ANÁLISE DOS RESULTADOS ESTATÍSTICOS
BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

 

ANÁLISE DE DESEMPENHO DAS CULTURAS AGRÍCOLAS DA PARAÍBA
 

Luiz Gonzaga de Sousa

 

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CAPÍTULO V. ANÁLISE DOS RESULTADOS ESTATÍSTICOS:

Ao se iniciar a análise dos dados, é fundamental que se conheça a classificação das culturas, segundo sua importância, pois, de acordo com o trabalho de FRANÇA (1997; p. 23)[1], publicado em revista do BNB (Banco do Nordeste do Brasil), para localizar a importância da cultura na microrregião, verifica-se que a classificação das lavouras: ALIMENTÍCIAS (arroz, banana, feijão, laranja, mandioca e milho); EXPORTAÇÃO (cacau, fumo, sisal e soja); MATÉRIAS-PRIMAS (abacaxi, algodão, café, caju, cana-de-açúcar, coco da baía, mamona e tomate) e OUTRAS (alho, abacate, amendoim, batata-doce, batata inglesa, borracha, cana forrageira, caqui, cebola, fava, figo, guaraná, limão, malva, manga, mamão, marmelo, melancia, melão, pêssego, pimenta-do-reino, sorgo, tangerina, trigo e uva.

Daí poder-se tecer detalhes sobre as culturas que estão sendo analisadas e o por que de sua localização naquele espaço microrregional.

Tudo isto, pode-se contatar com uma comparação do levantamento teórico e as simulações imaginativas que foram implementadas e propostos neste trabalho. Todavia, faz-se necessário verificar o que reflete a realidade, o quotidiano dos fatos, o senso comum, isto significa dizer o que na verdade aconteceu com o dia-a-dia da agricultura, cujo entendimento real, faz-se com a observação dos dados quantitativos manuseados pelas fórmulas que estão na metodologia anteriormente explicitada para esta tarefa e as discussões sobre o assunto com as autoridades competentes.

Sendo assim, como proposto no projeto de dissertação, inicia-se esta discussão com os dados que dizem respeito ao grau de intensidade de tecnologia de cada microrregião, para detectar se há o uso puro e simples da terra, ou se já existe alguma participação de modernidade nestas porções do estado paraibano. Ainda mais, será trabalhado também o nível de especialização do estado, quanto às microrregiões, se concentrada ou diversificada. Depois, vai-se detectar quais culturas permanentes e temporárias têm maior participação neste tipo de índice e qual o efeito disso para o desenvolvimento. Finalmente, será discutido também o coeficiente de redistribuição de culturas entre as microrregiões ao longo dos anos, isto é de 1974 a 1997, ano após ano, como radiografia do acontecido no Estado, como reflexo no emprego e situação social.

Coeficiente de Intensidade:

Para este trabalho, inicia-se com a análise das informações nos quadros que foram confeccionados. No QUADRO I indicativo, ao longo dos anos analisados, observam-se algumas microrregiões com uma tendência crescente como são os casos do Agreste da Borborema, com índices variando entre 49,64 para 1974 a 56,55 para 1997 e o de Catolé do Rocha, com nível variando entre 45,51 para 1974 a 49,40, para 1997, com algumas baixas e altas fortes. No que respeita à evolução geral caracteriza-se em sua vasta maioria com uma tendência decrescente, isto significa mostrar, todas as doze microrregiões do Estado. Nenhuma das localidades mostrou-se decrescente, algumas fortemente oscilantes e outras muito fracas em termos destes coeficientes. Pois o ano de 1974 foi o de maior índice para os Cariris Velhos, o Piemonte da Borborema, o Litoral Paraibano, o Seridó Paraibano e a Serra do Teixeira, denotando-se um bom desempenho da agricultura no Estado neste início, devido talvez algum incentivo, ou subsídio ou até mesmo, condições favoráveis dos agricultores quanto a sua atividade rural, que investiram na produção agrícola desses anos.

Já quanto às outras microrregiões o maior coeficiente ficou com o ano de 1994 no Agreste da Borborema; para o ano de 1979 e 1986 no Brejo Paraibano; para o ano de 1982 no Curimataú; 1990 para o Catolé do Rocha; 1982 para Agro-Pastoril do Baixo Paraíba; 1987 para a Depressão do Alto-Piranhas; 1992 e 1995 para o Sertão de Cajazeiras e 1995 e 1987 para a Serra do Teixeira. Isto indica uma certa irregularidade em termos de trabalho com a agricultura por microrregião, com algumas melhoras e depois aparecendo as quedas na produção.

Quanto à comparação com o Brasil, de acordo com QUADRO III, observa-se que quanto a este último, pode-se fazer algum cotejamento interessante, ao torná-lo um quantificador c = 102,27, para o ano de 1997, de acordo com a metodologia utilizada, isto também quanto ao primeiro, ou b = 61,63. Para o quantificador b, algumas vezes não é possível utilizar o coeficiente do Nordeste como mediador. Por isso utiliza-se a média entre estes dois índices, que significa dizer que, para o ano de 1979, estabeleceu-se o b = 69,07; para 1982 o b = 75,40; para 1987 o b = 74,79; para 1991 o b = 67,39 e para 1992 o b = 67,52. Pois, para valores menores do que b, significa extensivo em terra; entre a e b, pouco intensivo; entre b e c, intensivo e acima de c, muito intensivo ou moderno. O quantificador a aqui toma o resultado para o estado da Paraíba, como já foi explicado. A partir de 1992, houve uma regularidade, obedecendo a caracterização a < b < c. Contudo, para os anos de 1974, 1979, 1982, 1987, 1991 e 1992, fez-se uma média, equivalendo ao Nordeste, cujos anos não proporcionavam valores reais medianos.

Ainda se pode ver neste quadro, as microrregiões, com os seus respectivos anos de ocorrência do estudo, caracterizando a faixa do extensivo pleno ou quase pleno, como o caso do Curimataú nos anos de 1979, 1994 a 1997; o Catolé do Rocha em 1982, 1987, 1991, 1992, 1994 e 1995; o Piemonte da Borborema em 1987; o Litoral Paraibano em 1987 e 1993; o Seridó Paraibano em 1979 a 1994 e 1996 a 1997 e a Serra do Teixeira em 1982, 1990, 1993 e 1996. No Extensivo, com uma tendência muito forte ao pouco intensivo, têm-se o Agreste da Borborema de 1974 a 1990 e 1992 a 1993; o Brejo Paraibano em 1974; o Curimataú em 1974, 1982 a 1993; os Cariris Velhos de 1994 a 1997; o Catolé do Rocha de 1974 a 1979; o Piemonte da Borborema em 1974 e 1997; o Agro-pastoril do Baixo Paraíba em 1974, 1987, 1992 a 1994; o Litoral Paraibano de 1982 a 1997, com índices fracos em 1987 e 1993; o Seridó Paraibano em 1974 e 1995; a Depressão do Alto-Piranhas de 1974 a 1979 e 1996 a 1997; o Sertão de Cajazeiras de 1974 a 1987 e 1996 e a Serra do Teixeira de 1974 a 1979, 1991, 1994, 1996 a 1997.

Todavia, quanto à faixa do pouco intensivo verifica-se em Catolé do Rocha em 1996 e 1997; no Piemonte da Borborema de 1993 a 1996; a Depressão do Alto-Piranhas de 1982, 1993 e 1994; o Agreste da Borborema de 1991 e 1995 a 1997; o Brejo Paraibano de 1990 a 1996; o Agro-pastoril do Baixo Paraíba em 1990, 1991, 1995 a 1997; o Sertão de Cajazeiras de 1990, 1993, 1994 e 1997 e a Serra do Teixeira de 1987 e 1992. Pois, quanto ao que se poderia chamar de intensivo propriamente dito, ou moderno, verifica-se o caso do Agreste da Borborema em 1994; no Brejo Paraibano em 1979; nos Cariris Velhos em 1974; no Piemonte da Borborema em 1974 a 1982 e 1990 a 1992, no Litoral Paraibano em 1974 e na Depressão do alto-Piranhas em 1987 a 1990. Daí, pode-se tomar como referência que nestas localidades e nestes anos se conseguiu alguma modernidade em termos de agricultura, em poucas culturas, mas em tempos esparsos.

Sendo assim, a radiografia destas microrregiões com os seus respectivos anos denotam, em sua maioria, uma cultura de subsistência, com comercialização voltada para as satisfações pessoais das famílias dos agricultores, difícil de entender como comércio para reinvestimento no setor agrícola, como expressa o quadro analisado. Em termos de culturas individuais, quanto às intensidades tecnológicas as culturas que mais sobressaem são: em 1974: abacate, caju, laranja, manga; 1979, 1982, 1987: caju, laranja e manga; 1990, 1991, 1993, 1994, 1995, 1996, 1997: laranja manga e limão e 1992 laranja e manga. Fica claro que essas culturas talvez sejam as que participam dessa intensidade tecnológica que o estado paraibano presenciou e que pode voltar a ser a pauta do dia se a agricultura tiver uma política de dinamização maior no campo rural.

Entrementes, quanto ao aspecto ou histórico sobre as culturas temporárias, observa-se que, de maneira geral, nenhuma microrregião apresentou caracterização ascensional, denotando que não houve melhoramento em seu processo tecnológico, ou bom desempenho neste tipo de agricultura, para este período em análise, isto significa dizer, de 1974 até 1997. Pois, o QUADRO II denota que, próximo ao ano de 1974 a utilização tecnológica demonstrava ser bastante forte e depois apresentou uma queda, culminando ainda com grande acréscimo no meio do período, para poucas microrregiões do Estado. Em duas microrregiões, obteve-se resultado mais ou menos estável, com índice variando entre 6,88 a 5,22, no Curimataú e de 5,07 a 4,11, para o Seridó Paraibano, com algum índice não acompanhando a tendência. Todas as outras microrregiões obtiveram decrescimentos, em cujo centro da série apareceu algum valor menor do que a do início, no entanto, seu comportamento geral foi queda até 1997.

Aos índices que se encontram abaixo do nível do estado da Paraíba, deve-se salientar o caso do Curimataú, dos Cariris Velhos, do Catolé do Rocha, do Seridó Paraibano, do Agreste da Borborema e a Serra do Teixeira, cujo período de 1974 a 1997 em termos de colaboração, foi com coeficiente de baixa intensidade, mesmo caracterizando terra extensiva, isto quer demonstrar que há pouca, ou fraca tecnologia, no processo de produção, cujo braço humano, insinua-se ser especificamente familiar, ou de parentes com uma constante. As microrregiões que foram muito extensivas foram o Curimataú com índice de 0,21 em 1979 e de 0,41 em 1982; os Cariris Velhos de 3,21, em 1974; o Catolé do Rocha de 5,62, em 1993 e 6,57 em 1997; o Agreste da Borborema em 5,90 em 1995 e 6,06 em 1990; Seridó Paraibano em todos os anos e na Serra do Teixeira em 3,15 em 1990 e 3,86 em 1994 a 1997 em 4,50.

No entanto, próximo ao intensivo resultou o Brejo Paraibano com nível de 42,62, de 41,19 e de 39,05 para os respectivos anos 1987, 1990 e 1991; o Catolé do Rocha de 41,31 e de 33,51 para os anos de 1982 e de 1987; o Piemonte da Borborema os graus foram de 36,57, de 33,94, de 38,68 e de 38,84 para os anos de 1987, 1990, 1991 e 1992; o Agro-Pastoril do Baixo Paraíba com coeficiente de 42,22, de 44,69, de 43,16 e de 39,01 em 1974, 1990, 1991 e 1995; o Litoral Paraibano com nível de 45,87 em 1995; o Seridó Paraibano de 45,87 em 1995; o Sertão de Cajazeiras de 33,68 em 1990. Finalmente, a Serra do Teixeira de 18,90 em 1974 e 16,65 em 1993, de acordo com quadro IV em anexo.

Já quanto aos índices que ficaram acima do nível do Estado, tendo como próximo ao nível do muito intensivo, aparece o Brejo Paraibano com coeficiente de 45,97, de 43,37, de 45,93, de 43,62 e de 16,11 para os anos de 1974, 1979, 1982, 1987 e 1993; os Cariris Velhos de 18,79 para 1993; o Piemonte da Borborema de 44,83, e de 35,40 para os anos de 1974 e 1979; o Agro-Pastoril do Baixo Paraíba de 47,04, de 50,97, de 54,24, de 18,26, de 42,25, 37,15 e 36,81 em 1979, 1982, 1987, 1993, 1994, 1996 e 1997; o Litoral Paraibano de 50,62, de 55,39, 37,53, 45,87, 39,30 e 41,50 em 1979, 1982, 1994, 1995, 1996 e 1997; o Sertão de Cajazeiras de 18,98 em 1979 e a Serra do Teixeira de 16,65 em1993.

Sem embargo, quanto aos resultados que ficaram entre Minas Gerais/Mato Grosso e São Paulo, verificou-se o Litoral Paraibano com coeficiente de intensidade de 64,82, de 60,44, de 55,88, de 55,74 e de55,83 para os respectivos anos: 1974, 1987, 1990, 1991 e 1992, demonstrando certa aplicação de tecnologia, tornando-se intensivo em produtividade extra utilização somente da terra.

Sendo assim, no muito intensivo, isto significa dizer que, nos níveis que ultrapassa o estado de São Paulo estão: o Agro-Pastoril do Baixo Paraíba de 47,04; o Litoral Paraibano de 50,62, em 1979. Por conseguinte, observa-se que o setor moderno ou muito intensivo nas microrregiões paraibanas supera alguns estados brasileiros que são tidos como os mais modernos do país, ou foram, como é o caso de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e o aparecimento de alguns que não eram intensivos neste período que estão sendo analisados agora. De tudo isto, extrai-se que estes tipos de cultura têm menores coeficientes de intensidade do que as permanentes, onde deveria ser o contrário. Pois, as culturas temporárias são as que os cuidados são dobrados, por serem renovadas todos os anos e as exigências para se produzirem mais e melhor é sempre fundamental, tendo em vista que se deve aproveitar as condições que se apresentam no mercado naquele período.

Porém, ao se fazer um cotejamento com algumas regiões, ou estados de alto nível tecnológico, como está no QUADRO IV, observa-se que isto pode ser comparado também com São Paulo, como o maior índice do país, Minas Gerais como o segundo maior e Acre como o terceiro, no período 1974 até 1997, como nível de equiparação tecnológica, ou de desempenho, como sendo o quantificador c, da metodologia, para o primeiro Estado. Pois, o quantificador b, podendo ser a média entre estes dois índices, ou mesmo alguma estimativa. Aqui foi tomado o Estado de Minas Gerais, como índice b, para 1979, pois, a Paraíba (a = 35,91) está abaixo de Minas Gerais (b = 45,61), isto é, extensivo em terra; entre a e b (Minas Gerais), pouco intensivo; entre b e c = 77,02 (São Paulo), plenamente intensivo e acima de c muito intensivo ou tecnologicamente moderno. Para o quantificador a, tomou-se o resultado obtido para o estado da Paraíba. Os números apresentados como níveis de desempenho, caracterizam-se muito extensivo para as microrregiões de Catolé do Rocha, do Seridó Paraibano, da Serra do Teixeira, do Curimataú e do Agreste da Borborema. Porém, as microrregiões que ficaram próximas do intensivo foram o Agro-Pastoril do Baixo Paraíba, o Litoral Paraibano e o Brejo Paraibano, em termos de tecnologia. 

Em suma, quanto às culturas que obtiveram maior influência em sua posição em cada microrregião verifica-se algodão herbáceo, amendoim, cana de açúcar, cebola, feijão, melancia, milho, arroz, fumo, mamona, abacaxi, batata doce, mandioca, alho, fava e tomate. Obviamente, em todos os anos analisados, essas culturas não apareceram ao mesmo tempo, caracterizando a importância de cada produto ou de poucas mercadorias em seu tempo, por questões de comercialização local, ou de política de exportação do governo, com vistas a desenvolver as microrregiões, ou aquela que apresente as condições necessárias a um desenvolvimento sustentável, isto significa dizer obter algum resultado positivo para o Estado, por alguns anos de atuação no setor agrícola.

[1] FRANÇA, Francisco Mavignier Cavalcante. DIRETRIZES PARA UM PLANO DE AÇÃO DO BNB (1991 – 1995). Vol. 2 – Setor Primário – Tomo 1 – A Agricultura do Nordeste nas Duas Últimas Décadas. Banco do Nordeste. Fortaleza 1997. Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (ETENE).

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