O PMDB E O PODER
BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

 

ECONOMIA, POLÍTICA E SOCIEDADE

Luiz Gonzaga de Sousa

 

 

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O PMDB E O PODER

 

            A política tem sempre movimentado as decisões de qualquer comunidade, pois quando se envolve mais de uma pessoa numa discussão, o consenso, a compreensão entre esses membros e a chegada a um denominador comum, é que, tem constituído, ou constitui a política. Sabe-se que, desde os primórdios da humanidade, as discussões sobre política têm deixado muitos pensadores preocupados com as decisões e as implantações de estrutura de poder que tem levado às carnificinas e ditaduras que não dizem respeito ao real sentido de política. A história é farta no mau uso do termo política, aplicando-o seguidamente para benefício de grupo, cuja lei natural dos fatos condena tal emprego, que tem finalidade mais universal do que particular.

            Criaram-se fantasias com o sistema de poder do Estado, onde a política só existia nos bastidores dos grupos que dominavam. Isto fez com que, nações onde a política, no seu sentido geral não existia, entretanto, aquela maneira de agir também constituía uma política, só que, em favor dos dominadores. No absolutismo, a política era administrada pelo Estado que tinha poder total sobre seus súditos e qualquer desvios das ordens maiores, a condenação era fatal - a morte. Com o transcorrer dos tempos e a conscientização dos povos, a política vai tomando o seu real sentido, onde, bem ou mal, todos participam e dão sua opinião, sobre o que está acontecendo ao seu redor.

            Mesmo assim, ainda há uma grande confusão entre a política e aqueles que utilizam dela para subir na vida, os chamados carreiristas de ontem, de hoje e os que continuarão sempre existindo. Não se pode reclamar dos fisiologistas do PDS, ou antiga ARENA, que passaram muitos anos dando sustentáculos aos governos federal, estadual e municipal, em troca de cargos públicos. Era a filosofia deles e souberam desempenhar muito bem o seu papel. A questão aqui era na verdade, combatê-los com ferro e fogo. Pois a política não se faz na busca de cargos ou quaisquer benesses que os governos possam oferecer. A política é a busca do poder para melhorar as condições de vida da sociedade como um todo.

            Desde 1964, os partidos políticos se reuniram em dois, ARENA e MDB. O primeiro, a sigla dos militares que apoiados pela Igreja, outros grupos políticos reacionários nacionais e o imperialismo internacional, conseguiram amordaçar os partidos de esquerda e legitimaram propositalmente a sua oposição, quer dizer, o famigerado MDB. Inegavelmente, o MDB levantou a verdadeira oposição ao regime militar, pois, tinha como pano de fundo, os mais brilhantes líderes da esquerda nacional, que não podiam aparecer, porém estavam em franca atividade político-partidária. Com isto, fez-se um MDB de esquerda, progressista e comprometido com as bandeiras populares e a derrocada do regime militar.

            A filosofia da esquerda foi absorvida pelo MDB e empunhada com força total em todos os recantos do, país. Com este pensamento, começaram as prisões, as torturas, as corrupções, os desmandos e todo tipo de desordem que os mandarins do poder, no caso a ARENA, podiam realizar. Frente a isto, o MDB tomou a dianteira deste "status quo", e lutou bravamente, pelo restabelecimento da democracia no país, custando-lhe muita perseguição e ameaças. O MDB era o esconderijo informal do PC do B, do PCB, do PCBR, do MR 8, do MAR e de muitos outros partidos que estavam na clandestinidade. E a luta continuava no campo e na cidade, ensejando sempre um país livre e democrático em todos os níveis.

            O MDB lutou pela anistia dos bravos lutadores que andavam foragidos da sociedade que ajudaram a construir e de que agora não podiam participar como cidadãos patriotas. O MDB travou contenda pelas liberdades democráticas, irrestritamente. O MDB batalhou por um regime pluripartidário, e a queda do regime militar, que manchava a história deste país, que sempre lutou em defesa da sua soberania. O MDB quis que o Brasil fosse uma Nação dos brasileiros e não de grupos oligárquicos que queriam enriquecer-se e a toda a sua família. O MDB deu lugar ao PMDB, que traz a sua mesma filosofia e que sempre pregou o princípio de participação e consciência pela causa comum - o bem-estar para todos.

            No intuito de derrubar o regime militar, o PMDB conseguiu coligações indesejáveis e se formou a Frente Liberal que nada mais fez do que assegurar aos patriotas da ARENA/PDS a sua manutenção no poder. O PMDB, comandante maior da queda do regime militar, não pôde governar, mas sempre ficou assumindo os erros praticados pêlos porta-vozes do capitalismo internacional. Todavia, o PMDB continuou a sua trajetória de homens de frente, entregadores de "mosquitos", pichadores de muros, aliciadores de massas, mas não conseguiu ficar à frente dos órgãos federais, estaduais e municipais para pôr em prática as bandeiras de luta que sempre pregou nas praças públicas, em todos os instantes.

            O culpado por isto tudo é o próprio partido, que nunca exigiu dos eleitos pelo partido uma fidelidade programática, cobrando constantemente um cumprimento mais fervoroso dos princípios que sempre defendeu em todos os recantos do país. O que se vê são Prefeitos e Governadores eleitos pelo PMDB indo buscar em partidos adversários, os seus assessores diretos, em detrimento dos bravos companheiros, que tanto lutaram pela derrocada dos mandatários, filhos da ditadura de 1964. Isto é uma prova dos descasos que se tem pelos bravos companheiros que deram tudo de si para derrubar os terroristas do golpe militar e que não puderam participar de um governo que seria popular e democrático.

            O que fazer com este estado de coisas que acontecem com o Partido? É difícil se dar uma solução aos peemedebistas que não têm o mínimo de respeito para com os companheiros que fizeram de seu partido uma doutrina e de sua Carta-Programa um meio de vida. O princípio de que os companheiros combatentes são de casa e os que chegam, sejam bem-vindos, têm tudo que desejam, não se coadunam com a filosofia de quem quer transformar e crescer. É preciso que apareça um PMDBista que empunhe sua arma da coerência e grite que o PMDB é dos peemedebistas autênticos, e não de aventureiros de última hora, para que se acabem de uma vez por todas os grupilhos familiares e a hereditariedade no poder. O PMDB é de todos e não de apaniguados de grupos oligárquicos.

            Os carreiristas que têm aportado no PMDB, deixam uma grande lição para o partido, isto é, mostrou à sociedade paraibana que, dentro desta agremiação existem partidários que querem se locupletar e viver dominando um curral eleitoral. É um absurdo que isto aconteça, dentro de um partido que lutou tanto tempo para demolir as estruturas arcáicas e implantar um sistema político moderno, caia neste tipo de convivência política. Depois que o PMDB subiu ao poder os combativos lutadores do partido, não puderam aplicar as suas idéias de política, mas, teve-se de viver sob o comando de velhos adversários, que procuraram manter o status quo do coronelismo.

            Não se acaba com uma estrutura de poder com muita facilidade, como é o caso do coronelismo paraibano, tais como: os usineiros, os latifundiários e os grandes industriais da região, mas, pode-se calmamente fazer um processo de conscientização e aplicação de princípios políticos no seu sentido real da palavra. Como fazer! Se o PMDB subiu ao poder, mas, na verdade, somente o governador, dizia-se do partido político que o elegeu com esmagadora maioria e a sua estrutura de base constituía-se de agentes da classe dominante. O PMDB, partido de muitas lutas, muito enfrentamento e muita insistência em mudar a filosofia de vida do povo paraibano, não conseguiu concretizar os seus ideais e marcar a sua presença na história de luta da Paraíba.

            Os militantes autênticos do PMDB ficaram de fora do poder, mesmo sendo este partido que estava dominando. Era a sigla do PMDB que ecoava nos quatro cantos da Paraíba, como o partido político que estava estruturando a economia e as relações sociais de seu povo, entretanto, aqueles que pichavam nas ruas, que escreviam os panfletos, que lutaram pela anistia, pela demolição do Colégio Eleitoral e muitas outras filhas da ditadura foram banidos de participar. Mas, como dizer que é o PMDB que estava no poder, se seus lutadores mais enérgicos não participavam desta batalha que era mais da ARENA e depois PDS do que do MDB e depois PMDB, engolido pelos filhos do regime militar e sobrevivente da ditadura do golpe de 1964. Os peemedebistas que já viviam mamando nas tetas do regime militar com cara de esquerdistas e progressistas, adoraram aquela situação que estavam vivendo com muito fervor e abnegação.

            Finalmente, pode-se dizer que a Paraíba passou por estes traumas que martirizaram um povo sofrido que sempre tem buscado a sobrevivência nas mais diversas maneiras de lutar pela vida. Não foi engano, mas o partido (sigla) que defendia melhoras, não conseguiu demonstrar ao seu povo a sua força e o seu poder. A gente paraibana não compreende que o poder não se faz com uma sigla, tal como utilizada pelo governo Burity, mas, com toda uma estrutura que não foi para por em prática a filosofia de uma mudança social. Foi assim que o PMDB subiu ao poder e foi assim que ele se degenerou, frente à estrutura que foi montada deliberadamente para desmoralizar aqueles que pregaram tantas melhoras e, no entanto, não vão ter condições de pô-las em prática.

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