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Keynes em Cambridge 1932-1935
Mario Gómez Olivares

2.         As lições de Keynes em Cambridge: Da Teoria Monetária da Produção á Teoria Geral.

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18 de Novembro de 1935

A sexta lição de Keynes, em   18 de Novembro de 1935,  é dedicada  ao elemento determinante da procura: o Investimento,  mais  concretamente,  aos factores que incentivam o investimento.  Nesta lição Keynes aprecia a contribuição que Fisher dá para  a elaboração do seu próprio conceito de eficiência marginal do capital. A eficiência marginal do capital é igual à taxa  de desconto que iguala o valor presente do produto esperado  ao custo de sustituição corrente. Se a emc > r  existirão  condições para as taxas se adequarem, porque: i)  são produzidas mais unidades, o que faz o produto esperado cair,  ou  ii) quanto mais unidades são produzidas maior é o preço de oferta. No longo prazo i) é importante, no curto prazo ii) é  o factor que re‑equilibra. A emc é o factor que leva‑nos ao  futuro mais do que a taxa de juro.

Keynes refere ainda que em Marshall o conceito é confuso,  porquanto está asociado com a productividade física do  capital, e não se percebe se um ratio ou uma quantidade  absoluta. Interroga‑se ainda se a emc é a taxa de juro real.  Se uma subida dos preços é esperada, existirá  uma mudança  na taxa de juro real, se não é esperada, não existirão  mudanças na política[1], isto é, uma subida dos preços não  afecta a taxa de juro, afecta principalmente a emc.

Se as taxas de juro são conhecidas,   a taxa de investimento  será a taxa onde a emc iguala a taxa de juro.

Conhecida a emc, não obtemos a taxa de juro. A teoria tradi­cional pressupõe que a taxa de juro resulta da intersecção  da eficiência marginal do capital com a propensão à despesa  em  consumo. O problema é que o montante de poupança depende  do nível de rendimento, que depende do nível de investimento. Se o investimento é sempre igual  à poupança,   as duas  curvas não se intersectam.

As preferências temporais dos indivídus obrigam a tomar dois  tipos de decisões: i) quanto se gasta e quanto de poupa e,  ii) qual é forma com que se manterá o comando sobre o consumo futuro,   resultado da reserva de popança corrente e pasada: “The state of liquidity preferences expresses his willingness to lock up his assets(current and past saving),  rather than keeping them in liquid form. He prefers to be  liquid. The rate of interest is the return he gets for being ready to lock up reserves in a non‑liquid form.. The rate of  interest is not reward for not saving, but for not‑ hoarding[2]“.

É obvio que a teoria deve explicar porqué motivos os  indivíduos procuram e ofertam liquidez. A novidade principal, descortinada na lição de 1934 sobre o assunto, vai sem  dúvidas para o motivo especulação,   um  motivo muito sensível            no curto prazo, que implica a manuntenção de existências em  moeda quando se pensa que se têm uma opinião melhor que o  mercado sobre o futuro dos preços das obrigações(debts).  Supondo que a quantidade de moeda muda,  quando  o  banco  compra títulos( criação de moeda). Uma subida dos preços dos  Consols(títulos de dívida pública)  é a mesma coisa que uma  descida das taxas de juro, o que estimula o investimento. O  que se repercute nos motivo rendimento e motivo precaução, e  ambos tendem a fazer com que a preferência pela liquidez  aumente com uma reacção no preço dos Consols. Mas,  observa Keynes, não existe situação na qual os preços crescam proporcionalmente. Existe i) mais output e,  ii) equilíbrio com  mais moeda implica uma taxa de juro menor e um rendimento  real maior, i.e., pode haver uma taxa de juro menor[3].

As pessõas manifestam uma preferência pela liquidez por motivos precautórios quanto ao futuro da taxa de juro, i.e.,  quanto à incerteza sobre o seu futuro. Se não existisse essa  incerteza, isto é, se a taxa de juro fosse conhecida,  não existiriam  dúvidas quanto ao valor futuro das obrigações e  do capital, quando se espera o seu retorno em moeda: “ the rate of interest, however,  is a consequence of uncertainty  about the future[4]“.


 

[1] Não  é claro que política se discute, pressupõe‑se  que  é  a   política da taxa de juro. Uma descida na taxa de juro incentiva o investimento,  se a expectativa é de subida dos preços, i.e.,  de   uma subida das anuidades.

[2] Idem, p. 175.

[3] Este ´pode haver`, quer dizer que se a preferência for  absolu­ta,  asociada às expectativas de que os preços não vão  subir,  a   taxa de juro não desce. Mas isto Keynes  irá explicar em  detalhe na versão final.

[4] Idem, p. 177.