Google
En toda la web
En eumed·net






Keynes em Cambridge 1932-1935
Mario Gómez Olivares

2.         As lições de Keynes em Cambridge: Da Teoria Monetária da Produção á Teoria Geral.

Para ver los símbolos correctamente
debe acceder, pulsando aquí,
a la versión completa en formato DOC,
para imprimir (107 páginas, 356 Kb)

 

4 de Dezembro de 1933

 

Na ‘lecture‘final realizada a 4 de Dezembro de 1934, Keynes continuou com o problema da taxa de juro[1], alias como tinha acabado,  a sua leitura do ano anterior, embora numa per­spectiva histórica.

Keynes adverte para o facto de irem a discutir o último conceito: a preferência pela liquidez ou procura da moeda, uma maneira de demonstrar a prontidão das pessoas para manter a riqueza baixo a forma de moeda em vez de outra formas.

A decisão sobre a forma como se acumulam as poupanças é uma decisão diferente daquela que determina o volume de poupança. Todavia, assim como S = I, a quantidade  total de moeda a ser mantida deve ser adicionada à quantidade de moeda que os bancos oferecem. Não se pode aumentar um stock de alguns sem diminuir os stocks dos outros. Assim, em relação ao entesouramen­to, o montante de dinheiro total não pode ser incrementado do lado da procura. No ‘Treatise‘, Keynes considera tres motivos para manter dinheiro: rendimento e transacções, negócios e poupança. Keynes tratará a moeda como uma combinação e considerará a procura de moeda como o resultado líquido de um complexo de motivos[2]: rendimento, negócios, precaução e especu­lativo. Definindo-as em modo similar à sua versão final, agrupa-os em motivo rendimento, negócios e precaução e, motivo especulação. A intensidade dos três primeiros dependem da conjun­tura dos negócios e também das facilidades de crédito e também da taxa de juro dos depósitos. O quarto motivo depende do estado de ‘bearnishness‘, o qual é influenciado pelas estimativas relativa­mente ao valor monetário futuro de outras formas de riqueza[3]. Dados estes motivos pelos quais as empresas e os indivíduos desejam manter ou procurar dinheiro, como se reconcilia a procura de moeda com a oferta de moeda. Supondo que a autoridade  mantém a oferta constante. Um indivíduo A só pode aumentar a quantidade de moeda mantendo liquida uma parte maior do seu rendimento ou vendendo activos.Isto terá efeitos sobre alguém, o dinheiro de B, quem deverá tomar a decisão (‘price decision‘) de modo a recon­ciliar os desejos de moeda de A e B. O resultado é de que os preços  se adaptam ao nível onde o montante de moeda oferecida é igual a moeda dos que a procuram. O nível dos preços influenciam o desejo das pessoas a manter dinheiro. Os preços cairão ou subirão para um determinado nível segundo a oferta e procura de moeda[4].

Quando todos os membros de uma comunidade são equiva­lentes( as suas condutas), as mudanças nos preços acontecem, sem que existam mudanças na quantidade de dinheiro retido. Mas isso não acontece porque de facto existem diferencias entre as pes­soas. Os movimentos dos preços são importantes enquanto que os montantes de moeda retida incidentais. Mas as pessoas são mais parecidas que diferentes.

Por preços entendem-se os preços de três coisas: bens, acções, dívidas(obrigações). Pode-se juntar bens e acções: os bens são acções de uma única quase-rendas, o valor das acções depende das quase-rendas prospectivas e da taxa de juro. O preço da obrigação é a taxa de juro. Os preços podem ser afectados pelas ‘news‘( estado das expectativas relativamente a um acontec­imento). Pressupondo que a oferta de moeda se mantém constante, dizer que o nível dos preços se mantém determinado  é dizer que  existe uma escala definida de quase-rendas e taxas de juro. Preferivelmente a pressupor que os bancos regulam a taxa de juro de modo a manter a oferta constante de moeda, é razoável pressu­por que estes fixam a taxa de juro e permitem mudanças na quanti­dade de moeda ou ambas situações. Isto permite que as ‘schedules‘ da preferência pela liquidez sejam expressas em três dimensões: a taxa de juro, os estado das expectativas(‘news‘) e a quantidade de moeda:

M = A(W,). É a taxa de juro, que coloca a quantidade de moeda M, na linha da preferência pela liquidez A, tendo em consideração o estado das expectativas (‘news‘). Tem-se os ele­mentos determinantes da taxa de juro: a preferência pela liquidez A, os estado da informação(expectativas) W e a quantidade de moeda M. Assim as causas determinantes da taxa de juro são exter­iores.

A equação quantitativa de Keynes é paralela a M = kR. Não existem razões formais para preferir uma a outra. Keynes prefere a sua pela razão de que relaciona M coma a taxa de juro, o que reflecte a natureza do sistema monetário regulado e mais relevante para o análise subsequente:

y = C + I

C = 1(W,Y); dado os estado das expectativas, C é função de Y.

I= ²(W,); dado W, I é função de. Por isso:

Y = 1(W,Y) + ²(W, ). Dado o estado de W, é extrema­mente importante numa economia empresarial. Sendo N, o nº total de empregados; N1 os empregados que produzem bens de consumo e N² os que produzem bens de capital então:

N1=F1(N)

N²=F²()

N = F1(N) + F²(), dadas a preferência pela liquidez e a quantidade de moeda[5].

Keynes pensa que isolou as forças mais relevante. Alterando um destes factores pode-se regular a quantidade do emprego, advertindo que as equações são meras ilustrações, o instrumento real é o método de pensamento “and there are many other thing[6]“. Como ilustração, diz Keynes, considere-se que no longo prazo o capital deverá manter-se escarso a fim de produzir as quase-rendas suficientes para pagar a taxa de juro. Imagine-se uma sociedade bem equipada em que a productividade marginal do capital é zero ou negativa, mas que o sistema bancário detem uma taxa de juro não negativa. Assim que alguém poupa, os empresários têm perdas e o capital não é substituído. O stock do capital diminuindo, até que as quase-rendas prospectivas igualem a taxa de juro. Se todo o capital fosse análogo(similar, idêntico) não desejariam ser sustituidos até que todos estejam a receber o equivalente a taxa de juro. Iremos observar uma oscilação numa sociedade estacionária. Esta oscilação seria compatível com as condições psicológicas e continuaria perpetuamente. O mesmo aconteceria se a taxa de juro não pudesse baixar até um nível que seria não-lucrativo emprestar abaixo desse nível. Então, tem-se um movimento oscilatório quando a taxa de juro não pode descer até um nível e o capital é abundante. Em tal comunidade onde o capital é tal que a sua productividade marginal “is knocking hard”  contra a taxa de juro mínima, existe um limite superior ao emprego e a prosperidade geral e uma oscilação abaixo deste. Keynes observa que “ we are in some such state[7]“.

A taxa mínima de juro é fixada, na incerteza “ as to whether the lender will eventually be repaid[8]“, pelo que Keynes deseja a redução gradual da taxa de juro até o mínimo lucrativo: “ This way you would get rid of the troubles of the capitalist system. It is even permissible to play with the idea that in past history it was the inability of the rate of interest to fall which brought down civilisations[9]“.


 

[1] Keynes tinha-se debruçado com a teoria da taxa de juro na quarta lição. O facto de tratá-la na última lição revela que estava a seguir uma esquema mais próximo da sua versão final.

[2] Isto implica um abandono do tratamento anterior, de certa forma como resposta às críticas no sentido que o dinheiro é um fundo indivisível.

[3] Se tiver a ideia que os preços vão cair, aumenta o desejo de manter moeda, se os preços vão subir procurar-se-á outras formas de riqueza, nomeadamente `equities'.

[4]Fallgatter diz nas suas notas " that prices are determinated by The Quantity of Money and The Liquidity Preference of te Community", in  T. Rymes,  " Keynes`s Lectures 1932-35: Notes of a Representative Student", MacMillan, 1988,  p. 124.

[5] Nas notas de Bryce aparece Ó²() = Ó1(M/W), i.e., o emprego na indústria de bens de capital é uma função da oferta de moeda dividida pelo nível das taxas de salário monetário. Fallgater e Salant esperassem que dado W, N = N1+ N²+ Ó_(M/W), o que está errado, o que alias resulta claro quando se compara as notas de Thring, ver op. cit. , p. 126. O que Keynes quis dizer é que dadas as expectativas, uma quantidade de moeda que modifique a taxa de juro pode ser realizada se a taxa de salário monetário diminui, com o que a quantidade de moeda aumenta, mesmo se fixa pela autoridade monetária, porquanto o motivo transacção diminue libertando moeda para o motivo especulação, só que como Keynes adverte nesta última lição de 1933, não pode aprofundar. Tarshis escreve nas notas `why in hell` See Bob, idem, p. 126, nota de página 69.

[6] Idem, p. 126.

[7] Idem, p. 127.

[8] Idem.

[9] Idem.