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Economia Industrial
Luiz Gonzaga de Sousa


 

CAPÍTULO III

 

A IMPERFEIÇÃO DO MERCADO

 

 

          Nos tempos hodiernos a economia industrial caminha dentro de uma estrutura de economia imperfeita, isto significa dizer, alguns tipos de produtos vivem sob o crivo de um sistema que esteja em condições de oligopólio, ou até mesmo dentro do prisma de uma competição industrial monopolista. Não se pode dizer que o setor industrial está montado num sistema monopolista em sua essência, tendo em vista que as hipóteses que proporcionam o sustentáculo a esse tipo de mercado, não têm base firme na atualidade da concentração e acumulação de capital industrial. Os mercados que mais explicam a realidade atual são os de dominação de poucos, que são os oligopólios industriais, ou o poderio usurpador sobre muitos, que tenha as características monopolizantes, isto significa dizer, competição industrial monopolista, defendida por CHAMBERLIN (1934) e competição industrial imperfeita, ou oligopólio industrial, investigado por ROBINSON (1936).

          Na estrutura industrial dos tempos atuais predominam os grandes grupos nacionais e internacionais que buscam uma exploração aos diversos pontos do globo terrestre, dividindo a área de atuação de cada participante, determinando o preço e criando técnicas que subtraem as possibilidades de algum industrial poder atuar de acordo com as suas condições econômicas. A estes são chamados de oligopólios que utilizam a ditadura do poder para formarem as big corporations, que vivem numa constante guerra, quer preço ou extra-preço, para sua sobrevivência e fortaleza, na predisposição de usurpar e dominar os mercados concorrentes. Inegavelmente, as grandes empresas, ou multinacionais levam vantagens sobre as médias e as pequenas, ao considerar os ganhos de escala que elas possuem, em primeiro lugar, pelo seu tamanho, e, em segundo, por facilidades adquiridas, pelo volume de escala da produção que é gerada na atividade industrial que trabalha com a técnica da padronização, ou standart.

           Como é bastante divulgado pela imprensa, a indústria foi, ou é organizada pelo prisma da concorrência industrial perfeita, onde tudo era bem organizado ou ajustado, porém explicam BARAN e SWEEZY[1] que

hoje, a unidade econômica típica na sociedade capitalista não é a firma pequena que fabrica uma fração desprezível de uma produção homogênea, para um mercado anônimo, mas a empresa em grande escala, á qual cabe uma parcela significativa da produção de uma indústria, ou mesmo de várias indústrias, capaz de controlar seus preços, o volume de sua produção e o tipos e volumes de seus investimentos (...).

Desta forma, isto indica claramente que a indústria da atualidade está decomposta de grandes, médios e pequenos industriais ativamente participando, numa demonstração da imperfeição do mercado, numa estratificação cada vez mais concentradora, em detrimento de uma competitividade, onde todos teriam o seu espaço de trabalho e de crescimento com desenvolvimento da industrialização em uma região, ou em um país.        

         Pelo lado da diferença existente entre a competição industrial monopolista e o oligopólio industrial é quanto ao número de produtores atuantes no mercado, pois enquanto no primeiro são muitos os participantes, no segundo são poucos dominando o comércio, no entanto, ambos, têm princípios monopolistas pela diferenciação do produto e interdependência competitiva. No que se refere á diferenciação da mercadoria, tem-se o fato de que um produto é o mesmo, porém, algo difere um do outro, por alguma coisa, como por exemplo: a cor, a marca. Pois, o poderio econômico internacional, dá-se pela cota participação no mercado, quanto o que se produz, a quantidade e a qualidade, que são condições de uma competição mais direta, com os colegas trustes e cartéis multinacionais, que atrofiam os mercados nacionais. As indústrias diferenciam seus produtos pelo design, qualidade e até mesmo local de suas vendas. Já quanto á questão da interdependência, verifica-se o caso de que alguém acha que está só e quer deliberar sobre a sua administração, sem considerar o que está ao seu redor, no entanto, algum industrial espera para tomar a sua decisão reflexiva.

          Um outro ponto que é importante levantar é quanto á questão do bem estar adquirido nesta estrutura de mercado, e, daí, perguntar-se: será que a economia como um todo consegue o bem-estar pleno, estando num sistema industrial oligopolista, ou competição industrial monopolista, tal como as condições do século vinte? A resposta se apresenta, ao analisar a aplicação dos fatores de produção no sistema industrial, conseqüentemente, ao considerar a capacidade de produzir das empresas, isto é, produzir ao máximo possível com o mínimo custo que o processo envolve. Sabe-se que em oligopólio, e, em competição monopolista, predomina o excesso de capacidade, assim sendo, não há como se conseguir o bem-estar pleno, mas de forma relativa, tendo em vista que a produção gerada, comporta-se bem abaixo da plena capacidade da competição perfeita, cujo diferencial é a capacidade ociosa, ou excesso de capacidade negativo, advindo dos gastos com propaganda, publicidade, e, algumas outras formas de concorrer no mercado.

          Portanto, considerando-se somente o setor de transformação industrial de uma economia, verifica-se que, o que predomina, não é a competição industrial monopolista por essência, más um oligopólio industrial, com tendência monopolista, devido á formação de cartéis, conluios e porque não dizer, trustes nacionais, ou internacionais, com intenção de barrar a competição e diminuírem seus riscos e inseguranças na concorrência. Nestes grupos, o mais comum é uma guerra muito forte interindustriais, para predominar a sua estrutura de poder e continuar a sua ganância de ser o maior, mais potente, e, sobretudo, aquele que está na vanguarda da produção industrial nacional, não importando sua técnica de atuação, seja espúria ou não. É com vistas a entender este processo, que se pretende investigar a situação da economia industrial na atualidade, ao saber que o poder do monopólio industrial existente, elimina a sobrevivência dos mais fracos e busca fomentar novos costumes e aptidões na economia industrial da concorrência imperfeita, fato comum hoje em dia.


 

[1] P. A. BARAN e P. M. SWEEZY. Capitalismo Monopolista. 2ª ed.; Rio de Janeiro, ZAHAR, 1974, pp. 15/16.

 


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