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Keynes em Cambridge
1932-1935
Mario Gómez Olivares
2. As lições de Keynes em Cambridge: Da Teoria Monetária da Produção á Teoria Geral.
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26 de Novembro de 1934
A sexta lecture em 26 de Novembro de 1934, é dedicada aos determinantes do investimento, para o qual o desenvolvimento do conceito de eficiência marginal do capital é vital. O investimento é o direito sobre Qn esperados, mas têm‑se também o preço de oferta de uma unidade desse activo que constitue o seu custo de reposição. A eficiência marginal de capital é simplesmente a taxa de desconto que causa o valor presente das Q séries ser igual a o seu preço de oferta. A eficiência marginal corresponde à eficiência do capital que vai ser produzido mais provavelmente, i.e, no caso de existirem dois unidades com preços de oferta diferentes, considerar‑se‑á a eficiência marginal daquele que vai ser produzido com maior certeza.
O preço de procura de um activo de capital é o valor presente das Q séries descontadas a taxa de juro. O investimento irá a ser realizado assim como existir capital para o qual a eficiência excede a taxa de juro. A eficiência marginal será decrescente quando o investimento cresce, hipótese de curto período, o preço de oferta crescerá e as quasi‑rendas prospectivas decrescerão. Assim no curto período, a eficiência marginal do capital irá igualar a taxa de juro at the amount of investment being created[1]. As mudanças na taxa de investimento dependem de mudanças na eficiência marginal do capital e da taxa de juro de mercado. Não se pode inferir da eficiência marginal do capital a taxa de juro, a menos que se conheça previamente o ponto até o qual o investimento chegará. A taxa de juro deverá ser conhecida a través de outras fontes. Uma vez conhecida a taxa de juro, assim como o produto esperado e as curvas de oferta, poderá determinar‑se a taxa de investimento.
As críticas de Keynes ao pensamento económico sobre a matéria seguem a linha que caracteriza a Teoria Geral, i.e., como na lição do ano 1933, o autor aponta para o carácter estático da abordagem, e para a hipótese de estacionaridade que estas assumem.
Como se sabe pouco sobre o futuro, basta pouco para mudar de opinião. Como resultado, a eficiência marginal de capital é sujeita a rápidas flutuações. O ciclo dos negócios é causa da pelas flutuações da eficiência marginal do capital relativamente à taxa de juro.
O que determina o produto esperado de um bem de capital, o que está por atrás de mudanças em tal produto esperado? No presente existe um stock de capital e uma procura de consumo. Mas no futuro contam: o tipo e qualidade dos activos de capital, mudanças na procura e na taxa de salário. Estes tres elementos combinam e determinan as expectativas de longo prazo, pelo que a sua determinação depende nãoa apenas na melhor previsão que se realize, depede da confiança com que se fazem essas previsões. O grau de confiança que afecta o estado das coisas se reflecte na eficiência marginal do capital. Segue‑se uma reflexão sobre o porque do investimento, em circunstâncias em que ninguém sabe com probabilidade qual é a recompensa que um investimento brindará quando comparado com uma acção ou título de poupança. Os termos e exemplos são os mesmos que aparecem na teoria de 1936 if it were only the result of cold calculation there would not be very much investment. In olden times, once you decides to invest the decision was more or less fixed for both the individual and society. Now, however, with the development of the Stock Exchange and the divorce of management and ownership, you can individually get out of the investment. The stock market revalues investment every day. Of course, this affects present investment, for what matters now is the average expectation of those who deal in the Stock Exchange rather than genuine expectation of the entrepreneur which is a pretty stupid system[2]. O mercado de títulos não são instituições para dirigir o investimento, é um ornamento do laissez‑faire. Em face de uma grande incerteza as pessõas entesouram, pelo que se necessita alguma regulação no sentido de ou consumir ou comprar algum determinado activo de capital, uma nova casa ou uma nova máquina, o capital privado é um escándalo and perhaps the only solution is for a long‑term investment to be controlled by the state[3].
[1] Idem, p. 149.
[2] Idem, p. 151.
[3] Idem, p. 154. Keynes escreve neste período um artigo para o The Listener " Poverty in Plenty: is the Economic system self‑ adjusting", neste artigo Keynes toma partido pelos que defendem uma intervenção mais activa do estado, criticando a ideia de que os sistema seja autoregulável. Keynes estava convencido que a sua abordagem da crise económica pela procura era consistente com um estado de penúria na abundância, o que não quer dizer que o lado da oferta não o preocupa‑se, era uma questão de prioridade. Estava convencido que o sistema capitalista só era estável através da regulação através dos estado. O facto de estar a escrever um novo livro sobre as determinantes do emprego, estando em possesão de uma nova teoria o levam a refutar a doutrina económica que privilegiando o lado da oferta, supõe que o sistema se autoregula no longo prazo. Ver Keynes J.M., JMKCW, vol. XIII, pp. 485‑492.