¿Buscas otro libro?
Buscalo aquí:
Amazon Logo





 

 

Pulse aquí para acceder al índice general del libro.

Esta página muestra solo parte del texto, y puede carecer de formato, notas, fórmulas, esquemas, tablas o gráficos.
Pulse aquí para bajarse el libro completo en formato DOC (270 páginas, 1600 Kb)

Economia Industrial
Luiz Gonzaga de Sousa


 

CAPÍTULO II

 

A PREFERÊNCIA PELO LUCRO

 

 

A questão dos lucros passa pelo problema da distribuição de renda funcional visto que o produto nacional bruto ou renda nacional, mais especificamente, deve ser distribuído para quem teve e tem participação em seu todo, isto é, em primeiro lugar, aos trabalhadores e em segundo, aos donos do capital. É este segundo ponto que se vai trabalhar, como uma questão de fundamental importância na economia industrial, considerando a polêmica posição em que se considera o lucro; a sua essência na relação capital/trabalho e seus efeitos dentro da economia como um todo. Por isto, é de grande importância fazer os seguintes questionamentos, para que se possa entender melhor este ponto. Todavia, pergunta-se, o que é lucro? Como se determina tal lucro? O que é que dizem as teorias que discorrem sobre o lucro? Quais são os seus efeitos no processo de formação bruta de capital e a soberania nacional? E assim por diante.

A questão da distribuição da renda nacional envolve eficiência. E, havendo eficiência, ter-se-á eqüidade entre os participantes dinamizadores da economia, em especial da indústria. A eficiência chama a uma discussão muito longa, complexa, e, dificilmente se chegará a um denominador comum, porque este termo exige um sistema econômico perfeitamente competitivo. Na realidade cotidiana, isto não acontece pelo excesso de acumulação em alguns industriais. Este processo conduz, muitas vezes, a uma concentração, e, obviamente a uma centralização de poder, de decisões como ocorre no mundo capitalista dos tempos hodiernos. Mais complicado ainda é a questão da eqüidade, ou grosseiramente, justiça social, porque nisto está envolvida a discussão de eqüidade para quem, neste processo! É o problema da relatividade. O trabalhador tem um ponto de vista. O dono do capital tem outro. Assim segue sem solução.

Para entender o significado de lucros, de maneira clara e objetiva, SCHUMPETER[1] explicou que

lucro, no sentido deste autor, é um rendimento funcional - suas peculiaridades e especialmente seu caráter temporário constitui uma razão justificável para que se hesite em denominá-lo renda - mas nem sempre seria prudente distribuir a função empresarial de acordo com o critério do processo de acumulação. Quer ele acresça ou não, ao empresário depende do padrão internacional... Na indústria organizada sob a forma de sociedades por ações, os lucros acrescem á própria firma, sua distribuição deixa de ser automática e torna-se um assunto de política - acionistas, dirigentes contratados (sejam ou não empresários) e empregados recebendo sob as mais variadas formas... quinhões indeterminados dos lucros ou equivalentes contratuais de participação nesses lucros.

Com estas palavras, explica-se de forma evidente como ocorre o processo de distribuição dos ganhos industriais a seus participantes na dinâmica industrial, e, tem-se uma noção aproximativa do que seja lucro.

Fundamentalmente quanto á questão do lucro envolvido no processo distributivo funcional, pode-se considerar que lucro, dentro da visão capitalista é tudo aquilo que sobra além dos custos que foram efetivados durante o processo de produção, para se conseguir um produto final, em uma fábrica, ou empresa industrial. Esta visão é muito simplória propositalmente, ao considerar que quem participa diretamente desta produção, ou custo direto, no caso o trabalhador, é-lhe negligenciada a sua real participação neste contexto. Pois, sabe-se de quanto um trabalhador ganha, de forma absoluta, mas não se tem consciência exata dos lucros do dono do capital. De maneira geral, diz-se que o lucro é o pagamento feito ao empresário pela sua participação no produto e na abertura mercadológica. Pois, depois dos gastos na produção, imputa-se um ganho ao seu proprietário em forma de juros pelo uso do capital, mais aluguéis, mais reservas diversas e o lucro propriamente dito.

Para melhor entender a questão do lucro, LAMBERTON[2] diz que

muitas são as definições de lucro e mesmo nos escritos dos contemporâneos elas são encontradiças. Ouvem-se ainda os ecos da identificação mercantilista do lucro com o comércio (muito criticado) e do seu uso, ligeiramente menos amplo, na teoria da distribuição na qual ele é contrastado com os salários e compreende, em geral, a renda dos proprietários. Como a diferença entre a renda esperada e a realizada, o lucro, seja ele positivo ou negativo, pode ser um componente de todas as categorias de renda. Se se atribui essa divergência de valores ex-post e ex-ante á mudança econômica e essa mudança surge do processo de inovação, o lucro se torna a recompensa do inovador. Pode também o termo ser aplicado á remuneração do poder de venda de preferência á remuneração da produção.

Daí a confusão que se prega quanto ao que se entende por lucro, como resultado de uma operação econômica industrial, ou comercial.

Assim sendo, quer queira, quer não, o lucro ainda é o meio muito forte de acumulação de capital, e, mesmo transmutando em diversas categorias, não se pode esquecer essa face de acumular mais e mais riqueza, de fomentar a concentração e de dificultar uma otimização no processo distributivo dos ganhos, isto é, participação eqüitativa a quem contribui para a formação da renda nacional, em termos industriais. A atuação dos lucros na economia impulsiona a extratificá-la em grandes, médios e pequenos industriais, ou empresários, induzindo a cada um, a um processo de exploração diferente, dependendo de sua atuação no mercado, em termos de concorrência oligopolística ou monopolista. Frente a isto, as idéias rousseaunianas de que os indivíduos são potencialmente iguais e que as relações sociais devem ser derivadas dessa premissa não têm razão de ser devido á busca incessante pela fomentação do egoísmo e ganância, com o expressivo aumento do ter.

 


 

[1] SCHUMPETER, J. A Business Cycles. Vol. 1, New York, Mcgraw-Hill, 1939, p. 106.

[2] LAMBERTON, D. M. Teoria dos Lucros. Rio de Janeiro, Bloch Editores, 1965, p. 28.


Volver al ÍNDICE

Volver a LIBROS GRATIS DE ECONOMÍA

Volver a la ENCICLOPEDIA DE ECONOMÍA EMVI

Google
 
Web eumed.net