DEMOCRACIA: CONSCIÊNCIA COMUNITÁRIA Considerações finais
BIBLIOTECA VIRTUAL de Derecho, Economía y Ciencias Sociales

 

ECONOMIA, POLÍTICA E SOCIEDADE

Luiz Gonzaga de Sousa

 

 

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DEMOCRACIA: CONSCIÊNCIA COMUNITÁRIA

Considerações finais

 

            Diante deste quadro que foi pintado, conclui-se em primeira instância que o movimento comunitário, aqui em Campina Grande, não surgiu espontaneamente pela necessidade dos bairros, ou grupos, como os mutirões que aos poucos têm tomado a frente de alguns trabalhos comunitários, mas houve uma orientação das autoridades do governo aliciando pessoas com vocação de lideranças na formação desses trabalhos. Não é por coincidência que a UCES foi criada justamente em 1964. Essa Entidade tem o objetivo de coordenar todas as Sociedades de Amigos de Bairro da cidade e até hoje caminha capenga, sem um trabalho profícuo que lhe dê créditos de independência e não atrelamento aos órgãos governamentais.

            Uma outra conclusão que surge sem muito esforço de raciocínio, é que o poder repressivo do Estado, após 1964, desmobilizou os movimentos de base, com os instrumentos que lhes eram favoráveis, causando medo a toda a população, barrando o crescimento do grau de consciência do povo que constituía um percentual bastante alto de analfabetos. Pelo arcabouço teórico que foi levantado, verifica-se um baixo nível de conscientização do povo daqui de Campina Grande, que pode muito bem refletir o retrato do país, visto ter sido mais ou menos quinze anos de terror e medo. A vigilância era tal que em toda esquina havia um agente de segurança do governo, procurando desbaratar reuniões com idéias subversivas e perturbadoras da ordem pública.

            O povo deve se mobilizar nas Sociedades de Amigos de Bairro, nos Sindicatos, nos mutirões e em todo movimento que vise conscientizar a comunidade em geral para tentar diminuir as injustiças sociais, as explorações aos trabalhadores e, acima de tudo, mostrar às autoridade que o comunitário existe. Deve-se crer que a luta continua, mobilizando o povo, indicando como ele deve participar, pois em algum tempo chegar-se-á a um nível de conscientização de que sem armas e sem violência, tenha-se justiça em todos os sentidos e, dentro de sua classe social, a equidade seja a meta principal de se proporcionar um bem-estar condigno com um ser humano e esse ser humano não seja tratado como um objeto de reprodução do capital.

            Sendo assim, a sociedade partirá em verdade para uma sociedade sem estado e sem patrão, livre da ditadura do homem pelo homem. Poder-se-á dizer que a liberdade chegou e chegou para ficar, entretanto, é muito difícil dentro do grau de egoísmo e de ganância que se passa na atualidade, de se chegar a um estágio como este. O importante é que se estão dando os primeiros passos neste sentido, pois, quer se queira, quer não,  alcançar-se-á a tal ponto. O importante é lutar e lutar mesmo, sem exigência, sem coação aos comunitários e com perseverança, pois, deste modo, claramente o futuro ficará próximo, com liberdade plena e com amor ao semelhante e, dentro do princípio de felicidade e igualdade, ter-se-á um mundo feliz.

Bibliografia

 

MARX, Karl. "O Capital". Difusão Editorial S/A, São Paulo, 1984.

FREIRE, Paulo. "Conscientização". São Paulo, Moraes, 1980

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LUKÁCS, Gyorgy. "Conscience de Classe". Extraido de Histoire et Conscience de Classe, Éditions de Minuit, Paris, 1960

GOHN, Maria da Glória. "Reivindicações Populares Urbanas". Autores Associados, São Paulo, 1982.

ROCHER, Guy. "Sociologia Geral". Lisboa, Editorial Presença, vol. 2, 1971.

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