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Keynes em Cambridge 1932-1935
Mario Gómez Olivares

2.         As lições de Keynes em Cambridge: Da Teoria Monetária da Produção á Teoria Geral.

 

23 de Outubro de 1933

 

Na segunda lição de 23 de Outubro de 1933, Keynes continua a discussão sobre os postulados da economia clássica. Como a teoria clássica assume que a recusa em aceitar um salário monetário mais baixo é a mesma coisa que a recusa em aceitar um salário real mais baixo; o trabalho como um tudo pode fazer com que os salários reais desçam se curta suficientemente nos salários monetários. Se não é o caso, argumenta Keynes, o volume do emprego não depende do nível dos salários monetários.

O argumento de Pigou baseia-se em que, em princípio, nada acontece aos rendimentos não-salariais. Por hipótese, uma redução das taxas dos salários monetários de W para W-K e uma queda dos salário monetários no total de WN, para (W-K)N, com N a quantidade de emprego. Por hipótese os rendimentos monetários dos não-assalariados Q1 e Q², onde Q² e a quantidade de rendimen­to dos não assalariados despendidos em bens-salários, então, em princípio, os custos variáveis marginais dos bens de consumo cairão mais que os preços. Os custos variáveis marginais cairão em W - K/W. Na indústria de bens de capital, os preços não caem enquanto Q1 é gasto em bens de capital. Na indústria de bens salários os preços cairam em :

[Q²+(W - K/N)]/(Q²+WN) e os custos em W - K/W. Por conse­guinte, os preços não caem tanto como os custos marginais, por conseguinte, pressupõe-se que o output cresce, mas existe pressão através a concorrência para uma queda dos preços na direcção dos custos marginais. Pelo que, “ the non-wage good industries re­ceipt fall of.[ At the outset], in the non wage industries there was a rise in profit of N1K while in the wage goods industries there was a fall in profits of N1K...As prices begin to fall both sums are reduced. The non-wage earners‘income will have to fall off in the same proportion[as the fall in money wages], pelo que” there is no reason to suppose that the second postulates would arise in practice[1].

O problema é que quando os lucros e os preços caem na mesma proporção que os salários monetários, a menos que os empresários gastem mais dos seus rendimentos ou que as condições no mercado monetário façam descer a taxa de juro( se os preços caem e a taxa de juro desce, menos dinheiro é necessário para as transacções), o que acontece é que o valor do dinheiro muda sem nenhum cambio no salário real. Mas se o artifício de uma queda dos salário monetários não resulta, o argumento formal de que uma queda nos salários monetários é associado com uma queda dos salários reais não se sustêm. A luta pelos salário monetários é realmente uma luta pela distribuição do montante total dos salários entre os assalariados. Os sindicatos opõem-se a uma descida dos salários monetários, mas não se opõem a pequenas reduções nos salários reais através de um aumento dos preços. O argumento clássico pressupõe que os factores são remunerados em termos de uma predeterminada parte do produto total da indústria, e não como sumas de dinheiro, i.e., a teoria clássica pressupõe uma economia co-operativa.

Supondo que os factores são pagos em moeda e que eles gastam todo o seu rendimento monetário comprando o output cor­rente. A isto chama-se economia neutral, i.e., a essência de uma economia neutral é de que os rendimentos que resultam do output corrente são completamente gastos no output corrente. As flutuações na relação entre rendimentos obtidos através do output corrente e rendimentos gastos em consumo pode-se chamar flutuações na procura efectiva. Se se gastar mais tem-se uma excesso de procura efective(inflação), se se gasta menos, um déficit em procura efectiva(deflação), i.e., a procura efectiva é excedentária ou deficitária se as despesas excedem ou são reduzi­das relativamente ao valor do output corrente. Numa economia neutral, não existe nem excesso nem déficit, pelo que os preços, o emprego e os salários reais  são estáveis. Keynes atribue a Ricardo que a oferta cria a sua própria procura, daí a incapaci­dade da teoria clássica para entender o ciclo dos negócios e a sua propensão para aceitar o princípio do laissez-faire. Keynes lança a sua frase de que a despesa cria o seu próprio rendimento, sem que exista uma despesa igual a uma recompensa fixa aos empresários. Que a oferta cria a sua própria procura é verdade, no pressuposto da procura efectiva constante.

Numa economia co-operativa existe uma tendência para uma recompensa óptima, as desviações são causa da intervenção do sindicatos o falhas nos governos. Os economistas pensam em C->M->C1 enquanto que os negociantes pensam M->C->M1. “ Marx says when M1 tended to exceed M, the capitalist get as much purchasing power that there is not enough balance or remainder for buying the commodities. A crisis then develop, M1-M goes negative and capitalists lose heavely. There is a kernel of truth in Marx‘s Theory[2]. Isto é como M1-M tende para ser negativo, existirá uma tendência para a deflação e o desemprego. Para a teoria clássica M1=M. O problema, diz Keynes, é a flutuação da procura efectiva[3]. A lição conclue-se com uma observação de Keynes de que não é a parte do produto que determina a acção do empresário mais a expectativa de lucro.


 

[1] T. Rymes,  " Keynes`s Lectures 1932-35: Notes of a Represen­tative Student", MacMillan, 1988, p.91.

[2] Idem, p. 93.

[3] O correspondente a esta lição encontra-se no vol. XIX das CWJMK, pp. 76-83, com o título de " The Distinction between a Co-operative and an Entrepeneur Economy".