POR QUE EXISTE O MENDIGO
BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

 

ÉTICA E SOCIEDADE

Luiz Gonzaga de Sousa

 

 

Esta página muestra parte del texto pero sin formato.

Puede bajarse el libro completo en PDF comprimido ZIP (195 páginas, 721 kb) pulsando aquí

 

 

 

 

POR QUE EXISTE O MENDIGO?

            As grandes e médias cidades dos tempos de hoje (século XX), estão impregnadas de problemas os mais difíceis possíveis, dentre os quais podem se citar alguns de grande efeito dentro da economia, política e sociologia dos seres humanos, tais como: seqüestros, roubos e furtos, prostituição, homossexualismo, desemprego, menores de rua, desigualdades sociais, mendicância e alguns outros de complicada solução. Tais problemas têm preocupado as autoridades governamentais, especialmente os civis que se encontram prisioneiros sem praticar qualquer delito repugnável pelos códigos penais e pelo direito civil, que é quem regula e vigia aqueles que não estão de acordo com as normas constituídas pelos hábitos e costumes de uma sociedade, consciente de seus limites. Ao se fazer uma meditação sobre essas patologias, é que se pensou em detalhar um pouco mais a situação dos mendigos, que se avolumam nas cidades de grande porte, constituindo um problema de distribuição de renda aos trabalhadores, de desprezo aos carentes, e, até mesmo, de esconderijo aos marginais, que procuram essa farsa para seus crimes.

            Ao iniciar os questionamentos sobre o que significa mendigo, pode-se enumerar uma lista muito grande de conceitos que caracterizam este termo, tais como: simplesmente pedinte, ou aquele que anda pelas ruas, sujos, com roupas rasgadas, e dormindo nas marquises das lojas sofisticadas, ou aquele que sai de porte em porta pedindo um pedaço de pão para saciar sua fome e de seus filhos e esposa. Mas, porque surge o mendigo? Será a preguiça como diz o bem empregado? Será a fuga do campo, que não consegue colocação em um emprego digno, mesmo desqualificado? Será a distribuição de renda, que exclui do mercado de trabalho, aqueles de idade avançada? Ou será como dizem os reencarnacionistas a lei de causa e efeito em atuação? Essas e outras perguntas farão parte das inquietações que deixam os cientistas, sociólogos, economistas e religiosos estupefatos quanto a essa problemática, que deixa a sociedade apavorada, devido à insegurança que as famílias enfrentam nos dias de hoje, cujos exemplos e correições não têm dado conta de uma situação tão difícil que se vive na atualidade.

            A princípio, o surgimento dos mendigos advém de coisas simples, isto é, pessoas pobres que não têm como se alimentar; não acham outro meio se não pedir um pouquinho ao vizinho ao lado, cuja sensibilidade do amigo ou conhecido não mediu distância, proporcionando condições para que aquele ser humano pudesse saciar a sua fome, ou procurar os meios de sobrevivência, isto é, uma atividade qualquer para executar. A questão da mendicância aparece com a divisão da sociedade entre pobres e ricos, cujo aumento desse diferencial, os pobres vão à miséria e os ricos mais ricos; aí, levanta-se o estigma entre o vestido, asseado e o que está sujo, mulambento e fedorento, que provoca a sensibilidade do sentimento, e a repulsa daquele que não quer sentir mal cheiro. Tudo isto a sociedade criou; como a lei de causa e efeito existe, a explicação dos reencarnacionistas é viável aos pensadores, certamente para quem já a sabe, pois quem se melou deve se limpar, pois quem contraiu qualquer maldade deve substituí-la com a prática do bem, caso contrário, os sofrimentos, um deles a mendicância, será o seu consolo real e triste.                  

            O mendigo vive uma lida muito complicada, sai pela manhã, de casa em casa a pedir pão, roupa velha, comida em geral, um trocadinho, isto é, alguma moeda que vai servir para tomar uma bicada (uma dose de cachaça) na mercearia da esquina e de bicada em bicada, fica bêbado, aumentando ainda mais o estigma daqueles que detestam mendigos, com sofrimentos maiores para sua família que almeja sobreviver. Muitas e muitas vezes, o pedinte não chega em sua casa, ficando na sarjeta, bêbado pelas calçadas, cujos companheiros são os cachorros e seus colegas de infortúnio, como se observa nas ruas escuras e debaixo das pontes, que são os seus berços acolhedores de mais um dia de cachaça e de dores para seus filhos que vivem numa mesma situação vibratória. A família desesperada aloca o filho para o trabalho de baixa qualificação, porque não teve oportunidade de conseguir nível escolar suficiente a um bom trabalho, pois ao se cansar de ganhar pouco, trilha pelo mesmo caminho do pai, ou de um irmão que está no mesmo destino, que é assumir seu nível espiritual de materialidade, de alimentar seu ego com a sua brutalidade. 

            As origens desta situação, os cientistas dizem que é problema da distribuição de renda, os sociólogos retrucam insinuando que são desajustes sociais, os historiadores colocam que são as raízes do desenvolvimento, porém, os espiritualistas trabalham a idéia de que é resultado de causa e efeito, que todos estão envolvidos no processo evolutivo do homem, ao estar-se no lugar que merece, de acordo com seu nível espiritual. De acordo com o espiritismo tudo que acontece no mundo é uma construção de todos os seres pensantes daquele ambiente, e a distribuição de renda má ou boa não está fora deste raciocínio, pois o amanhã é uma construção de tudo o que se faz hoje, tendo em vista que a construção do mundo é feita pelas inteligências que lá existem. Quanto aos desajustes sociais, decorre justamente dos níveis diferenciados entre as pessoas, porque o egoísmo, a vaidade, o orgulho, a ganância, e muitas outras formas de inferioridade, ou de maledicências que ainda estão bloqueando o uso da inteligência, que é a faculdade que melhor organiza o raciocínio, a razão, e dá lógica aos fatos que são as experiências da vida.

            O mendigo está no ventre de uma nação que vive sob o crivo de uma economia, de uma política, de uma sociologia, de uma história, esquecendo que acima de tudo existe uma força maior que dá ordenação a tudo que existe, sem imposição e sem ditadura de quem quer que seja para que tudo dê certo, pela livre e espontânea vontade de quem almeja aprender, ou criar consciência de sua existência, ou de seu próprio eu, como espírito e como alma. Os erros que acontecem são naturais, devem retornar a participar em algum lugar, para caminhar bem no aprendizado de sua vereda que está a seguir, assim como todos que estão envolvidos nesta trajetória direta ou indiretamente, pois quem não quer aprender com amor, da dor não fugirá, não como repressão do Criação Maior, mas como auto-consciência. Por conseguinte, cada ser humano que nasce, vem com seu aprendizado, para construir uma nova vida como uma pessoa normal, cujo espírito necessita se auto-descobrir, pois isto é feito a cada momento, tanto os lados bons como os maus, especialmente este, tendo em vista que ao seu lado a energia deve ser compatível com o lado inferior de todos no planeta.   

            Enquanto existir todo tipo de inferioridade dentro da humanidade, os problemas sociais vão sempre estar presentes, com isto justificam-se os desajustes econômicos, as desigualdades sociais, as contendas políticas e os pequenos conflitos sociais como: a prostituição, o roubo, os assassinatos, a busca pela droga, os estupros, as guerras entre irmãos e todo tipo de picuinhas, próprio de quem não saiu ainda da animalidade. Esta é uma fase difícil, porque o entendimento de algo que seja transcendental, não há como perceber ainda, pela limitação de experiências e conhecimentos reais que não adentrarem com facilidade em uma mente que é resistente à própria evolução, por não ter como enxergar a força das palavras que pode direcionar melhor a sua maneira de ser, ainda diminuta. Assim, são todos aqueles que não têm condições de enxergar o seu verdadeiro caminho, ao considerar que a dureza do coração não aceita aquilo que não conhece, e nesta faixa de vibração e de vivência estão os mendigos, que não sabem seguir com a força de sua consciência, pois quase todos que vivem esta vida, cumprem forte expiação, que é dolorosa.

            Normalmente atribui-se como uma das causas da mendicância a relação existente entre a cidade e o campo, dado que o homem do campo, ao se ver sem recursos financeiros, vai em busca de conseguir algum sustento para sua vida, isto é um trabalho na cidade, poder educar seus filhos, ter uma situação melhor e sair da pobreza que paira sobre as famílias que vivem abandonadas nas brenhas de um matagal imprestável. A bem da verdade, o que existe na mente destes irmãos é a inferioridade que se apresenta de uma outra forma, que vai proporcionar evasão a outros tipos de sofrimentos, advindo do orgulho, vaidade, inveja, e algumas outras que a ciência ainda não conseguiu detectar naqueles que desejam conhecer o luxo, a potentade, e algumas arrogâncias mais. Isto é um fato incontestável, somente como uma forma distante ou perto de indicar a ignorância em que vive o homem, que quer melhorar-se mesmo que passe por cima dos seus irmãos, que almeja trabalhar o perpassar da vida para o conhecimento da pureza maior que independe da materialidade, de tudo que existe no planeta, necessário, apenas para o evoluir de todos.   

            O mendigo já caracteriza a apresentação de sentimento, que faz aflorar a sensibilidade de estar no processo de transformação, isto significa dizer, transferir-se do estágio de animalidade para o hominal com raciocínio, na utilização da lógica, e com o poder de pensar, ou em outras palavras poder usar a inteligência, que é a faculdade própria do ser humano, de uma fase mais espiritualizada, isto é o ser pensante. O sentimentalismo é o ponto mais explorado por aqueles que tentam tirar proveito de alguma circunstância e nesta situação encontra-se o mendigo, que se apega da parte sensível de alguns homens, alicerçado no medo pregado pelos grupos religiosos, buscam explorar os que de boa fé se entregam à sensibilidade frágil, mascarando o próprio eu. Não se deve confundir sensibilidade com amor ao próximo, como obrigação de uns para com os outros, com fraternidade que todos devem estar imbuídos, com uma entrega descabida a quem pensa em obter ganhos do sentimentalismo de alguém que não controla suas emoções, cuja finalidade da vida é usar a razão, sem atropelar a grandeza de cada um.   

            Muitas vezes quando um mendigo faz parte de uma determinada família, existem várias hipóteses que devem ser consideradas, como por exemplo: pessoa que abusou com alguma riqueza que já possuiu para poder sensibilizar alguém da família que vive em prepotência, servir de exemplo para alguns irmãos próximos, irmão que vem provar que está acima de tudo isto que existe na terra, outras mais podem ser enumeradas. Inegavelmente, vai-se encontrar pessoas que se adaptam a todas essas hipóteses, ou em algumas outras que não foram ventiladas nesta citação, quase sempre inconsciente do por que está naquela situação de sofrimento e dor, no entanto, algumas sabem, mas somente seu consciente acusa, porque o mundo espiritual é quem lhe mostra esta realidade pura. Assim sendo, o número de revolta é grande, por olhar ao lado ver tanta riqueza, tanta abundância nas mãos de poucos e ao lado algumas famílias que jazem na fome, no frio, a mercê das intempéries do tempo, como prova de que cabe a cada um a construção de um amanhã cheio de felicidade, cujos mendigos suportarem com paciência e crescerem mais rápido.    

            A sobrevivência do mendigo é muito difícil, porque ele é pobre, muitas vezes cheira mal, não tem o que comer e vive a pedir para poder passar mais alguns momentos sobre a terra, que ao acostumar-se com aquela situação torna-se preguiçoso, inconveniente, e muitas vezes não respeita a condição dos outros que tecem uma discriminação incontrolável sobre aquele que deseja completar sua tarefa evolutiva. A discriminação existente entre os seres humanos denota claramente as condições em que estão submetidos, tendo em vista que estão presos a todo tipo de inferioridade, de animalidade que ainda domina aquele que se encontra impregnado nas coisas da matéria, e é preciso que se procure libertar, para conseguir um mundo cada vez melhor. Das formas de inferioridades, a discriminação é um tipo que mais incita o orgulho, a inveja, e o estigma entre os irmãos que precisam uns dos outros para estar juntos auxiliando-se no processo de evolução, que tanto a humanidade necessita, sem a imposição de alguém e sem o auto-sofrimento ao gerar piedade em coração sensível, que já avançou um pouco.

            Finalmente, neste artigo, objetivou-se e conseguiu-se sentir a problemática do mendigo, suas causas, o por que de tudo que está acontecendo, o processo discriminatório no estamento social onde vive, as dores e os sofrimentos que ele atravessa todos os instantes e como dar solução a essa questão que tanto atormenta a sociedade moderna, como coisa que as suas raízes fossem unicamente de cunho sócio-econômico moderno. O que se tem notícia, é que esse tipo de situação nasce da teoria da palingênese, isto significa dizer, advém de muitas encarnações que o homem já passou, porque o agora é o ontem, e o amanhã será o hoje que os seres pensantes constroem, quer em uma construção benéfica ou maléfica, isto é obstáculo ou ajuda ao progresso humano. Portanto, tudo o que existe aqui no planeta terra é fruto da criação do homem, que com sua inteligência, cria o seu conhecimento de libertação ou de prisão devido a sua própria condição ao enveredar pelo caminho que julgar verdadeiro, de acordo com a sua materialidade e arrogância para a felicidade de um mundo que ele não conhece e julga-se dominador.   

Grupo EUMEDNET de la Universidad de Málaga Mensajes cristianos

Venta, Reparación y Liberación de Teléfonos Móviles
Enciclopedia Virtual
Biblioteca Virtual
Servicios