAÍBA
Luiz Gonzaga de Sousa
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CAPÍTULO V. Coeficiente de Especialização:
O que se levanta no QUADRO V, é que, quanto aos anos mencionados para
investigação, isto significa indicar, o período que vai de 1974 a 1997. Pois,
verifica-se que, no seu geral, os coeficientes apresentam uma tendência a
decrescer o processo de concentração dessas culturas nas microrregiões
paraibanas, para uma diversificação, mesmo que sejam índices muito fracos, e
além do mais, ainda que não estejam ligados em culturas plenamente comerciais,
ao nível de política econômica de desenvolvimento adotada pelo Estado.
No que tange especificamente à microrregião do Agreste da Borborema, a tendência
do índice de especialização é decrescente, desde 1974 até 1997, com exceção dos
anos de 1994 com uma porcentagem de 40%, pois pouco especializada em suas
culturas, que não ultrapassou a margem dos 50%, que é um valor mediano, para se
fazer alguma inferência.
Com relação ao Brejo Paraibano, região úmida, muito propensa à cultura
permanente, a sua tendência, ao longo desses anos é ligeiramente crescente, com
destaque para o ano de 1992 com uma porcentagem de 52% e o de 1993 com 50%, cuja
maioria comportou-se abaixo dos 50%. No entanto, estes que sobressaíram passaram
pouco dos 50%, não proporcionando um bom índice de especialização.
Para o Curimataú, microrregião do semi-árido paraibano, com dificuldades de
chuva e terra pedregosa, a sua tendência é rapidamente decrescente, com mais da
metade dos anos estando acima de 50% de grau de especialização, cujo destaque se
dá para o ano de 1979 com porcentagem de 67%, o de 1990 com 73%, o de 1994 com
74% e o de 1995 com 72%, sendo bons índices de especialização, já indicando
alguma significativa concentração de produção em algumas culturas.
Já para os Cariris Velhos, microrregião também do semi-árido paraibano,
verifica-se uma tendência crescente entre os anos de 1974 com porcentagem de 26%
a 1997 com 33%, com destaque neste intermédio para 1990, cujo índice foi 63% e
1991 de 80%, com a maioria estando abaixo de 50% em termos de índice, denotando
um bom grau de concentração somente para este último ano.
Para o Catolé do Rocha, a maioria dos anos envolvidos encontra-se acima do
índice de 50%, oscilando entre 57% a 95%. No geral, o período de 1974 a 1997
caracteriza-se por decrescimento, pois merecem destaque os anos de 1979 com 74%,
o de 1982 com 90%, o de 1987 com 95%, o de 1991 com 85%, o de 1994 e,
igualmente, o de 1995 com 84%. Esta microrregião é a que apresenta os maiores
índices de especialização, ou de concentração de culturas no estado rural
paraibano.
Já quanto à microrregião do Piemonte da Borborema, a sua tendência é de
decrescimento neste período em análise, que é de 1974 a 1997. Porém, todos os
anos encontram-se abaixo do índice dos 50%, sem destaque especial para algum
deles. Todavia, os índices são bastante fracos, indicando uma diversificação de
culturas para alto-consumo, com parca comercialização de excedentes para
manutenção da sobrevivência do trabalhador agrícola que não tem a ajuda do
governo em seus trabalhos com a terra.
Em que respeita à microrregião do Agro-Pastoril do Baixo Paraíba, os seus
índices calculados encontram-se, também, abaixo dos 50%, em quase sua
unanimidade, com uma tendência ao crescimento no tempo, destacando-se o ano de
1987 com índice de 57%, com pouca concentração, ou nenhuma concentração nesta
localidade.
Para a microrregião do Litoral Paraibano, que fica às portas da atuação
governamental, imagina-se com terra de grande produtividade, pelo seu tipo de
solo e clima, tem uma tendência ao crescimento no período investigado, quase
todos abaixo dos 50%, com exceção apenas de 1994 com um índice de 58%, mostrando
uma fraca concentração de culturas nesta localidade como um todo, mesmo
pressupondo que esta é a terra da laranja e do coco da baía.
Para a microrregião do Seridó Paraibano, no período que vai de 1974 a 1997, que
foi utilizado neste trabalho, esta série utilizada apresentou coeficientes de
especialização mais ou menos estáveis, destacando-se o ano de 1979 com 74%; 1982
com 69%, 1987 com índice de 79%, o de 1990 com 64%, o de 1991 com 65%, o de 1992
com 78% e o de 1994 com 74%, indicando também que o ano de 1992 foi o que mais
apresentou melhor índice de especialização em sua área. A maioria da série
esteve acima dos 50%, denotando alguma concentração em alguma cultura comercial,
para a microrregião.
Quanto à microrregião da Depressão do Alto-Piranhas, sua tendência natural foi
decrescente, com a maioria dos índices abaixo dos 50%, para o destaque especial
ao ano de 1982 com índice de 55%, o de 1987 com 59% e o de 1993 com 66%. Mesmo
assim, são índices fracos em termos de especialização, caracterizando talvez o
princípio de uma concentração de culturas que estavam na pauta de
comercialização no Estado, mas isto ainda não justifica tal fato.
Para a microrregião do Sertão de Cajazeiras, a série dos anos investigados,
mostrou-se decrescente, cuja maioria estava abaixo dos 50%, aparecendo como
importante o ano de 1987 com índice de 52% e o de 1993 com 62% em termos de
especialização em algumas culturas, que talvez o tempo tenha proporcionado as
condições naturais de alta produtividade da terra e visão de algum empresário
que aproveitou a boa situação da terra agrícola deste ambiente semi-árido e
distante do mercado consumidor.
Portanto, quanto às culturas da microrregião da Serra do Teixeira, estas
mostraram-se com coeficientes decrescentes no período de 1974 a 1997, com
destaque para o ano de 1979 com razão de 64%, o de 1993 com 70% e o de 1994 com
64%. Pois, somente o ano de 1993 resultou um bom índice de concentração, com os
outros sendo iniciadores deste processo. Assim sendo, pode-se inferir que um
nível aceitável de concentração da produção, dever-se-ia estar acima dos 80%,
aparecendo somente Catolé do Rocha, como a microrregião mais concentrada em
termos de culturas permanentes da Paraíba.
Todavia, já quanto às culturas temporárias, de acordo com QUADRO VI, aquelas que
são plantadas todos os anos, a situação geral se mostrou mais dispersa, com alto
índice de especialização para Seridó Paraibano, com coeficiente variando entre
81% a 88%, nos Cariris Velhos entre 75% a 88% e no Agreste da Borborema com
índices entre 64% a 88%, sendo seguidos pelo Curimataú com índice entre 0,76% a
87% e Serra do Teixeira com 43% a 70% nos anos entre 1974 a 1997. Os demais com
índices expressivos, mas com valor mediano, numa representação equilibrada em
42% das microrregiões correspondentes. Os mais baixos índices ficaram com
Agro-Pastoril do Baixo Paraíba com índice variando entre 8% a 2% e Litoral
Paraibano entre 22% a 11%, neste mesmo período.
Porém, ao se fazer uma análise quanto ao período de 1974 a 1997 quanto às
culturas temporárias, que consta neste mesmo quadro, verifica-se que, em seu
geral, há uma tendência ao crescimento do processo de concentração de culturas
nas microrregiões do Estado, em detrimento da diversificação de culturas
comercializáveis, com índices muito altos, caracterizando especialização das
culturas. Além do mais, isto é um fato, mesmo que não sejam de culturas
plenamente de exportação ou commodities.
Desta forma, inicia-se esta análise para a microrregião do Agreste da Borborema,
com uma tendência do índice de especialização no período ser crescente, com
destaque para os anos de 1987 e 1991 com 92% igualmente, o ano de 1990 com 94% e
os de 1995 e 1996 com 89%, e 1997 com índice de 88%, pois bastante especializada
em algum tipo de cultura microrregional, devido às condições ambientais de
produção.
Com relação ao Brejo Paraibano a tendência é mais ou menos estável neste período
em análise, que é de 1974 a 1997, sendo todos abaixo dos 50% de índice,
especificamente 30%, indicando uma diversificação de culturas, talvez mostrando
uma produção para autoconsumo, ou subsistência, ou até mesmo, perdas devido às
condições locais de produção que geralmente ocorrem na agricultura de todo o
país.
Quanto à microrregião do Curimataú, sua tendência apresentou-se como crescente,
cujo destaque se dá para o ano de 1987 com 94%, os de 1990 e o de 1991 com 90%,
cuja maioria está acima dos 80%, denotando bons índices de especialização em
algumas culturas que dinamizam a economia agrícola da Paraíba.
Em que respeito à microrregião dos Cariris Velhos, verifica-se uma localização
de tendência crescente entre os anos de 1974 com 75% ao ano de 1997 com 88%, com
separata para os anos de 1987 e 1995 com 89% e os anos de 1993, 1996 e 1997 com
88%, que, em sua maioria, o índice esteve acima dos 80% em termos de índice,
mostrando uma forte concentração, mesmo que seja para sobrevivência da população
produtora.
Para a microrregião do Catolé do Rocha, uma pequena maioria dos anos envolvidos
encontra-se abaixo do índice de 50%, com oscilação entre 58% a 48%,
caracterizando um decrescimento nos níveis de especialização neste período, pois
merecem comentário os anos de 1994 com 66%, o de 1995 com 62%, que são baixos
índices de especialização, denotando que poucos produtos são especiais no
processo de comercialização do Estado, ou até mesmo interno na microrregião.
Já quanto ao caso da microrregião do Piemonte da Borborema, sua tendência
histórica para o período é de muito forte crescimento do índice em estudo.
Contudo, todos os anos encontram-se abaixo do índice de 50%, índices muitos
fracos, indicando uma certa diversificação de culturas para o autoconsumo, com
destaque especial somente para ano de 1995 que obteve um índice de 48%, em
seguida, voltando a cair nos anos seguintes.
Em que respeita à microrregião do Agro-Pastoril do Baixo Paraíba, os índices
calculados encontram-se todos muito abaixo dos 50%, especificamente 8%. Pois,
isto demonstra um valor muito pequeno de especialização, com uma tendência ao
decrescimento do nível, destacando-se os anos de 1979 com 30% e o de 1992 com
44%, com pouquíssima, ou nenhuma concentração de culturas agrícolas, voltando a
cair nos anos que se seguem.
Para a microrregião do Litoral Paraibano, cuja terra pressupõe-se bastante úmida
e própria para culturas temporárias, teve-se uma tendência ao longo desses anos
ao decrescimento no índice de especialização no período investigado, com
destaque, não muito especial, para os anos de 1974 com 22% e o de 1979 com 33%,
com fraca concentração nas atividades agrícolas trabalhadas nesta análise.
Todavia, para a microrregião do Seridó Paraibano, neste período, a série
apresentou-se com ligeiro crescimento do índice, destacando-se para os anos de
1987 e 1990 índices de 94%, claramente acima dos 80%, indicando também forte
concentração agrícola, isto significa dizer grande especialização em sua área de
produção, pois os demais anos, não se apresentaram fortemente concentradas, mas
indicando diversificação de cultura para autoconsumo.
Porém, quanto à microrregião da Depressão do Alto-Piranhas, a sua tendência
histórica foi de crescimento, com coeficientes abaixo da média, com um pouco
mais da metade dos índices acima de 50%, e a outra abaixo dos 50%, com destaque
para os anos de 1991 e o de 1995 com índice de 62% e 1994 com 69%, mesmo assim,
fracos em termos de especialização. Sem importância quanto às vantagens
comparativas que a localização pode oferecer à boa produtividade.
Para a microrregião do Sertão de Cajazeiras, a série dos anos mostrou-se
fortemente crescente, mesmo com alguma oscilação entre os anos, com mais da
metade abaixo dos 50% e o restante acima e em torno da média, aparecendo
importantes os anos de 1995 com 67% e o de 1993, igualmente o de 1996, com 65%
de especialização locacional em algumas culturas nativas que sejam plantadas
nesta localidade, ou que até mesmo seja induzida pelos técnicos de órgãos
públicos que tenham esta finalidade.
Como último ponto, a microrregião da Serra do Teixeira, mostrou-se com índices
bastante crescentes no período que vai do ano de 1974 ao ano de 1997. Pois, a
maioria quase absoluta mostrou-se acima dos 50%, com destaque para o ano de 1991
com índice de 83% e o ano de 1995 com 80%. Assim sendo, pode-se inferir que
foram índices aceitáveis de concentração da produção por estarem acima dos 80%,
aparecendo com outras diversas microrregiões, como as mais concentradas em
termos de culturas temporárias no estado paraibano.